Os Descendentes

My Once Upon a Time


Quinta-feira.

Aula de Treinamento de heróis.

Usava a espada com toda a força completamente irritada.

Por estar proibida de utilizar seus poderes teve que ir ao vestiário pela primeira vez desde que havia se mudado para Konoha e colocar manualmente o uniforme de batalha. Havia se atrapalhado toda e precisara de ajuda. Tenten e Temari foram gentis consigo e Sakura as agradeceu.

Sakura bufava de ódio, não fazia a menor ideia de como é que amarrava aquela proteção antes de colocar a armadura por cima, descobriu que colocando a armadura direto no corpo, sem proteção nenhuma, mais machucava do que protegia.

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Para que eram todos aqueles laços? Será que aquela proteção era a mesma que os garotos usavam?

— Quer ajuda? – Temari e Tenten apareceram.

Aquelas duas até pareciam irmãs, dificilmente via uma sem a outra.

A filha da Malévola suspirou e anuiu a cabeça.

— Sim... Por favor – acrescentou mordendo os lábios.

Calmamente as meninas a ajudaram com a malha e as tiras.

— Que mal lhe pergunte, mas por que não usou magia como você sempre faz? – a filha do Aladdin perguntou.

Sakura pensou bem antes de dizer. Aquilo poderia se espalhar de uma forma negativa, mas por outro lado não teria que contar pra todo mundo, a rádio fofoca dos corredores faria o trabalho sozinho. E ainda poderia sair como boazinha.

— A Fada Madrinha... – começou a responder –, disse que eu estou usando demais meus poderes.

— E o que isso tem de mais? – a filha da Mulan estranhou. – Se eu tivesse magia usaria o tempo todo.

— É por isso – Sakura apontou. – Ela disse que estou usando minha magia de maneira indevida e que não estou respeitando o poder que eu tenho, por isso ela quer ver como me saio sem usar magia – suspirou.

— Pelo visto não está se saindo muito bem – Temari riu.

Sakura tentou controlar a raiva repentina pelo deboche e apenas estreitou o olhar para a garota. De toda forma, sabia que ela estava certa.

— Odeio estar errada – rosnou.

Tinha contado sobre sua suspensão de magia apenas para Ino e Kiba. Ficaram surpresos, mas Ino havia lhe dito que poderia ser bom, afinal, nunca tinha precisado do poder quando estava na ilha e não era agora fora dela que tinha acesso a magia que precisava usá-la o tempo inteiro.

— Você é que nem o Shika, os dois detestam estar errados – ela riu terminando de lhe ajudar a colocar a armadura.

— "Shika"? – perguntou suspeita.

Do nada a garota ficou com as bochechas vermelhas. Ela estava corada?

— É, fala mais sobre o Shika – Tenten provocou.

— Não tem nada de mais pra falar – a garota gaguejou. Gaguejou.

Sakura tentou controlar a careta e apenas arqueou a sobrancelha.

— Não é o que parece – desafiou com o olhar.

— A gente vai se atrasar para a aula – ela praticamente saiu correndo do vestiário.

Tenten riu.

— Tá tão na cara que ela está afim dele, só ela não quer admitir – disse a filha da Mulan arrumando seus coques característicos. – Eu me pergunto se ele também gosta dela – acrescentou olhando sugestivamente para a filha da Malévola.

Sakura deu de ombros.

Mais essa agora, o que é que Shikamaru tinha na cabeça para brincar com uma princesa naquele momento? Ainda mais a filha do Aladdin e da Jasmine!

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Sakura esperou a aula acabar pra chamar Shikamaru pra conversar.

Ele estava saindo do quarto com Kiba logo atrás, pareciam ter acabado de tomarem banho.

— Quero falar com você – Sakura apontou para Shikamaru. – A sós – encarou os amigos.

Ino e Kiba trocaram um olhar preocupado.

— Acha que eles vão brigar? – perguntou Kiba assim que os dois entraram no quarto dos garotos.

— Tenho quase certeza – suspirou Ino.

— Vamos ficar aqui no corredor e qualquer coisa a gente invade o quarto – ele cruzou os braços se apoiando na parede.

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— Fechado – ela se apoiou na outra. – Como é que vai sua relação com cachorros? – perguntou suavemente depois de uns segundos em silêncio.

— Até que estou indo bem – ele sorriu e colocou a mão na cabeça esfregando o cabelo. – A Matsuri tem me ajudado.

— Fico feliz por você – ela sorriu verdadeiramente feliz pelo amigo.

Fizeram silêncio por mais alguns minutos tentando escutar algo vindo do quarto, mas não saía nada de lá.

Kiba olhou de soslaio para a amiga ao ouvi-la suspirar.

