Os Cavaleiros Mais Poderosos Do Universo

OCMPU-010: Treino no Santuário - Parte V


TEMPLO DE ANÚBIS, HAMUNAPTRA

No grandioso templo do deus Anúbis, Nefertiti rezava diante da estátua do seu deus. Ela estava em missão de recrutar membros para fazer parte da sua guarda pessoal. Cerca de oito guerreiros escolhidos a dedo pela própria Nefertiti. Após a queda de Thanatos nos Campos Elíseos, o próximo a tomar conta da morte seria o próprio Anúbis.

— Grandioso mestre da morte Anúbis, eu já reuni três guerreiros para fazerem parte de sua guarda pessoal. Serão os mais fortes, equivalentes aos cavaleiros de ouro de Atena — disse a mulher diante da estátua metade homem, metade chacal.

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— Você sabe que eu preciso destronar Atena definitivamente. Não temos inimizades, não somos inimigos diretos, mas eu já cansei de esperar vários anos. Desta vez, eu agirei e conquistarei o mundo — disse a estátua.

— É claro, meu mestre. O senhor sempre consegue o que quer.

— Já está na hora de mostrar à Atena e aos seus santos a verdadeira força de um deus de verdade. Todos esses anos enfrentando deuses, isso é um absurdo. Já está na hora de acabar com todos eles. Reúna mais pessoas para se tornarem os meus grandes guerreiros. Dê à eles o licor do poder.

— É claro, mestre — ela saiu do grande salão. Nefertiti foi para a fonte de onde saía a bebida de Anúbis. Ela encheu seu cálice com o licor e usou o seu jeito mais prático de se locomover quando estava no templo: o teletransporte.

A estátua parou de falar, mas continuava com um brilho vermelho nos olhos. O monumento tinha uns seis metros de altura e, mesmo selado, Anúbis curiosamente conseguiu ressuscitar de seu sono eterno. O curioso era que ele nunca foi inimigo de Atena, nem ele e nem sua sacerdotisa/rainha Nefertiti.

HOLLYWOOD BOULEVARD, LOS ANGELES

A avenida era o ponto de encontro de muitas prostitutas. Muitas delas levavam a prostituição como uma profissão nas suas vidas. Algumas trabalhavam sozinhas, outras possuíam cafetões que as dominavam.

Uma meretriz estava sendo espancada por seu chefe, pois estava com dívidas para ele. O homem bateu muito nela e a jogou em um beco escuro pensando tê-la matado, mas a mulher ainda estava viva. Ela se arrastou por alguns metros e ficou desacordada por alguns minutos. Logo acordou com um barulhos de passos vindos na sua direção. Ela olhou e viu uma mulher bem vestida com um cálice.

— Olá, minha querida — disse Nefertiti.

...

Os treinos de Danyel avançaram ao longo dos quatro meses. O rapaz já estava forte, veloz e dominava muito bem o cosmo. Mesmo assim, ainda precisava treinar muito mais para ganhar a armadura de ouro de Escorpião.

— Você disse há dois meses que ia trazer o seu amigo aqui, mas nunca trouxe — disse Seiya.

— Eu sei, mestre, mas o Darkryan insistiu em não vir. Ele disse que não quer se envolver nos assuntos daqui do Santuário.

— Então não precisamos forçá-lo a fazer o que ele não quer. É uma pena, pois fiquei curioso em conhecê-lo.

— Vamos fazer o seguinte, amanhã eu saio de manhã bem cedinho e tento convencê-lo a vir.

— Tudo bem, Danyel. Agora será a última vez que você faz isso. Não quero que seja incômodo excessivo para as outras pessoas.

— Beleza. Dessa vez, eu tenho certeza que meu amigo Dark virá. Ele apenas está inseguro, mas logo vai mudar de opinião — disse Danyel. Seu treinamento havia acabado e ele já estava a caminho do seu quarto. Tuílio já não era mais o discípulo de Sagitário, porque ganhara a armadura do Cruzeiro do Sul mês passado.

