Chapter 16

“A vida é um grande Baile de Máscaras e cabe a nós desvendar o que tem atrás de cada máscara.”

Rafaél Cruz

The Andrews Sisters – Oh Johnny, Oh Johnny!

— Pegue aquele véu, imediatamente! – ordenou a senhorita Mary Howard, enquanto arrumava seu cabelo apressadamente no espelho de sua penteadeira, as madeixas ruivas estavam especialmente rebeldes hoje. Justo no dia em que sua grande amiga (e maior rival) Amélia chegaria para passar alguns dias na Temporada de Bailes em Birmingham. Ainda se recordava das tardes ensolaradas que passara ao lado da menina, pequenina e magricela, sempre com ótimos modos e vestidos ricos. Mary a invejava sempre que a via, porém agora era diferente, elas estariam em um patamar equilibrado, ela a filha de um Conde e Mary, a irmã de um Duque. Cobriu sua cabeça com o chapéu extravagante azul e jogou o véu sobre ele, causando um ar de maturidade, enquanto ousadamente pintava os lábios de cor de rosa (conseguiu aquele potinho de tinta com uma criada, e mantinha-o bem escondido de sua mãe).

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— Julie, mova-se, teremos um piquenique! – Mary bufou para sua irmã, que permanecia sentada ao lado da janela, em uma poltrona reinclinável e com um livro debaixo do nariz. Estava absorta em seus romances dramáticos e impossíveis que fermentavam sua mente de desilusões de um futuro amoroso. Mary sempre soube que o mundo era difícil, mesmo antes de seu pai morrer, ela já havia aprendido que os homens não sabem amar e que as mulheres que tentam correr atrás desse “amor verdadeiro” apenas estão se iludindo, porque nem mesmo elas conseguem amar outra coisa além de si mesmas, e é o amor-próprio que têm que as fazem procurar outros que a possam amar também. Neste caso, ela se mantém muito astuta, para qualquer moça de sua idade, embora um tanto equivocada.

— Estou pronta. – resmungou ela, sem tirar os olhos das páginas.

Mary jogou as mãos para o alto e suspirou, virando-se novamente para o espelho, enquanto avaliava-se. As luvas! Não podia esquecer as luvas brandas de seda, com rendinhas nas fitas que as apertavam ao redor do pulso. O vestido era apertado até a cintura, e depois descia crescendo, até se tornar uma roda, azul e branco, com babados e laços de cetim e seda. Sua bolsa de mão de cashmere perolada estava sobre a penteadeira, e quando segurou-a, viu a mais perfeita combinação da última moda de Londres. Não perderia em nada para Amélia, que como era de se esperar, também tinha um ótimo senso de moda.

— Você não pode sair sem um chapéu! – lembrou Mary, correndo até seu próprio porta-chapéus e pegando o que mais combinava com o vestido da última moda da Espanha vermelho e marrom que sua irmã estava desajeitadamente vestindo. Se aquilo não realçasse a formosura e estilo de Mary, ela sentiria pena de sua irmã.

Julie aceitou o chapéu e deixou, enfim, o livro de lado. Tudo o que a filha mais nova da família Howard queria era passar mais tempo dentro de casa, com seus livros, longe do resto da sociedade. Estava começando a perder a fé na vida e nos bons valores. A bondade, a abnegação, a sinceridade... até mesmo o amor estavam sendo deixados de lado, famílias se relacionavam por interesse, e não por fraternidade. O que ela podia esperar de algo como isto? Cresceu em uma casa desestruturada, seu pai vivia bebendo e saindo com cortesãs caras que endividaram a família. Julianna Howard segurou toda a humilhação com punhos de ferro, com seu condado em Molyneux. Quando o velho morreu, ela sustentou as dívidas e conseguiu quitar as menores, mas apenas com a herança de Bernard é que tudo mudou, ele que sempre fora prepotente e muito atencioso com o que era seu (considerava suas irmãs e seus irmãos como inocentes debaixo de suas asas), tornou-se cada vez mais distante e mais ocupado com os assuntos do ducado de Norfolk, até que ele não se importasse com o bem-estar delas ou com tomar o café da manhã com eles. Pois estava tudo bem dentro da grande casa cheia de criados que ele havia herdado. Julianne temia o momento em que Bernard se casasse. Dependendo da mulher que escolhesse, ela poderia não aceitar que seus parentes vivessem a suas custas e obrigá-lo a expulsar a todos a própria sorte. Mamãe ainda seria a condessa de Molyneux, e poderia morar no castelo reformado que os pais dela deixaram, porém seria muito longe de qualquer sociedade e eles teriam de recomeçar tudo, inclusive com criados e a administração da cidade capital. Apenas mais dor de cabeça para Julianna.

