Oh! romeu

Capítulo Final


Ouvir aquilo foi um grande choque para a controladora de gravidade, ela nunca acreditaria em tais palavras se não tivesse escutado com seus próprios ouvidos e presenciado a cena com seus próprios olhos. Se alguém lhe dissesse que Katsuki diria isso, provavelmente riria na cara da pessoa.
Mas foi da boca de Bakugou Katsuki que saíram aquelas palavras.

Isso siginificava que ele gostava dela?

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Bem, não faz sentido sentir ciúmes de quem você sequer gosta, não é mesmo?

Já distante da enfermaria onde deixou Uraraka em meio a um turbilhão de emoções, Katsuki se sentia estúpido. Deixar-se levar por emoções não era seu feitio, ainda mais se tratando de coisas como amor e ciúmes, coisas que o loiro sempre considerou bobagem.

E agora se via preso àquilo, em um impasse interno, era uma uma nova descoberta para o rapaz, seu interior estava caótico.
Ele acreditava que quanto mais negasse a si mesmo aquela paixão, quanto mais ignorasse aquele sentimento, mais rápido ele desapareceria. Mas estava enganado, sufocar seus sentimentos estava enlouquecendo-o, como se crescessem cada vez mais e ele não pudesse controlar. Às vezes sentia vontade de simplesmente jogar tudo pelos ares e se confessar.
Tinha medo, e essa sensação veio com o pacote de se apaixonar pela garota mais meiga da sua classe.
E se ela o rejeitasse? Não seria surpresa, afinal, ele havia cometido muitos erros no passado dos quais não se orgulha, e todos sabiam daquilo, até mesmo ela. Bakugou não estava pronto para ser rejeitado, não por Ochako.

O resto do dia foi agonizante para ambos, que evitavam-se deliberadamente. E, apesar de serem obrigados a interagir durante os ensaios, voltavam à estranha dinâmica na primeira oportunidade que surgia.

Já era por volta das seis da tarde, a maioria da classe estava junta na sala de estar e, como sempre, todos estavam bem animados. Katsuki estava na cozinha preparando o jantar, era a sua vez naquela semana. Normalmente alguém sempre estava disposto a ajudar, mas não quando era Bakugou ali, ele era exigente demais quando se tratava de cozinhar.

Ochako observava o loiro a alguns metros de distância, ela queria falar com ele e se não fosse agora não seria nunca, depois do jantar ele iria direto para o seu quarto e a oportunidade estaria perdida.
Então, percebendo que estavam todos entretidos com um programa de comédia na televisão, a jovem resolveu usar essa chance para tomar uma atitude.

— B-bakugou. — Que droga, por que ela havia gaguejado?

— Ahn? O que você quer Bochechas? — O rapaz, que picava os legumes com agilidade, sequer desviou o olhar para a morena ao respondê-la.

— Eu queria falar com você...sobre mais cedo. — Murmurou as últimas palavras constrangida.

Droga! Droga! Droga!

Ter aquela conversa era tudo que ele mais queria evitar naquele momento, tinha vontade de simplesmente correr dali e se trancar no próprio quarto, mas seria muito covarde se sua parte.

— Acha que agora é realmente a melhor hora para termos essa conversa? — Deixou a faca de lado se aproximando da garota e dizendo com a voz mais baixa.

— É que é complicado encontrar uma oportunidade para falar com você a sós, você sempre vai para cama cedo. — A morena encarava seus próprios pés, era difícil para ela o encara-lo assim de perto, ainda mais quando ele a olhava fixamente.

— Tsc, se quer falar comigo é só dizer, não seja boba, Bochechas. Pode ir no meu quarto depois do jantar se quiser, vou estar acordado. — Disse o rapaz sem receio algum ou segundas intenções.

— O-o que você está dizendo Bakugou-kun? Eu não posso simplesmente entrar sozinha no quarto de um garoto durante a noite. — Ochako respondeu desnorteada com o rosto totalmente ruborizado de constrangimento.

