Os Lendários Guardiões:Templo Dos Deuses

Muitas coisas e afins... A ajuda do inesperado!


Os Lendários Guardiões -Templo dos deuses-

Livro 1: Planta .........................................................................Capítulo 25:

Muitas coisas e afins... A ajuda do inesperado!

Havia se passado algumas horas após Edward ter chegado à aldeia. Não havia ido para o castelo, mas sim para a casa de Sophie. Lá almoçou e treinou um pouco. Silas não estava lá. Após isso, foi para o campo e treinou bastante com Ellira, Caio e Ícaro. Agora estava na praia junto deles, planejando como levariam tanta gente para Lockhaven.

–Poderíamos soltá-los e deixar que vão sozinhos. -propôs Caio enquanto dava chutes na areia. –Não somos responsáveis por todos. Lockhaven é.

–Em certo ponto você tem razão, Caio. -concordou Oliver. –Além do mais não temos nenhuma noção de qual direção Lockhaven se encontra.

Nesse momento Nilo e Oliver aparecem do planalto.

–Cara, você luta muito!-disse Nilo, surpreso. –Como aprendeu?

–Aprendi com meu pai, mas também aprendi sobre o corpo humano sozinho. -disse Oliver, enquanto se despreguiçava, esticando seus braços para trás.

–É... Eu já lutei com espadas, mas depois que aprendi a controlar fogo nunca mais treinei. -disse Nilo enquanto olhava para o sol. –Sabe, como pode haver algo tão quente e tão alto?

–Não sei... -disse Oliver. –Mas talvez se fosse tão perto da gente, nós queimaríamos.

–Segundo a mitologia, o sol foi o primeiro dominador de fogo. -explicou Nilo. –Foi o filho da deusa Vulcon com o titã Meriva. Se eu pudesse, gostaria de vê-los algum dia.

–Eu gostaria de saber como você controla o fogo... Algo que não é concreto. -disse Oliver chegando até Edward e os outros.

–Eu só me concentro e pronto... -disse Nilo, enquanto deitava na areia. –Gostaria de produzir fogo... Controlar somente não basta.

–Sabe, você é um controlador de fogo... E se você produzisse o fogo apartir do calor do sol? Tipo o que o Fléreri fazia.

–Não sei fazer isso... Produtores de fogo têm uma energia que se queima conforme os movimentos. -explicou Nilo. –Para que eu produza fogo, teria que queimar energia e conduzi-la através do meu corpo.

–Ah... Entendi. -disse Oliver enquanto abraçava Ellira. –Se você nunca tentou produzir fogo, talvez nunca aprenda...

Nilo pensou um pouco sobre a ideia. Edward foi até o meio deles e mostrou um pergaminho que estava em sua aljava.

–Temos cerca de 80 pessoas sem nenhum tipo de poder. Se pudéssemos levar elas conosco em algum lugar, seria uma boa.

–Podemos usar aquele barco de metal. -disse Nilo apontando para o barco de metal avermelhado, que havia sido trazido para a areia durante a batalha contra os irmãos Fléreri e Áquary.

–Boa ideia Nilo! -Edward ficou muito feliz, indo com todos até o barco. –Ele é pesado pra caramba, mas acho que umas quarenta pessoas podem ser carregadas nele. -Edward subiu em cima dele. –Além do mais, para virá-lo será difícil.

–Se eu conseguisse levantar isso seria ótimo. -disse Caio.

–Levantar? -perguntou Oliver. –Quer dizer levitar, né? Mas como?

–Eu consigo lançar e produzir energia escura. -Caio levitou o pergaminho de Edward. –Consigo envolver alguns objetos com energia e manipulá-lo através dela.

Caio tentou envolver o barco com sua energia, mas só cobriu uma pequena parte do barco.

–Você seria bem forte se treinar mais, hein. -disse Ícaro. –Mas por enquanto não é.

Ellira interveio.

–Eu consigo manipular e congelar a água, mas não controlo gelo. -Ellira manipulou a água de modo que uma bola de água flutuou, mas quando ela a congelou ela caiu. –Sou bem forte, mas nem tanto.

–Está bem então. -disse Edward. –Temos que tentar virar esse barco até amanhã. -Edward subiu até o planalto e absorveu uma casca de árvore, voltando até a praia com uma pele avermelhada.

