Paradise On Hell

New Girl


ELENA'S P.O.V.

Passar o final de semana na escola é até suportável, mas ser chamada de infiel num namoro de mentira por andar na escola com o babacão do Damon é sacanagem.

PORRA UNIVERSO, TU TA DE BRINCADEIRA COMIGO?

– O que você quer Matt? - o cabeção reagiu, depois de ambos ficarem se encarando feito dois idiotas. - Nah, pera, já sei.. Veio descontar sua TPM em mim?

– Muito engraçado Damon, realmente, muito engraçado! - O loiro que não vale uma unha minha falou, provavelmente sem resposta. - Stefan vai adorar saber da piada.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Ah pelo amor de Deus né Matthew, me poupe.

O QUE ELES ERAM? DUAS MENINAS? POR QUE BRIGAVAM FEITO GAROTINHAS. Se é que isso é uma briga. Eu só fiquei fazendo minhas observações mentalmente pra não piorar nada.

– Ta vendo isso aqui? - O loirinho perguntou, mostrando o celular. - Tem fotos de vocês dois, um em cima do outro no dia que você estava na parte do dormitorio das meninas. Também tem foto de vocês hoje. - Ele riu. - Então, eu acho que vocês estão sob meu...

Damon não deixou que o Matt terminasse a frase, e virou o punho fechado no rosto dele. AGORA SIM! EU QUERO VER SANGUE. Tava precisando de um filminho de ação pra acabar com meu mal humor. Matt, praticamente no mesmo segundo, revidou o soco, só que acertou no ombro do babacão, que voou em cima dele como resposta. Euzinha linda me sentei num banquinho que tinha ali perto pra ficar assistindo. Tá, eu sei que eu deveria ter tentado interromper, mas preferi não. Eu ia adorar ver a cara do Damon toda machucada depois, ia ser interessante. Mas o cabeçudo era bem forte e rapido, e infelizmente era quem estava por cima.

– Para de ser criança, me dá essa merda de celular. - Matt aproveitou que Damon estava falando e deu um peteleco nos olhos dele.

Ta vendo só, é por isso que eu o chamo de vários nomes feios, o idiota é realmente burro.

Mas eu tava achando bem engraçado aquilo tudo. Eles ficavam se batendo e reclamando de dor. Era pra eu estar preocupada com as fotos, mas... Não. Os dois estavam "rolando" no chão, numa briguinha estilo primário mesmo. Mas..

ESPERA! O QUE É AQUILO NO CHÃO?

Sai do meu banquinho e fui engatinhando pra perto da briga, com muito cuidado pra não levar uma cutuvelada na cara ou qualquer outra coisa. Os dois estavam tão entretidos na brincadeirinha, que não perceberam que o Matt deixou o telefone cair. Mas tava meio dificil pra eu conseguir pegar. Quando eu esticava a mão, parecia que eu ia apanhar junto, dai eu me afastava.

Nota mental: Cuspir na cara dos dois, dar um chute no saco do Matt e sair correndo.

"Vai Elena, você consegue" "Não, eu não consigo" "Consegue sim caralho".

Dei um chute rapido no celular, fazendo com que ele fosse um pouco mais pra longe da briga, que parecia que nunca ia acabar. Sério, ja tava ficando intediante e pelo jeito não tinha ninguém naquela escola pra separar. Mas, voltando ao celular... Fui correndo e o peguei, na tentativa de apagar as fotos, mas a porcaria tinha senha. Coloquei todos os numeros possíveis que vieram na minha mente, até que ele bloqueou.

– DEVOLVE O MEU CELULAR GAROTA. - Eu tava tão entretida que não vi que a briga tinha acabado. Agora o loirinho tava correndo atrás de mim feito um desesperado.

E o que eu fiz? Corri também!

– Corre Elena. - O cabeçudo gritou incentivando e rindo ao mesmo tempo.

