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II Positivo. I Negativo.


8 MESES DEPOIS...

Qual é...O terceiro enjôo no dia? Só por que senti o cheiro da papinha do Connor? Bom, talvez eu deva ser realista e usar aqueles testes farmacêuticos que comprei semana passada. Ou eu deva fazer como as mulheres dos filmes e das séries, enjoar na frente da amiga e a amiga dizer “Você está grávida”, daí vem aquelas caras de surpresa e de “Não, isso não é possível” Aí, as duas começam a fazer as contas até chegarem ao resultado.

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Eu não entendo isso. São tantos filmes e séries e é sempre a mesma coisa. A mulher enjoa e coloca a culpa no sanduíche de salmão. Depois, ela enjoa na frente de alguém, no jantar com a família ou com os amigos, a mãe ou a melhor amiga cochicha no ouvido da mulher a tão sagrada pergunta “Você está grávida?”. Juro que não entendo, e me pergunto se isso acontece na vida real, com tantos programas assim, praticamente desenhando nas nossas testas “Hey, você enjoou por causa da comida, isso quer dizer que você está grávida”.

– Fica ai. Mamãe já volta. – coloco Connor na cadeira de descanso. Levanto e vou até o banheiro, pego minha nécessaire e tiro as três caixinhas de dentro dela. Fico um longo tempo olhando para os três testes de marcas diferentes. Quando comprei pesquisei sobre eles e as chances do resultado dar certo, são de 95% a 99%, disso sobra 5% ou 1%, números relativamente pequenos. Sigo as instruções da bula, e depois os deixo sobre a borda da banheira.

Então...Com todos esses enjôos, todo o meu cansaço no dia-a-dia, as minhas variações de humor, mais a porcentagem do teste dar o resultado correto, e a mistura de duas barrinhas rosas em cada teste, concluo...

– Parabéns, você vai ser mamãe novamente! – exclamo olhando meu reflexo no espelho, notando o meu sorriso crescendo gradativamente, até quase rasgar meu rosto. – Menina ou menino? – murmuro olhando para minha barriga.

Guardo os três testes nas caixas novamente e coloco na nécessaire. Saio correndo do banheiro para ver por que Connor está chorando. Pego-o no colo e ele pousa a cabecinha na volta do meu pescoço, a essa altura já se acalmou. Começo embala-o e cantar músicas de ninar, até ele dormir. Entro no quarto dele e o coloco no berço, cubro-o e passo meu polegar pela sua bochecha.

– Logo você vai correr por essa casa com seu irmãozinho ou irmãzinha. Já estou imaginando o trabalho que vocês vão nos dar. Imagino seu pai correndo atrás de vocês depois de ver a parede da sala toda riscada com canetas coloridas ou depois de vocês destruírem o jardim. – tiro os olhos de Connor quando escuto a campainha. – Deve ser sua tia, ela disse que estaria na porta da nossa casa as oito da manhã hoje. – inclino meu corpo e dou um beijo na sua testa.

Saio do cômodo e desço as escadas correndo. Thea e eu temos um grande dia pela frente. Tenho que agradecer a John por tirar Oliver cedo da cama e não lhe dar folga hoje. Abro a porta e uma Thea sorridente e contagiada entra como um furacão na sala, joga a bolsa no sofá e olha para mim.

– Você ingeriu muita cafeína pelo jeito. – disparo a fazendo rir.

– Estou ansiosa Fel, é o primeiro aniversário de Oliver que vamos passar sem nenhum drama. – comenta animada.

– Ainda não sei se essa festa surpresa é uma boa idéia. Sabe como seu irmão é. – me jogo no sofá e ela faz o mesmo.

– Às vezes ele é um porre, mas tenho certeza que ele vai amar. – pega na minha mão e aperta de leve. – Como está meu sobrinho? – indaga, levantando e indo em direção a escada.

– Ótimo. – ela me lança um sorriso largo e sobe as escadas correndo. Levanto do sofá e me arrasto até a cozinha, faço um café bem forte, por que agora sinto mais sono que uma preguiça idosa. Tenho vontade de ficar jogada o dia inteiro na cama. Escuto a campainha novamente. Largo a xícara de café sobre a pia e corro até a porta, quando abro dois homens segurando uma caixa de papelão estão parados na minha porta com cara de paisagem.

