Os Cinco Marotos

Quinto Ano- Capítulo 1 - O Primeiro Amor de Sirius


Artemis entrou pela janela que Dory tinha deixado aberta justamente para isso. A aspirante a loira correu para quarto ao ouvir a coruja reduzida e chegou a tempo de evitar um desastre.

Pegando Artemis em um das mãos e lhe dando um petisco, ela a levou até a janela a fim de impedir que ela estragasse todo seu quarto como da última vez, em que tinha derrubado um tinteiro, quebrado uma xícara e soltado penas por todos os lugares. Só então, quando já tinha se livrado da corujinha, foi que voltou para a escrivaninha, onde tinha ela tinha deixado a carta e a rosa vermelha que Remus tinha acabado de lhe enviar.

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Dory abriu a carta e a leio, deixando um leve sorriso escapar.

Mas, já não era mais um sorriso feliz. Estava muito mais para um sorriso amargo do que um sorriso feliz.

Afinal, Remus estava mesmo cansando. Ele tinha enviado pelo menos uma flor todo o dia para Dory, transformando seu quarto em uma floricultura. Sem contar os dias em que resolvia mandar poemas e declarações de amor fofinhas. Durante as aulas, Dory achara que ele era o cara ideal, mas agora já não estava tão certa. Agora que tivera tempo de pensar, já não tinha certeza de nada. Remus era perfeito, mas ela achava que o que sentia por ele não passava de amizade e que talvez tivesse confundido seus sentimentos.

Ela suspirou. O que fazer agora? Afinal, Remus parecia sinceramente apaixonado e não queria partir o coração do outro…

Dory balançou a cabeça, afastando a ideia de um rompimento. No final, essa sensação de incerteza e culpa devia ser causa pela distancia que estava de Remus. Logo, quando voltassem as aulas, tudo ficaria bem e eles voltariam a ser como eram antes. Um casalzinho apaixonado que passa horas rindo, brincando e dando castos beijos perto do lago.

Ela esperava sinceramente que isso fosse verdade.

Ou então teria um problema.

Os olhos dela já tinham corrido algumas vezes pelas linhas escritas na letra caprichada de Remus, mas ela não estava prestando atenção alguma no que fazia. Mas, quando passou os olhos uma última vez pelo texto, conseguiu ler o que estava escrito.


Dorcas! Hoje me pus a pensar em você. No quanto você me faz falta e na saudade que avassala meu coração. Hoje me pus a pensar em você e nos seus cabelos claros, nos quais eu me perco às vezes, contando os seus fios que parecem ouro no sol. Hoje me pus a pensar em você no quanto é bonita, sincera, engraçada e divertida para mim, no quanto é especial, no quanto eu te amo. O dia dos namorados, que antes para mim era apenas um dia para os comerciantes lucrarem, se tornou um dia especial para mim, já que foi nesse dia em que nós finalmente percebemos um ao outro, em que nossos corações se encontraram pela primeira vez.

Te amo, Dorquinhas minha,

Remus

Dory suspirou mais uma vez. Ele era tão perfeito…

*~~*~~*~~*~~*~~*

E Sirius estava parado em frente a ela mais uma vez. Tinha feito muito isso nas últimas semanas. Ficado em frente a ela, apenas a observando, admirando-a, namorando-a a distancia, sem nunca chegar perto, sem nunca tocá-la.

Ela era perfeita. O garoto nunca tinha visto nada igual. Acha que estava perdidamente apaixonado por ela… Um amor que nunca tinha sentido antes. Uma vontade de ficar perto dela o tempo todo, de cuidar dela, de poder leva-la com ele…

Ele nunca esperava simplesmente esbarar com a perfeição enquanto andava pelas ruas de Londres, distraído. Mas tinha acontecido e agora Sirius se via apaixonado.

Oh, o amor…

O amor nos torna patéticos.

E Sirius era completamente patético. Devia estar fazendo qualquer outra coisa, menos com a testa colada na vitrine daquela loja trouxa, namorando a moto atrás do vidro.

Sim, o seu primeiro amor era a moto.