A minha melhor ideia foi entrar no banheiro feminino e, pra minha surpresa, ele não entrou junto. Eu nunca entendi essa coisa com banheiros. Só tinha uma placa diferenciando, e nem tinha gente vigiando, só que quase todo mundo tinha um bloqueio pra quebrar essa regra na escola.

– Sai daí Elena!

– Me fala a senha que eu não dou descarga no seu celular. - Ameacei lá de dentro.

– NÃO!

– Então, bye-bye celular. - Levantei a tampa da privada fazendo o máximo de barulho, só pra botar pressão.

– Não faça isso! - Ele pediu.

– Me da a droga da senha então.

– É 1909 - Ele falou depois de um tempo.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Eu desbloqueei o celular e fui rapidamente nas fotos e... Que monte de foto de mulher pelada era aquela? Além de louco ele era tarado? Ai que nojo. Apaguei todas as fotos, só de sacanagem.

Abri a porta de um dos banheiros no qual estava.. Ops.

NÃO, DROGA!!

É AGORA QUE EU TO MORTA, MORTINHA. PUTA QUE PARIU.

A merda do celular escorregou da minha mão e caiu na água da privada, que por sorte tava limpa. Olhei pro cima, fazendo cara feia pra papai do céu naquele momento, e amaldiçoando o Damon por ter uma droga de inimigo. Respirei fundo, contei até três e enfiei a mão na privada (QUE ESTAVA LIMPA, EU NÃO SOU PORCA) e peguei o celular.

Sai de dentro do banheiro com a maior cara de enterro possível, e o Matt tava encostado impaciente na parede.

– É.. Matt? - Ele me olhou, de cara amarrada. - Seu celular é a prova d'água?

– Você não..

Antes dele terminar a frase, joguei o celular estragado em cima dele e sai correndo o mais rapido possivel, encontrando com o Damon no meio do caminho. Sem pensar duas vezes eu pulei nas costas dele.

– CORRE!!!!!!!! - Gritei, e o pangaré obedeceu depois que viu o Matt vindo atrás de nós.



Horas mais tarde...

Eu tava com uma puta dor de cabeça, talvez por culpa do Damon, que não parava de falar o quanto EU era burra por ter estragado o celular e por depois tê-lo feito correr metade da escola comigo nas costas. Só que na verdade, a culpa disso tudo era inteiramente e exclusivamente dele. Ele era culpado até pelas coisas que eu fiz de errado. E pra piorar a minha cabeça ficava num ZZzZZz irritante, parecia que ia explodir a qualquer segundo. Estava sozinha no quarto, já que Bonnie havia ido para a casa dos pais e a sebosinha tinha ido encontrar com meu pai e a nojenta da mãe dela, que vieram dos Estados Unidos só pra nos ver. Parece que meu pai havia se esquecido da minha promessa de não falar mais com ele.

Meu celular começou a tocar alto, e eu me xinguei mentalmente por não ter lembrado de colocá-lo no silencioso.

O nome "Caroline" piscava na tela, com uma foto dela com a cara toda verde e lambuzada de uma máscara de beleza.

– Late. - Falei desanimada.

– Guarda o seu mau humor pra mais tarde, porque não tenho boas notícias. - Ela falou sussurrando.

– Por que ta falando baixo ô sem noção?

– To no banheiro do restaurante, não quero que ninguém me escute. - Revirei os olhos e esperei ela continuar. - Seu pai e minha mãe resolveram adiar o casamento. - O QUE?

– É BRINCADEIRA NÉ? - Me sentei na cama e pude sentir meu sangue fervendo.

– Não, eles pretendem se casar já em Julho. Opa, preciso desligar. - Ela desligou e eu joguei o celular longe, me arrependendo depois e indo ver se não tinha quebrado.

