Opostos

Dor de cotovelo


Domingo à tarde Murilo passou na casa de Cecília conforme tinha prometido. Deram uma volta pelas proximidades mesmo e ficaram um pouco em uma praça próxima.

Entre beijos e carinhos, Cecília fez uma pergunta:

- Como vamos fazer amanhã na escola?

- O que você acha melhor? Ficar como estamos e ficarmos só fora de lá ou dane-se o que os outros vão falar?

- Bom, pra Fabi eu tenho que falar e ela com certeza vai contar pro Luis.

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- Por mim tudo bem, eles iam saber de qualquer jeito mesmo. Mas e os outros? Quer que saibam da gente?

- Por enquanto acho melhor não. Algum problema pra você?

- Nenhum. Tudo bem que vou ficar a manhã inteira com vontade de beijar essa boquinha gostosa, mas se você quer assim, eu agüento até a saída. Ah, mas eu que quero te fazer uma pergunta agora. Você vai continuar estudando comigo não vai?

- Olha, não deveria afinal você melhorou bastante, não precisa mais de mim.

- Como não? Agora que eu mais preciso.

- Ah vá!

- Sério! Pensa comigo, a cada acerto meu nos exercícios que você passa eu posso ganhar um beijo... O que acha?

- Hum... Vou pensar no seu caso. – diz rindo.

Eles ficam a tarde toda juntos e no inicio da noite ele a leva para casa.

- Antão amanhã nos trataremos como temos feito até agora. – diz Cecília.

- Ok, mas quando estivermos um pouco mais afastados da escola a conversa vai ser outra... – diz Murilo mordendo o lábio e se despedindo dela.

E assim fizeram. Durante a aula não se falaram mais que o de costume. No intervalo Murilo ficava quieto em seu canto como sempre, porém agora falava com alguns garotos de outras classes, além de Luis, que apesar de estar a cada dia mais envolvido com Fabiana sempre respeitava o espaço dela e preservava o seu.

Apesar disso, pra quem conhecia bem os dois podia notar que algo diferente estava no ar. Fabiana desconfiava, mas queria que a própria amiga lhe contasse. Foi o que aconteceu.

- Fabi, tenho uma coisa pra te contar, mas você vai ter que prometer que vai ficar quietinha e não vai contar pra ninguém, pelo menos por enquanto.

- Nem pro Luis?

- Ta, só pra ele, mas vai ter que falar pra ele não contar nada pra ninguém também.

- Aí meu Deus, imagino o que seja, mas vai, fala logo!

- To ficando com o Murilo!

- Sabia! – diz quase que em um grito, mas consegue se conter – Como, me conta!

Enquanto Cissa conta como tudo aconteceu, o sinal bate e elas tem que voltar para a sala.

- À tarde te conto melhor por MSN, aqui as paredes tem ouvidos e não quero que saibam ainda.

- Você está certa. Mas a tarde esteja on viu! – diz Fabi rindo.

Na sala de aula apesar da discrição do casal, Mateus permanece atento a cada passo de ambos. Enquanto olhava discretamente para Cecília, procurando encontrar alguma falha, Patrícia fala com ele.

- Ta no mundo da lua hoje é?

- Ah? Não, só um pouco pensativo.

- Sobre a gente?

- É. Sobre a gente. – diz enquanto pensa no que pode fazer pra descobrir algo mais sobre Cecília e Murilo.

Durante as aulas ele permanece atento ao casal, mas apesar de desconfiado não nota nada de estranho.

- Eu tenho inglês hoje, pode me levar? – pergunta Patrícia fazendo com que Mateus saia de seus devaneios.

- De novo? Você não pode ir sozinha hoje?

- Poxa Mateus, o que custa? O curso é quase do lado da sua casa.

- Ta bom, eu te levo, mas não se acostuma não hein!

Patrícia lhe dá vários selinhos, mas ele não demonstra o menor interesse, está muito preocupado em cuidar do que não era da conta dele, a vida de Cecília.

O sinal da última aula bate e enfim todos começam a ir embora. Murilo sai na frente, sozinho como sempre e depois de alguns minutos sai Cecília acompanhada de Fabiana e Luis.

- Vamos? – pergunta Patrícia a Mateus.

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Ele olha e vê que Cecília continua com os amigos e Murilo já havia sumido do seu campo de vista. Achou que naquele primeiro momento tudo estava normal.

- Vamos. Ah, mas já vou avisando que só vou te levar, nem pede pra eu te buscar que não vai dar.

- Vai fazer o que?

- Na hora certa você vai saber.

Patrícia se anima com o comentário, pois pensa ser algo relacionado à conversa de namoro que tiveram há alguns dias. Mal ela sabia o que Mateus planejava.

POV Mateus

Fiquei o fim de semana todo pensando no que poderia ter acontecido naquele cinema. Nenhum cara leva uma garota ao cinema nem nenhuma intenção por trás, não mesmo.

Bom, não podia fazer mais nada aquele dia e nem no domingo, ia dar muito na cara. Resolvi esperar então até segunda-feira na escola. Se tinha rolado algo entre eles, com certeza iam dar alguma bandeira.

Na aula eu fiquei bem atento a eles e não vi nada de diferente. Nem um selinho, nada. Na real eles nem se olhava, direito. A Cecília passou praticamente o tempo todo com aquela amiga dela, a tal Fabiana.

Mesmo assim eu sentia alguma coisa de estranho e eu ia descobrir o que era.

Enquanto pensava em como fazer isso a Patrícia veio me pedir pra levar ela no curso de inglês depois da aula. Eu não estava nem um pouco a fim, mas era perto de casa, não tinha como eu fugir. Maldita hora foi que eu disse isso pra ela.

Mas eu também não podia tratar ela mal. Primeiro porque ela poderia desconfiar de alguma coisa e segundo porque eu ainda não tinha aproveitado o suficiente do tempo que estava com ela.

Na saída o maloqueiro metido a gostosão sai primeiro, sozinho e nem olhou pra trás. Depois de um tempinho a Cecília e o casalzinho de amigos dela. Pensei que ele poderia estar esperando ela lá fora, mas não estava.

A Patrícia me chamou e fomos embora. Aquele dia com o Murilo a Cecília não estava pelo menos não que eu tenha visto.

Deixei a Patrícia no curso dela e fui embora. Precisava pensar um pouco, tinha muitas coisas pra planejar.

Uma delas era descobrir qual era a do Murilo com a Cecília e a outra era convencer a Patrícia a transar comigo. Após pensar bem nas duas coisas resolvi deixar o assunto Cecília pra depois, mas só por enquanto.

A Patrícia não era uma santa, mas também não era uma perigueti. Pra eu conseguir esse tipo de coisa com ela eu ia ter que pensar muito em uma maneira de convencer ela.

Enquanto ia pra casa passei em frente uma loja de bijuterias. Minha mãe adorava aquele tipo de loja e até então eu não entendia o porquê, até ter uma idéia.

Agora era questão de tempo a Patrícia cair na minha, tinha certeza.