Os Marotos - A Criação do Mapa

A Lembrança de Dumbledore (CAPÍTULO BÔNUS)


Mais uma vez um homem trouxa, cujos cabelos brancos estavam tão ralos que deixava uma careca no meio da cabeça, falou do que acontecera misteriosamente numa casa no subúrbio de Londres. Ele dizia que nunca, em todos os seus anos como policial, tinha visto algo como aquilo. Nem os legistas conseguiam explicar como todos naquela casa tinham morrido. Então, o trouxa contou que eles chegaram a conclusão de que só poderia ter sido um escapamento de gás, mesmo que não houvesse um único indício disso. Por fim, calou-se, aterrorizado.
Alvo Dumbledore, então, se viu voando imponderável pela escuridão. Segundos depois, aterrissou no seu próprio escritório. Segurou na borda da Penseira e refletiu, mais uma vez, o que havia visto. Estava fazendo muito isso nos últimos dias. Quando decidiu se virar, encontrou Minerva McGonagall sentada, olhando para ele.
— Boa noite, Professora McGonagall — Alvo sorriu e foi se sentar atrás de sua escrivaninha. — A que devo a honra de sua visita?
— Boa noite, Alvo — respondeu Minerva sem, entretanto, retribuir o sorriso.
A Professora segurava uma edição do Profeta Diário e a entregou a Dumbledore sem dizer nada. O diretor pegou o jornal e leu a primeira página. Na manchete, bem grande dizia “Família Trouxa é Assassinada por Bruxo das Trevas”. Alvo parou de sorrir imediatamente e devolveu o jornal à McGonagall.
— É verdade, Alvo? É verdade o que diz aí? — perguntou a professora, comprimindo os lábios. Ela parecia saber a reposta, mas estava relutando em acreditar até ouvir o que Dumbledore achava daquilo.
— Receio, minha cara Minerva, que cada palavra seja verdade.
Os olhos da Professora McGonagall encontraram os de Alvo. Uma conversa silenciosa foi travada ali e, então, ela desviou o olhar para a Penseira.
— Era isso que estava vendo, não é?
— Os relatos de um policial trouxa. O primeiro que viu os corpos — confirmou o bruxo.
Uma sombra de compreensão passou pelo rosto de McGonagall enquanto ela assentia lentamente. Bruxos das Trevas apareciam e desapareciam conforme a época. Vez ou outra surgia algum potencialmente perigoso, talvez esse fizesse parte do seleto grupo. Então, se lembrou de algo, porque começou a falar:
— Alvo... — ela chamou o bruxo com a voz tremendo, cheia de hesitação. — Aberforth disse que ele tem seguidores. Isso também é verdade, Alvo?
— Meu irmão nunca teve um grande intelecto, mas dessa vez ele está certo — na voz de Dumbledore havia uma mistura de amargura e pesar.
Ele olhou para Minerva. A bruxa soltara um pequeno grito de terror. Quando bruxos começavam a reunir seguidores em torno de si, coisas grandiosas aconteciam. Se boas ou ruins, só os acontecimentos poderiam dizer.
— Eles se autodenominam Comensais da Morte e eu estou inclinado a acreditar que o massacre daquela família de trouxas no subúrbio de Londres foi obra de um deles.
— Esses assassinatos, não foram os primeiros, não é, Alvo?
— E temo que não serão os últimos — disse Dumbledore. Minerva tinha no rosto uma expressão de terror.
Dumbledore, porém, abriu um sorriso e estalou a língua no céu da boca.
— Mas, por hora, não vamos nos preocupar com isso. — Ele se levantou da escrivaninha e estendeu o braço para a Professora McGonagall. — Vamos? Ou vamos chegar atrasados no último banquete do ano.
Minerva segurou no braço de Dumbledore. Os dois saíram do escritório do bruxo e deixaram a porta bater atrás de si. E, apesar de conversarem sobre o resultado da Copa das Casas, estavam com os pensamentos bem distantes. Minerva se preocupava com o futuro da comunidade bruxa se um novo bruxo das trevas, tão poderoso quanto Grindelwald, surgisse. Já Dumbledore, estava se lembrando de um aluno que tivera tantos anos antes. Um menino órfão, cujo nome era o mesmo do estalajadeiro do Caldeirão Furado: Tom. Tom Riddle.

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