Not the snow, not the rain

Nem a neve, nem a chuva

Can change my mind

Podem mudar o que eu penso

The sun will come out, wait and see

O sol vai sair, espere e verá

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And the feeling of the wind in your face

E a sensação do vento no seu rosto

Can lift your heart

Pode alegrar seu coração

Oh there's nowhere I would rather be

Oh não tem outro lugar onde eu preferia estar

–Vamos, James! Perderemos o trem se não estivermos lá em vinte minutos! – Lily batia insistentemente em sua porta. O rapaz acordou em um sobressalto e olhou em seu relógio. Vinte minutos para as 10h. Estava atrasado.

Levantou-se de um pulo e trocou desajeitadamente de roupa, pôs seus óculos de armação quadrada e tentou deixar o cabelo menos bagunçado. Abriu a porta e uma Lily irritada estendeu-lhe um pacote de papel marrom.

–Tomei a liberdade de pegar comida para você. Com base no que me disse sobre comida e no que comeu ontem, pude saber o que gostaria de café da manhã. Agora pegue suas coisas e vamos!

James assentiu, recebendo o pacote sem estranhar. Ela era jornalista, afinal. Pegou o violão e as duas malas e os pôs no carrinho atrás da ruiva, o empurrando enquanto segurava o pacote de comida. Lily seguia a passos rápidos a sua frente, apertando o botão do elevador e aguardando-o empurrar o carrinho para dentro antes de entrar e soltar a porta.

Os dois fizeram check-out e em dez minutos estavam sentados em uma das cabines de trás do trem para Munique, James se deliciando com os ovos e o bacon junto com as torradas que Lily havia pego para ele.

–Acertei, não foi? – ela riu da cara que o companheiro de viagem fazia.

–Você é maravilhosa. – tomou um gole de café, sorrindo como uma criança. – Posso ver porque sua mãe e irmã queriam que se casasse.

Lily fechou a cara.

–Sério? Por que então, Potter?

–Hey, calma. Eu não disse nada errado, disse? Você seria uma ótima esposa para alguém. – ele levantou as mãos em sinal de rendição.

–Na verdade, disse sim. Eu não quero me casar com alguém que eu não ame. Posso ser uma ótima esposa e todas as outras baboseiras que minha mãe e Petúnia falaram, mas nunca, NUNCA, diga que as entende. Você não entende, nunca entenderá o que é ser quase que comercializada em troca de privilégios no governo italiano, ser impedida de estudar o que gosta e ter que aprender todos os serviços domésticos antes de sequer saber ler. Então não venha falar do que não sabe. – ela discursou, as bochechas ficando vermelhas de cólera. Quando acabou, olhou pela janela e passou as próximas cinco horas calada com um caderninho e caneta no colo, escrevendo.

–Lily? – James chamou depois de olhar em seu relógio de pulso e perceber que faltavam mais cinco horas de viagem e que a ruiva à sua frente tinha passado tanto tempo sem falar. Mais importante: estava sentindo falta do ritmo cadenciado de sua voz e de seu sotaque quando falava inglês.

Ela finalmente tirou os olhos de seu caderno para olhá-lo, e ele viu o quanto ela tinha se chateado em suas orbes verdes.

–Olha, eu... – hesitou. Então pegou o violão e tocou alguns acordes, acompanhando com a voz em um ritmo inusitado – Eu só quis fazer um elogioooo. Me desculpe. Não sou o melhor com as palavraaas. Só queria dizer: você é. Incrível. Maravilhosa. Me descuuuulpe...

Lily se esforçou para manter-se séria, mas no final da pequena canção ela já ria abertamente.

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–Tudo bem, tudo bem. Está perdoado, mas por que só não disse o que quis dizer sem acompanhar com aquele ritmo ridículo no violão?

–Não sou o melhor com as palavras, já disse. Me sinto mais seguro quando as canto do que quando as falo normalmente. – James corou um pouco. – E então, somos amigos de novo?

–É claro. – ela sorriu, guardando o caderno e a caneta em sua mochila e observando a paisagem:

–Oh não. – mordeu o lábio.

–O que foi? – James também olhou pela janela.

–Vê as nuvens muito escuras? Vai nevar daqui a pouco. Não poderemos prosseguir por um tempo, a ferrovia ficará obstruída.

–Tudo bem, desde que eu chegue a Londres. – ele sorriu, passando a mão pelo cabelo e assumindo uma pose despreocupada em seu assento. Lily torceu o nariz.

–Mas chegar atrasado não te preocupa? Pelo que me contou, sua mãe é muito metódica.

–E é. Mas o que posso fazer? Impedir a neve? Não. Então o que me resta é esperar e tentar aproveitar o tempo que tenho. – ele deu de ombros. Lily balançou a cabeça, compreendendo. – E abra a janela um pouco.

–Abrir? Por quê?

James sorriu, levantou-se e abriu a janela. O vento invadiu a cabine, despenteando os cabelos ruivos bem arrumados de Lily.

–Arrgh! Meu cabelo, Potter! – ela levou as mãos ao cabelo para tentar mantê-lo no lugar.

Ele riu e a fez abaixar as mãos.

–Relaxe, ruiva. Feche os olhos – ela obedeceu, sem entender. – Agora sinta o vento frio batendo em seu rosto.

Lily se acalmou depois de alguns segundos se concentrando na sensação gostosa que era o vento.

–Viu? Não é tão ruim, é? – James sorriu. Ela abriu os olhos para encontrá-lo sentado no assento ao seu lado, não mais em sua frente. Ele estava... Perigosamente perto.

–James... Isso é maravilhoso. – O moreno mordeu o lábio e tentou se concentrar nos olhos da ruiva, sem sucesso. Apesar de adorar os tons verdes deles, prestou mais atenção em seus lábios rosados. Bastante beijáveis.