Overdose de Loucura

♥ Capítulo 05


Capítulo 05

– Castiel, qual a senha do usuário de seu computador? – Nathaniel perguntou sem delongas ao ligar para o outro.

Sim, ele sabia que estava bem tarde para ficar enchendo o saco de Castiel, mas o que ele poderia fazer? Quanto mais rápido ele procurasse alguma solução para aquilo, mais rápido o problema entre eles seria resolvido. Sem contar que Nathaniel imaginava que aquele delinquente não devia ser alguém que costuma dormir cedo.

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– Por que você quer saber, hm? – Perguntou o loiro do outro lado da linha, e Nathaniel, de alguma forma, conseguiu imaginar o semblante em seu próprio rosto com uma careta de insatisfação, bem como Castiel faria.

– Preciso usar a internet. Quero começar a pesquisar sobre essa... Essa coisa que aconteceu com a gente. – Explicou incerto. Ainda nem sabia como chamar essa coisa toda que havia acontecido entre eles. Maldição talvez?

– Acha mesmo que na internet vai encontrar alguma coisa? – Castiel perguntou com uma pitada de escárnio, algo que não passou despercebido por Nathaniel.

O ruivo suspirou pesado. Olhou ao redor do quarto, que agora estava bem mais limpo e organizado, em seguida olhou para o computador ligado de Castiel, que esperava pela senha para ser iniciado. Nathaniel não tinha certeza de nada. Na verdade, a esperança que nutria em achar alguma solução na internet era mínima. Mas, de toda forma, não poderia desistir, tinha que procurar. E achava a net um bom local para iniciar suas pesquisas, já que na internet tem de tudo. Tipo, de tudo mesmo.

– Acho que não custa nada tentar procurar algo pelo Google. – Murmurou sem muito ânimo.

wingeddick.

– Que? – Nathaniel perguntou, erguendo uma sobrancelha negra sem entender o que o outro havia falado.

– É a senha do meu PC. Winged Dick, tudo junto e com letra minúscula.

– Mas que senha ridícula, por que eu não adivinhei antes... – Nathaniel revirou os olhos acinzentados, achando aquela senha realmente patética, bem típica de Castiel. Era de se esperar algo daquele naipe vindo do outro (principalmente ao relembrar os desenhos ridículos do mesmo estilo, no caderno dele).

– Ah, foda-se representante! Por sua culpa eu tive que ir assaltar a geladeira da sua casa, de madrugada, então não me enche! – Castiel berrou mal-humorado do outro lado da linha.

Logo Nathaniel suspirou, pela centésima vez. Céus, lidar com Castiel era como lidar com um cavalo empacado!

– Ok Castiel, ok... – Passou a mão pelo rosto, tirando a franja vermelha que insistia em cair-lhe sobre os olhos, ficando um pouco assanhado. Só queria manter a calma, só isso. – Vou pesquisar aqui algumas coisas, qualquer coisa eu falo amanhã. Pode ir dormir.

– Hurp! Que seja! – O outro resmungou, desligando o celular em seguida.

Nathaniel observou o celular de Cas após encerrar a ligação, notando que já eram quase duas da madrugada. Em seguida, olhou para o computador a sua frente e sentou-se á cadeira do mesmo, digitando a tal senha que Castiel havia falado. Wingeddick. Aquela era realmente a senha do login dele.

Por um momento pensou que Castiel não poderia ser mais babaca do que imaginava. Mas, pelo visto, enganou-se.

– Que senha mais horrível... – Murmurou consigo mesmo ao apertar enter e ver o computador iniciando. A foto do plano de fundo da área de trabalho do PC era de alguns caras de preto, em cima de um palco, bem típico dessas bandas de metal thrash que Castiel curtia. Imaginou que deveria ser uma foto da tal banda Winged Skull.

