A chegada da época de festas se demonstrou na forma de mais afazeres para mim e para Ron: tivemos que ajudar a decorar o castelo (coisa que se provou uma tarefa muito difícil graças à Pirraça), vigiar alunos dos primeiro e segundo anos e patrulhar corredores com Filch, que parecia enfurnado na ideia de que o espírito natalino se mostraria na forma de duelos ou alguma baboseira do tipo. Em uma dessas vigias, Fred resolveu fazer uma visita que quase acabou com nós dois sendo pegos, então decidimos não tentar de novo.

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Hagrid finalmente voltou de sua viagem misteriosa, e usamos a capa de invisibilidade de Harry para ir até sua cabana. Lá, o encontramos sangrando e com muitos machucados, e ele explica que foi visitar os gigantes para conseguir seu apoio a Dumbledore, mas falhou miseravelmente. De repende, ouvimos batidas na porta, e o cheiro do perfume irritantemente doce de Umbridge entrou em minhas narinas, anunciando sua presença. Nos escondemos sob a capa, e quase suspirei de alívio quando Hagrid não contou nada sobre os Gigantes à mulher.

Quando ela foi embora, avisei a ele que não ensinasse nada de absurdo em suas próximas aulas. Umbridge já tinha um histórico de extremo preconceito, e ela com certeza aproveitaria qualquer deslize para demiti-lo e substituir Hagrid pela professora Grubbly-Plank. Ele não pareceu muito preocupado, mas ao menos eu fiz a minha parte e torci para que pelo menos uma parte dele ouvisse meu conselho.

A próxima aula de Hagrid foi tranquila, mas obscura. Aprendemos sobre os Testrálios, os bichos que, como eu lembrei, Harry afirmara veementemente ter visto puxando as carruagens no começo do ano. Hagrid explicou que havia um motivo para que apenas três alunos na aula conseguissem vê-los: somente aqueles que presenciaram a morte eram capazes de enxergar as criaturas. Lembrei que Luna Lovegood também vira os Testrálios no início do ano, e me perguntei quem ela teria visto morrer. A aula felizmente correu sem maiores eventos.

- Mione? – Gina me chamou enquanto caminhávamos juntas para o último encontro da A.D antes das férias de Natal.

- Hm?

- Você acha que Harry ficaria bravo se eu fosse a nova apanhadora? – Ela falou tudo muito rápido, mas entendi cada palavra. Parei de andar e dei um abraço nela.

- Você conseguiu a posição? Achei que você tinha feito o teste sem compromisso! – Exclamei, incapaz de esconder minha surpresa. Eu sempre soube que ela jogava Quadribol muito bem, mas quando ela me contou que tinha participado do teste só para ver no que dava e nem tinha se esforçado muito, não achei que ela conseguiria.

- Você acha que eu faço qualquer coisa pela metade? Só disse isso para ter uma desculpa caso não passasse. – Ela riu de si mesma, correndo a mão pelo cabelo.

- Bom, não acho que vá afetá-lo tanto. Ele sabe que foi banido, eventualmente alguém iria substituí-lo. Se eu fosse ele, ficaria feliz por esse alguém ser você ao invés de uma pessoa como McLaggen. – Ponderei.

- Ainda bem, porque já aceitei a posição. – Gina retrucou, sorridente.

- Então por que me perguntou?

- Para ter certeza, ué. Não deixaria um menino me impedir de aceitar uma oportunidade dessas, mas ainda assim me importo com Harry e precisava saber se teria que falar algo para ele depois. – Ela riu, e ri junto. Gina era única, sem dúvida.

- Encontraram substitutos para os gêmeos?

- Sim. Dois patetas chamados Andrew Kirke e Jack Sloper. Acredite, foram os melhores dentre o seleto grupo de “incríveis” jogadores... – Ela bufou, revirando os olhos. Pensei em conversar com Fred sobre aquilo depois.

Chegamos na sala e havia uma pilha de decorações natalinas com a cara de Harry estampada em cada uma, e quando lancei um olhar inquisitivo para o pequeno monte de coisas, Harry riu e soprou a palavra “Dobby” sem fazer nenhum som. O elfo provavelmente tentara decorar a sala, mas como sempre, suas boas intenções nem sempre geraram os melhores resultados.

