Paga Para Matar

Dar uma chance?


Sayra Pov’s.

Assim que Lany abriu os olhos, eu me levantei de minha cadeira e corri para a cama, me ajoelhando no chão.

— O... o que... Quem é... – indagou ela atordoada com a mão na cabeça. – VOCÊ??? – disse ela desesperada. - Como... como... – disse sentando depressa na cama, se afastando de mim.

— Calma, calma. – tentei tranquiliza-la e ela me surpreendeu com um abraço apertado. Eu não sabia o que dizer.

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— Você está viva... viva... viva... – sussurrava ela.

— Ah, Lany... – a abracei mais forte.

— Me perdoa... Por favor, me perdoa.

— Lany... – foi o que consegui dizer.

— Por favor, me perdoa Sayra... Por tudo o que eu te fiz... Por ter te virado as costas... – dizia ela chorando. – Eu deveria ter confiado mais em você, deveria ter confiado mais na minha própria irmã... Me perdoa...

— Não tem problema, ei... ei... – disse segurando seu rosto, fazendo a mesma me encarar com os olhos marejados. – Eu te amo... Tá bom? Eu te amo. – a abracei.

— Mas... Como você... eu vi... no necrotério, eu te vi lá...

— Não era eu... – disse sorrindo. – Era outra pessoa...

— Me explica toda essa loucura... Não estou entendendo nada! – disse ela fechando os olhos e colocando as mãos na cabeça novamente.

Depois de lhe dar um remédio para a dor que a mesma estava sentindo, chegou a hora de contar tudo...

— Bom... Tudo começou quando... [...]

Justin Pov’s.

Depois que levaram Lany, eu não tinha mais a quem culpar. Eu não tinha mais a quem punir para poder me sentir melhor pelo que Sayra fez comigo. Como pude ser tão tolo de não acreditar no que diziam? De que Sayra matava pessoas? Como pude ser tão cego?

Era como se... Ah, eu já nem sei mais... Eu só sinto que algo dentro de mim mudou. Que eu já não sou mais o mesmo. Meu amor e saudade por Sayra, continua o mesmo, mas também há o ódio, e ele está crescendo.

Eu sou tão mau assim? A ponto de quererem me matar? Ainda mais a mulher que eu amo? Eu gostaria muito de descobrir quem foi que pagou para ela fazer isso. Eu sou realmente um lixo, uns trocados valem mais que minha vida.

— Justin? – era Khalil batendo à porta.

— Eae, bro? – respondi.

— Vai ficar o tempo inteiro deitado nessa cama? – perguntou. – Você é um cantor, cara! Não pode ficar assim.

— Selena esteve aqui? – perguntei.

— Ahn... Selena? – perguntou o mesmo coçando a nuca.

— Sim, ela esteve aqui? Eu ouvi a voz dela... – falei olhando para o teto, com as mãos atrás da cabeça.

— Sim, ela esteve. – limpou a garganta. – Mas já foi, eu disse a ela que você precisava descansar.

— Hm... – murmurei.

— Bom... Quer um conselho, Justin? – perguntou ele adentrando o quarto e sentando na cama. – Acho que você deveria esquecer a Selena... Vocês dois já deu o que tinha que dar, sabe? Agora é cada um para o seu lado. Você mesmo já percebeu que está melhor sem ela.

— Selena... – sorri. – Ela sempre esteve aqui para mim...

— Você... você está pensando em voltar com ela? – perguntou ele assustado.

— O que você tem, bro? – perguntei, estranhando seu comportamento.

— Nada, é só que eu me lembro de como você ficou quando estava com ela. Sua vida não era estabilizada, eram brigas o dia inteiro, traições... Eu sou seu amigo, cara! Não quero ver você assim mais...

— Estamos crescidos, Khalil... Crescidos, maduros, adultos e agora sabemos o que queremos e por qual motivo queremos...

— Você está ficando louco! – indagou ele se levantando bruscamente. – Depois não venha reclamar da relação de merda que vocês tem! – saiu do quarto batendo a porta.

O que ele tem?!

Apesar que não poderia julga-lo por sua reação. Com tudo isso acontecendo, todos ficamos sem chão... E estamos procurando alguém para descontar nossas frustrações. Sem contar que ele está certo. Eu era um merda quando estava com Selena. Qualquer briga que tínhamos, eu saia, a traía, a xingava... Era um inferno! Eu era um moleque! E agora estou aqui, ferido por um amor idiota de merda e ela ainda continua aqui, me apoiando. Acho que devo dar uma segunda chance para nós, agora que estamos mais maduros... Se ela está aqui até agora, é porque ela sabe o que quer. Diferente de mim que estive incerto todos esses anos. Eu estava disposto a esquecer Sayra de uma vez por todas e me livrar dessa culpa.