–Se cada um de nós tentarmos juntos garanto que conseguiremos levantá-lo.

–Isso mesmo. -disse Ícaro enquanto pegava alguns cipós e amarrava em uma parte do barco. –Eu tentarei ajudar do alto... Não sou muito útil no chão.

E tentaram. Primeiramente conseguiram levantá-lo alguns centímetros do chão, mas só uma parte. O navio era grande e muito largo, feito de metal. Seis crianças não podiam levantá-lo. Quando Edward absorve certas árvores, ganha certa força a partir do tipo de planta. Mesmo absorvendo uma árvore forte, não conseguia mover o navio.

–Como ele veio parar aqui? -perguntou Nilo. –Foi na batalha?

–Sim e não. -respondeu Edward. –Áquary o trouxe com uma onda.

–Mas depois você conseguiu levantá-lo quando Nilo... Sabe...?-Caio ficou meio sem graça.

–É mesmo... -disse Edward se distanciando, enquanto ficava ao lado do navio e o golpeava com algumas estacas de madeira. –Se o golpearmos de um só lado, conseguiremos virá-lo. O problema é que quanto mais eu atiro estacas-Edward virou de costas. –A minha pele de madeira se disfaz.

E foi o que fizeram. Edward absorveu mais madeira e então Caio, Ellira e Edward começaram a atirar no barco. Caio fez um tipo de placa de energia para que Caio e Oliver pudessem empurrar o barco também. Ícaro puxava o barco com as vinhas de Edward.

–Não está adiantando. -disse Oliver. –O barco só está sendo arrastado e não sendo levantado. Além do mais, estamos danificando mais o barco. Daqui a algumas horas será mais fácil construir um do que reaproveitar esse!

Nilo riu, mas quando olhou para um lado da praia, ficou sério.

–Pessoal...

–Estávamos olhando você do outro lado. -disse Áquary enquanto olhava para Ellira, que estava por sua vez olhando para ele.

–Vejo que vocês querem virar o navio naufragado... -disse Fléreri. –Se quiser podemos ajudá-lo.

–Não. Obrigado. -disse Edward, enquanto virava e andava para a floresta.

–Espera Edward! -Oliver correu até ele e o parou. –Eles só querem ajudar... Podem ser úteis.

–Não... Tem alguma coisa errada nisso aí. -disse Edward desconfiado.

–Muito bem. -disse Oliver. –O que vocês querem?

Áquary olhou para todos e para o navio. Ele e seu irmão estavam mantendo certa distância deles.

–Não queremos lutar. -disse Áquary olhando para o mar. –Estamos aqui nessa ilha há algum tempo e estamos de saco cheio dela.

–Se virarmos o barco vocês nos levam para onde vão? -perguntou Fléreri. –Só queremos isso. Nada mais.

Todos se entreolharam.

–Feito! -disse Edward. –Lockhaven poderá recebê-los.

–Então está bem. -disse Fléreri olhando para Áquary.

–Senhorita, pode me ajudar? -Áquary se curvou, reverenciando Ellira e pegando sua mão. –Se importa de usar sua esfera de água quando eu pedir?

Oliver não estava gostando muito.

–Não. Só me diga quando. -Ellira sorriu.

–Venha até aqui. -disse Áquary levando Ellira até o meio da praia, entre o navio e o mar. –Eu vou fazer uma onda, grande e forte o bastante para arrastar o navio. Você vai ficar aqui. Quero que use sua esfera de água com toda a força, mas cuidado. -Áquary caminhou até o mar e se jogou na água.

–Não fiquem aqui. -disse Fléreri correndo até o planalto. –Saiam.

Todos foram. Ícaro levantou vôo. Fléreri deu o sinal com uma rajada de fogo para o alto. Nilo aproveitou e manipulou um pouco. Áquary viu o sinal e então manipulou a água do mar, produzindo uma onda muito grande, que foi em direção à praia.

–Ellira! -gritou Oliver, preocupado.

–Calma cara. -Fléreri recomendou. –Meu irmão sabe o que faz.

Quando a onda chegou a Ellira, a garota bateu forte com os pés no chão cortando a onda no meio, de modo que ela não foi atingida. A onda atingiu o navio com força, fazendo com que ele batesse na parede do planalto e ele voltasse para o mar, sendo arrastado pelas águas, indo em direção à Ellira.