Se eles realmente fossem se casar em Julho eu só teria mais alguns meses pra surtar. E presa nessa escola, como eu iria conseguir acabar com essa droga de casamento? A resposta era bem óbvia: eu não ia. Enfiei a cara no travesseiro e comecei a gritar. Pronto, meu dia já gastou toda a cota pra ser ruim. Eu não ia nem sair do quarto, porque corria um grande risco de piorar. "Poxa mãe, porque você me deixou aqui sozinha?" Só Deus sabia o quanto eu sentia falta de minha mãe. Eu e Isobel eramos inseparáveis, e meu pai nos dava toda a atenção do mundo, até que uma droga de acidente de carro acabou com tudo. Agora o John (não conseguia mais chamá-lo de pai) ia se casar com a Jenna e eu tava prestes a ter um AVC. Pode ser criancice, mas cara, não da pra suportar isso. É demais pra mim.

Bem que eu podia arrumar um jeito de fazer a vida dele um inferno daqui.

Espera.. É isso!

Elena Gilbert, você é um gênio!



#Segunda-feira 7:30 a.m.#

– ELENA, SAI DESSE BANHEIRO! - Bonnie gritou impaciente.

Ela tava tão nervosa.. Tudo bem que fazia mais ou menos uma hora que eu estava ali, mas mesmo assim. Me dei mais uma olhada no espelho antes de sair, e abri a porta. Bonnie e Caroline, que estavam discutindo sobre quem usaria o banheiro primeiro, pararam e me olharam boquiabertas.

– Mas o quê..

– Gostaram? - Não pude deixar de rir da expressão delas.

– Você ta maravilhosa, mas isso vai dar um problemão! - Bonnie falou.

Eu tinha meio que customizado meu uniforme completamente. Costurei a saia, fazendo com que virasse cintura alta, e cortei a blusa, a deixando curta, porém a saia impedia que minha barriga ficasse a mostra. Coloquei botões na blusa, para que pudesse usar um discreto decote, e deixei o nome da escola no canto direito do peito, ah, e claro, eu estava usando um casaco curtinho por cima, já que naquela droga de lugar fazia frio todo dia. Já tinha feito o dever de casa: li cuidadosamente as regras da escola, e lá não falava nada sobre mudar a saia ou a blusa, apenas dizia "use o uniforme sem tampar o nome escolar". A minha sapatilha preta foi substituida por outra sapatilha, que tinha um saltinho pequeno, e meus cabelos estavam devidamente cacheados nas pontas.

– To com inveja. - Caroline falou e eu ri.

– Mude você também.. Vai ajudar ainda mais no meu plano. - Elas me olharam sem entender e eu respirei fundo antes de explicar. - Pretendo dar dores de cabeça no meu pai, mesmo que de longe, e vou começar quebrando pequenas regras. To me vingando da droga do casamento. - Sorri satisfeita.

– Impressionante. - Bonnie falou. - Bom, se resolvam ai PORQUE QUEM VAI USAR O BANHEIRO SOU EU. - Ela disparou pra dentro e fechou a porta antes que Caroline pudesse impedir. A sebosa bufou e deu dois chutes na porta, irritada.

– Bom, vejo vocês mais tarde.

Peguei minha bolsa em cima da cama e saí do quarto.

http://www.youtube.com/watch?v=G9VSGPmkUc0

Enquanto eu andava pelo Campus em direção a lanchonete, pude sentir alguns muitos olhares pra mim. Em geral eu ficaria incomodada, mas não hoje: eu queria era incomodar. Queria chamar atenção, principalmente a da diretora Saltzman. Ela já não ia muito com a minha cara, então seria fácil levar uma ocorrencia, suspensão, advertencia, etc. Pelo menos era o que eu esperava. Queria que o primeiro fofoqueiro que me visse, já fosse correndo pra direção mas, se isso não acontecece, os professores agiriam por mim. Não tinha como o plano dar errado. Porque o que eu queria era que desse errado. Eu queria que meu pai se arrependesse por ter me tirado da linda e ensolarada Malibu - Califórnia, e ter me mandado pra esse inferno congelante da Inglaterra.

– Exagerou na roupinha em, querida! - Uma voz feminina surgiu de trás de mim, e era a tal da Lexi.

– Há, e o que é mesmo que você tem a ver com isso? - Perguntei grossa, enquanto entrava na lanchonete da escola.