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Harry instruiu que repassássemos todas as azarações que aprendemos ao longo do semestre. Comecei fazendo dupla com Gina, mas logo quando eu ia mover minha mão para lançar um feitiço, minha varinha voou da minha mão. Virei para trás e Fred mordia seu lábio em um sorriso, erguendo uma sobrancelha em desafio.

- Não vou pegar leve com você, Fred.

- Não esperava que fosse, Granger.

Antes que Fred lançasse qualquer maldição, lancei o feitiço Estupefaça nele, mas fui bloqueada por um Protego muito bem utilizado.

- Alarte Ascendare! – Exclamei, em uma tentativa de jogar Fred para o alto.

- Filipendo! – Fred exclamou ao mesmo tempo, e nós dois fomos lançados para cima ao mesmo tempo. - Incarcerous! – O ruivo lançou o feitiço do chão, e antes mesmo que eu pudesse me levantar, já estava amarrada em cordas. – Sabe, Mione, queria que a primeira vez que eu te amarrasse fosse em um cenário totalmente diferente...

- Levicorpus! — Sorri quando seu corpo ficou suspenso no ar pelos tornozelos, e torci para que ninguém tivesse ouvido o comentário anterior de Fred.

- Liberacorpus. Finite Incantatem. — Harry sorriu enquanto desfez os feitiços que atuavam sobre nós dois. – Terminamos por hoje, ainda que tenha gostado do... Entusiasmo de vocês dois.

Harry terminou a sessão e todos começamos a sair, mas ele e Cho ficaram para trás. Sorri e saí da sala com Fred, George, Gina, Lino e Ron.

- Eu teria ganhado se Harry não tivesse interrompido, sabe? Já tinha formado todo um plano de ação... Que pena que fomos interrompidos... – Fred provocou, sorrindo enquanto passava o braço por meu ombro e pontuando sua frase com um beijo rápido.

- Ah, é? Pois pelo que vi, parecia que nós dois estávamos bem empatados. Ainda assim já sabia meus próximos três feitiços, e você não duraria muito. – Retruquei, envolvendo-o também.

- Eu já tinha apostado no Fredoca. – George sorriu. – Amor fraternal é tudo nessa vida.

- Mione com certeza. – Lino, Ron e Gina disseram em uníssono, e lancei um olhar triunfante para Fred.

- Acho que sabemos quem iria ganhar, não? – Terminei a discussão, e Fred mostrou a língua com um “Blegh” infantil que me fez rir.

Voltamos e ficamos conversando na Sala Comunal, e percebi que Harry estava demorando muito para voltar, e imaginei o que diabos ele e Cho estariam fazendo na Sala Precisa, e balancei a cabeça tentando excluir as imagens que apareceram na minha mente.

- Que foi, Mione? – Fred perguntou, que sentiu minha cabeça mexer sobre seu peito, onde eu estava confortavelmente apoiada e aninhada sob seu braço.

- Só tentando apagar certas coisas da minha cabeça, só isso. Merlin, espero que Harry esteja ajudando Cho com o dever de casa ou alguma coisa assim.

- Por um momento pensei que você ainda estivesse pensando nas minhas cordas. Poxa vida. – Fred sorriu, brincalhão. – Mas eu aposto que Harry está só dando dicas de tricô para a tal da Chang, e você, George?

- Eu já acho que eles devem estar brincando de esconde-esconde. Gina?

- Eles estão se agarrando em algum canto, pelo amor de Merlin. – Gina respondeu, subitamente meio seca e incapaz de corresponder às brincadeiras. – Se me dão licença, está tarde e eu estou cansada. Boa noite.

George e Fred trocaram um olhar e concordaram com a cabeça.

- Mione, eu e George vamos trabalhar um pouco na loja. Quer vir?

- Vão vocês, vou ficar com Ron e esperar o Harry.

Fred se levantou e me deu um beijo na testa de despedida, mas pensei melhor quando vi-o partir. Ainda havia algo que eu precisava perguntar a ele.

- Fred? – Chamei, fazendo-o virar-se. Ele mandou George ir na frente, e veio em minha direção. – Queria conversar com você sobre uma coisa.