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– Felicity Smoak? – pergunta o maior.

– Depende. – disparo fazendo os dois rirem.

– Thea Queen mandou deixar esse barril de cerveja aqui. – estreito os olhos e abro a boca para falar, mas, os dois invadem a casa. Colocam a caixa no meio da sala. – Preciso do seu autografo. – o menor me entrega uma prancheta e caneta. Assino meu nome na linha reta e entrego os objetos para ele.

Depois dos dois saírem fecho a porta e ando a passos largos até o quarto de Connor. Encontro Thea sentada ao lado do berço. Olhando o álbum de fotos que eu tinha montado.

– Ainda não acredito que você fez o Ollie trocar a fralda do Connor. – diz, em seguida solta uma gargalhada e para quando percebe que Connor está dormindo. – Opss.

– Thea você quer me explicar o porquê de um barril de cerveja estar no meio da sala? – sibilo.

– Já chegou? – assinto. – Vou ligar para Roy. – sai saltitando do quarto. Passo a mãos nos meus cabelos e conto mentalmente. Thea está tornando o que era para ser uma festinha pequena para alguns convidados em uma rave.

Depois de duas horas Thea tinha colocado faixas por toda a sala da casa. Tinha decorado o sofá, a mesa o corrimão da escada. Não estava incomodada, era bom ver o sorriso dela a diversão dela e de Roy ao decorar cada canto da casa. Connor acordou e eu fui pega-lo no quarto. Dei um banho nele e o vesti, em seguida Thea subiu e desceu com ele enquanto eu tomava um banho. Ainda queria sair e comprar o presente de Oliver. Tomei banho e me vesti rapidamente.

– Isso é lançadores de confetes? – pergunto quando termino de descer as escadas.

– Sim eu adoro isso. – dispara Thea. – Adoro o barulho e os pedacinhos coloridos se misturando no ar. – olho para Roy que dá de ombro e aponta para Thea.

– Boa sorte. – falo, indo até a cozinha, pego um copo de água e beberico o liquido.

– Felicity você está nervosa. Está acontecendo alguma coisa? – Thea coloca com cuidado Connor no colo de Roy e para na minha frente, fita meus olhos. – Você tentou esconder seu nervosismo, porem eu percebi. Sabe que pode dividir as coisas comigo. – coloca minha mão entre as dela. – É o Ollie?

– Não! – exclamo. – Seu irmão está se saindo melhor que a encomendo. – comento a fazendo rir. – Eu estou bem. Um pouco cansada. Vou sair e fazer compras, quem sabe meu animo melhora. – falo e ela sorri.

– Compras sempre ajudam. – diz, voltando para a sala e pegando Connor dos braços de Roy. – Já sabe o que vai dar de presente para Oliver? – claro que já, até tenho medo da reação dele. Não quis dizer para Thea sobre a gravidez, quero que Oliver seja o primeiro a ficar sabendo.

– Sim. – falo. – Seu irmão estava brigando com o barbeador. O dele estragou, vou comprar um mais moderno. E colocar em um embrulho bem colorido. – completo.

– Ele vai gostar. Roy erga esse barril na bancada. – ordena.

– Você podia ficar um pouco com o Connor? – sento ao lado dela, observando Roy levantar o barril sem dificuldade e colocar sobre a bancada da cozinha.

– Claro que eu fico. – olha para o bebe e o enche de beijos. – Seu eu pudesse levaria ele para a minha casa. Né bebe? – faz careta e Connor dá risadas.

– Obrigada. Dou um beijo na bochecha de Thea e em seguida pego Connor. Não gosto de ficar muito tempo longe dele. Sinto uma tremenda falta. – Só vou comprar o presente do Oliver e já volto. – entrego Connor para Thea e ela o segura com carinho. Olho para os dois mais uma vez e depois abro a porta e saio.

[...]

Acabei gastando mais do que devia, com o presente de Oliver, algumas roupas e brinquedos para Connor e sapatos para mim. Eu amo sapatos e faz tempo que não compro um par novo. Entrei no banco para tirar dinheiro quando vi uma figura conhecida. Lembrei que Oliver me fez prometer não chegar muito perto desse homem. Mas às vezes a minha curiosidade me mata.