–Agora! -gritou Fléreri, após perceber que o grito de Áquary não chegava até a praia.

Ellira ouviu o grito do garoto de fogo e então se preparou. Manipulando a água para fazer sua Rotação, a garota fez com que a água a sua volta formasse um tipo de ciclone. O barco então ficou preso nele, dando voltas na água.

–O navio é muito pesado para ela. -disse Áquary nadando até Ellira.

–Ela não vai conseguir. -disse Fléreri vendo o ciclone em certos pontos perder força.

–Ela tem que conseguir. -disse Caio enquanto tentava puxar o navio com sua energia. –Arg! É muito forte.

–Se concentra num ponto só, Caio. -disse Edward enquanto puxava algumas vinhas e tentava amarrar no navio, puxando ele com sua manipulação. –Me ajudem...

Fléreri segurou na corda junto com os outros. Ícaro estava voando sobre a água. Se acaso suas asas se molhassem, demoraria muito tempo para secar suas penas. Ellira estava começando a perder a força, já que o navio golpeava violentamente sua cúpula giratória. Quando viu que estava prestes a ser golpeada pelo navio, desfez sua rotação e deu impulso para cima. A força giratória da água acabou e o navio estava indo para o mar. Graças a Edward e os outros, principalmente a Caio o navio ficou de ponta cabeça, mas parado. Ellira estava desacordada. Áquary a estava procurando Ellira pela água. Ícaro a estava vendo e gritava para todos, mas sua voz não estava ecoando.

–Já sei... -disse Ícaro voando até a direção acima de onde Ellira estava. Prendeu a respiração e fechou suas asas brancas, que mediam cerca de 1,50m.

Caindo na água, Ícaro abriu suas asas dando impulso para nadar. Viu Ellira no meio do mar. Nadou até ela. Quando a segurou, Áquary puxou suas asas. Ícaro sentiu um pouco de dor, mas aguentou. Olhando para Áquary, viu que serpentes marinhas estavam os cercando. Elas eram enormes.

–Não estou vendo ela. -disse Oliver procurando por Ellira. –Cadê ela?!

–Relaxa cara. -disse Fléreri. –Meu irmão está com ela e o menino pássaro também.

–Olha aqui seu... -disse Oliver segurando Fléreri pela camisa. –Se alguma coisa acontecer com a Ellira... Eu ... Eu... -seu olhos começaram a lacrimejar.

Caio, a partir do planalto, fez uma ponte de energia escura e então começou a andar por ela. Estava uns nove metros acima da água e então mergulhou. Os outros foram para a areia da praia. Dentro da água, Caio viu Ícaro, Ellira e Áquary na água, enquanto eram rodeados por serpentes. Ellira estava com um tipo de bolha envolta do rosto, mas estava desacordada. Nadando mais, fez uma cúpula de sombra envolta de si e dela fez sair tentáculos de sombra, que puxaram os três para dentro.

–Como estão? -disse Caio enquanto expandia a cúpula, para dar espaço às asas de Ícaro. –O que é aquilo?

–São serpentes marinhas... -respondeu Áquary enquanto retirava a bolha de Ellira. –Ela está bem, mas está desmaiada devido ao esforço...

Foi quando uma serpente enorme bateu com a cabeça na cúpula. O choque da colisão foi grande, fazendo com que ela rachasse e fosse para baixo. Áquary manipulou a água ao redor golpeando a serpente e impulsionou a cúpula para cima, fazendo com que ela boiasse. O problema é que estavam no meio do mar.

–Não pode ser... -disse Caio fazendo um tipo de ponte de sombra, para que pudessem ficar acima da água. –Ícaro, consegue voar?

–Não agora. -Ícaro levantou suas ásas, as penas molhads e encolhidas. –Se eu conseguisse secar elas, poderia voar sim.

–Mas conseguiria carregar Ellira? -perguntou Áquary.

–Não sei... -respondeu Ícaro. –Nunca tentei carregar algo tão grande... Talvez conseguiria, mas não tão alto e nem tão rápido.

Áquary então manipulou a água que encharcava as asas de Ícaro. Suas penas estavam secas, mas juntas. Precisaria ficar no sol para secar. Abrindo mais as asas, tentou secá-las ao sol, passando as mãos em suas penas.

–Cuidado, tem uma serpente vindo! -disse Áquary enquanto tentava parar a serpente prendendo ela numa bolha. –Não consigo... Ela é muito grande...

