PEV - Pokémon Estilo de Vida

Capítulo 43 – Eu amo você


Pokémon Estilo de Vida
Saga 03 – Guerra
Etapa 08 – Tempo

"O tempo muda tudo, acalma tudo, melhora tudo!
Mas o tempo não apaga nada, não resolve nada, não facilita nada!
E já que ele não se decide entre nos ajudar ou nos atrapalhar,
por que é que ninguém consegue dar um tempo no tempo?"

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Capítulo 43 – Eu amo você

– Pare a ave! -

O gritou de Lord Empalador se misturou aos sons de destruição que o poderoso Tornado Vertical da ave de Kevin estava provocado por toda a cidade. Tudo o que estava sendo sugado pelo túnel de vento, de carros a prédios. Era evidente que a ave estava controlando o movimento de forma que a área onde seu treinador estava não fosse sugada de imediato, de forma que o General também não estava ameaçado ainda. Mas, pedaços de Cacturne começarem a ser sugados para o túnel o deixando abalado.

A visão dos pedaços de seu falecido pokémon sendo sugados era demais para manter o controle numa situação como aquela]. Correu para um canto na esperança de achar algo a que se prender, apesar de que a visão de um prédio sendo arrancado do chão fazê-lo entender que ninguém iria se salvar daquilo caso Kevin não fizesse algo. Sentiu o corpo ser erguido e soube naquele momento que era o seu fim pois foi levado para os céus.

Kevin pareceu respirar aliviado, apesar de conter boa parte de suas expressões, inclusive a de que seu momento havia chegado. Afinal, ele tinha assumido o compromisso de salvar seus amigos, salvar sua família, salvar as pessoas que amava. Principalmente, salvar a pessoa que amava.

A morte de Lord Empalador e de todo o exército era o que Kevin mais queria em todo o seu plano. O imperador iria querer caçá-lo para vingar-se, ainda mais agora que toda a sua família havia sido dizimada. Os Países Livres teriam que trabalhar muito para se recuperar desse baque e não havia pessoas o suficiente, de confiança e competentes, para lidar com as tarefas que veriam a seguir. O Imperador seria louco de querer manter seus caprichos em meio a confusão que havia se metido. Caprichos como o casamento arranjado de crianças que sequer ainda estavam sendo planejada pelos pais, que sequer ainda sabiam se viveriam o suficiente para encontrar alguém para se casar.

Por via das dúvidas, após saber que sua irmã ainda estava viva enviou para a imprensa a história da família Mevoj, ocultando suas identidades e fatos que poderiam levar a revelar as mesmas. A impressa divulgaria que havia um boato de tudo ter sido por causa de um casamento arranjado e o mundo ficaria olhando para os Países Livres em busca de um sinal de que mais de trezentas pessoas morreram porque alguém queria obrigar a dois jovens, que não se conheciam, a se casar, e a ideia veio bem antes que os dois pudessem ter a possibilidade de serem gerados.

Era um plano, mas para que tudo fosse concluído com sucesso ele precisava morrer. Ele pensou em simplesmente se esconder. Fingir sua morte e tantos outros, mas viver longe da irmã e dos amigos se mostrou ser muito difícil e agora ele sabia que jamais poderia ficar oculto, pois se soubesse que algo acontecia com algum deles acabaria indo salvá-los.

Se longe da irmã ele não podia viver, que dirá longe de Riley. Tinha certeza que faria algo para vê-la, para ter contato. Talvez não fosse nos primeiros meses, mas anos mais tarde ele sentia que iria ver a menina, talvez no dia do casamento. Ele não sabia que era o prometido de Riley e assim imaginava que acabaria procurando por ela quando ela completasse seus vinte e um anos e tivesse que desposar.

Morrer era uma decisão difícil, uma resposta louca, mas uma solução que não traria problemas para mais ninguém. O tempo dizia mudar tudo, mas não facilitaria esquecê-la. Diziam que tudo melhoraria com o tempo, mas o tempo não resolve nada por si só. Aceitar morrer não era uma solução fácil para quem era selvagem, mas ao olhar para cima era difícil acreditar que realmente ele poderia sobreviver ao ataque de seu pokémon.