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Quando começava a pensar em como sua vida era um grande mar cheio de rochedos por onde as ondas iam quebrando, queria apenas se esconder debaixo dos cobertores da cama, onde ninguém iria encontrá-la ou chamá-la para voltar a realidade. Preferia fugir covardemente a encarar o reboliço que tudo causaria em sua vida.

— Vamos, senhoritas, a carruagem logo partirá. – apressou-as o mordomo, que estava segurando o par de luvas que Julie deveria vestir. A menina aceitou-as, ainda absorta nos pensamentos que tinha sobre o livro que acabara de ler. Mary sorriu ao homem, ainda retocando o rubor das maçãs com beliscões, até se achar adorável o bastante. Ela atravessou o quarto com passos longos e graciosos e desceu as escadas com seu sorriso já aberto. A mãe as aguardava na porta, previsivelmente batendo os pés e com a boca em uma linha fina e reta.

— Apenas Deus sabe o que as moças precisam tanto dentro de seus quartos de vestir. – ela murmurou, virando-se, mas imediatamente voltou a olhar para dentro de casa, enquanto Henry descia as escadas saltando os degraus, até chegar esbaforido ao chão. Seus braços se cruzaram sobre os seios pequenos. – Minhas filhas eu até entendo que demorem, mas que motivos me dá para estar aqui com trinta minutos de atraso? – questionou o rebento, ainda ofegante da corrida que tivera de seu quarto ate ali.

Henry apenas abriu um sorriso para sua mãe e passou por ela, sem se importar com os leves tapas que ela lhe dava no ombro por não ter contado o que ele tanto fazia em seu quarto. Julianna era uma mulher curiosa e muita vezes teimosa. Mary também passou pela porta seguida de sua irmã, ambas muito equilibradas nos saltos e com os ombros retos, a postura impecável. Subiram na carruagem, uma das poucas que estavam na rua. Os carros já estavam tomando conta de Birmingham! Que horror... eram muito mais vulgares que os elegantes corcéis.

A família Howard (com exceção do filho mais velho e o filho mais novo), seguiram até o parque de Aurora, afastado do centro da cidade e com arvoredos de cheiros maravilhosos naquela época tão melancólica do ano. O céu permanecia branco, ameaçando de chuva ou de neve, não se sabia ainda, mas o vento trazia as boas novas do inverno. Algumas árvores já se apresentavam totalmente nuas e as janelas estavam adornadas de cortinas sobrepostas, para barrar toda a brisa, orvalho ou umidade que a manhã pudesse jogar contra as casas altas e grisalhas da cidade-de-segundo-porte, como era conhecida a segunda maior cidade da Inglaterra, Birmingham. O centro dos artistas, o mundo das fábricas, onde a burguesia já se acomodava tranquilamente nos tablados da Corte. Ora, quanta vulgaridade! Deixemos esse povo de lado, pois o que importa é que a carruagem parou em frente aos portões do parque, onde as madames desceram com dificuldade até a grama, os saltinhos afundando na relva, e o moço (tão infeliz moço!) pedia ao cocheiro para que retornasse dali quatro horas, período em que o piquenique já estaria no fim, e o começo da noite viria para mandá-los para casa. Henry estava ali muito mais por insistência da mãe, que por prazer. E acreditava que Julie também, a menina teria trazido um livro escondido debaixo da saia, se Julianna Howard não a tivesse advertido de que qualquer sinal de desrespeito aos convidados do piquenique, ela estaria proibida de entrar na biblioteca e de deixar a sala de bordado e de chá por um mês inteiro.

Senhora Howard carregava sua grande cesta de piquenique com frutas e bolos deliciosos de sua cozinha, ainda estava um pouco receosa de apresentar Henry a Amélia, a garota costumava ser o centro das atenções sem que se esforçasse, e atrapalhar o romance dele com Jane não era algo que queria, afinal eles pareciam se dar tão bem! Mas não era exatamente essa a sua maior preocupação. Olhava para Mary volta e meia, tentando desvendar os segredos do coração de sua filha mais difícil. A mais educada, a mais gentil, a mais responsável e prestativa. E mesmo assim, a mais difícil. Pois Julie era fácil de ler, ela não tinha máscaras, vestia-se com o que era e deixava claro que permaneceria sendo a mesma Julie de sempre. Mas Mary mudava vezes demais para que fosse normal talvez uma mudança de humor típica da juventude.

Julianna percebia como ela se arrumava especialmente nos encontros com as jovens aristocratas, como se fosse preciso se afirmar diante de sua presença, e isso não era de todo ruim, caso Mary não se afastasse de todos os homens que não fossem minimamente bem apessoados. E eram tantos os admiradores de sua filha, após a entrada na sociedade de Birmingham! Ela passara boa parte da vida invejando as moças que não tiravam os pés da pista de dança, e agora se sentava nas cadeiras do salão por prazer de recusar dez dançar antes de aceitar a primeira.