Depois de muito tempo no santuário treinando, Danyel não tinha muito contato com a mãe ou com os amigos. Menos ainda para namorar. A única que chamava a atenção desde o começo mesmo foi Jasmine, mas ela se mantinha fria com ele desde então. Nunca havia tirado a máscara. Com certeza, se o fizesse, o mataria.

Atena estava no seu templo conversando com Kiki. A deusa estava muito preocupada com algo. Ela havia sentido um cosmo muito familiar de que sentira na guerra santa anterior.

— Senhorita Saori, que tipo de cosmo sente? — perguntou o ariano.

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— Não sei exatamente de que tipo é, mas parece que eu já senti esse cosmo antes. Provavelmente quando eu estava no submundo lutando contra Hades.

— Será que é algum espectro que sobreviveu?

— Não. Seria impossível. Na época, o rosário de Shaka havia se preenchido por completo. Todos os 108 espectros morreram, disso não tenho dúvida. Agora quem poderia ser?

— Poderia ser algum daqueles deuses que servia a Hades. Humm... Thanatos ou Hypnos.

— Não, eles estão mortos definitivamente. Alguém bem superior à eles poderia reencarnar assim. Alguém com os poderes de um deus olímpico — Ela raciocinou mais um pouco — Eu não acredito! Será que é... o próprio Hades!

— Impossível. Hades foi destruído completamente pela senhorita. Como ele voltaria assim?

— Ele é um deus de classe alta igual a mim. Talvez tenha a mesma capacidade que eu tenho de renascer. Agora o que me resta saber é se ele está num novo corpo ou é somente a alma dele.

— Isso será um grande problema. A paz na terra será abalada novamente e uma nova guerra iniciará — disse o cavaleiro.

— Acho que meu helicóptero chegou. Kiki, você vem comigo para o Japão. Preciso resolver umas coisas lá no orfanato — disse ela pondo um casaco sobre seu vestido.

— Tudo bem, senhorita Saori.

Saori saiu escoltada por Kiki. Shun queria ir com ela, mas não podia. Passou pelas casas de Peixes, Aquário e Capricórnio até chegar na de Sagitário. Seiya com certeza quis ir com ela.

— Seiya, eu sei que você está muito preocupado com meu bem estar, mas você precisa ficar e proteger o Santuário.

— Saori, e quem vai protegê-la? Um cavaleiro apenas não é o suficiente. Deixa eu ir contigo, por favor — disse ele quase implorando.

— Seiya, por favor, não insista. Até porque você tem o seu discípulo para treinar, e ele é o futuro dono da armadura de Escorpião. Você tem uma grande responsabilidade e quer largá-la assim?

— Ok, mas sempre me mantenha informado, por favor, Saori. Todo o cuidado é pouco.

— Não se preocupe que nada de ruim acontecerá. Vamos, Kiki — Ela saiu junto com o Áries. Seiya ficou desolado com aquilo. Queria muito ter que acompanhá-la até o Japão.

Após passar por todas as casas, Atena e Kiki foram até o Coliseu onde estava o helicóptero da fundação. Assim que o pegaram, eles foram até o aeroporto pegar um jatinho que ia diretamente ao Japão.

Ao saber da ida de Atena, Danyel avisou para a sua mãe. Eles se comunicavam via MSN pela internet. O papo entre mãe e filho iniciou com a notícia da ida de Atena e terminou com o namorado de Nika. O tal Mikhenos não era bem visto por Danyel.

Berenika desligou o computador e foi preparar o jantar romântico com seu namorado. Mikhenos entrou na casa, ficando à vontade no sofá. Mikhenos era um homem alto, branco, cabelos curtos, castanhos claros e cacheados, possuía olhos verdes. Ele sempre trajava roupas comportadas com um sobretudo por cima de sua roupa social. Ele tinha uns vinte e oito anos, sete a menos que a mãe de Dan.