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A visão que Kevin tinha era de algo que ele mesmo já não sabia como podia ter sido construído. Sua ave se descobriu rara e dotada de uma habilidade de fazer o que era fisicamente impossível. Era mais que um pokémon que estava acima dele, pois um pokémon certamente não poderia desintegrar uma cidade em poucos minutos, apenas com poderes de vento.

Poeira subia, destroços em fila, carros que iam e vinham pelo ar, ainda sem serem sugados completamente pelo ataque final que Kevin havia imaginado. Nunca em uma luta ele havia ido tão longe, nunca em uma luta ele precisou fazer tanto. Nenhum rival humano o forçara tanto, mas também nunca esteve diante de um rival que ameaçasse um sonho dele.

– Acho que foi meu rival mais persistente. - Kevin falou para si mesmo. - Quantas vezes será que lutamos? -

Kevin riu do que acabara de dizer em voz alta. Seus últimos pensamentos iam ser quantas vezes enfrentou Lord Empalador em outras vidas. Demorou um pouco para compreender o que eram os estranhos sonhos que tinha, os pesadelos dele salvando Riley, e algumas vezes Lívia, mas ao entender o que eram, tudo pareceu ficar tão mais simples, tão mais fácil.

Quem olhasse de fora e presenciasse o que Kevin havia feito naquela ilha no curto espaço de tempo, certamente o chamaria de deus. Um humano normal jamais conseguiria, sozinho, com a ajuda de menos de meia duzia de pokémon, derrubar mais de quinhentas pessoas que só pensavam em matá-lo. Destruir uma cidade inteira, sem que ele próprio viesse a se ferir gravemente.

Mas, isso era possível quando ele já sabia como cada um dos quinhentos agia. Se você sabe que a pessoa que vai te atacar vem para a direita e está certo de que você não desviará, você pode sair-se vitorioso se agir na hora certa. Kevin sabia tudo aquilo porque ele estava tendo visões de coisas que já haviam acontecido. Ele tinha sua teoria de como aquilo estava acontecendo, mas não importava mais naquele momento. Ajudou-o a vencer e deveria ser o bastante.

Kevin suspirou sentindo seus cabelos sendo puxados com força pelo vento e seu corpo começando a ser erguido.

– Mostra do que você é feito, Pidgeot! Não deixa sobrar, nada! -

Kevin ergueu os braços enquanto via vários escombros começarem a serem erguidos, junto a correntes de poeira. Sorriu com a cena única, que certamente ninguém que via sobrevivia e, então, fechou os olhos.

– Kevin! Kevin! Kevin! -

O jovem Maerd arregalou os olhos assustado. Sabia bem de quem era aquela voz e não acreditava que aquilo estava acontecendo. Havia sentindo seu corpo se elevar e sair do chão, mesmo que por meros instantes, mas quando a voz começara a gritar corpo pesara novamente.

Olhou de um lado para o outro, desesperado. Desejava que sua mente apenas estivesse brincando com ele, mas de uma certa forma sabia que não. Não demorou também para que seus olhos confirmassem que não era uma brincadeira de sua mente. Correndo em sua direção, com olhos cheios de lágrimas, Riley aparecia em seu campo de visão. Desesperada para alcançá-lo.

O loiro não se mexeu, atordoado com o que estava acontecendo. A viu se aproximando a cada instante e então parou de repente, olhondo para cima.

– Interrompa! - Ele berrou a plenos pulmões. - Interrompa o ataque, Pidgeot! -

Kevin estendeu os braços recebendo Riley que chegou até ele, abraçou-a, tão desesperado quanto ela estava.

– Pidgeot! - Ele berrou mais forte, mais alto. Apertando-a no abraço, querendo protegê-la do que estava por vir, mas sem saber realmente o que fazer. Ela não deveria estar ali. Havia instruído a todos os seus pokémon e tinha certeza que Meganium, Gengar e Pidgeot não errariam. Eles protegeriam Riley em um lugar fora da ilha. - Pi... -

E então ele parou de gritar. Seus olhos que confirmaram que sua mente não estava a pregar peças quanto a presença da menina ali, também mostram a ele que aquela situação não era como ele acreditava. Ele viu que Riley estava com um pijama e que chegava a cheirar a novo naquela situação. Ele estava todo molhado por causa da chuva que quase não tocava mais o solo por causa do tornado ela estava totalmente seca, desconsiderando a face banhada pelas lagrimas. E o tornado era o que mais confirmava a Kevin que algo estava errado. Tudo acima dele estava paralisado, nada e movia de um lado para o outro e podia ver a poeira paralisada em pleno ar.