–Então faça uma onda e leva a gente para a praia. -disse Caio enquanto lançava rajadas negras no monstro marinho, que mergulhou. –Rápido!

Áquary bateu com os pés na ponte de sombras de Caio, fazendo com que criasse um tipo de onda não muito alta, mas que os levava em direção à praia.

–Consegui. -Ícaro levantou vôo. –Posso tentar carregar Ellira agora. -disse Ícaro.

–Agora não precisa. -falou Áquary enquanto manipulava a onda. –Pode ir.

Foi quando a serpente golpeou a ponte por baixo, fazendo com que ela virasse e derrubasse todos. Ícaro foi rápido e pegou Ellira, mas a ponta da sua asa esquerda se molhou, fazendo com que ele voasse torto e lentamente, quase dentro d’água.

Arg! Como pesa... Ícaro não estava aguentando, mas estava chegando até a praia.

Faltava cerca de doze metros para chegarem quando Ícaro observa que todos na praia estavam acenando, até que Oliver joga uma adaga em sua direção. Ícaro desvia e olhando pra tras, vê que Oliver havia acertado uma serpente no olho.

–Ufa!-disse Ícaro. –Que sorte que aqui não tem muitos mooooooonstros!

Mal terminou de falar e Ícaro vê o mar abaixo de si começar a ficar escuro e uma serpente abre sua enorme boca de quatro metros e o engole, mergulhando no mar de novo. Todos ficar perplexos.

Oliver se desespera.

–Ellira!

Fléreri e Caio chegam até a praia, correndo até Oliver que iria pular no mar.

–Você!-Oliver segurou Áquary pela camisa e quando ia lhe dar um soco Edward o segurou.

–Bater nele não resolve!-disse Nilo. –Eles têm que sair de lá rápido...

–Tomara... -Oliver caiu sobre a areia, sentado, enquanto chorava. –Ellira...

–Alí!

Da água, dezenas de estacas saíram para o alto, indo em direção à praia.

–Ellira? -perguntou-se Oliver indo em direção às estacas, que não derreteram ou viraram água. –Não são as estacas líquidas de água... São penas!

Do horizonte, Ícaro emergiu da água junto de Ellira, que estava acordada. Estava voando mais alto. Não demorou muito e chegou à praia.

–Ellira! -Oliver correu até ela, a abraçando e a beijando.

–Cara, como conseguiu voar com as asas molhadas? -perguntou Áquary enquanto passava a mão na asa esquerda de Ícaro. –O que é isso?!

–É óleo. -disse Ícaro, respondendo à pergunta de Áquary. –Não se mistura com a água, o que me faz voar com as asas um pouco úmidas.

–Entendi... -disse Áquary surpreso. –Valeu então.

–Pronto pessoal... -disse Fléreri enquanto olhava para o navio. –Agora é só descê-lo e...

O navio começou a ranger... Caindo com força na areia.

–Não precisa mais. -disse Fléreri sem graça.

–Foi mal, pessoal-disse Caio rindo. –Agora que ele está normal, podemos ver que ele é bem alto, não é? Cabem mais pessoas aí dentro do que pensávamos.

–É mesmo... -disse Ellira enquanto o olhava de cima à baixo. –Ele está meio velho e amassado, além de um buraco. Vamos ter que reconstruí-lo.

–Está bem pessoal! -disse Edward enquanto botava as mãos no ombro de Fléreri e de Nilo. –Vamos precisar de vocês, mocinhos.

–Está bem... -disse Fléreri estendendo a mão para Nilo, que a apertou. –O que quer que façamos?

–Meu pai era ferreiro e eu sei mecher um pouco com metais. Sei que precisamos de fogo para moldá-lo e de ajudantes. -Edward olhou para o resto do pessoal. –Precisamos reconstruí-lo em menos de um dia, de modo que ele aguente o peso de todos os humanos sem afundar...

–Além de ter algum tipo de defesa contra os monstros, né. -disse Nilo.

–Isso parece ser um navio de guerra. -Oliver apontou para uns buracos no casco. –Parecem ser saídas de canhões. Defesa isso tem.

–Então o que estamos esperando?! -perguntou Edward enquanto subia no planalto e pulava dentro do navio, jogando alguns materiais na areia. Vamos reconstruí-lo!

Continua