Eu tenho certeza que ele está metido na morte da mãe biológica de Connor. Tenho certeza que ele está metido com trafico de mulheres e também em outros crimes, mas ele consegue se esconder direitinho. Consegue apaga todos os seus rastros, devo admitir que ele é muito bom.

Casey Grayson o que está fazendo em Washington? Odeio essa minha mania de investigar tudo, ela sempre me mete em encrencas e eu prometi para Connor que não ia mais me meter em confusão, mas é a mãe dele. E no futuro quando ele me perguntar sobre o assassino da sua mãe? Eu vou dizer que ele ficou impune. Não, por que ele não vai ficar impune.

Saio do banco, ando a passos largos, quase correndo até onde estacionei o carro. Entro nele e dirijo até o estacionamento da base secreta da Cia. Chego à porta e faço o mesmo procedimento de quando era uma agente, a mesma senha. Desço as escadas e vejo Gordon, está sentada na frente dos computadores. Quando escuta o barulho dos meus saltos se vira apontando a arma para mim, quando percebe que é eu abaixa.

– Por Deus Felicity, o que está fazendo aqui? Eu quase atirei em você! – exclama nervosa.

– Você colocou um alarme mudo na base? – indago recebendo um sorriso dela.

– Sim. – responde. – Ele disparou e em seguida escutei o barulho na escada. Sabe que temos que ficar alerta. – completa.

– Se fosse um inimigo, com certeza não ia usar saltos. – disparo.

– Bem lembrado. Sinto falta de você aqui. – olho ao redor e sinto saudade de quando saiamos em missão. – Você também sente? – faço que sim com a cabeça. – Sabe que pode voltar.

– Nem pensar. Prefiro minha vida pacata. Alias, está ótima. – sento-me em uma cadeira.

– Mas, você ainda não me falou o que está fazendo aqui. Sabe que posso te levar presa por invasão da base secreta do governo. – arrasta uma cadeira e senta na minha frente.

– Não sou inimiga. Você sabe disso. E nem queria colocar os pés aqui novamente, mas eu preciso de um favor. – ergue uma das sobrancelhas. – Preciso usar o banco de dados. – disparo.

– Você não pode mais fazer isso, é uma civil agora. – levanta e vira as costas.

– Casey Grayson! Tenho certeza que ele está envolvido em trafico de mulheres. Poderia invadir o banco de dados, mas estou pedindo a sua permissão. – dá de ombros e anda até os computadores.

– Você nunca vai largar esse seu lado, não é? – comenta com os olhos fixos nos computadores. – Oliver sabe disso? – fita meus olhos.

– Ele sabe. – falo. – Quer dizer, ele sabe sobre minhas suspeitas e minhas investigações a distancia, mas sobre isso não. – corrijo. Gordon volta a fixar os olhos na tela do computador. Digita o nome de Casey e as informações começam a baixar.

– Ele sumiu do mapa depois de ser solto da sua primeira prisão. Voltou aparecer dois anos depois na America do Sul. Grande contrabandista de drogas e um mercenário com um currículo impecável. Voltou com 25 anos para Nova Iorque, carregando junto uma grande fortuna. Gerencia modelos para fora e dentro do país. – fala todas as informações.

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– Preciso da lista de modelos que ele gerencia para fora do país. – murmuro.

– Como pretende fazer isso? – questiona.

– Ele está em Washington, preciso descobrir o que ele está fazendo aqui. – ela cruza os braços.

– Felicity a Cia está encarregada de prender Casey Grayson. Não se meta nisso. Não quero ver você metida nisso. Vou colocar uma equipe para investigar ele. Agora, por favor. Aceite meu conselho. – se aproxima e coloca a mão sobre meu ombro. – Não se meta mais em confusão, você tem um filho agora, pense nele. Pense no quanto Oliver sofreu quando você forjou a sua morte. Alias, você não está organizando uma festa surpresa para ele? – indaga.

– Thea está cuidando de tudo. – falo.

– Não se meta mais com Casey Grayson, Felicity. – assinto. – Nós vemos a noite. – pego minha bolsa.

– Oliver e Dig estão em alguma missão suicida? – Gordon fita o chão.

– Não. – responde.