Bom, mas Nathaniel não tinha tempo para ficar xeretando o computador de Castiel, e nem fazia questão. Já estava bem tarde, amanhã ainda era quinta-feira e não queria ir dormir tão tarde. Então quanto mais rápido começasse a pesquisar alguma coisa sobre essa “troca de corpos”, mais rápido ia dormir. Logo clicou no ícone do navegador de internet, com uma cara e tédio.

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Mas sua cara de tédio logo deu lugar a uma careta de espanto quando o navegador abriu as últimas abas que foram fechadas, iniciando com um site pornô. CÉUS!

Seu espanto foi tão grande ao ver aquela página da web que Nathaniel ficou, a princípio, sem reação, apenas pulou para trás, quase caindo da cadeira. Seu rosto corou, ficando talvez muito mais rubro que os cabelos de cor escarlate de Castiel. O vídeo começou a rodar, numa cena depravada onde a mulher gritava e gemia coisas obcenas para um homem, num volume relativamente alto.

“Ahh, mais forte, me fode, ohhhh” E logo Nath fez questão de clicar no X do canto superior da página, fechando aquela aba e querendo, com todas as forças do mundo, ‘desver’ aquela cena. Levantou-se rapidamente da cadeira na qual estava sentado, sentindo o rosto extremamente vermelho. O que diabos o Castiel anda vendo na internet?! Perguntou-se mentalmente e respirou fundo, sentindo um problema muito maior mais em baixo.

Abaixou a cabeça, olhando mais para baixo, e... Ah não! Maldito pornô, malditos hormônios, malditos dezessete anos de idade!

– Eu não vou fazer isso! – Ralhou consigo mesmo, o rosto ardendo e evidenciando um tom vermelho nas bochechas. Não, com certeza não. JAMAIS faria aquilo, não mesmo, isso nunca! Negou com veemência, balançando a cabeça numa negação e respirando fundo.

Que maldição, por que Castiel tinha que... Que... Que ficar desse jeito apenas em ver um simples vídeo?! Nathaniel estava extremamente sem jeito, por mais que estivesse sozinho. Caramba, estava sentindo uma ereção estando no corpo de seu maior rival, no corpo de Castiel! Aquilo sim era o fim da picada! Se tivesse algum buraco pelo o chão, Nathaniel certamente teria se jogado e se enterrado para nunca mais ter que olhar para si mesmo depois dessa situação tão... Arg! Essa é a situação mais esquisita de toda a sua vida!

Eu preciso de um banho gelado! Pensou rapidamente, levando uma mão até a boca e sentindo o corpo inteiro quente. Céus, não sabia que o corpo de Castiel era tão... Tão... Assim! E não fazia questão de saber, não queria ter descoberto isso, e... Ah caramba! Nathaniel realmente não sabia mais aonde enfiar a cara por conta de sua própria vergonha consigo mesmo. Praticamente correu para o banheiro, livrando-se das roupas e fazendo questão de colocar a água mais fria possível para abaixar todo aquele fogo que insistia em subir por cada poro de seu corpo (que não era tão seu assim, mas... É, deu para entender).

Fechou os olhos com força e tentou pensar em qualquer coisa broxante, qualquer situação que o ajudasse a abaixar aquilo. E foi com muito esforço que, aos poucos, o corpo cálido do ruivo foi se acalmando, sem que Nathaniel precisasse fazer algo a mais com as próprias mãos, até porque jamais faria algo assim, jamais!

E depois de todo esse vexame extremamente vergonhoso, Nath resolveu desligar o computador e ir dormir.

Chega de internet por hoje.

♡ ♥

Castiel estava com um sono do caralho. Bocejava a todo instante, pois o representante de merda tinha o costume de acordar muito cedo, e mesmo com toda dificuldade, Castiel acabou saindo da cama na hora que o despertador tocou. E agora que estava ali, no banco traseiro do carro do pai de Nathaniel, tinha a cabeça encostada no vidro da janela, cochilando descaradamente. Odiava acordar cedo.