- Manda. – Fred disse, encostando-se na parede do canto vazio da Sala para o qual nos dirigimos.

- Como você está? Com o negócio dos substitutos e tudo mais?

- Era meio inevitável. É uma droga que tenha acontecido no nosso último ano, mas fazer o quê. – Ele revirou os olhos, sorrindo com os cantos dos lábios. – Obrigada por perguntar, Mione. Agora, se me dá licença, tenho trabalho a fazer! Adeuzinho! – Fred se despediu com um beijo que não demorou nem metade do tempo que nós dois queríamos, mas George estava o esperando na passagem.

Acenei brevemente para ele e voltei para meu lugar ao lado de Ron.

- Uau, você deixando de ficar com seu namoradinho para ajudar seus amigos. Não se vê mais esse tipo de coisa de você esses dias. – Ron bufou, se espalhando no sofá. Sim, eu não falava tanto com Ron quanto costumava, mas eu achava que ele já tinha passado dessa fase. Além disso, ele era descuidado com seu trabalho de Monitor, enquanto eu era precisa, o que vinha causando tensão entre nós, incluindo o fato de que Ron era intimidado demais por seus irmãos para me ajudar a impedi-los de fazer testes em alunos. Ele e Harry também não estavam na mais calorosa das amizades, já que Harry se sentia traído por Dumbledore não tê-lo escolhido como monitor, já que ele se julgava mais merecedor do cargo do que Ron. Francamente, eu também achava, ainda que amasse Ron com todo o meu coração.

- O que deu em você hoje, Ronald?

- Nada. Só estou fazendo uma observação. – Ron ergueu as mãos como se não tivesse dito nada. Quando percebeu que aquilo realmente não fora um comentário legal, ele suspirou. – Foi mal, Mione. Ando meio estressado ultimamente.

- Tudo bem. Não foi nada demais.

Harry chegou como se seu cérebro estivesse paralisado. Ele se sentou conosco, e perguntei se ele estava bem, porque realmente não parecia.

- O que foi? O que aconteceu? – Ron inquiriu, curioso.

Harry balbuciou alguma coisa sem completar de fato palavra alguma.

- Vocês se beijaram? – Perguntei, direto ao ponto.

Harry não respondeu de início, mas quando Ron conseguiu uma confirmação do amigo, lançou o punho no ar em comemoração e uma risada meio doida. Harry sorriu relutantemente, e eu só olhei para Ron com certo desgosto.

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- E aí? Como foi? – Ron disse quando finalmente se recuperou de seu estado de alegria louca.

- Molhado. – Harry disse, sincero. O ruivo fez um barulho de nojo. – Porque ela estava chorando.

- Ah... Você beija tão mal assim?

Harry, pelo jeito, não tinha pensado nessa possibilidade e vi preocupação se espalhar por seu rosto, e resolvi intervir. Expliquei a situação de Cho, já que Ron, em sua incapacidade de entender emocionalmente uma garota, parecia achar que um beijo a faria esquecer que seu ex-namorado fora assassinado. Continuamos conversando, e concluí que Harry poderia ter se saído bem pior. Fomos todos para a cama depois de algum tempo debatendo sobre o que Potter faria a seguir, já que ele parecia ter o mesmo conhecimento sobre relacionamentos que uma porta.

Quando acordei, parecia que o mundo virara de cabeça para baixo: nenhum dos Weasley ou Harry estava em Hogwarts, ou seja, a maioria dos meus amigos sumira repentinamente. Sabia que Dino Thomas e Simas Finnigan dormiam no mesmo quarto que Ron e Harry, e eles me explicaram o que tinha acontecido. Ao que parece, Harry acordou todos com barulhos de dor, e quando conseguiram tirá-lo de seu sono, ele estava coberto de suor, dor e pânico, dizendo que o Sr. Weasley fora atacado por algum tipo de cobra. Para todos os Weasley terem sido tirados de Hogwarts, presumi que a visão se tornara verdade, e mal sabia com quem me preocupar primeiro.