– Eu, nada. A diretora, tudo! - Ela falou justamente o que eu queria ouvir.

– Um capuccino, por favor. - Pedi pra tia e em seguida me voltei pro projeto de vagabunda que me encarava. - Eu iria agradecer se você falasse pra ela. - Me sentei no banco proximo ao balcão da lanchonete.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Ah é? E posso saber por quê?

– É.. Não! - Sorri falso e ela revirou os olhos. - Agora se me der licença, eu to com fome e você embrulha meu estômago. - Ela já ia saindo, mas eu a interrompi. - Querida. - Lexi olhou pra trás. - devo lhe alertar que você está com um enorme bigodinho de suor - Falei um pouco alto demais, fazendo os demais que estavam ali rir e ela sair do local com a mão na boca.

Estúpida.

– O seu capuccino. - A tia colocou em cima do balcão e eu agradeci com a cabeça.

Sem café de manhã eu simplesmente não funcionava. Ainda mais em lugares frios. Tava até começando a me arrepender de ter mudado o vizual hoje, tava mais frio que o normal.

– Olá Elena, dando o ar da graça logo cedo. - Olhei pra trás e estava o idiota do Matt.

Eu até tava meio arrependida por ter estragado o celular do cara, mas dane-se, né?

– Olá Matt, dando o ar da desgraça logo cedo! - Voltei pro meu café.

– Você pode até ser gata, mas não escapa da minha lista negra.

– Nossa, que ameaçador em fera.. To morrendo de medo!

Pelo jeito hoje não ia rolar de tomar meu café em paz.

– Sabe Elena.. Eu não sou tão ruim assim quanto você pensa.. - Ele falou, enquanto puxava um banco pra se sentar ao meu lado.

– Imagina né? Você é péssimo.

Ele ia começar a falar, mas meu "namorado" interrompeu, e eu dei graças a Deus.

– To atrapalhando alguma coisa? - Stefan perguntou, me dando um selinho e passando os braços em volta do meu ombro.

– Amor, pede pra ele sair daqui? - Falei com uma voz manhosa, o fazendo rir.

– Você ouviu Matthew, vaza.

Para a minha surpresa, ele simplesmente levantou, olhando com raiva antes de sair. Meu heroi se sentou onde Matt estava, para tomar café junto comigo. Eu tenho que admitir que Stefan não era a pior companhia do mundo. Ele era meio idiota, muito parecido com os amigos, mas era legal, engraçado e tinha um olhar infantil e meio timido. E, bom, ele não era feio.. Digamos que a Nova Elena Gilbert tinha um falso namorado a sua altura.

Nós ficamos conversando por um tempo, enquanto não dava o horário da aula. Estranhei a demora de Caroline e Bonnie, e estranhei também nem o Tyler e nem o Damon estarem ali.. Opa, falando nele, Damon estava entrando naquele momento na lanchonete, com o cabelo bagunçado, gravata larva e combinando o uniforme com um All Star surrado. Ele era o tipico bad boy que todas as garotas querem.. Quer dizer, menos eu. Aquele cabelo encebado e aquele ar de babaca não me deciam a garganta. Ok, ele era bonito.. Quer dizer, só um pouquinho.

– Elena.. ELENA. - Stefan me tirou de meus pensamentos. - Acorda.

– Desculpa, é o sono.

Eu ainda estava olhando pro lado que Damon estava, ele olhou em minha direção, analisando minhas roupas provavelmente, e assim que viu Stefan, balançou a cabeça e se sentou de costas para nós.

– O que você tava dizendo mesmo? - Perguntei.

– A Rebekah chega hoje à tarde, e eu vou aproveitar que agora você é a menina mais sexy da escola. - Ele deu um sorrisinho de canto. - E provocar bastante. Prepare-se.

Por que eu tava fazendo isso mesmo? Ah.. Aquele maldito boato. Mas até que Stefan fez seu trabalho: ninguém mais tava falando sobre eu ter passado a noite com o cabeçudo. Amém.