– Celebi? -

Questionando, talvez mais a si mesmo do que a Riley, Kevin parou sua agitação. Só conhecia um ser capaz de parar o tempo, mas não acreditava que ele viria a interferir em sua morte naquele tipo de situação.

– Você pode voltar! Você pode voltar comigo! Ninguém vai te matar! - Riley abraçava-o com força chorando e tentando explicar a ele tudo o que havia vivido desde a sua morte. - Achei o video e pedi vocês de volta! -

A menina agarrava o rapaz com força, temendo que se o soltasse nunca mais fosse conseguir vê-lo.Ela podia sentir o quanto o coração dele batia forte e acelerado. Depois que pediu a Celebi que trouxesse de volta Kevin e Maya, não tinha ideia do que iria acontecer. Quando se viu naquele lugar caótico prestes a ser destruído surtou. Demorou para compreender o tempo parado.

Mas, ao visualizá-lo ao longe não quis entender o que realmente acontecia ali. Agora estava com ele e sentia-se feliz, aliviada e com esperanças de nunca mais sentir aquela dor novamente.

– Volta comigo! - Ela repetiu agora tentando encará-lo.

Ele sorria docemente para ela. Era aquele sorriso ao qual ela tanto sentia falta, aquela presença carinhosa que funcionava como um santo remédio. Não se importava se por ventura tivesse que vê-lo dar atenção a Lívia, não importava se por ventura surgisse outra pessoa que ficasse entre eles, mas desde que ainda pudesse ver aquele sorriso direcionado para ela, ela sentia que seria feliz.

– Você achou meu vídeo! - Disse ele sorrindo de forma acalmando-se de tudo aquilo que estava os rodeando. Ele viu que ela balançava a cabeça. - Então sabe que não posso permanecer vivo e com você sem colocá-la em risco. -

Kevin disse aquilo evitando falar da irmã e todos os demais. Aquela conversa era apenas entre os dois, era sobre os dois.

– Tudo mudou! - Disse Riley. - Você é o meu prometido! -

Ela esperou a reação do loiro, mas ela não veio. Mas, talvez fosse difícil ele mostrar algo diferente daquele sorriso doce e ter os olhos a brilhar a sua frente. Ela pensou em repetir, mas no final não precisava, aquele sorriso era melhor do que qualquer reação para ela.

– Barreira esteve na ilha.. Ou melhor aqui, para te encontrar e falar sobre essa história do passado de sua mãe. Mas, Roger o encontrou e o feriu. Os soldados do império o levaram de volta aos Países Livres antes desta destruição. - Ela parou por um momento sem compreender ao certo porque a expressão dele não mudava. - Não precisa morrer! Pode voltar comigo e então... -

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Ele beijou interrompendo-a. Foi de repente e por mais que ela quisesse explicar mais do que havia acontecido, sentiu-se tonta pelo beijo que passou uma semana inteira desejando. Sentiu sua cintura ser envolvida por um dos braços dele, com isso sentiu o corpo dele comprimir-se contra o seu deixando que ela sentisse como o corpo de estava molhado pela chuva, bem como a respiração que ainda estava ofegante. Seu corpo foi docemente elevado enquanto sentia os lábios sendo seu lábios sugados.

O beijo terminou e ela apenas abriu os olhos e ficou a olhá-lo. Ele ainda tinha aquela expressão doce, mas agora seus olhos também brilhavam. Era aquele tipo de reação que ela esperava dele, não gritos de felicidade, não sorriso escancarado, não duvida ou mesmo incredulidade. Esperava justamente aquela reação maravilhosa, de ficar maravilhado com a noticia e agarrá-la sabendo que não havia nada que impedisse que ficassem juntos.

