Decidimos contar a uma pessoa de cada vez. Ron, Gina e George já sabiam, e Harry ao menos já tinha consciência de que Fred tinha interesse por mim, ainda que precisasse realmente contar para ele (ainda mais depois do incidente das cartas negadas à ele durante o verão).

- Harry, podemos conversar? – Segurei sua mão quando o vi prestes a descer as escadas.

- Claro, Hermione. – Ele me seguiu até meu quarto, onde nos sentamos na cama.

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- Harry... Como você se sentiria se eu estivesse namorando alguém? – Tentei começar.

- Fred finalmente tomou iniciativa? – Harry sorriu, com os cabelos quase cobrindo os olhos. Quase me engasguei com minha própria saliva com a maneira direta com a qual ele me respondeu.

- Sim... – Lancei ao chão um sorriso amarelo. – Eu queria te contar pessoalmente.

- Hermione, isso é muito bom! Fico feliz por você. – Ele respondeu, sabendo que eu sempre achara que demoraria muito tempo até que conseguisse de fato achar alguém para mim. Subitamente, seu rosto ficou um pouco mais sério. – Ron sabe?

- Digamos que ele tenha descoberto de uma forma... Não tão delicada. Mas sim, ele sabe. Por quê?

- Por nada. Bom, felicidades! – E assim, Harry foi embora mais rápido do que uma flecha. Tentei não pensar muito no assunto, ainda que soubesse que havia uma sensação estranha em mim que dizia que havia algum motivo para isso.

Fred e eu decidimos que seria melhor contar para seus pais juntos, mas faríamos isso no dia seguinte. Sentávamos, nos dois, em uma sala, olhando o fogo crepitar na lareira que acendemos magicamente.

Então, Bichento entrou, e no momento em que Fred ouviu o ruído das patinhas de meu gato, ele começou a tentar, e falhar miseravelmente, a abafar o riso. Logo que Bichento pulou em meu colo, vi o motivo. Seu pelo estava roxo. Roxo neon.

- Fred, me diga que você não foi o responsável por isso. – Vociferei.

- Ele comeu minha meia favorita! Ficou totalmente rasgada! Achei uma troca justa. – Fred justificou, com os braços cruzados e um sorriso triunfante no rosto. – E se quer saber minha opinião, ficou bem melhor assim.

- Desfaça isso agora!

- A tinta sai em alguns dias, Mione.... Aliás, quem me deu a ideia foi você, eu só precisava testar!

Lembrei dos famosos dias em que deixei o cabelo de Fred verde. Olhei para Bichento, depois para Fred, e novamente para meu gato.

- Você não vai sair tão fácil dessa, Fred. – Resmunguei. Eu tinha que pensar em alguma coisa antes que Fred fizesse do meu gato sua cobaia.

- Mione, isso que eu sinto em sua voz é desafio? – Fred aproximou seu rosto do meu, com uma sobrancelha erguida.

- Você confundiu vingança com desafio. Nem pense que estou afim de acordar com o chão cheio de gosma de novo.

- Não tenho culpa de ser o melhor no ramo. – Fred retrucou, sorrindo orgulhosamente. – Mas não se preocupe, um dia você chega perto.

Revirei os olhos. Minhas pegadinhas deram um certo trabalho para ele, e uma foi tão boa que Fred vai colocá-la na loja.

Senti seu braço envolveu meus ombros e aconchegar-me em seu peito, seus lábios roçando em meu ouvido.

- Não fique brava, Mione. – Ele sorriu. – Eu te deixo me pegar de surpresa saindo do banho se você quiser. – Fred pontuou sua frase com uma mordidinha no lóbulo do meu ouvido, me fazendo estremecer.

- Fred... – Murmurei. Não ia ceder às provocações dele logo depois de ver meu gato roxo. Não porque ficara brava, mas porque era uma questão de princípios. E orgulho.

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- Sabe, você ficaria linda de cabelo roxo. – Fred correu os dedos preguiçosamente pelo meu cabelo. – Sou totalmente a favor de tornar você uma cobaia de tintas.

- Você não ficou tão mal de cabelo verde também. – Protestei, sorrindo.

- Tá brincando? Eu fiquei muito mais que “não tão mal”!

- Sim, Fred, você ficou maravilhoso, lindo, esplêndido e deslumbrante. – Ironizei, segurando suas bochechas e dando um beijo em cada uma.

- Agora sim.

