Obsessão

Capítulo 4


Durante a semana seguinte, Hermione e Draco mal se encaravam. Ambos fingiam que tudo estava bem, mas não estava. Draco não ofendeu nem a Hermione nem a Harry e Ron uma só vez e ela tampouco zombou dele ou de Crabbe e Goyle. Ron achou completamente estranho a atitude do trio da Sonserina durante aquela semana e todos os dias fazia um comentário a respeito, porém Hermione desconversava sempre. Harry achou a amiga estranha, mas ela disse que estava preocupada com os exames. Enquanto Ron achou um absurdo que ela se preocupasse com os exames – sendo que o ano letivo acabara de começar, Harry aceitou a resposta pelo simples fato de perceber que a amiga não queria compartilhar o que acontecera e que para isso estudava ainda mais.

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Draco tampouco estava normal. Tentava dizer para si mesmo que tudo estava bem, mas não se sentia assim quando tinha que estar perto de Hermione. Para os amigos disse que não estava bem, pois recebera uma Coruja do pai, que tirava satisfações por causa de rumores sobre ele beijar uma Sangue-Ruim. Apesar de ser mentira, caiu muito bem. Além dos amigos pararem de tentar convencer Draco a beijar Hermione, eles pararam de perguntar o porquê de sua quietude.

Somente no final de Setembro que as coisas pareciam voltar ao normal. Draco voltara a implicar com o trio da Grifinória. Hermione não estava tão tensa e calada. Ela e Draco tampouco se encaravam mais. A única diferença era que Draco estava zombando deles numa dose um pouco maior que antes. Com isso, Ron voltou a comentar sobre Draco, mas ainda assim Hermione desconversou. Harry começava a suspeitar que ele devia tê-la ofendido muito, para que não quisesse falar dele, porém se dissesse isso a Ron, ele poderia comprar uma feia briga com Draco.

— Quero que chegue logo o Dia das Bruxas – Ron falou enquanto eles iam para o Corujal.

— Para comer doces? – Hermione perguntou.

— Também. Vamos para Hogsmeade, esqueceu?

— Não. Mas, já é nosso terceiro ano indo lá... Está ficando um pouco entediante.

— Fala sério, Hermione! Não vai me dizer que você vai ficar aqui estudando?

— Não... Mas, não estou animada como ficava antes.

— Você é de outro mundo... Sério. – Hermione soltou uma breve risada. Harry estava calado, mas prestando atenção na conversa dos amigos. Sentia-se um pouco mal, queria saber de Sirius se poderia passar o Natal com ele, e como não recebera nenhuma coruja havia meses, resolveu enviar uma.

— Harry, não se preocupe. – Hermione disse. – Sirius está bem. – Ele sorriu para a amiga.

— Eu sei. – Ele respondeu mais para si mesmo que para Hermione.

*****

— Acho que Hogwarts está mais entediante que o normal. – Draco disse para Crabbe e Goyle na Sala Comunal da Sonserina.

— Está? – Crabbe perguntou.

— Muito. – Draco estava sentado em uma poltrona de uma pessoa só, enquanto Crabbe e Goyle dividiam um sofá para três.

— Por que não chama alguém para duelar? – Goyle sugeriu.

— Desde que não seja a Granger. – Crabbe falou, mas se arrependeu assim que Draco lhe lançou um olhar fuzilante.

— Não perdi da Granger por falta de habilidade, seus idiotas. Foi por incompetência de vocês. Se eu a tivesse Estuporado, na mesma hora o Potter e o Weasley teriam feito algo.

— Então a chame pra duelar novamente. – Crabbe sugeriu.

— Não. – Draco respondeu ríspido, lembrando-se então daquele final de semana. Lembrou-se do beijo que havia dias que não pensava e que lutava para continuar não se lembrando. Sentiu nojo de si por ter querido beijá-la de novo. Bruscamente, levantou-se e foi para seu dormitório.

— Falamos alguma coisa errada? – Crabbe perguntou e Goyle, que deu os ombros.