Meu celular vibrou na minha bolsa, e o peguei. Era uma mensagem da Bonnie:

"Caroline atrasou e perdeu a chave, a gente se vê na aula"

– Acho que vou pra aula já, as meninas não vem.

– Te acompanho. - Revirei os olhos quando ele falou isso.

– Eu não preciso de segurança, cê sabe né?

– Ta ligada que namorados andam juntos? Pois é. - Ele falou, dando um ultimo gole no seu café e se levantando.

Saímos dali lado a lado, enquanto ele me acompanhava para a sala. De novo, eu tinha que fazer bonito e ao menos tentar chamar atenção. Não podia passar de hoje o meu encontro com a direchata. Ia andando com um pé na frente do outro, enquanto alguns idiotas do campus quebravam o pescoço, e isso fez com que o Stefan passasse as mãos em volta da minha cintura. Porra, ele tava estragando, com ele assim ninguém ia me notar. De canto eu pude ver a Lexi bufando e de cara amarrada. Pelo menos uma coisa era certa: em pouco tempo ali eu ja tinha uma inimiga. Lexi é aquela que eu usaria de escudo num incendio.

– Elena, vou te deixar ir sozinha daqui, preciso de falar com o treinador.

– Sem problemas. - Problema nenhum mesmo, achei ótimo. Ele me deu um beijo, no rosto, se despedindo.

Fui andando tranquilamente pra sala, porquê, se eu chegasse atrasada, o problema seria ainda maior, e quanto mais problema, mais feliz eu fico. Sorri satisfeita. Minha vozinha angelical falava "isso é loucura", e meu capeta interior gritava de felicidade "vai com tudo irmã, que é nois". Ai que horror.

"Fiu fiu", olhei pra trás e era o idiota do Damon assobiando. Mais um pro meu dia ficar mais colorido.. Ou preto e branco.

– O que quer? - perguntei sem parar de andar e sem nenhum humor na voz.

– Adorei o uniforme. - Debochou.

– Me erra, Damon. - Tentei não olhar pra cara dele.

– Ta querendo aprontar né?

Não respondi. Sério, quando se trata do Damon, o melhor é ignorar. Você se sente muito melhor.

– Vai me ignorar agora, dona encrenca?

Percebi que ele não ia desistir, então me virei pra responder, e vi que a Lexi estava tentando ser discreta ao olhar na nossa direção, com uma cara bem enciumada. Eu até achei interessante esse ciumes todo dela pelo Damon, ainda mais quando ele tava comigo. "Não Elena, foco"

– Encrenca? Não tinha apelido melhor não? - Falei finalmente.

– É que se encaixa bem em você.. Não acha? - Ele piscou e eu fiz cara de nojo.

– Olha, campeão, o que eu vou fazer ou vou deixar de fazer, simplesmente não é da tua conta... Ah, aquela ali ó. - Apontei pra trás, onde o projeto de vagabunda se encontrava. - Não tira os olhos daqui. Vai dar atenção pra tua namorada, antes que ela venha me encher o saco.

Ele bufou meio estressadinho, mas não dei muita atenção. Fui andando pra sala, não queria perder tempo com o Salvatore, ele me tirava do sério, e eu ia precisar de muita paciência pra conseguir "ir em frente" com o meu plano. Cara, eu acho que preciso de assistir filmes, to levando essas paradas muito a sério. Mas nesse caso, eu não tiro a minha razão em querer prosseguir com o plano.

Cheguei na sala de aula finalmente, sem nenhuma pessoa indesejada me interrompendo. Caroline e Bonnie estavam discutindo, pelo que parecia era ainda a história do banheiro. Revirei os olhos e preferi não me meter na história, porque eu iria defender a Bonnie, já que era sempre mais legal ver a Caroline irritada. Ela era bem infantil quando queria.

– E ai, moça-fatal - Bonnie deixou Caroline de lado e se virou pra mim. - Já conseguiu o que queria?

– Eu to na sala da diretora? Então, não, eu não consegui o que eu queria.