...............................................................

Acordei no dia seguinte e Harry já tinha saído para seu julgamento. Tentei não ficar nervosa, mas a atmosfera ao redor também não ajudava. Molly limpava freneticamente cada canto da antiga casa, Gina (pela primeira vez desde que chegara ali), limpava seu quarto, assim como Ron. Os gêmeos pareciam apenas saber que tudo daria certo, e pareciam ser os únicos que agiam normalmente, brincando e rindo com Tonks.

Tentei de tudo: dormir, ler, adiantar alguns conteúdos e até mesmo tentar conversar com Monstro (não sei nem porquê tentei). Nada parecia adiantar. Até que ouvi Molly convocando todos os presentes na casa para fazer um banquete de celebração para quando Harry voltasse. Como ela chamara os gêmeos, Ron, Sirius, Tonks, eu e Gina, já sabia que quando ela dissera banquete, não estava de brincadeira.

Os gêmeos e eu (imagino que Molly tenha me colocado com eles para garantir que não tentassem nenhuma gracinha) ficamos encarregados de duas sobremesas, enquanto Gina e Ron fariam o arroz e os vários molhos e Sirius e Nymphadora cuidariam dos recheios e saladas. Molly, é claro, assumira 4 pratos sozinha, tendo pego todos os pratos mais importantes ou mais difíceis para garantir que nada desse errado. A matrona dos Weasley corria de um lado para o outro, orientando, ordenando e ocasionalmente dando alguma bronca.

Porém, tudo que foi necessário foi Molly ir ao banheiro. Sirius, Tonks e os gêmeos trocaram um olhar divertido, e esconderam toda a comida que tinham preparado, pegando novos potes. Olhei intrigada para o que eles estavam fazendo, mas decidi ficar quieta. Todos precisávamos de uma distração no momento.

- Ronald! Você derrubou tudo! – Fred gritou audivelmente, para que Molly escutasse.

- Eu? Sirius queimou tudo que eles tinham feito! – Ron logo entendeu o plano e entrou na brincadeira.

- Ora, se Tonks não tivesse feito o feitiço errado nada teria acontecido! – Sirius acrescentou com uma piscadela e um sorriso.

- O que diabos está acontecendo aqui? Eu saio por um segundo e vocês estragam tudo! O que Harry irá pensar? Que não nos importamos com ele? Ora, por Merlin! Teremos que começar tudo de novo com velocidade dobrada e os pratos reduzidos! – Molly ficava gradativamente mais vermelha e falava cada vez mais alto e rápido.

Resolvi intervir antes que a mulher explodisse ou nos matasse.

- Molly, foi uma brincadeira. – Coloquei a mão em seu ombro, sorrindo. Com um movimento de suas varinhas, todos revelaram cada prato escondido, fazendo Molly suspirar de alívio e colocar a mão no coração.

- Por Merlin, não façam isso de novo! Voltem ao trabalho já!

Todos riram e fizeram o que lhes foi dito, e logo tudo já estava encaminhado. Quando Harry entrou na casa, o surpreendemos com a mesa já pronta, fazendo-o sorrir de orelha à orelha. Logo que vi a felicidade em seu rosto, sabia que ele voltaria a Hogwarts. Todos o abraçamos, embora Sirius o tenha feito com certa dose de melancolia que tentou esconder. Sabia que o padrinho de Harry era muito solitário, e que ele sempre quis morar com meu amigo. Sabia que ele seria muito mais feliz com Sirius do que com os Dursley, e esperava que depois desse ano letivo, Harry fosse passar as férias com seu padrinho.

Logo, nossas listas de materiais chegaram, e não me choquei quando fui selecionada para a posição de monitora. Quase fui perguntar para Harry se ele estava animado para ser monitor quando Ron anunciou que o cargo seria dele. Vi que Potter ficara tão surpreso quanto eu, mas nós dois tentamos esconder. Molly e Arthur ficaram imensamente felizes, tanto que Ronald ganhou até mesmo uma vassoura nova, coisa que ele pedia há muito tempo.

Sabia que Harry ficara decepcionado e rancoroso. Ele queria a posição, e achava que merecia mais que Ron. De certa forma, eu concordava. Mas ainda assim, quem sabe Dumbledore queria livrá-lo de maiores preocupações, visto que Harry já tinha muita coisa para se preocupar. Haviam argumentos para os dois lados da história.