– Obrigada Gordon. – assente. Subo as escadas e saio da base. Entro no meu carro. – Não vou mais me meter em confusão. – sussurro e repito varias vezes mentalmente.

[...]

OLIVER...

Quando decidi falar diretamente com o presidente da Cia, para pedir demissão, não pensei que ele fosse escalar uma ultima missão tão barra pesada quanto essa. Tudo aconteceu quando entrei no enorme escritório dele, com vista para o melhor ponto da cidade. Ele me tratou bem, pensei que ia ser moleza e quando ele disse. “Okay” só faltou eu sair dando pulos de alegria. Mas, depois ele disse “Só preciso que conclua uma ultima missão” Até ai estava tudo bem, também.

Mas ele me entregou um relatório de uma agente chamada Tatsu, uma mulher asiática de 32 anos, que está sobre os poderes de uma organização criminosa da China chamada tríade chinesa, que tem como líder uma mulher chamada China White que domina vários tipos de luta e sabe muito bem usar armas brancas.

– Você está bem Oliver? – Diggle senta-se ao meu lado.

– Só pensando em voltar para casa depois de tudo isso. – respondo.

– Não é só você. Eu também. – Dig ofereceu ajuda em troca do desligamento total dele com a Cia. O presidente aceitou, mas a missão dobrou.

Tatsu é uma grande espiã dos EUA, casada com um homem chamado Mazeo, que há dois anos foi capturado pela tríade. Ela se infiltrou para resgatá-lo e acabou sendo pega também. Agora, alem da missão de resgatá-la, temos que resgatar o marido dela.

– Tem certeza que a localização da tríade é essa mesmo? – Dig pergunta a outro agente. Técnico em T.I, chamado Lester, um indiano muito frouxo.

– Sim. Minhas pesquisas nunca falham. – dispara, fazendo Dig revirar os olhos.

– Esse é pior que Cropper e Scott. – murmura.

– Eu escutei isso. – fala Lester. – Essa mansão pertence a China White. E ela é usada apenas para as reuniões do conselho, mas ela é muito bem vigiada. Guardas cuidam de cada perímetro da casa, os murros são enormes. É uma fortaleza. Vão precisar de muita sorte hoje. – Dig troca o pente de munição da arma e coloca o silenciador.

– Prefiro a Glock. – exclama, Lester engole em seco. – E temos uma equipe com 16 atiradores de elite. 56 homens para combate no chão e mais um AH-64D Apache, o melhor helicóptero de ataque do mundo. – comenta.

– É, acho que não precisam tanto da sorte. – diz.

– Está na hora, Oliver. – John me alcança a mochila com o pára-quedas. Coloco nas costas. – Está pronto? – assinto. A porta do avião começa se abrir e os outros agentes começam a se preparar. Somos os últimos a pular.

Aterrissamos no jardim da mansão. Livramos-nos dos pára-quedas, Dig me alcança a maleta com armas. Pego as minhas, guardo uma no coldre e outra seguro na mão, John pega a maleta novamente e coloca nas costas. Vejo os outros homens se preparando também. Os atiradores de elite já estavam posicionados. Só precisávamos da ordem de ataque que Lester devia nos dar.

– Lester. – falo, pelo comunicador.

“Calma cara. Os sensores de calor humano estão detectando alguns guardas do lado de fora, na área B. Vou mandar à equipe A para essa área” – diz. - “Movimentos na área D e A, vou mandar as equipes B e C para essa área” – escuto os tiros e a movimentação ao nosso redor. “Área C e E detectando movimentos nessas áreas. Mandando Equipes D e E para esses perímetros”

Minha equipe espera a ordem de Lester para invadir a mansão. Enquanto os atiradores de elite e as outras equipes fazem seu trabalho.

“Oliver, sua equipe pode atacar” – olho para Dig que acena com a cabeça.

Entramos na mansão, Dig eu e mais 7 homens. Somos atacados por três guardas inimigos, mas os três acabam na pior. Invadimos a ala B da casa e alguns guardas estão escondidos. Protejo a retaguarda de um dos homens, atirando em um inimigo que surgiu do nada.