– Quais foram as palavras que você usou para o desejo? - O loiro perguntou e viu a morena franzir o cenho ao não compreender a pergunta.. - Na verdade, não importa muito. O importante é o motivo pelo qual Celebi te trouxe até aqui, com o tempo paralisado segundos antes de eu morrer. - Ele encarou-a. - Você entende o motivo? -

Riley apenas balançou a cabeça de um lado para o outro. Ela havia dito que queria a Maya e o Kevin de volta. Ela se lembrava exatamente das palavras, já que nem haviam sido ditas a menos de meia hora. Kevin estava ali, mas Maya não estava. O que isso significava?

– Bem... - Kevin abraçou e a manteve no abraço. - Como vou explicar isso? -

Riley o apertou no abraço. De alguma forma ela sabia que ele diria algo que ia a deixar triste. Algo que ela não gostaria de ouvir.

– Celebi é um viajante do tempo espaço. Significa que o pedido que ele nos conceder tem só vai dentro das habilidades que ele possui. Imagino que você tenha pedido para me reviver, ou algo desse gênero, né? -

– Eu quero você e Maya de volta. - Disse ela ainda sendo abraçada por ele. - Eu não posso salvar os dois? -

Celebi não fala e não sou habilidosa com os pokémon. Como Celebi me diria esse tipo de coisa? O coração que já palpitava forte de repente acelerou ainda mais e ganhou mais força no pulsar. Riley sentiu o corpo tremer e ficar mais lento e confuso.

Kevin a saltou do abraço e olhou em volta por alguns instantes e logo depois sentou-se, girando-a e puxando-a consigo, para que pudessem sentar juntos. Voltou a abraçá-la ali e ela deu uma risada. O mundo em volta estava um caos, a cidade em que estavam estava para ser destruída, mas Kevin parecia calmo em sentar-se e apreciar a companhia dela. Talvez ele aceitasse muito melhor do que ela o fato de o tempo estar congelado.

– Interferindo na linha do tempo você poderia salvar quem você quisesse e quantas pessoas quisesse. Teria apenas que ajudar a Celebi identificar o que fazer para isso acontecer. - Kevin começou a falar. - É mais do que dizer a ele, salve pessoa X ou Y. É saber, em que momento dos acontecimentos ele deve interferir e como ele deve interferir. -

Riley pareceu compreender aquilo. Seu pedido havia sido muito aberto deixando tudo para o pokémon. Ela que estava sentada, sendo abraçada pelas costas girou a cabeça e viu ele pensativo. Respirou aliviada, de forma disfarçada. Ele pensativo significava que ele procurava algo para ajudá-la, que tudo aquilo era muito real e não era apenas sua mente reproduzindo sua imagem mais preciosa dele, ele sorrindo para ela.

– Além disso, alterar o passado é muito delicado. Teorias diversas existem, desde que o futuro não tem como ser alterado, por mais que se interfira no passado, passando por qualquer grão de areia a mais movido no passado altera drasticamente o futuro e chegando ao passo de que uma interferência no passado cria uma divisão na linha do espaço tempo. -

– Como assim divisão? - Ela se virou para ele. - Eu até entendi o que falou das outras duas hipóteses, mas como o tempo pode se dividir? O que isso significa? -

Riley pareceu preocupada. Ela compreendia que talvez não pudesse salvar ninguém, assim como compreendia que a interferência poderia causar uma mudança drástica no futuro. Não se importava com nada daquilo, queria tentar ter Kevin de volta para si, queria tentar trazer a amiga de volta para si. Mas, aquela última ela não conseguiu compreender e sentiu algo ruim ao escutá-la.

– O futuro já aconteceu. O momento em que fez o desejo é o futuro para o momento onde estamos. Nesse caso quando você voltar para ele, estará tudo como você deixou. Mas, sua interferência será sentida e com isso seu desejo será realizado. Você não verá, porque estará em uma realidade e o salvar de Maya estará em outra. - Ele disse olhando fundo nos olhos dela. - São apenas teorias. - Ele sorriu. - Pode ser que todas sejam reais e ao mesmo tempo que nenhuma. Depende como você mexe no passado. -

Riley sorriu balançando a cabeça, compreendendo tudo aquilo.