— Sei que a gente nunca foi muito próximo – começou ele. – Mas se quiser falar comigo, sabe que pode, não é?!

— Falar sobre o que especificamente? – ela arqueou a sobrancelha.

— Tipo... sobre o Sai, por exemplo – falou suavemente.

Ino sentiu o rosto ficar vermelho.

— Por que é que eu falaria sobre ele?

— Porque você gosta dele – apontou. – E eu sei que ele gosta de você.

Ino ficou em silêncio.

— Isso feriria minha masculinidade à um tempo atrás, mas já não me importo mais, eu não consigo ser como os outros garotos – disse suavemente dando de ombros. – A gente é parecido Ino, você e eu.

Ela respirou fundo.

— Eu o magoei demais – desabafou.

— Ele te perdoaria.

— Nunca vai dar certo – deu de ombros. – Minha mãe... ela jamais aceitaria.

— Ela não está aqui agora.

— Aí é que está, não quero magoar ele mais do que já fiz – deixou cair uma lágrima e a enxugou rapidamente. – Do que adianta se no final ele vai me odiar?

— Vai adiantar porque você está aqui agora e o que você sente é real. O futuro ainda não chegou e...

— E?

— Eu acredito que possa mudar – ele deu de ombros, enigmático.

Ino ia perguntar o que ele queria dizer, mas escutou passos no final do corredor e ficou quieta.

Era o professor Asuma.

E justo naquele momento Shikamaru e Sakura começaram a gritar do outro lado da porta.

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— O que pensa que está fazendo? – Sakura fechou a porta do quarto e se encostou nela cruzando os braços.

— O que quer dizer? – ele também cruzou os braços.

— Temari – arqueou a sobrancelha em desafio. – A filha do Aladdin e da Jasmine, é o que eu quero dizer.

Shika trincou maxilar.

— Não quero falar sobre isso.

— Ah não – Sakura debochou se desencostando da porta e gesticulou com as mãos. – Mas nós vamos falar sobre isso, qual é o seu problema? Sério que você tinha que brincar logo com ela? A filha do Aladdin e da Jasmine? Inimigos do seu pai? Sério mesmo?

— Eu não estou brincando com ela! – gritou indignado.

— Então me explica o que está fazendo com ela! – Sakura gritou de volta.

— Ela é minha amiga!

— Uma amiga que claramente está apaixonada por você!

Ambos estavam com as respirações aceleradas devido aos gritos.

— A gente não pode mais se meter em problemas – esclareceu ela se acalmando. – Então seja lá o que você e ela tenham, é melhor acabar logo com isso.

Shikamaru entrou em choque.

— Não vou fazer isso – negou ele.

Sakura se virou pra ele horrorizada.

— Eu esperava mais de você – sussurrou ela. – Não acredito que vai se comportar igualzinho ao seu pai! – gritou indignada em seguida.

Shikamaru avançou. Sakura se preparou.

— O que é que está acontecendo aqui? – Asuma invadiu o quarto deles ao escutar a gritaria.

Shikamaru tentou se controlar, não precisava do professor em seu pé novamente.

— Uma discussão saudável entre amigos – ironizou Sakura.

Shikamaru apontou o dedo pra ela.

— Nunca mais me compare ao meu pai – ameaçou ele. – Ele é um monstro e acredite: por mim ele pode apodrecer naquele lugar.

— Chega os dois – falou Asuma. – Saia Sakura, preciso conversar a sós com Shikamaru.

Sakura saiu rapidamente do quarto, Ino e Kiba ainda estavam no corredor escutando tudo, mas ao verem o olhar do professor seguiram a amiga.

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— Vamos dar uma volta? – o professor pediu.

Shikamaru somente saiu do quarto, era uma das coisas que faziam, saiam por aí enquanto o professor contava histórias cheias de lição de moral. Normalmente achava aquilo chato e desnecessário, mas das outras vezes só precisava fingir que estava com raiva, o que não era muito difícil.

Asuma fechou calmamente a porta do quarto do garoto e o guiou. Caminharam até a quadra de treinamento de heróis.

Outra das coisas que faziam: treinavam luta ou espada pra descarregar a raiva.

Daquela vez seria luta.

Shikamaru se concentrou em golpear e a golpear. Como detestava a filha da Malévola cheia de lição de moral para cima dele como se fosse muito melhor do que ele.

Soco.

Nunca conseguiria brincar com a filha do Aladdin e da Jasmine.

Chute.

Se lembrou de dias atrás, quando ainda estava "brigado" com Kiba e a encontrou na cozinha tarde da noite tentando fazer um doce.



“Estava caminhando calmamente em direção a cozinha, tinha acordado com sede e aproveitava o silêncio que a noite lhe proporcionava.

