Overated

Romeo and Cinderella: a impossible love


[Drew P.O.V]

-Nossa, você anda muito quieto ultimamente hein? –Disse Rafe, olhando para minha com o canto do olho enquanto se espreguiçava.

-Estou nada, só preocupado. Amanhã é o dia da apresentação da banda e nós temos ensaiado pouco. –Resmunguei. Pronto, era só isso, fim de papo.

-Relaxa, ensaiamos bastante apesar de ter ensaios curtos. O dueto entre mim e a May está nos conformes, e ela está muito empenhada. Mas ela parece meio triste e distraída ultimamente, não acha?

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-Sei lá, ela parece normal. –Não imbecil, ela não está normal, está triste, está mal, ela gosta de você, seu trouxa!

-Ei, você parece um morto vivo hein? Não é possível que não tenha percebido. A Meggie e a Kelly acham que ela ficou assim desde...

-Tá, eu sei, do beijo entre mim e a Brianna, eu sei! E a culpa é minha se ela está assim! –Bufei. Eu realmente estava me sentindo culpado, estava com raiva. Se eu tivesse conseguido impedir aquele beijo, eu sei que a May estaria mais animada, mas eu fui um imbecil, nem parece que tenho 17 anos, pareceu que eu era um pirralho de sete anos que estava sendo abusado por uma mulher mais velha.

-Calma, desculpa, não queria dizer algo que te aborrecesse! Mas, por que está se culpando pelo fato de a May estar triste?

-Porque é a verdade, Ray! Sabe, quando a May saiu correndo e eu fui atrás dela, nós brigamos. E, no meio da briga... –Procurei as palavras certas para dizer. É, realmente não havia palavras certas, melhor dizer logo de uma vez. –Ela disse que me ama!

-P-Peraí... Tá dizendo que a May se declarou pra você?! –Perguntou Rafe com espanto.

-É, é isso. E desde esse dia, eu ando me sentindo mal perto dela e sempre que eu encontro os olhos dela sem querer, ela foge e eu sinto raiva de mim. E eu não sei o que fazer.

Silêncio. Rafe me olhava atentamente. Logo, ele colocou a mão direita sobre a boca e, para meu espanto, começou a gargalhar em alto e bom tom. Eu tive vontade de agarrá-lo e bater nele, mas deixei, respirei fundo, não podia bater no meu melhor amigo.

-D-Desculpa Drew, mas, mas... Você é realmente um idiota! Como se apaixona pela May e nem sequer percebe?! –Rafe falava e tentava abafar o riso. Depois, ele se apoiou no muro da minha casa e riu até cansar-se. Corei quando ouvi as palavras “apaixona” e “May”. Elas pareciam ser uma coisa só. Talvez, May fosse...

-Relaxa cara, se a May te ama como ela te disse, ela vai te perdoar. Mas te dou uma dica. É melhor você explicar logo isso sobre você e a Brianna, senão pode acabar perdendo a sua “princesa”.

-Qual é Rafe! Explicar o que? Não há o que explicar, a Brianna é louca, ela me beijou, eu não tenho mais o que dizer. Eu já tentei falar isso para May, mas ela não acredita. E agora, como fica?

-Hum. A May é bem temperamental. Bem, era de se esperar, capricorniana. Mas...Já sei! –Disse Rafe dando um estalo de dedos assim que tirou a mão direita do queixo e parou de pensar. Seria mais um plano furado entre os vários que ele já criou? Bem, sabe-se lá.

-Vamos, desembuche, qual é o plano?! –Disse e franzi o cenho, impaciente.

-Melhor não falarmos aqui na rua, a May mora aqui perto e eu a vejo passando por aqui quando volta pra casa, é melhor faláramos lá dentro, na sua casa.

-Tá bom, se está dizendo... Entre! –Resmunguei e revirei os olhos. Tomara que ao menos exista algum plano útil na cabeça de Rafe, senão vou bater nele, pela primeira vez na minha vida. Espero então que seja um plano bom, porque eu odiaria ter que bater nele!

[May P.O.V]

-Nossa, como está quente! –Resmungou Meggie junto com Kelly e se sentaram em um banco na praça próxima à casa de... Ah, esquece!

-Vamos, parem de enrolar, o Rafe quer que a gente leve isso para a escola ainda hoje! –Bufei.

-Calma Senhorita Líder, já estamos indo, mas precisamos de um pouco de descanso. –Kelly retrucou. Eu estava desanimada demais para bater nela ou retrucar.

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-Mal posso esperar! É amanhã que será a primeira apresentação pública da Overated! Ai, andei treinando tanto no piano, acho que amanhã, tudo sairá perfeito. –Meggie esboçava a alegria em seu rosto, que brilhava entre as sombras das árvores.

-Falando na apresentação de amanhã, sua mãe já terminou as roupas da apresentação? –Perguntou Kelly, colocando o amplificador de som entre os pés e olhando para Meggie.

-Sim, está tudo pronto. Mas acho melhor entregar as roupas amanhã, sabe-se lá o que pode acontecer com elas. –Resmungou Meggie, levantando a sobrancelha.

-É, vai que os garotos esquecem em casa. Seria um problema. Mas e você May, parece desanimada, o que foi? –Disse Kelly durante mais um espreguiçada rotineira e lançando o olhar para mim.