– Obrigado cara. – escuto ele murmurar. Subimos as escadas para o segundo andar e logo somos surpreendidos por inimigos. Um dos nossos agentes leva um tiro na barriga. Posiciono-me na frente dele, e atiro nos três homens a minha frente, ele ajuda, mesmo estando caído no chão com uma bala enfiada sabe-se lá aonde. Os três caem mortos.

– Vou levar você para um local seguro. – me agacho e apoio o braço dele nos meus ombros, levantamos e eu o levo para uma sala, ajudo-o a ficar em um canto escondido.

– Fica com isso. Ela me dá muita sorte. – pego a adaga dele e guardo no coldre. – Boa sorte. – assinto.

Saio da pequena sala e entro em um quarto, sou surpreendido com um chute na boca do estomago. Uma mulher de cabelos brancos surge na minha frente. Aponto a arma para ela, e ela me desarma com apenas um chute, jogando a arma longe. Essa deve ser a chefe.

– Cadê os dois agentes da Cia. Tatsu e Maseo? – indago.

– Vocês não cansam? – retruca.

– Onde eles estão? – grito.

– Você vai ter que descobrir... Não sem antes lutar. – lança uma joelhada na minha barriga. Dou alguns passos para trás, meio grogue. Ela aproveita e segura minha cabeça que vai de encontro com seu joelho, sinto o sangue escorrer do meu nariz e cair na minha camisa. Ela gira dando uma cotovelada na parte de trás do meu pescoço. Levanto enxergando tudo embaçado. A mulher segura meu queixo, cerra o punho e arma o golpe. Sua mão voa na direção do meu rosto, mas eu seguro sua mão e torço seu braço, ela solta um urro de dor. Dou um chute em sua panturrilha e seguro seu pescoço entre o meu corpo e meu braço. Aperto até sentir suas unhas cravarem na minha carne.

– Cadê. Os. Agentes. Da. Cia? – pergunto pausadamente. Solto-a para que ela possa me responder.

– Mortos! – exclama.

– Não acredito. – falo, apertando novamente seu pescoço. – Acho melhor você falar. ONDE ELES ESTÃO? – tiro a adaga do coldre e encosto na sua têmpora. Vejo o suor escorrer pela sua testa.

“Oliver” – escuto a voz de Lester.

– O que?

“Essas casas são antigas. Feitas ao longo da segunda guerra mundial. Existe uma base secreta em baixo dela”

– Okay. Pode me guiar? – escuto um “uhum”. Pego a outra arma do coldre a atiro um sonífero na mulher. Deixo seu corpo caído no chão. – Para que lado eu vou?

“Desça as escadas. E vá direto para a cozinha.” – faço o que ele manda. “Depois entre no corredor, o único que você vai ver quando estiver na cozinha” – entro na cozinha e olho ao redor. Entro no corredor. “Bata em toda a extensão da parede. Veja qual a região que o barulho é oco e depois quebre essa região.” – bato com o cano da minha arma na parede, até chegar ao final e escutar o barulho oco. Pego a arma e me afasto. Atiro algumas vezes até um buraco se abrir na parede. Depois quebro o resto da parede com o auxílio da arma.

– Não tinha um jeito mais fácil? – murmuro.

“Tem uma porta na biblioteca. Sabe aquelas estantes que você puxa um livro e ela se abre revelando uma entrada secreta, como nos filmes de terror?

– Existe isso? – termino de quebrar a parede e entro no local escuro, sinto os degraus abaixo dos meus pés.

“Talvez... Agora faça o seu trabalho.” – olho ao redor e tudo está escuro.

– Dig! – chamo pelo comunicador.

“Onde você está Oliver?” – escuto sua voz aflita do outro lado.

– Na cozinha. Em um corredor ao lado da geladeira. Preciso de lanterna. – escuto os passos rápidos dele.

“Estou chegando.”

Encosto minhas costas na parede e espero por Diggle. Espero que Tatsu e Maseo estejam aqui. Se não, terei que acreditar na mulher de cabelos brancos, e continuar servindo a Cia.

– Oliver. – escuto a voz e os passos pesados de Diggle.

– Aqui! – exclamo. Ele se aproxima com a maleta de armas, abre-a e tira duas lanternas de dentro, entrega uma para mim. Descemos as escadas. O lugar é escuro e gelado, andamos pelo local com o auxílio das lanternas iluminando nosso caminho. Ilumino ao redor e vejo duas celas, iguais aquelas prisões de filmes medievais.