E pelo que eu tava percebendo, ia ser muito difícil eu ir pra sala da diretora. Os professores até me olharam feio, mas nenhum me mandou sair de sala. A Lexi também não foi reclamar com ela. Será que eu precisaria colocar fogo na escola? Porque se fosse preciso, eu colocaria sem nenhum problema. Meu serial killer interior tava bem aceso ultimamente... Não que dê pra notar.

Depois das aulas chatas do dia, eu fui pra quadra ficar vegetando no sol. Não tava afim de estudar junto com as meninas, e muito menos de sair andando pela escola pagando de namorada do Stefan, mais tarde a ex dele ia chegar e eu já teria que fazer isso demais. O meu dia tinha sido um fracasso: não havia conseguido nada do que eu queria. Já tava começando a desanimar. As líderes de torcida estavam praticando, e advinhem quem era a líder oxigenada e siliconada? Lexi. Ela meio que tentava dar mais ordens que a treinadora. Era patética. A coisa só ficou interessante mesmo quando uma das garotas se machucou. Desci alguns degraus da arquibancada pra assistir o show.

– Mary, você está bem? - A treinadora foi tentar socorrer a menina. Ela só tinha levado um tombinho, bem engraçado por sinal, caiu de bunda.

– Sim estou. - Ela falou com um sotaque inglês bem mais irritante do que o de qualquer um dali. Mas quando tentou se levantar fracassou e seu pé virou.

– Ótimo, agora estamos sem o topo da pirâmide. Boa hora pra se machucar em Mary. - Lexi falou.

Era incrível.. A menina tinha se machucado, e a oxigenada tava preocupada com a droga da pirâmide.

– Clarisse, leve a Mary para a enfermaria por favor. - A treinadora falou, enquanto pegava um caderninho. - Vamos precisar substitui-la. O jogo é semana que vem, e nós precisamos torcer.

– Mas quem? - Uma outra nojentinha de sotaque chato perguntou.

– Você.. - A treinadora olhou na minha direção, e eu olhei pra trás me certificando de que estava sozinha. - Você mesmo menina... Tem elasticidade no corpo?

– Treinadora, nós conseguimos ficar com uma a menos. É melhor que carregar peso morto. - Lexi se meteu.

– Já que você não quer que eu entre pra equipe, eu ficarei muito feliz em entrar! - Falei. - Tenho elasticidade sim. - Me virei pra mulher. Eu realmente tinha.

Lexi bufou em desaprovação.. Era ótimo irritar alguém, principalmente quando você não ia com a cara dessa pessoa.

A treinadora das líderes de torcida só queria me ver fazer alguns movimentos, tipo, cambalhota, estrela, ponte.. Essas coisas. Era bem fácil pra mim, já que quando era mais nova havia feito ginástica olímpica por esporte. Na hora que eu estava pronta pra virar cambalhota no ar, o projeto de vagabunda colocou o pé na frente, me fazendo tropeçar antes de completar o movimento.

– SUA VADIA. - Disse, assim que cai no chão de costas. - POR QUE FEZ ISSO? - Gritei, irritada. Eu tava prestes a voar na cara da vagabunda.

– Fiz o que? Você cai e a culpa é minha? - Se fez de santa.

– Garotas, por favor nada de...

– Desculpa treinadora.. Mas é essa invejosa ai que me fez cair, e que não aceita que eu sou melhor que ela. - Falei, provocando a Lexi. - Isso tudo deve ser culpa da dor de cotovelo enoooorme que ela deve estar sentindo.

– Agora você foi longe demais. - Lexi disse, e antes que eu pudesse fazer alguma coisa, ela já tinha voado pra cima de mim, agarrando meus cabelos. - Sua idiota, mal amada.

– Que belo insulto em, Hannah Montana. - Falei, antes de segurar no cabelo dela e nós duas irmos ao chão.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– JÁ CHEGA. - A treinadora, que mais parecia um trator de tão forte, agarrou nós duas pelas orelhas. - PRA DIREÇÃO, JÁ!

(continua...)