-Ah, não, não é isso. É que estou um pouco nervosa, tenho medo de fazer algo errado. –Resmunguei. Claro que se fosse somente isso, estaria ótimo, mas eu sabia que não era só isso.

-Entendo. Sabe, acho que você parece abatida, será que não seria...

-Não, não seria bom eu ir a lugar algum! Eu vou indo na frente com esse amplificador, acho melhor não enrolar muito, senão nem terá show amanhã com essa lerdeza de vocês. –Bufei, Estava enraivecida por Kelly comentar alguma coisa desnecessário. Eu estava realmente mal, mas logo tudo ficaria bem, pronto, simples!

Logo depois, ouvi passos atrás de mim. Meggie e Kelly. Elas caminhavam lentamente, como era de se esperar. Eu estava nervosa sim, mas não só com a apresentação, estava nervosa com tudo, como os últimos dias foram lentos e tediosos. Eu estava com raiva de tudo! O dia de hoje também estava lento, isso estava me deixando mais furiosa ainda. Mas, dizem que tudo sempre pode piorar, não é? Pois é, eu acredito nisso!

-Bem, até amanhã Drew! –Disse uma voz de reconheci. Rafe.

-Até mais. –De repente, a voz e a imagem que eu não queria ver. Rafe estava no portão da casa de Drew, saindo e eu fiquei parada diante deles. Soltei o amplificador, mas ele nada sofreu, só fez barulho quando caiu no chão. Eu e Drew fizemos o que não queria fazer, acabamos encontrando nossos olhos. Malditos olhos verdes que me prendiam. Um misto de raiva e tristeza me tomou, mas a tristeza foi maior e pequeninas lágrimas escorreram.

-May... –Ele falou em voz baixa, quase sussurrando.

-Ah, Drew... Boa tarde. É, se me derem licença, não estou muito para conversa, estou carregando o amplificador da guitarra até a escola. A-Até mais. –Não queria gaguejar, mas gaguejei. Passei rápido por ele e Rafe e dei passos largos até finalmente ver o portão da escola.

Aquele portão foi meu alívio. Larguei o amplificador onde estavam os instrumentos e fui até o banheiro. “Você fica horrível chorando, hein?”, pensei. Minha maquiagem estava borrada, mas não importava iria tirá-la agora mesmo. Não estava muito a fim de parecer bonita, principalmente agora. Eu estava a fim de chorar e de deixar a angústia sair. Me sentei no chão do banheiro e me encostei de novo na parede em frente a pia.

-M-MAY! –Exclamou Meggie que entrou com Kelly e me viu naquele estado. Não queria prestar esclarecimentos, mas meu olhar úmido para elas já disse tudo. Elas se sentaram ao meu lado e me deram abraço coletivo. É, abraço de amigas realmente é ótimo para curar a dor de um amor não correspondido. Mas ainda doía, dói, mas senti mais alívio no abraço das duas. Elas sentiam que eu amava de verdade o Drew e adivinharam que eu estava realmente sofrendo. E dói demais sofrer assim. Então respirei fundo. Parei de chorar e interrompi os forte soluços que faziam meu peito doer.

-Chega, May, chega! Daqui para frente, você vai esquecer esse idiota e vai seguir em frente. Amanhã é o dia do show e você terá que estar perfeita, por isso, esqueça disso! –Eu disse isso em voz alta e enxuguei as últimas lágrimas. Meggie e Kelly sorriram para mim em sinal de aprovação.

-Isso aí, mulher! Chorar por homem é coisa de gente sem nada para fazer. Além do mais, somos independentes! –Disse Kelly com ar de revolucionária. Deu uma risadinha e olhei para ela e uma lágrima de alegria escapou.

-Isso aí, somos as panteras, lindas, gostosas e independentes e vamos chutar o traseiro de todos os homens! –Gritou Meggie entrando na brincadeira de Kelly.

-Isso aí meninas, vamos mandar os homens para onde eles nunca deviam ter saído: do inferno! Agora, vamos esquecer tudo e vamos pensar positivo. Amanhã é nosso dia!

-Isso aí, e você é a estrela, a vocalista! Então, vamos arrasar e mostra que o verdadeira brilho é nosso! –Disse Kelly.

-Isso aí. Ei, lembram daquele nosso lema de infância? –Questionou Meggie, me fazendo lembra que há anos atrás, quando nos conhecemos, eu chorava no banheiro porque alguns garotos haviam me chamado de nanica. E então, naquele dia, nós juramos que nunca mais deixaríamos nenhum garoto nos magoar.

-Claro que lembro! –E assim dizendo, estendi a mão para frente. Logo em seguida, Kelly e Meggie fizeram o mesmo, colocando as mãos delas sobre a minha. –Como é que a gente dizia mesmo, hein?

-Nossa, você está mesmo enferrujada hein, May?! Era...

-Ah, claro, lembrei! –Interrompi Meggie e estalei os dedos. –“Pantera, pantera, pantera, somos as panteras e não precisamos de garotos!”.

-É, era assim mesmo. –Disse Kelly, sorrindo.

-Então, como se diz?

-Pantera, pantera, pantera, somos as panteras e não precisamos de garotos! –Disse juntas em coro e depois, lançamos as mãos para o alto. Sim, era a verdade. Garotos são uns imbecis e eu sou uma pantera, por isso, eu sempre direi: “Drew, eu não preciso de você!”

Continua...