– Oliver, eles estão aqui. – viro-me e vejo mais duas celas. Dig está parada em frente a uma delas. Aproximo-me dele e vejo o cadeado da cela. – Eles estão fracos. – comenta Diggle.

– Temos que tira-los daqui e sair dessa casa. Tem muitos guardas inimigos. Nossos homens estão em minoria. – falo rapidamente. – Afaste-se. – dou uma passo para trás e Dig também. Atiro no cadeado que se abre. Abrimos as portas de ferros, Dig ajuda Tatsu que está muito fraca e machucada. Maseo levanta-se sozinha, mas com dificuldades. Apoio o braço dele sobre meus ombros.

Estávamos andando até a parede quebrada, quando luzes invadem o corredor e guardas entram por eles. Voltamos, olhando para todos os lados a procura de outra saída.

– Afinal, tem uma porta na biblioteca ou não? – murmuro.

– Tem...Uma por-ta ao...Lado da cela que estava...mos. – diz Maseo, com a voz se arrastando. Dig volta e encontra a porta. Dá um tiro na fechadura e ela se abre. Saímos a passos largos da masmorra.

– Não. Consigo. – escuto o murmúrio fraco da mulher.

– Temos que sair daqui. Eles estão logo atrás de nós. – disparo. Vejo Dig erguer a mulher no colo e terminar de subir as escadas. Encontramos outra porta, John coloca o corpo da mulher no chão, e com força Diggle arranca as dobradiças da porta.

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Saímos em uma enorme sala, com enormes estantes cheias de livros. Não acredito que é mesmo uma biblioteca. Coloco Maseo sentado em um sofá e Diggle faz o mesmo com Tatsu.

– Pronto? – assinto. Arrastamos uma estante até ela tampar totalmente o buraco da porta. John volta a pegar Tatsu no colo e eu ajudo Maseo a se levantar. Saímos da biblioteca e sem algum imprevisto atravessamos toda a sala da casa, até encontrar a entrada.

– Continuem. – exclamo.

– Aonde você vai Oliver? – indaga John. – Sabe que se morrer, Felicity te mata outra vez.

– Proteja os dois. Não vou deixar um agente para trás. – John bufa, e então concorda. Subo as escadas correndo e entro na sala que deixei um agente escondido. Vejo a mulher de cabelos brancos apontando uma arma para ele. Pego a faca que ele havia me dado e lanço na mão da mulher, a arma cai de suas mãos. Ela me lança um olhar mortal, antes de correr na minha direção.

– Não sabe com quem está se metendo! – exclama furiosa. Escuto dois tiros, então ela cai nos meus pés, logo uma poça de sangue se forma ao seu lado. Olho para o agente que segura uma arma.

– Disse que era a minha faca da sorte. – me agacho e o ajudo se levantar.

– Você perdeu muito sangue. – olho a sujeira no chão e depois para a sua roupa toda ensangüentada. – Temos que sair daqui.

[...]

Tudo tinha dado certo. John saiu da mansão com os dois agentes que tínhamos que resgatar e eu consegui sair com o agente ferido. Lester mandou todas as equipes recuar, enquanto os atiradores de elite e o helicóptero faziam o resto do trabalho. Um carro nos esperava do lado de fora, para nos levar até a base da Cia em Xangai.

Clinton o agente ferido foi levado ao hospital e seu estado de saúde era bom. Ligamos para Gordon que disse que o jatinho já nos esperava no aeroporto internacional de Xangai. Tatsu e Maseo estavam sentados cada um em uma poltrona do avião, tomando soro. Estavam abatidos e muito fracos. Um segurava na mão do outro e Maseo estava com os lábios encostados no topo da cabeça dela. Olhei para Dig que também observava os dois.

– Acho que nossa vida de agentes acaba hoje. – murmuro.

– Quero fazer churrasco todo o domingo na minha casa, sem ser atrapalhado por uma missão. Reunir-me com minha família. É tudo que eu mais quero. – um sorriso enorme desenha-se nos lábios de Diggle.