Isso a enchia de preocupação maternal e de ressentimento por não ter criado seus filhos do modo como gostaria, sendo sempre uma mãe que tomava conta das posses da família, ocupava-se com os deveres de seu esposo, enquanto este estava gozando a vida, até morrer de infarto na cama de alguma prostituta barata (já que as cortesãs já não aceitavam mais as suas visitas). Seus filhos nasceram para a vida de esclarecidos, desde cedo frequentaram as escolas e por isso não foi uma preocupação o resultado desta formação. Eram educados, polidos, inteligentes e tinham a astúcia de calar e falar na hora certa. Mas suas filhas... os rebentos que ficaram mais perto de seus braços, estes estão mais longe que nunca!

— Mãe, a senhora está ignorando o senhor Bourbon. – sussurrou Mary, com um sorriso nos lábios e acenando a mão delicadamente ao lado do rosto. Julianna ergueu seus olhos e também sorriu, um pouco mais esforçada que sua filha. O diplomata Bourbon carregava honrosamente o braço de sua filha, Amélia, a moça de plena juventude com o rosto mais velho que Julianna já vira! Os olhos de Amélia cresceram demais e suas sobrancelhas engrossaram, os cabelos louros estavam presos a moda francesa e sua pele apresentava algumas manchas e marcas de expressão. Era impossível ignorar o peito inflado de Mary ao seu lado, que mesmo com seus vinte anos, ainda tinha o rubor e a delicadeza dos anos de debutante.

Um grande fardo abandonou os ombros de Mary e ela abriu um sorriso radiante.

º º º

— Um baile? – Bourbon ponderou, enquanto girava o relógio de bolso entre os dedos. – As despesas iriam além daquilo que estou disposto a pagar, prefiro uma boa comodidade a uma extravagante apresentação a sociedade. Minha filha já se apresentou a muitas sociedades, a inglesa é apenas mais uma delas. – disse o senhor pai de Amélia, sem muito sentimentalismo em sua voz. Era um homem estranho de fato, embora notavelmente nutrisse um grande afeto por sua filha, não prezava-a acima do dinheiro. Mary quase revirou os olhos com a demonstração de riqueza do pai de Amélia, enquanto a menina apenas sorria, como se em tudo concordasse com seu pai.

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— Um baile de máscaras! E eu aposto que Bernard não se importaria em ajudar nas despesas, afinal eu também quero muito exibir minhas filhas. Um baile para que façamos isto, em homenagem a amizade da família Howard desde muitos anos. O senhor sempre foi tão bom com meu esposo, por favor, deixe-nos retribuir, não é verdade, Mary? – Julianna Howard olhou sua filha com pressão, embora a menina fosse toda sorrisos, aliviando o clima frio que o Senhor Bourbon passava e o fogo que sua mãe tinha nas palavras.

— De fato, nada mais me agradaria que passar uma noite junto de minha amiga que há muito não via. O senhor não pode privá-la da companhia de sua grande companheira inglesa. – a garota sorriu ao senhor Bourbon, que apenas girou novamente o relógio entre os dedos, quase que gritando o quanto queria ir embora dali.

— Se a senhora insiste tanto em receber Amélia com tamanha amabilidade... Não vejo por quê recusar. Mas é preciso muito fazer ainda hoje, não visitei a casa em que irei me hospedar durante os próximos três meses, e estou muito preocupado quanto aos criados, pois não recebo nenhuma notícia deles desde que os contratei. – ele se levantou, batendo a grama das roupas finas. – Foi um enorme prazer, Milady Howard, espero que possa retribuir com um jantar em minha residência, está convidada, amanhã a noite, se não se importa, pois é preciso arrumar a residência antes de receber visitas.

— Mary poderia ir junto? – perguntou Amélia, de repente, seus olhos brilhantes de emoção. – Por favor, papai, deixe-a ir junto conosco!

— Para casa, você diz? – o senhor Bourbon arregalou os olhos, de repente muito incomodado. Sua filha puxara a mãe, e em todo ele se irritava por isso.

— Exatamente! Lembro-me ainda das noites em que passei junto de Mary, cantando e conversando! Terei tantas coisas para dizer a ela sobre as viagens que fizemos, não é justo que eu tenha apenas o baile para lhe contar tudo, seria muito injusto se eu a roubasse de todos os pombinhos que a perseguem!

— Engana-se, querida amiga, normalmente fico sentada nas cadeiras do baile, apenas olhando os casais dançarem – Mary retrucou – Mas me agradaria muito ajudá-los com a instalação na casa, Senhor Bourbon, posso ajudá-lo quanto a criadagem inglesa que o senhor contratou.

Ele pesou a questão e por fim colocou a cartola sobre a cabeça.