— Oe, não é o que você está pensando, Uraraka! — Katsuki percebendo o que sua frase deu a entender ficou ainda mais envergonhado que a morena — Eu vou pro seu quarto, certo, é melhor assim não é? Eu te mando uma mensagem.

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Sem saber muito bem o que responder e ainda um pouco avoada, ela apenas assentiu positivamente e caminhou para seu quarto processando e imaginando tudo o que aconteceria.

Ela disse que queria falar com ele, mas sequer sabia o que dizer, e muito menos como fazê-lo. Ao chegar em seu quarto Ochako notou que ele não estava lá muito apresentável então decidiu organizar algumas coisas para distrair sua cabeça.

[ . . . ]

Após o jantar decidiu que iria tomar um banho enquanto o rapaz não havia chegado, por mais que já estivesse um pouco tarde decidiu lavar os cabelos, era comum para ela lavar os cabelos quase sempre, pois suava muito devido aos treinos que fazia escondida depois das aulas, o que exigia mais cuidados que o comum com suas madeixas.

Já havia vestido seu pijama confortável e suas pantufas e retornou ao seu quarto, sentou-se em frente a penteadeira. Pegou seu secador a fim de secar o seu cabelo, estava uma noite fria, e sua saúde era um tanto frágil, não podia arriscar ficar resfriada. Tinha uma peça para apresentar no sábado.

A sensação de ter os cabelos soprados pelo vento quente que saia do aparelho era muito boa, mas poderia ser melhor se seus braços não estivessem doloridos de seus treinos, aquele objeto realmente era pesado. Se ela ao menos pudesse usar sua individualidade sem fazer com que o secador fosse parar no teto.
Voltando-se para a o espelho novamente ela viu a o reflexo de Katsuki atrás de si através do espelho, e pulou na cadeira com o susto, seu coração de repente acelerado com a adrenalina.

— Você não disse que mandaria uma mensagem antes? — Colocou a mão sob o peito acelerado tanto pelo susto que tomara quanto pelo fato de ter pego o garoto a observando, arriscava dizer, admirando. Não era um garoto qualquer, era o garoto de quem ela estava gostando e que ao que tudo indica, também gostava dela.

— Eu mandei, mas de que adianta, se você não vê a mensagem, Leãozinho? — Ele claramente estava caçoando do fato dos cabelos da morena estarem totalmente emaranhados, afinal devido ao cansaço a jovem estava apenas secando suas mechas para qualquer direção, sem se preocupar muito em bagunçá-las. — Posso? — Estendeu a mão dando um olhar sugestivo para o aparelho nas mão de Uraraka.

Mesmo que estivesse um tanto surpresa pela atitude repentina e totalmente inesperada — principalmente por estar vindo de Katsuki —, ela sorriu abertamente e, sem ao menos pensar duas vezes, entregou o secador em suas mãos. Uraraka cruzou suas pernas uma sobre a outra, posicionou um de seus ursinhos em seu colo e fechou calmamente seus olhos, apenas aproveitando cada segundo daquilo.

A jovem começou a se questionar, o quanto ela realmente sabia sobre ele? Quando estavam a sós ele agia de uma forma mais íntima com ela, ambos se divertiam juntos, mas aquilo não parecia ser o suficiente para Ochako. Ela queria conhecê-lo ainda mais, saber mais sobre seus gostos, angústias, peculiaridades, e mesmo que de certa forma soasse meio egoísta, queria ser a única com quem ele abaixasse a guarda de tal forma.

— Pronto, bem melhor agora — Bakugou pronunciou alguns minutos depois, fazendo com que a morena abrisse os olhos e automaticamente deixasse seu queixo cair.

— Me surpreende que você seja tão bom nisso, nem usou uma escova ou algo do tipo — comentou enquanto passava as mão em seus cabelos que estavam mais escorridos que o normal e, consequentemente, mais longos.