Tinha se apaixonado irresistivelmente pela moto e agora tencionava compra-la, mas não sabia como fazer isso. Será que a loja trouxa aceitaria seu dinheiro bruxo? Será que seus pais o matariam se vissem a moto trouxa? Onde ele devia a esconder para que ninguém visse? O que aconteceria se a achassem enquanto estava em Hogwarts? Alguém poderia comprar a moto antes dele?

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As perguntas eram muitas, mas Sirius não tinha nenhuma resposta.

E nem mesmo a quem perguntar. Ele teria perguntado a qualquer um de seus amigos, se não soubesse que eles iam transformar isso em motivo de chacota para sempre. O primeiro amor de Sirius, uma moto.

Quando Sirius finalmente abandonou a vitrine e começou a andar até sua casa, começou a pensar na final da Copa de Quadribol, dali uma semana. Eles já sabiam quais times iam para a final. Escócia e França. Seria legal ver os dois times voando e competindo pela vitória. E, Sirius também já tinha ido a alguns joga da Copa, onde tinha encontrado com James e os dois tinham vibrado juntos quando a França partira para a final, já que essa seria a oportunidade perfeita para rever Danielle Poésy, uma das artilheiras do time da França que tinha sido considera uma das melhores jogadoras da temporada e que, de quebra, era a maior gata.

Sirius fechou os olhos, imaginando Danielle Poésy sentada na moto da loja trouxa. Era uma visão realmente linda. Linda, linda, linda…

E então Danielle começava a voar com a moto como se estivesse voando em uma vassoura e Sirius abriu os olhos, surpreso com a própria inteligência.

Uma moto trouxa… Que quando enfeitiçada voava… Deixaria de ser uma moto trouxa e passaria a ser uma moto bruxa… Então não teria problemas com os pais, não teria que esconder a moto e com certeza quando voltasse ela ainda estaria em sua casa, esperando por ele.

Era genial.

O único problema agora era o fato de que ele achava que os trouxas não aceitariam seu dinheiro bruxo. O que ele devia fazer, então? Lily foi o primeiro pensamento que lhe ocorreu. Afinal, ela era nascida-trouxa e com certeza teria dinheiro trouxa. Mas então lembrou que ela o odiava. Bem, ele teria que corrigir isso quando voltassem para Hogwarts, nenhuma garota podia o odiar.

Então ele se lembrou de Pam. Os pais dela eram famosos no mundo bruxo por terem abandonado as famílias puro-sangues inimigas para poderes casar e então tinham passado a se relacionar melhor com os trouxas, que por não saberem de sua decisão de fugir, não os recriminavam e os tratavam normalmente.

Pam tinha dito que ia chegar a Londres dali há dois dias. Então, tudo o que Sirius tinha que fazer era esperar. Esperar que ela tivesse dinheiro trouxa e que estivesse disposta a trocar o dinheiro bruxo pelo trouxa.

Outra coisa que agora preocupava Sirius era que ele não sabia nenhum feitiço para fazer os objetos voarem. Bom, ele conhecia Wingardium Leviosa,mas o efeito do feitiço não era duradouro, como Sirius queria que fosse.

Talvez James soubesse de alguma coisa… Ou Remus. É, talvez Remus soubesse mesmo alguma coisa, afinal, viva com a cara enterrada nos livros. Sirius sabia que ele fazia isso para compensar o tempo perdido que passava na Casa dos Gritos e sabia também que se não fosse pela licantropia que o impedia de assistir uma semana de aula por mês, Remus seria o melhor aluno do ano deles, inegavelmente. Mas havia algumas coisas que não estavam escritas nos livros. Pequenas dicas ou frases que os professores falavam para eles e que ajudava consideravelmente na hora dos testes.

Outra coisa que estava martelando na mente de Sirius agora era a transformação em animagos. Assim que eles chegassem a Hogwarts naquele ano iriam começar a praticar o feitiço até terem sucesso.

Sirius olhou para frente e se assustou ao constatar que tinha chegado à Rua Solstício. Nem ao menos tinha percebido para onde seus pés o levavam. Estava parado na frente da casa de Pam sem ao menos perceber o que estava fazendo. Será que sentia assim tanta a falta da amiga? Talvez fosse melhor voltar para casa e escrever para ela.