— Se insistem tanto, meninas, não vejo razão para recusar também. Será muito bem vinda em minha casa, Srta. Howard. E se a outra senhorita também quiser...

Julianne imediatamente ergueu sua cabeça, saindo dos devaneios em que se encontrava. Se havia dado a certa atenção ao que estavam dizendo, acabara de receber um convite para passar a noite na companhia de Amélia Bourbon, e se não lhe falhava a memória, a garota sempre fora um tanto tonta demais para que Julie gozasse sua companhia. Declinou o convite com um movimento de mão e cabeça, sincronizados, cortada por sua mãe que não lhe deu tempo para explicações.

— Julie tem muito que fazer em casa, ela está muito atrasada para responder seus admiradores. – ela cutucou o braço de Julianne, que fingiu constrangimento, abaixando novamente a face e provocando um rubor enquanto prendia a respiração.

O Senhor Bourbon se deixou transparecer um sorriso de lado, enquanto se despedia da Senhora Howard e seus dois filhos que ficariam ali, Henry e Julie. Como um bom rapaz, Henry galanteou muito com Amélia no começo do diálogo, até que os galanteios tivessem fim e ele permanecesse muito quieto por todo o tempo transcorrido, atento ao diálogo. Fora uma conversa muito complicada pois o espírito dos dois viúvos era conflituosos. O Senhor Bourbon mantinha-se calmo e frio em todas as questões, conseguia ver muito bem todas as questões ao seu redor e tomar decisões que iam além das suas emoções e se pautavam na razão. Sua mãe, pelo contrário, era toda emoção e cor, seu peito bombeava o entusiasmo e ela seguia-o sem medir as consequências. Por certo Julianna Howard ainda remoeria muito a recusa inicial do lorde de não realizar o baile de máscaras que por ela fora muito idealizado.

Em todo o trajeto de carruagem, ela explodiu tagarelando o tanto que se irritava com aquele homem e, que se não fosse sua amizade com o finado lorde Howard e a linda amizade entre Mary e Amélia, ela já teria cortado relações com o francês há muito. Henry havia perdido uma tarde inteira com ela e as baboseiras de Mary, queria apenas relaxar, chegar em casa e dormir, muito, para esquecer tudo o que ouviu e pensar apenas naquilo que estava mais em frente a todos os futuros acontecimentos de sua vida: o baile de Gordon Crawley. Sua filha seria apresentada a sociedade neste baile, a jovem Winnifred Crawley, uma jovem conhecida pois sempre morara em Birmingham e seus irmãos eram jovens muito educados e todos se casaram bem cedo. Winnifred não era nem tão bonita, nem tão rica, porém tinha o jeito da inocência angelical que fascina a todos a seu redor.

— Pensando em Jane, Henry? – perguntou sua mãe, de repente. Julie mantinha os olhos arregalados e os lábios franzidos num sorriso exprimido.

— Jane? Não, no baile que iremos hoje. Dos Crawley. Você não se recorda? – Henry levou pouco tempo para compreender até onde a senhora estava querendo chegar, porém Julianna conhecia o filho que tinha.

— Quando irá anunciar o namoro com ela? Ou será que todo o flerte é apenas cortesia da mocidade? – ela sorriu, quase maléfica. – Ande logo com isso, antes que ela volte para os Estados Unidos ou pior, se case com outro.

— Jane não está interessada em qualquer cavalheiro, que eu saiba, e ela também não irá voltar aos Estados Unidos pois tomou a Inglaterra como lar definitivo, já que precisa cuidar de seu ducado em Lancaster. – ele informou – E não tenho tanta certeza de que ela esteja também galanteando comigo.

— Uma dama que se preze não aceita tantas lisonjas sem se incomodar, uma dama que ama o galanteador, recebe-o com sorriso e amável tato. É visível a todos! – Julianna exclamou – Ande logo com isso, rapaz.

— Eu ainda não conclui Oxford e pretendo fazê-lo antes de me casar.

— Quanta baboseira! – a condessa arriou-se no banco da carruagem, suspirando. – Um dia ainda irá se arrepender de não tê-la conseguido quando era tempo.

— Em tudo há seu tempo, mamãe – Henry beijou-lhe a bochecha carinhosamente. – Agora tudo o que quero é ter certeza de meus sentimentos e dos sentimentos de Jane.

— Então você não nega seu interesse por ela – Julie, que até então mostrara-se silenciosa e mortificada, surgiu como uma lança ameaçadora sob sua garganta. Henry queria atacá-la ali mesmo com cócegas até que ela pedisse desculpas.

— Não, não nego.

— Está amando! Meu irmão está amando! – ela riu-se, junto da mãe. – Henry está apaixonado por Lady Lancaster!

E Henry pôde apenas combater o rubor e encolher os ombros.

Henry Howard