– Precisamos combinar de ir ao shopping, Li. Preciso comprar um vestido novo e deslumbrante para o evento da próxima semana, você sabe! – Ambre tagarelava em seu iPhone de capinha rosa, bastante animada, o que deixava Castiel ainda mais irritado por ter que escutar aquela voz irritante logo pela manhã. – E... Fiquei sabendo que ele vai tocar lá. – A loira sorriu, cruzando as pernas e enrolando um cacho dourado no indicador da mão livre, sorrindo feito uma boba e escutando o que a amiga dizia pelo telefone.

Espera. Próxima semana... Evento... Tocar... AH CARALHO!

O loiro praticamente arregalou os olhos, como se alguém tivesse lhe jogado um balde de água fria, o despertando no mesmo instante. Como pôde esquecer-se da apresentação da próxima semana?! Ia tocar guitarra no Floresta, um pub no qual havia conseguido uma apresentação para o próximo sábado, juntamente com Lysandre.

Logo os olhos dourados observaram Ambre, que estava no banco do passageiro, falando escandalosamente pelo celular. E fez uma careta ao saber que ela ia no sábado.

Quando chegar na Sweet Amoris vai pra sala de ciências. – Foi a mensagem que enviou para o seu próprio número, na intenção de falar com Nathaniel o mais rápido possível sobre aquilo.

Como pode esquecer-se dessa apresentação?!

♡ ♥

Desta vez, Nathaniel foi quem chegou um pouco depois. Ao entrar na sala de ciências o ruivo deu de cara com seu próprio corpo andando de um lado para o outro, como se estivesse nervoso, angustiado. Só de ver aquilo ergueu uma sobrancelha e ficou preocupado.

Será que alguém tinha descoberto algo? Ou pior... Será que ele havia discutido com alguém na sua casa...? Não queria nem pensar nisso...

– O que aconteceu? – Perguntou sem delongas, fechando a porta atrás de si e se aproximando da enorme janela de vidro, onde Castiel estava perto também.

– Eu vou tocar guitarra no próximo sábado. E eu tinha esquecido de falar, droga...!

– Como assim você vai tocar guitarra no próximo sábado?!

– Eu e o Lysandre vamos tocar no Floresta! É um pub aqui perto, e foi difícil ‘pra cacete conseguir isso! Eu não posso perder essa chance, sempre tem olheiros por lá! Eu tenho que ir tocar lá! Ou melhor... Você tem que ir! – Castiel estava realmente nervoso ao imaginar que poderia perder uma chance como essa. Não que esse pub fosse realmente um lugar extraordinário, mas era uma chance única que havia conseguido. Nesse local, de vez em quando, apareciam uns olheiros de gravadoras e estúdios; não poderia se dar ao luxo de perder essa oportunidade. Não mesmo!

– Mas... – O ruivo sentiu o rosto esquentar, só um pouco, com toda aquela aproximação. Estava difícil não se lembrar do que havia acontecido na madrugada de ontem para hoje, e por mais que aquilo fosse algo extremamente normal para um garoto de 17 anos, sentia-se desconfortável. Logo coçou a nuca e respirou fundo, olhando para a janela ao seu lado. – Eu não sei tocar guitarra, Castiel.

– Você precisa ir! – Ralhou novamente, franzindo a testa e encarando o seu próprio rosto á sua frente. E quando abriu a boca para falar mais um monte de coisas (em sua grande maioria, sem sentido, pois estava realmente nervoso e não pensava em nada) a porta da sala de ciências foi aberta, de súbito, lentamente.

Ambos os garotos viraram o rosto, deparando-se com um par de olhos heterocromáticos.

E logo os dois ficaram em silêncio ao notarem que Lysandre os encarava, com um semblante perdido, sem pronunciar uma palavra sequer. Ele havia escutado aquela pequena discussão?

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Continua...