– Eu também. – lembro de todos os dias que eu chego em casa e vejo Felicity com Connor no colo, cantando musicas de ninar para ela. A melhor parte e quando seus olhos encontram os meus e ela sorri.

O avião pousa no aeroporto internacional de Washington. Uma ambulância espera do lado de fora. Ajudamos Tatsu e Maseo descer do avião e os paramédicos começam a cuidar dos dois. Pegamos um taxi e passamos o endereço do mercado onde se encontra a nossa base secreta. Descemos as escadas e Gordon está parada, de braços cruzados e olhando para nós.

– Alguma novidade? – pergunta John.

– Mandaram entregar isso para vocês. – entrega um envelope para mim e outro para Dig. Abro o meu e vejo um pequeno papel marcado com tinta azul.

“A partir de agora você é um civil. Não é mais um agente da Cia. Espero que sua vida seja boa. E obrigado por todos esses anos servindo a nós com lealdade. General White, onde ele estiver, sente muito orgulho de você.”

Vejo a assinatura do presidente da Cia e um carimbo. Oliver Queen agora é um homem de família. Sem missões suicidas. Sem armas, bombas. Criminosos, e essas coisas. Olho para John que tem a mesma cara que eu, de alivio.

– Preciso contar a novidade para Felicity. – disparo alegre, já subindo as escadas. Ando até a moto estacionada no estacionamento do super mercado. Pego a chave no bolso e antes de subir nela, meu celular começa a tocar. Abro o sms de Felicity.

Amor. Por favor, Connor está sem fraldas. Passa na farmácia para mim?

Depois de passar na farmácia e comprar um pacote com 50 unidades de fraldas descartáveis, enfim estava na frente da minha casa. As luzes estavam apagadas e o silencio não era normal, há essa hora Felicity sempre está cantando para Connor. Pego minha arma e seguro a maçaneta da porta, giro e a empurro. Entro segurando a arma abaixada, quando as luzes se acendem.

– Surpresa! – gritam em uníssono, e lançam um monte de confetes coloridos na minha cabeça.

Rapidamente guardo a arma e olho as pessoas a minha frente. Thea, Roy, Joe, Sally, John, Lyla, Gordon, os vizinhos, e alguns agentes que eu conheço há muito tempo.

– Hey, maninho. – Thea é a primeira a se jogar nos meus braços e me abraçar. – Feliz aniversário. 28 Anos, está ficando idoso. – me dá um beijo estalado na bochecha.

– Quanto mais velho, mais feio. – dispara Joe, depois me abraça. – Parabéns, velhote. – bate algumas vezes no meu ombro.

– Parabéns Oliver. – Sally me abraça e me entrega uma caixa. – A gravata é minha, e a meia você vai saber quando ver. – dá alguns tapinhas no mesmo ombro que Joe bateu.

– Hey! Amigão. – John me abraça também. – Espero que goste. – entrega uma caixa para mim.

– Você sabia disso? – assente sorrindo.

– Estava encarregado de avisar a Felicity quando você saísse da base. – diz.

Cumprimento os outros convidados e as caixas de presentes aumentam. Vejo Felicity sorrindo para mim com Connor nos braços. Aproximo-me dela e lhe dou um beijo apaixonado.

– Você me enganou diretinho. – sussurro no ouvido dela.

– Fiquei encarregada disso. – segura a gola da minha camisa e me dá outro beijo. – Esse é o meu primeiro presente. – olha para a estante e pega uma caixa. – Esse é meu e de Connor. Quando a casa estiver vazia, te dou o outro. – abro o embrulho e vejo o desenho de um barbeador na caixa. – Você estava brigando com o seu.

– Eu o quebrei na verdade. – falo, a fazendo sorrir. – Aquilo é um barril de cerveja?

– Thea. – diz, apenas.

– Só podia ser. – comento. – Ele está bem? – aliso a bochecha de Connor com meu polegar.

– Sim. Dormiu o dia inteiro. Ele sentiu sua falta, quer ele? – assinto com um enorme sorriso. Felicity sorri e com cuidado coloca Connor nos meus braços. Seus olhinhos azuis encontram os meus e seus finos lábios se alargam.

– Oi bebe. – inclino minha cabeça e lhe dou um beijo na bochecha. – Vamos a um lugar menos agitado. – subo as escadas e entro no quarto de Connor. Sento na poltrona e entrego o a ele o bichinho que ele gosta de morder.

