Olhe para as Nuvens de Chuva

O Passado Não Está Longe De Seus Sonhos...


--Eu já lhe disse que não preciso de sua ajuda! – ele dizia para a mulher que continuava a avançar em sua direção. – Pare! Aya pare!

Mas ela não parava. Estava decidida.

--Você não vai sozinho! – ela dizia – É muito perigoso, mesmo para alguém tão poderoso quanto você! Deixe-me ir junto!

Yakusoku voltou-se para Keiko e parou de andar. Ela era bonita e ele realmente gostava dela, mas não ia levá-la consigo, não importava o quanto ela implorasse.

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Olhou para cima, para o sol, e ergueu a mão direita. Do nada surgiram grandes nuvens escuras, que produziram sombras sobre a terra, quase transformando o dia em noite.

--Vá para casa. – ele mandou, pronunciando bem as palavras, lentamente – Se eu precisasse que alguém fosse comigo, você seria a primeira que eu chamaria, acredite.

--Eu vou seguir você, Yakusoku! Nada vai me impedir! – Keiko parecia ignorar tudo que ele fazia e dizia.

--Vá para casa, Aya. – ele repetiu. Precisava fazê-la entender, mas não podia lhe contar. – É para o seu próprio bem! – ele fez a chuva descer violentamente, virando-se em seguida e continuando a andar para longe de Keiko.

--Volte já aqui! – ela continuava a ordenar, indo atrás dele. – Eu exijo uma explicação sobre o que você está fazendo!

--Você não entende mesmo, não é?- ele disse. – Volte para sua casa. Quer saber? Se quiser me ajudar, dê meia-volta e retorne para seu lar, onde existe alguém que realmente se importa com você. Proteja-os. Eu não poderia pedir-lhe maior auxílio. – virou-se novamente para a mulher, parando outra vez. – Adeus, Aya.

Com isso ele decidiu não olhar mais para trás. Prosseguiu com sua caminhada rumo ao destino incerto que tinha pela frente, abandonando o resto do mundo à própria sorte, principalmente Keiko.


******


Adicional: Lembranças De Uma Vida Anterior

--Yakusoku-chan virá hoje à noite, para seu aniversário. – disse a avó.

--Yakusoku? – Keiko assustou-se com a menção do nome dele.

--Sim, o rapaz do apartamento da frente.

--Sim – Keiko respondeu distraidamente.

Yakusoku... Aquele nome parecia ser seu conhecido há muito tempo, assim como o dono. Ele morava naquele prédio havia apenas um ano, mas ela sentia como se fosse amiga dele há décadas. E gostava tanto dele...

Ela olhou para fora, estava debruçada na janela. Na noite anterior chovera muito, como se algum feiticeiro se divertisse com a tempestade que chegara. O chão lá embaixo estava ainda todo molhado, e os pingos, mesmo que fracos, caíam, fazendo as pessoas usarem guarda-chuvas, tornando a rua uma mistura de pontos coloridos.