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Me levantei decidido do que queria e desci as escadas.

— Cadê Khalil? – perguntei a Ryan.

— Saiu, por que? – perguntou.

— Vou me acertar com Selena. Estou decidido a deixar Sayra para trás, já que ela morreu... – disse e me senti egoísta por escolher as palavras erradas e frias para dizer isso.

— Ah, legal, vai lá e seja infeliz! – disse ele.

— Qual o problema de vocês com ela?

— Não seria melhor perguntar qual o problema dela com nós? – indagou ele. – Já que é sempre ela que não quer se aproximar de nós, sempre ela que te distância da gente. Nem a sua mãe gosta dela! Só você não enxerga isso.

— Cale a boca, você não sabe de nada!

— Faz o seguinte Justin... Vai lá e troca a gente por ela de novo, mas saiba que quando você voltar, eu não vou estar mais aqui. Se você não faz questão da nossa amizade e nos deixa de lado por causa de uma mulher que só atrasa a sua vida, eu também não tenho o porquê fazer! – saiu me deixando sozinho na cozinha.

Sai dali e fui para a sala vendo Ryan sair da casa nervoso com Mel atrás dele.

— Cara, você acredita que o Ry...

— Ele me contou e eu estou com ele, bro! – disse Nash sem tirar os olhos da TV. Jessie o cutucou com o cotovelo.

Vi Chris sentado no parapeito da janela da sala de estar e olhando para fora, pensativo.

— Cara, você também está contra mim? – perguntei.

— Não... – disse ele sem me olhar.

— Também acha errado eu querer voltar com Selena? – perguntei novamente.

— Não... Se você... gosta dela... Vai lá e seja feliz... – ele limpou as lágrimas que caía de seus olhos.

— Nossa, cara. Me desculpa... – disse e senti uma pontada muito forte no peito

— Eu não consigo acreditar que ela sabia de tudo e me enganou... – disse com a voz embargada e me olhou com os olhos marejados. – Por que a levaram? Daquela forma? Disseram que ela sabia demais... O que ela poderia saber?

— Sobre esse contrato, é claro.

— Não... Se fosse isso... Ah, eu não sei... Só sei que eu acho que quem a levou, sabia do que estava acontecendo, sabia que descobrimos e levaram-na antes de ela dizer algo a mais... A tiraram de mim sem direito a despedida. – disse chorando. – Ela era tudo para mim... Você entende, cara? – perguntou passando as mãos pelos cabelos.

— Mas e a polícia? – perguntei.

— Disseram que não há nem pistas de onde ela possa estar, mas que estão fazendo o possível para encontrá-la.

— Vou contratar mais equipes para encontrá-la. – disse decidido.

Chris apenas assentiu e voltou a olhar para fora, pela janela.

Peguei as chaves de meu carro e fui a um lugar que eu queria esquecer, porém, quando vi, já havia estacionado o carro em frente ao cemitério e caminhava em direção ao tumulo de Sayra.

Havia uma foto dela num porta retrato. Ela sorria. Fiquei com inveja da pessoa que tirou essa foto e pode ver esse sorriso pessoalmente. Ela era tão linda. Precisava deixa-la para trás.

Depositei a rosa branca no túmulo e peguei o caminho de volta para casa. É tão inútil quando alguém morre! Tudo fica para trás, as roupas, os pertences, os sonhos, tudo. É como se aquilo nunca tivesse pertencido a ninguém! Está sem dono! A vida fica para trás. A única coisa que resta, é a saudade, a culpa. O remorso por ter perdido a chance de fazer, de falar, de demonstrar o quanto aquela pessoa significava para você. Então é quando você cria imagens em sua cabeça fazendo tudo isso, sendo a melhor pessoa do mundo para ela, só para amenizar um pouco a dor. Mas no fim do dia, você sabe que nada é real. É tudo coisa da sua cabeça. Você não fez o que podia ter feito, não falou o que podia ter falado, não demonstrou o que podia ter demonstrado. Então entende que agora poderá viver apenas de fantasia e ser melhor com as outras pessoas antes que elas também se vão e você se culpe por mais um sonho destruído.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.