Não podia pedir para que Umbridge simplesmente me deixasse ir embora, ainda mais quando ela estava lívida de ódio com o fato de todos eles terem escapado logo debaixo de seu nariz, ainda que Dumbledore tenha argumentado que o Sr. Weasley estava no hospital e ele dera permissão para que saíssem. Pelo jeito, eu teria que esperar o semestre acabar.

Os dias se arrastavam, e ninguém se preocupou em me mandar uma carta. Pelo menos meu tormento acabou logo, e já estava com a mala pronta para sair ao primeiro sinal do fim das aulas. Pulei no primeiro Nôitibus e corri para o Lago Grimmauld. Quando toquei a campainha, logo ouvi o quadro da Sra. Black berrando à todo vapor, e conseguiram calá-la quando entrei.

Encontrei os Molly, George e Gina na cozinha, e garanti que cada um recebesse o mais apertado dos abraços.

- Como vocês estão? E Arthur? – Perguntei, exasperada.

- Arthur está se recuperando, graças à Harry. Estamos todos muito aliviados, mas o susto foi grande. – Molly admitiu, e coloquei a mão em seu ombro.

- Fred está...? – Comecei, mas não tive que terminar a frase. Os irmãos indicaram o andar de cima com a cabeça.

Resolvi passar no quarto de Fred antes, já que a conversa com Harry provavelmente demoraria mais. Abri uma porta que tinha luz saindo da fresta, e felizmente encontrei Fred deitado em sua cama, jogando uma meia para cima e pegando-a.

- Hermione? – Fred pulou da cama e puxei-o em um abraço apertado. Ele se encurvou para aninhar sua cabeça no meu pescoço, e não o soltei até que ele nos separasse. Nunca se sabe o quanto uma pessoa precisa de um abraço em situações como a dele. – Você não ia esquiar com sua família?

- Não é muito a minha praia. Além disso, preciso ficar aqui com vocês. – Com minhas mãos em concha, segurei suas bochechas, analisando seu rosto com ternura. Seus olhos estavam vermelhos e inchados, e abracei-o de novo. – Você quer conversar?

- Acho que não. Tá tudo bem agora, de qualquer forma. – Fred estava fazendo aquilo de novo. Despistando conversas sobre ele.

- Tem certeza?

Sua encarada pareceu entrar nos meus olhos e ir até o fundo da minha alma. No entanto, meu olhar percorreu o mesmo caminho no corpo dele, e soube que ele precisava falar sobre aquilo.

- Depois, que tal? Vá ver Harry antes, ele precisa de você. – Fred sorriu e voltou a deitar na cama, e trocamos um último olhar antes de eu bater na porta do quarto em frente ao dele.

- Harry? Eu sei que você está aí, quero falar com você. – Chamei, e ele me deixou entrar.

- O que você está fazendo aqui? Achei que tinha ido esquiar com seus pais...

Dei a mesma explicação que dei a Fred, mas adicionando um aviso para que ele não contasse a Ron que eu não gostava muito do esporte. Quando tentei explicar para o ruivo o que era, ele não parava de rir, então disse que era incrível.

- Como você está?

- Bem. – Harry respondeu, e detectei sua mentira.

- Não está não. Ron e Gina me contaram que você vem se isolando nesse quarto desde que voltaram do St. Mungo`s.

- Quem sabe eles que estejam me evitando! – Ele argumentou, começando a se esquentar.

- Ah, pare de se sentir tão incompreendido. Olhe, eles me contaram o que vocês ouviram com as Orelhas Extensíveis no hospital e toda a história de Voldemort tomar conta da sua mente... – Expliquei, e não ajudou em nada.

- Ah, é? Vocês todos têm falado de mim? Bom, não tem problema. Já estou acostumado, não é mesmo? – Ele bufou, afundando no colchão.

- Olhe, Harry, todos queriam falar com você. Todos se preocupam com o seu bem-estar, nunca pense o contrário.

- Eu não queria falar com ninguém.

- Pois devia! Gina sabe como é ter sido possuída por ele, e você pensou em ao menos conversar com ela? Não, ao invés disso, você nem olha para ela. – VI que minhas palavras causaram algum impacto nele. – Olhe, depois vamos conversar todos juntos, ok? Quem sabe eu, Ron e Gina conseguimos colocar algum bom senso na sua cabeça.

