Os quatro reinos

Capítulo 11


—Eu me recuso a ser a vadia de vocês dois – olho para Erlian também que esta branco como papel – me virei a vida toda sozinha. Nunca precisei machucar ninguém que não precisasse ser machucado. Vocês me trouxeram para um reino ao qual a mulher é considerada um lixo. Talvez estejam tão domados pela política dos reinos que acharam por um breve momento que eu também me enquadrava assim. Não sou brinquedo de vocês. Vocês não mandam em mim. Não temos amizade e nem amor um pelo outro, mas pelo menos me respeitem. Não sou a vadia de vocês. Eu sou minha própria dona e se novamente me colocarem em uma posição como essa e eu precisar escolher, escolho matar – me transformo por inteira e Erlian se afasta como se assustasse e Sheila parece paralisada – escolho matar todos e inclusive vocês! – Me afasto com a mão do pescoço de Kawell e ele cai no chão – ficamos entendidos eu imagino?

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Viro-me e vou para meu quarto.

****

Tomo um banho e troco de roupa. Arrumo o cabelo e visto uma roupa assim como as mulheres ossos de bourn. Desço para a cozinha onde peço algo para comer. Estou comendo quando sinto uma presença atrás de mim. Viro-me e encontro Erlian.

—Pensei que você não treinasse seu poder – ele diz.

—Eu sou uma mestiça, sou odiada em qualquer reino seja dos humanos ou de pessoas como nós. Preciso aprender a sobreviver – lhe dou uma piscadela – qual o nosso próximo passo?

Ele se senta ao meu lado e a empregada lhe trás um suco também. Ele beberica e então olha para mim novamente.

—Você me surpreendeu. Eu...- ele parece sem palavras – me desculpe ta legal? Sei que deveria ter mantido mais controle sobre toda a situação. Prometo não colocá-la nessa posição de novo.

—Tudo bem.

—Agora me diga como você conseguiu fazer aquilo com sua pele?

—Manter Kawell como um humano? – sorrio e ele assente – queimar sua pele?

—Eu nunca vi fazerem isso antes.

—Descobri quando era pequena. Sai para roubar e fui pega por um soldado de aço. Ele tentou me matar e estuprar e então eu fiz isso pela primeira vez. Não cheguei a matá-lo, mas danifiquei sua vida para sempre. Não sei te explicar como que funciona, mas só funciona para mim, entende? É natural.

—Arya? – a voz de Kawell é um sussurro. Ele me olha fixamente como se estivesse pronto caso eu fosse matá-lo ali e agora.

—Com licença – diz Erlian e sai da cozinha.

Kawell caminha até mim. Seu pescoço parece estar curado, provavelmente a feiticeira fez isso.

—Me perdoe – ele diz – eu me distraí durante nossa missão – como o sanduíche tranquilamente – eu errei.

Olho para ele com o olhar calmo.

—Não confio em você Kawell. Estamos trabalhando em equipe e não posso trabalhar com alguém que não confio. Eu consigo fazer o serviço para descobrir o que vocês querem, mas na verdade como um todo precisamos todos uns dos outros. Não confio em vocês, acho que precisamos recomeçar – ele me observa – sou Arya, prazer – estendo-lhe a mão e ele a pega.

—Kawell, o prazer é todo meu – ele diz e abre um pequeno sorriso.