*~~*~~*~~*~~*

Pam adorava ficar com o pai nos Estados Unidos. É bem verdade que ao fazer isso ela ficava longe dos amigos, mas Athena cuidava disso muito eficientemente, levando as cartas que ela escrevia quase que diariamente. Como a coruja conseguia atravessar o oceano tão rápido era um mistério, mas talvez fosse essa a magia desses animais.

No dia seguinte ela ia voltar para casa. No dia seguinte deixaria o pai com o seu estudo sobre as bruxas de Salém e voltaria com a mãe para a Inglaterra. Afinal, as duas tinham comprado os ingressos para a final de Quadribol em quatro dias. Agora, tudo o que elas tinham que fazer era passar pela Chave do Portal até Londres e então lá pegar a outra Chave que as levaria até onde seria realizada a final da Copa.

E a garota sabia que assim que chegasse lá iria reencontrar os amigos. Iria reencontrar Sirius…

Nem mesmo a distancia a tinha feito se esquecer do que sentia por ele.

Essa paixonite pelo melhor amigo estava custando a passar e Pam sentia falta dele.

Como se lesse seus pensamentos, ou como se Pam pudesse pressentir, nesse momento uma coruja pousou no gramado onde ela estava devaneando. Ela logo reconheceu a coruja como Solslaio, uma coruja média que Sirius vez ou outra usava para falar com Pam.

_Oi! – ela cumprimentou a coruja, que voou até seu ombro e começou a mordiscar sua orelha, pedindo um petisco.

Pam riu.

_Calma, calma! Eu vou pegar alguma coisa para você. Mas, antes, me deixe ler a carta. A carta, vamos. Por favor! – pediu Pam, quando Solslaio começava a desviar dela toda a vez que tentava pegar a carta, como se dissesse que só a daria se tivesse um petisco.

Finalmente Pam conseguiu pegar a carta que Sirius tinha escrito para ela e abriu, enquanto na casa do seu pai ao mesmo tempo, ainda com Solslaio no ombro.

Pam começou a ler a carta enquanto ia até a sala da casa térrea.

Pam!

Oi. Já estou sentindo a sua falta! Espero que volte logo. E onde você colocou o seu Espelho de Dois Lados? Eu tentei falar com você por ele, mas não consegui de jeito nenhum. Você vai na final, não é mesmo? Para quem você está torcendo? França ou Escócia? Eu acho que vou torcer pela França. Você já viu a Danielle Poésy? Ela é muito linda! Por falar nisso, estou considerando comprar uma moto e colocar um feitiço nela. O que você acha? Boa ou má ideia?

Me responda o quanto antes,

Sirius Gostoso Black


Pam riu. Ele ainda usava o apelido. E, céus, não conseguia mais escrever uma carta sem falar de nenhuma garota bonita? Sirius era tão… Sirius.

_Pammy! – gritou sua mãe da cozinha. – O jantar está pronto!

_Já estou indo! – ela gritou em resposta. – Mãe! Onde está a comida para coruja?

_Em cima da mesinha de centro!

Pam olhou ao redor da sala e logo viu o pote com comida de coruja, entregando dois pedaços da ração para Solslaio e pegando uma pena para rabiscar uma resposta rápida nas costas da carta de Sirius.

Six,

Estou ótima, obrigada. E você? Bom, sim, eu vou na final e estou torcendo pela Escócia. E, me desculpe, esqueci o Espelho em Londres. Quanto a moto acho que você podia muito bem comprá-la, mas não sei onde você vai a guardar, já que seus pais ficariam furiosos.

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Pam tirou os olhos da carta. Tinha tido uma ideia.

_Mãe! – ela gritou mais uma vez. – Eu posso chamar os meninos para irem lá em casa amanhã?

_Claro que sim! – o Sr. Porter respondeu no lugar da mulher.

A garota sorriu. Antes de continuar a carta.

E você pode ir lá em casa depois do almoço amanhã? Eu chego de manhã em Londres. Avise os outros três, OK?

Beijos e saudades,

Pam Maravilhosa Porter

Pronto. Estava feito. Ela amarrou a carta à perna de Solslaio e o observou partir para longe. Agora tudo o que ela podia fazer era esperar o dia seguinte para saber se os amigos iriam ou não para sua casa.