- Tá.

Saí dali depois de dar um aperto em sua mão, e voltei para o quarto de Fred.

- Voltei.

- Como foi a conversa? – Ele perguntou, se levantando para ficar sentado. Fred deu um tapinha no colchão para que eu sentasse ao seu lado, e assim fiz.

- Não muito produtiva, mas consegui fazê-lo aceitar conversar comigo, Ron e Gina mais tarde.

- É, deu pra ouvir. – Fred riu baixinho. – Que foi? As paredes são finas e vocês falam muito alto!

- Tá bom... – Ri junto com ele e decidi não me vira de frente para ele; quem sabe se não estivéssemos nos encarando olho no olho, seria mais fácil para ele se abrir. – Como tudo aconteceu?

- Olha, foi mais rápido que a época que Gina gostava do Lino. – Ele sorriu, tentando fazer piada. Arregalei os olhos, nem sabia que Gina já gostara do Jordan, e Fred só concordou com a cabeça, rindo. – Acho que era a fase de gostar de amigos dos seus irmãos mais velhos, sei lá.

- Nem sabia que essa fase existia.

- Quando se tem irmãos mais velhos, claro que existe. – Lancei-o um olhar para voltarmos ao assunto, sentindo que estávamos fugindo do problema. – Enfim, do nada me acordam falando que meu pai foi atacado e não sei mais o quê. Brigamos com Sirius, mas acho que acabamos descontando nossa frustração no coitado.

- E por que você chorou?

- Me disseram que garotas curtem gatos sensíveis. – Ele piscou para mim, e dei um soquinho em seu ombro, rindo junto. – Bom, Hermione, acho que quando as pessoas estão prestes a perder o pai, elas se desesperam, mas é só uma suposição. – Revirei os olhos com sua ironia. – E sei lá, acho que isso vai começar a acontecer muito daqui para frente.

- Sinto muito, Fred. – Me levantei e fiquei de frente para ele, puxando-o para um abraço. Fred me puxou para a cama, e rolamos desajeitadamente para trás no colchão em um abraço infantil e apertado, nós dois subitamente rindo.

- Quer dormir aqui? – Fred perguntou, ajeitando meu cabelo. Quando ergui uma sobrancelha ele revirou os olhos. – dormir. Merlin, por que você sempre desconfia das minhas nobres intenções?

- Por que será?

- Por favorzinho? – Fred usou sua tática habitual, me fazendo sorrir.

- Tá bom... Mas só porque não estamos na escola, estou com saudades de você e porque você acabou de quase perder seu pai. – Esclareci.

- Se é o que você diz... – Ele sorriu, malicioso.

- Mas tenho que conversar com Harry antes. Volto logo. – Dei um beijo em sua testa, como ele sempre faz comigo.

- Ei! Essa tática é minha!

Dei de ombros, sorrindo, e fui embora.

............................................................

- Que rápida. – Fred disse quando voltei. [N/A: Não acho que seja necessário repetir o que a JK já fez no livro, sabem? Ia acabar sendo a mesma coisa de qualquer forma, então preferi incluir o que aconteceu com a Hermione explicando para o Fred, para os que não lembram não se sentirem perdidos]

- Sempre sou. – Respondi. Já estava com um moletom e uma calça do pijama, e Fred abriu espaço para que eu entrasse debaixo das cobertas com ele.

- O que deu?

- Não deu para bisbilhotar dessa vez? – Alfinetei, e ele me mostrou a língua em resposta.

- Vocês escolheram uma sala muito longe... Fiquei com preguiça de ir até lá.

- Enfim, acho que conseguimos acalmar o Harry e convencê-lo a aproveitar as festas conosco. Na verdade, Gina fez todo o trabalho, praticamente. – Fred ergueu as sobrancelhas, curioso. – Ela é a única que realmente foi possuída por Voldemort, e disse que não era o caso dele. Eu e Ron fornecemos mais alguns argumentos só para ter certeza, e parece que o tranquilizamos por enquanto.

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- Estou orgulhoso. – Ele sorriu, já meio sonolento. Ele me puxou para seu peito, e beijou minha testa. – Boa noite.

- Boa noite, Fred.