Logo, eu e Fred nos entreolhamos e resolvemos contar para Molly e Arthur.

- Mãe, pai, precisamos contar uma coisa. – Fred disse, quando conseguimos abordá-los sozinhos. Seus dedos se entrelaçaram nos meus, e os pais de Fred se entreolharam com sorrisos que mal cabiam em seus rostos. – Eu e Hermione estamos namorando.

- Oh, meus queridos! São notícias boas demais para uma noite só! Desejo tudo de bom para o casal! Oh, Arthur, eles não formam um par lindo? Estou orgulhosa de você, Fred querido. – Molly exclamou, e Arthur sorria para nós.

- Obrigada, srs. Weasley. Significa tudo para mim receber a aprovação de vocês. – Disse, sendo acolhida pelo abraço deles.

- Bem vinda à família, Hermione. – Arthur sorriu calorosamente.

Depois disso, tomei banho e fui para o meu quarto para terminar de checar se tudo estava dentro do meu malão. Fiz isso pelo menos três vezes, sem querer deixar nada para trás, ainda mais agora que era monitora e tinha que ser o melhor exemplo dentre minha Casa. Fred não iria gostar disso, mas não poderia fazer muita coisa com ele em público esse ano.

Já estava em minha cama quando ouvi alguém abrir minha porta.

- Mione? – Era a voz baixa de Fred, que entrava tentando fazer o mínimo de barulho possível.

- Fred, o que você está fazendo aqui à essa hora? Preciso te lembrar que amanhã temos que acordar cedo para voltar às aulas? – Vociferei baixinho.

Fred estremeceu e fez um barulho enojado quando mencionei a escola.

- Vim buscar meu beijo de boa noite, obviamente. – Fred sorriu no escuro, e senti de longe o tom brincalhão em sua voz.

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- Já que você está aqui, precisamos combinar uma coisa. – Dei um tapinha na minha cama para que ele sentasse, mas Fred já foi se esparramando ao meu lado, subitamente já deitado ao meu lado.

- Que foi? Estou com frio. – Ele justificou, sorrindo marotamente, quando lhe lancei um olhar inquisitivo.

- Enfim... Você sabe que esse ano serei monitora.

- Aliás, esqueci de te parabenizar por isso. Era óbvio, mas ainda assim estou orgulhoso. – Seus braços me apertaram em um abraço por baixo das cobertas, e logo ele me envolveu de forma que seu peito aquecia minhas costas enquanto seu queixo se aconchegou entre meu pescoço e meu ombro.

- Obrigada. Fred, eu sei que acabamos de resolver tornar nosso relacionamento público, mas preciso que entenda que como monitora, tenho que dar o exemplo. Se eu sair por aí me agarrando com você, todos vão pensar que tudo é permitido. – Expliquei.

- E isso significa...?

- Que vamos ter que manter nosso relacionamento o mais inocente possível em público. – Completei. – Claro, não precisamos nos esconder, mas só vamos ter que nos conter e não exagerar.

- Tudo bem por mim. – Fred disse, pontuando sua frase com um beijo rápido em meu pescoço. – Mas, vem cá, quando estivermos sozinhos vamos ter que pegar leve?

- Merlin, Fred... – Ri, me virando para ele, enquanto seus braços se ajeitavam à mudança de posição. Aconcheguei minha cabeça em seu peito. Realmente queria encontrar as forças para avisá-lo que talvez seria melhor ele dormir em seu próprio quarto, mas não conseguia de jeito nenhum.

- É bom que tenham colocado algum feitiço aquecedor no dormitório masculino. – Fred murmurou, já com a voz um pouco sonolenta.

- Por quê?

- Bom, a não ser que você pretenda invadir meu quarto, o que eu sou totalmente a favor, diga-se de passagem, não vou ter você. – Ele riu. - Ainda que Lino quem sabe topasse.

- Tenho que tomar cuidado com Jordan? – Brinquei, sorrindo contra seu peito enquanto suas mãos preguiçosamente corriam por meu cabelo e costas.

- Ninguém recusaria a proposta de dormir comigo, Mione... – Ele murmurou, convencido como só ele.

Passamos mais um tempo em silêncio, e as respirações de Fred ficaram cada vez mais regulares e sabia que ele caíra no sono.

- Eu te amo, Fred Weasley. – Sussurrei, sabendo que ele não ouviria nem se quisesse. Fred falava de George, mas ele também dormia como uma pedra.