— Tsc, minha velha sempre me fazia fazer essas coisas pra ela, acabei me acostumando. — respondeu virando o rosto levemente ruborizado. — E então… o que você quer me falar? — perguntou ao se sentar na cama de Ochako.

Uraraka girou sua cadeira para ficar de frente a ele, respirou profundamente uma… duas… três vezes. E ainda não sabia o que dizer. Talvez isso fosse o que mais a incomodava: não queria que tudo continuasse como se o que ele tinha dito não tivesse significado nada para ela, porque significava, mas não sabia como expressar aquilo em palavras.

— Sinceramente… não sei o que dizer, nem como dizer isso. Eu sou uma pessoa meio confusa... — Suspirou frustrada, sequer conseguia manter o contato visual por muito tempo sem desviar os olhos para qualquer outra coisa que não fosse ele. Seu rosto estava ruborizado, ela nunca havia se declarado para alguém antes, e mesmo se já tivesse feito isso, não seria mais fácil, Bakugou era tão imprevisível.

As mão de Katsuki estavam frias, o que não era muito comum para ele. Sentia-se ansioso, com medo e inseguro. Era horrível! Odiava o fato de que Ochako o desestabilizava, mas ao mesmo tempo amava aquela garota a ponto de deixar com que seus sentimentos falassem por si só.

— Não é como se eu esperasse que você sentisse o mesmo por mim, você é uma pessoa fodidamente gentil e calorosa com todos, e bem eu… sou eu mesmo, e você merece uma coisa melhor. Então, se vai me rejeitar não precisa de toda essa cerimônia, eu posso superar isso. Espero que eu possa, mas não se preocupa. Não vai ficar nada estranho entre a gente ou alguma merda assim — Bakugou dizia sem demonstrar nenhum tipo de reação, além de fechar os olhos e mantê-los assim por alguns segundos, como se quisesse esconder sua dor. Mesmo que ele soubesse que as chances eram mínimas, no fundo ele ainda tinha esperança.

A morena ficou calada por alguns segundos, processando o que ele havia dito, ela não era a pessoa incrível que ele pensava que ela era, tão pouco ele deveria ficar se martirizando por quem foi e como agiu no passado, ele havia mudado, mas era o único que não enxergava isso, o que enfureceu Ochako.

— VOCÊ É UM IDIOTA?! — Ochako gritou jogando o ursinho que estava em seu colo no rosto de Katsuki. Por sorte o quarto ao lado do seu era vazio, pois o grito dela foi ensurdecedor. O loiro nunca tinha visto a garota tão furiosa, isso o deixou extremamente confuso. — Não é isso que você está pensando, porque você está agindo dessa forma? Esse não é o Bakugou que eu conheço, por que você está se diminuindo tanto? Não me venha com essa baboseira autodepreciativa.

Katsuki não sabia se ficava mais chocado pela audácia dela ter gritado com ele — o que odiava admitir, mas só o deixou ainda mais atraído por ela — ou por suas palavras.

— E você não pode simplesmente sair decidindo as coisas por mim. — Com passos firmes caminhou em sua direção, puxou-o pela gola da camiseta para um beijo que foi correspondido sem demora. — Essa é minha resposta, Katsuki — sussurrou após separarem os lábios enquanto repousava sua testa na dele.

Mesmo que seus rostos ardessem com aquela proximidade, mesmo que sentissem como se tivessem um turbilhão de borboletas no estômago, aquele era de longe o melhor e mais puro sentimento que ambos já sentiram. O romance que tanto ensaiaram havia se tornado real, assim como Romeu e Julieta, eles também pertenciam a mundos diferentes, não eram predestinados a ficarem juntos. Porém, Katsuki e Ochako decidiram que escreveriam sua própria história e que juntos traçariam seus próprios destinos.

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Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.