— Mikhenos, já chegou e nem me avisou — disse a mulher sentando ao lado dele.

— Desculpa por tudo, mas é que resolvi entrar silenciosamente. O trabalho foi muito cansativo pra mim. Estou exausto — disse ele.

— Que tal tomar um banho. Depois nós jantaremos juntinhos. Só nós dois — disse ela dando um beijo nele.

— Boa ideia — ele se levantou e foi ao banheiro.

Algum tempo depois no jantar, eles conversavam intimamente na mesa até que o pretendente fez uma surpresa.

— Qual é a sua surpresa dessa vez?

Ele tirou a mão do bolso do casaco e junto veio uma caixinha preta. Ele abriu e apareceu um anel com uma pedra de diamante.

— Esta surpresa. Aceita meu pedido de noivado?

— Que romântico. Aceito. Agora o único problema vai ser o meu filho.

— Depois nos entendemos com ele. A propósito, como está o treinamento dele lá no Santuário?

— Ele vai muito bem. Parece que ele não vai mais treinar lá, será em outro lugar, o que me preocupa muito. O Dan é um menino muito especial. Ele é um verdadeiro presente que tive do meu falecido marido. Ahh sabe da última? Tem a deusa Atena que vive confinada lá no templo o tempo todo.

— Sim, isso você já me contou — ele pegou o copo com suco e o levou a boca.

— Pois é. Acredita que ela saiu do Santuário e foi pro Japão resolver uns assuntos por lá? Um milagre, ela quase não sai de lá.

Nesse exato momento, Mikhenos se engasgou com o suco. A informação da partida de Atena deixou o homem surpreso.

— Cuidado! Quase que tu morres com o suco — disse ela tentando abaná-lo com o guardanapo. — Só porque eu disse que Atena saiu do Santuário...

— Como? Quando? A que horas foi?

— Eu sei lá. O Danyel não especificou isso. Mas pra que esse espanto todo? — Ela segurou na mão dele — Rapaz, você está gelado. Mikhenos, o que houve?

— Nada não. Eu preciso ir. Fique com o anel, depois eu venho. Não estou passando nada bem — ele saiu quase em disparada sem dar beijo à namorada.

...

Mais um dia chegou na Grécia e consequentemente no Santuário. Danyel acordou bem cedo e disposto a convencer o amigo a conhecer Seiya. Então ele foi.

Darkryan trabalhava na semana estagiando num escritório, mas ficava livre aos finais de semana. E, como era sábado, então não havia problema de encontrá-lo em casa. Dan chegou no apartamento dele e tocou a campainha.

— Danyel?

— Posso entrar? Dessa vez estou sozinho.

— P-pode sim. Não repara a bagunça — disse ele. Darkryan havia acabado de acordar e atendeu seu amigo somente de calção. Era notável a palidez da pele dele.

— Desculpa pela invasão, mas eu queria falar contigo. Se não for incômodo — Dan tentou encontrar um espaço no sofá, pois este estava tomado de livros antigos e muitos outros objetos. Bagunça era pouco para descrever o estado crítico que se encontrava a sala.

— Já sei do que você veio falar e minha resposta é não. Quanta insistência em querer que eu vá até o Santuário. Já é a quarta vez, e pela quarta vez eu digo que não irei e pronto.

— Mas por que não quer ir? Tá com medo de alguma coisa? Por favor, fale para mim. Somos amigos.

— Somos sim, Dan. Mas uma coisa não tem nada a ver com a outra. Sei lá, mas acho que aquilo não é pra mim. Não sou forte como você.

— Você é forte, para com isso. É preguiça mesmo que você tem. Tem preguiça até em ir ali na esquina...

— Tá bem. Tudo bem. Eu vou, não precisa falar que sou preguiçoso. Só não fale para o peste do Myklos sobre essa conversa.

— Myklos nunca soube disso. Quando pensa em ir lá?