Respiro fundo, sentindo as coisas mudarem completamente em minha vida. Casar, ter filhos, formar uma família, eram as ultimas coisas que eu pensava. Mas, quando Felicity reapareceu na minha vida, eu passei a pensar em um mudo com ela, uma família com ela. E com o tempo isso foi aumentando, Connor caiu de pára-quedas nas nossas vidas e nos uniu ainda mais. Tenho certeza que essa mudança é tudo que eu quero.

Olho para Connor e ele está fechando os olhinhos. Levanto e o coloco no berço. Fico o observando até ele dormir. Coloco o bichinho de borracha ao seu lado e lhe dou um beijo na testa. Saio do cômodo e fecho a porta.

[...]

A festa rolou até as duas da manhã. Até os convidados estarem exaustos e a cerveja ter acabado. Despedi-me de todos que iam saindo e agradeci por terem comparecido. Thea e Roy foram os últimos. Felicity e eu nos despedimos deles. Olhamos ao redor e a bagunça estava grande.

– Estou muito cansada. – diz.

– Eu também. – a pego no meu colo e subo as escadas, passamos no quarto de Connor e ele dorme tranquilamente. Depois entramos no nosso quarto, com cuidado a coloco sobre a cama. Deito lentamente meu corpo sobre o dela, minha boca roça na sua pele, fazendo-a arrepiar-se.

– Não estava cansado? – murmura. Ergo minha cabeça e fito seus olhos.

– Para você? Nunca. – a beijo fervorosamente. Nos livramos das roupas e fazemos amor.

Felicity estava com metade do corpo sobre o meu. Suas pernas enroscadas nas minhas. Sua mão afagava meu cabelo e a outra encaixada na minha. Esta na hora de falar sobre a minha demissão.

– Felicity. – ela ergue o rosto e fita meus olhos. – Não trabalho mais para a Cia. – rapidamente ela se senta na cama e enrola a coberta no corpo.

– O que você teve que fazer? Vai forjar a morte? Se infiltrar em uma organização do mal? – pergunta rapidamente, com a feição cheia de medo.

– Não. – sua expressão se suaviza. – Só tive que resgatar dois agentes da Cia que foram raptados. Está tudo bem agora. Acabou definitivamente. – pouso minha mão em seu rosto.

– Não vou mais precisar me preocupar quando você sai toda a manhã? – faço que não com a cabeça. – É isso mesmo que você quer?

– Quero ficar ao lado da minha família. Sem me preocupar em chegar vivo depois de uma missão. – limpo uma lagrima que desceu pela sua face.

– Ainda bem que esperei mais um pouco para lhe entregar o meu presente. – levanto uma sobrancelha e fito seus olhos.

– Que presente? – indago. Ela sorri arteiramente. Estica a mão e abre a gaveta da cômoda. Tira uma pequena caixinha de dentro e me entrega. Um pedaço de papel está colocado com fita na tampa da caixa.

– Primeiro leia o bilhete. – abro o papel que está dobrado e vejo duas barras, ao lado está escrito POSITIVO. Em baixo tem apenas uma barra e ao lado está escrito NEGATIVO.

– O que é isso? – pergunto, sem entender nada.

– Abra a caixa. – faço o que ela mandou e tiro um objeto parecido com um termômetro de dentro. Vejo duas barras desenhadas na superfície do objeto. – É um teste farmacêutico de gravidez. – fito seus olhos e depois olho para o papel.

– Positivo! – exclamo. – Duas barras, positivo! – coloco minha mãe sobre sua barriga. – Você está grávida? – lagrimas caem dos seus olhos que brilham intensamente. Faz que sim com a cabeça e segura minha mão. Não seguro as lagrimas que teimavam cair.

– Você vai ser papai novamente. – puxo seu corpo e a abraço forte, mostrando o quanto estou feliz.

– Obrigado. – sussurro. Ela se afasta e fita meus olhos.

– Por o que? – a beijo com amor.

– Por me fazer o homem mais feliz do mundo. – jogo alguns fios de cabelos caídos na sua face para trás. – Eu te amo muito. – a beijo avidamente.