Parou ao escutar um barulho de panelas caindo. A cozinheira ainda estaria acordada? Era mais de uma da manhã!

— Droga! – ouviu uma voz familiar, então resolveu entrar.

Arqueou a sobrancelha, divertido ao ver a filha do Aladdin, ela estava toda suja do que parecia ser chocolate e a cozinha não estava muito diferente.

— Precisa de ajuda? – cruzou os braços. – Sabe que a cozinheira vai matar você por essa bagunça, não sabe?!

— Eu vou limpar – ela exclamou com as bochechas vermelhas e a voz esganiçada pelo susto. – O que você está fazendo aqui? – exigiu totalmente envergonhada.

— Acordei com sede – deu de ombros indo até a geladeira.

Aqueles dias estavam sendo muito quentes em sua opinião, não estava acostumado com isso já que na ilha só havia dois climas: nublado ou chuvoso.

— Tem alguma coisa queimando – avisou ao sentir o cheiro.

— Não está queimando, já queimou – ela retrucou frustrada.

Shika teve pena dela, desde o primeiro dia que a conheceu ela se esforçava pra cozinhar bem.

— Pelo visto não está fazendo progresso desde aquela sobremesa horrorosa de quando eu e meus amigos viemos pra cá – arqueou a sobrancelha novamente.

Temari só olhou pra ele de bico e cara fechada, ele achou fofo e engraçado, então viu um livro de receitas em cima do balcão aberto numa página sobre brownies, leu rapidamente aproveitando que ela estava de costas, nunca havia experimentado, mas pelos ingredientes parecia delicioso. Um sorriso de canto apareceu em seu rosto ao vê-la raspar a forma.

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— Você conseguiu errar mesmo com a receita aqui do lado? – caçoou.

Temari se virou num salto.

— Não me provoca – ameaçou tirando o livro das mãos dele.

— Por que não? Errar comida ainda mais com a receita pronta me é um pecado – não estava mentindo na última parte, era um total desperdício. Seus irmãos e irmãs mais novos deviam estar passando necessidades, não queria nem pensar nos quais haviam morrido por causa da fome.

— Eu queria acertar, mas simplesmente não consigo – desabafou ela.

O filho do Jafar evitou de pensar em quanta comida ela podia ter desperdiçado em suas tentativas falhas.

— Eu desisto, simplesmente não nasci para cozinhar.

Ela podia falar aquilo, mas Shikamaru percebeu os ombros curvados e uma princesa jamais deveria se curvar.

— Tudo bem, eu vou ajudar você – se viu falando sem pensar.

— Não precisa, eu não pedi sua ajuda – retrucou ela.

— Você me entendeu errado – “Orgulhosa”, sua mente pensou. – Eu não disse que ia te ajudar a limpar essa bagunça, eu disse que eu vou te ajudar a aprender a cozinhar.

Temari se virou para ele surpresa.

— Por quê?

Ele poderia ter dito qualquer outro motivo, mas só porque queria irritá-la disse antes de sair:

— Nesse momento você é uma cena de dar pena.”

— Se concentra Shikamaru – o professor o derrubou.

— Não preciso mais disso, estou melhor – se levantou do tatame.

Realmente estava melhor, pensar em Temari havia lhe acalmado.

— Então posso saber que briga foi aquela entre você e Sakura em seu quarto?

Shikamaru crispou os lábios.

— Ela me irrita – foi o que respondeu.

— Por que te compara a seu pai?

— É um dos motivos – seu corpo tencionou ao comentário.

Asuma foi até a bancada e começou a tirar a proteção que usava por cima das roupas.

— Você e ela não podem ficar brigando assim, as coisas não se resolvem gritando um com o outro ou se machucando e sim com uma boa conversa.

— Diz isso pra ela – retrucou tirando a própria proteção.

— Eu sou o seu orientador, não o dela.

— Então quem está orientando ela?

— A Fada Madrinha – arqueou a sobrancelha como se fosse óbvio.

Ficaram em silêncio retirando as proteções uma a uma.

— Você e eu somos muito parecidos – o professor tornou a falar. – Eu tive a sorte de encontrar um orientador que me ajudou e uma mulher que ousou me amar quando todos diziam o contrário.

Shika estranhou o rumo da conversa.

— O que? Sua família não era boa o bastante pra realeza daqui? – desafiou.

Asuma retirou a camisa que usava, deixando assim o torço e os braços nus e se virou de costas. Shika resfolegou, reconhecia aquelas marcas, afinal, as tinha em suas próprias costas: marcas de chicote.

— Quem foi...? – não conseguiu continuar.

— Meu pai – e acrescentou baixinho: – Ele era Frollo... o vilão de O Corcunda de Notre Dame.

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