— Talvez amanhã mesmo. Quanto mais rápido eu for, mais rápido você me deixa em paz — Ele se levantou e abriu a porta de saída — Pode ir.

— Cara, você tá expulsando o seu melhor amigo!

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— A culpa é sua, pois eu tava dormindo tranquilamente antes de você aparecer com a sua ilustre presença.

— Amanhã, estaremos te esperando. Não falte senão eu te arrasto à força daqui pra lá — Danyel saiu.

Darkryan voltou a dormir no seu quarto. Bem no canto da cama, havia uma escrivaninha e, sobre ela, um medalhão do diâmetro de um pires com a palavra Ἄρης.

Danyel caminhava pelas ruas do bairro e percebeu algo no mínimo curioso. Uma garota estava sendo assaltada por dois marginais num beco. Ele se aproximou e chamou atenção dos bandidos.

— O que você quer aqui? Sai daqui, criança, senão eu atiro em você — disse um dos bandidos.

— Deixem a moça em paz — disse ele.

— Ora, cale-se, idiota — um dos bandidos foi tentar socá-lo, mas Danyel desviou tão facilmente. Depois segurou o punho do dele e começou a torcer até fazê-lo largar a arma. O ladrão já estava morrendo de dor daquilo.

— Solta ele — o outro também partiu pra cima, mas Danyel apenas deu uma joelhada no inimigo, fazendo-o cair.

— Você está bem?

— Muito obrigada por salvar a minha vida.

— Não há de quê, senhorita. Quer companhia pra ir pra casa?

— Sim, por favor. Depois dessa, eu até fiquei com medo de sair sozinha por aí — a moça era uma garota loira, com olhos castanhos e trajando um vestido branco simples.

...

Saori chegou no Japão ainda na madrugada e foi para um hotel que ficava em Tóquio. Logo pela manhã, chegou à sede da Fundação Graad. Saori vestia um blazer com calça preta. Não vestiria um vestido naquele ambiente. Kiki, por sua vez, ficou sem a armadura, óbvio, com terno preto e ficou no andar do escritório.

— Saori-sama, que surpresa em vê-la aqui hoje. Não me avisou nada — disse uma secretária.

— Desculpa pela falta de aviso. As coisas lá no Santuário estão cheias, mas não a ponto de me impedir de vir pra cá. Enfim, algo de novo?

— Vieram mais órfãos nessa semana. O orfanato precisa de alguns funcionários a mais para esse ano. Pela quantidade de novos órfãos, será preciso novos trabalhadores.

— Eu sei muito bem. À tarde, eu irei para o orfanato e tomarei as minhas providências.

— Sim, já atualizei as listas dos novos órfãos que treinarão pelo mundo afora. As listas estarão sobre a sua mesa em meia-hora...

— Coloque aí o nome Danyel Adonis. Vai para a ilha de Milos.

— Saori-sama, vai enviar um discípulo do Santuário para lá? M-mas ali sempre treinaram os candidatos à armadura de ouro de escorpião.

— Sim, Lisa, eu sei que ele já está treinando, mas eu sinto o cosmo dele diariamente e tenho certeza que ele conseguirá desenvolver todas as suas técnicas da constelação protetora dele. Agora com licença. Vou ao meu escritório.

— Oi Kiki, quer alguma coisa? Um cházinho, um cafézinho?

— Não. Uma água serve, estou com sede — disse ele sentando numa poltrona que ficava lá.

— Com prazer — a secretária foi buscar a água pra ele.

Do lado de fora do prédio, um sujeito muito estranho olhava a fachada. Ele usava um casaco preto e um chapéu da mesma cor. Ele ficou olhando por um bom tempo até sair dali.

Kiki percebeu o cosmo do sujeito e saiu do prédio imediatamente. Não viu ninguém na rua, mas percebeu uma presença maligna vinda dali. Não havia dúvida. Era um inimigo de Atena.