– Felizmente, Celebi congelou o tempo. Você aqui não afeta nada, ainda. - Comentou Kevin que viu o sorriso de sua amada surgir, mostrando que ela estava aliviada. - Agora, precisa voltar e pensar bem em como vai fazer o desejo de conseguir salvar Maya. -

– Mas... - A morena piscou algumas vezes sem compreender o que Kevin estava dizendo. - Tenho que pensar em como salvar os dois. -

Um balanço de cabeça negando aquilo que era dito fez os olhos da morena encher-se de lágrimas novamente.

– Saber que sou seu prometido é a melhor coisa que ouvi essa noite, junto com o fato de que você usará seu desejo para salvar Maya e que Julia está viva. - Kevin voltou a ter o sorriso doce. - Mas, minha decisão de morrer aqui, não é por eu achar que não poderia ficar com você. - Ele suspirou. - Essa noite, mesmo que não tenha sido eu, quatro parentes diretos do Imperador morreram, sem contar Razor anteriormente. Para o Imperador todos foi minha culpa. Não importa as armadilhas que fiz para ele não te caçar pelo mundo, se eu estiver vivo ele vai vir atrás. -

– Mas, você é meu prometido! - Ela choramingou levantando-se não acreditando naquilo.

– E isso pioraria tudo. Eu escolho ficar vivo e minha irmã, meus amigos, sua família e você servirão como alvos potenciais para me fazer sofrer. Isso já aconteceu com os Fantasmas, que não passavam de bandidos sem recursos. Imagina o que um Império pode fazer? - Kevin permaneceu sentado observando-a. - E você sabe que eles fariam isso. Imagina o que eles fariam com nosso filho. -

Riley que estava andando de um lado para o outro parou. Olhou para estática e começou a chorar compulsivamente. Em um daqueles seus sonhos acordados ela se via ao lado de Kevin carregando uma criança. Achou que era apenas um sonho bobo seu, como muitos outros, mas por um momento acreditou que aquilo algum dia poderia ser realidade, ou talvez já tivesse sido.

– Quer... Quer ter um... Filho comigo? -

Kevin se levantou e foi até ela, abraçando-o. Ela chorou sem conseguir se conter.

– Talvez já tenhamos tido e sei que isso nos faria feliz. Mas, não quando o maior perigo que ele vai correr são nossos inimigos. Demônios tudo bem, mas pessoas é demais para minha cabeça. É demais para eu aceitar. -

Abraçado a menina ele alisou seus cabelos tentando acalmá-la. Ele já estava decidido em morrer e sabia que Celebi jamais conseguiria explicá-la que ele queria morrer, que ele estava decidido e que o próprio pokémon havia tentando convencê-lo do contrário. Talvez o pokémon tivesse levado a menina até ali para tentar convencê-lo a desistir dessa ideia louca.

Kevin havia ficado mexido com o fato de ser o prometido dela. Mas, sabia que nada mudaria no que aguardava-o no futuro, na verdade tudo só pioraria. Ele morreria para salvar tudo o que amava e ao saber daquilo apenas teve mais certeza. Tanta certeza que até Riley sentiu que não havia mais nada para fazer para convencer Kevin do contrário.

Falar sobre eles terem um filho juntos talvez fosse o que mais pesou para ela perceber que ele não iria voltar atrás. Viu nos olhos do pai, Cody Mevoj, que ele se culpava pela morte de Maya. A loira era como sua filha e sentia-se culpado pela morte. Um pai sentindo-se culpado pela morte da filha era terrível de se ver, mesmo que Cody conseguisse esconder bem o que estava sentindo Riley tinha certeza, ele estava martirizando-se por dentro.

Não poderia pedir para Kevin arriscar martirizar-se no futuro só por ela. Além disso, ela mesma teria que se viver aquele tipo de dor. Pois tinha a oportunidade de evitar tudo aquilo.

– Posso... - Ela manteve-se no abraço, mas apenas afastou um pouco a cabeça para olhar nos olhos dele e tentar gravar aquele sorriso em sua mente. - … pedir uma última coisa. -

– Eu vou poder pedir também? -

Ele riu fazendo-a rir de automático. Ela sentiria falta de falar com ele. Ela foi para falar, mas parou por alguns instantes e ficou vermelha, deixando que suas covinhas aparecessem. Era estranho pedir aquilo.

– Pode dizer aquilo que disse no vídeo? -

Ele a beijou mais intensamente do que ela lembrava que ele já havia feito antes. Sentia os braços dele a apertando contra o seu corpo e ela fazia o mesmo querendo desejar que aquele tempo nunca acabasse. Querendo desejar ficar ali, com o tempo congelado, para sempre. Os lábios dele escorregaram do seus e passearam pela sua bochecha até a sua orelha. Sentiu os lábios dele beijando sua orelha, arrepiando os pelos de seu corpo, mais do que já estavam antes e então escutou:

– Eu amo você! -

De olhos fechados sorriu hipnotizada com o que havia escutado. Sentiu os braços dele afrouxando-se e foi afrouxando o abraço também. Quando abriu os olhos ele estava a passos de distancia dela, olhando-a. Percebeu que ele se posicionou exatamente onde estava quando o tempo congelou, podia ver ele assumindo inclusive a mesma posição de corpo.

– Celebi! Tire-a daqui. -

Ela arregalou os olhos. Havia algo que ela queria fazer antes de partir. Havia algo que ela precisava fazer antes de partir!

– Eu também te amo! - Ela gritou alto e rápido e viu ele piscava sorrindo para ela. - Eu também de amo! -

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– Eu também te amo! -

A voz saiu meio embargada de choro, de sono, de desorientação. Foi quase um balbuciado. Os olhos se abriram e aos poucos foram se acostumando com a penumbra que o quarto estava. A quietude do lugar era quase perturbadora, já que lembranças iam e vinham, dificultando a jovem Mevoj discernir sobre o que era real e o que era sonho.

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Acabou por suspirar acreditando que tudo não passara de um sonho, afinal identificava que o celular de Kevin estava na escrivaninha e não tinha sinal de que a havia acordado as pessoas da casa. Se ajeitou na cama e então sentiu que seu pijama estava meio úmido. Franziu o cenho não compreendendo aquilo, não se sentia suada e tão pouco mijada ou algo do gênero. Sentou-se sem compreender e de repente sentiu, um gosto diferente do habitual na boca.

Aquele gosto a fez sorrir e lambeu os próprios lábios fechando os olhos confirmando que o encontro com Kevin foi real e não apenas um sonho. Quando acordava sua boca tinha um gosto neutro para o amargo, mas ao beijar Kevin sua boca ficava com um gosto diferente.

– Mas... Se não foi sonho, porque parece que nunca assisti o vídeo e que acabei chamando a atenção de todos na casa? -

Ela perguntou a meia voz, tentando se lembrar de algo que talvez houvesse esquecido. Olhou em volta, querendo achar em que pudesse ver as horas e acabou por encontrar um despertador que mostrava, ser o mesmo instante em que ela havia começado a assistir os vídeos.

– Celebi! Celebi! Venha até mim! -

A voz dela saiu firme, mas sem estar em um tom alto para que não viesse a acordar a casa. Esperou alguns momentos, lembrava-se de que levou algum tempo até que Celebi aparecesse para ela. Chegou a pensar que ele não apareceria ou que talvez sua ida ao passado tivesse valido como o desejo, ou mesmo que tudo estivesse alterado. Foi cerca de três minutos até que uma luz se fez no canto do quarto e o pokémon esverdeado apareceu, no entanto ele não parecia sorrir.

– Por que você voltou o tempo para antes de eu assistir o vídeo? -

Riley não viu o pokémon fazer nenhum gesto. Apenas ficou ali iluminando o lugar com seu brilho esverdeado e olhando, sem o sorriso que lembrava que ele tinha exibido anteriormente.

– Eu quero salvar a Maya. Eu ainda não sei como podemos fazer isso, mas esse é meu desejo. - Disse ela.

Ela viu o pokémon balançar a cabeça sem sorrir indicando que havia entendido. O pokémon ficou a encará-la sem dar nenhum sinal de que faria algo e então a morena viu boca dele se movimentar. Parou, parecia que ele estava indeciso, pois sua expressão mudou e indicando que estava desconfortável com algo e então a boca voltar a abrir.

– Se salvar a Maya, você morre! -