*****

Durante o mês de Outubro, Draco continuava a implicar com o trio e Hermione a retrucar as implicâncias e brincadeirinhas, porém ambos mal se encaravam. Tentavam ficar o mais distante possível nas aulas e em qualquer situação em que não estivessem brigando. Ron não parava de falar sobre voltar a Hogsmeade, e Harry esperava ansiosamente a resposta de Sirius, que chegou ao final do mês. Ele pedira Harry que fosse para a casa de Ron no Natal, pois assim talvez pudessem se encontrar.

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No final de semana que antecedeu o Dia das Bruxas, Hogwarts permitiu que os alunos fossem até Hogsmeade. Ao chegarem lá, Harry, Ron e Hermione foram direto para o Café da Madame Puddifoot. Apesar do ambiente romântico, era um lugar tranquilo, onde poderiam conversar em paz.

— Olha quem apareceu aqui. – Ron falou.

— Quem? – Harry perguntou.

— Malfoy. – Ron respondeu. Hermione, que estava de costas para a porta, olhou para trás. Concentrou seu olhar em Draco por alguns segundos, engolindo em seco. Em seguida, virou-se para frente e tomou um gole do seu Suco de Abóbora.

— O que será que ele quer? – Ron indagou. Hermione pegou uma edição do Profeta Diário que estava em cima da mesa.

— Não faço ideia. – Harry falou olhando para Draco, que se sentou numa mesa próxima a deles. – Ele está sem Crabbe e Goyle.

— Estranho. – Ron disse. – O que você acha, Hermione?

— Não sei. – Ela respondeu fingindo estar concentrada no Profeta Diário.

— Hermione! Presta atenção.

— O que é, Ron? – Ela perguntou impaciente.

— O que você acha que o Malfoy quer aqui?

— Eu não sei! – Ela voltou a ler o jornal.

— Eu também não sei o que é. – Harry disse. – Mas, tenho certeza que ele não veio apenas tomar Suco de Abóbora.

— Por que vocês não o deixam pra lá? – Hermione questionou os amigos falando bem baixo.

— Como é que é? – Ron perguntou sem entender a postura da amiga. – Deixar pra lá? Hermione! Ele é o Malfoy!

— E daí que ele é o Malfoy? Pare de se importar com ele.

— E se ele estiver tramando alguma coisa?

— Então, saberemos. – Ela colocou o Profeta Diário exatamente onde estava antes dela pegar e se levantou. Ron e Harry ficaram olhando-a ir embora, sem entenderem nada. Após alguns segundos da saída de Hermione, Draco saiu também. Seguiu-a até perto da Casa dos Gritos, onde ela se sentou numa pedra.

— Brigou com os amiguinhos, Granger? – Draco perguntou se aproximando.

— O que quer, Malfoy? – Ela perguntou impaciente.

— Nada. – Ele ficou parado a uns três metros dela.

— Sei. – Ela falou ironicamente.

— Sabe o que, Granger?

— Sabe, Malfoy... Eu sei de muitas coisas, mas não sei o que você quer. E na verdade, eu nem quero saber. Quero que você fique longe de mim.

—Quer mesmo, Granger?

— Por que eu não quereria, Malfoy?

— Você parece ter gostado da ultima vez que nos falamos sozinhos. – Ela gargalhou. – Não ria, Granger.

— E por que não, Malfoy? Como não rir depois de uma piada dessas? – Hermione sentia prazer em provocar Draco, e se sentiu melhor ainda, quando o olhar dele a fuzilou.

— Muitas gostariam de ter estado em seu lugar.

— Como se eu me interessasse pelo que as outras pessoas querem.

— É muito bom saber que você não se iludirá comigo, Granger. Eu detestaria ter uma Sangue-Ruim no meu pé. – Hermione desfez o sorriso ao escutar a ofensa.

— Você pode me considerar uma Sangue-Ruim, Malfoy. Pode achar que é superior a mim, mas lembre-se, eu venci você no duelo. – Ela se levantou e o encarou. – Você pode ter vindo de uma família de Bruxos, enquanto eu sou filha de Trouxas, mas sou muito mais inteligente que você, mais hábil e mais esperta. – Ele ficou furioso com o que Hermione disse, agilmente deu alguns passos a frente ficando apenas a alguns centímetros dela. Ambos tinham a respiração densa e se encaravam. – Sai de perto de mim. – Ela falou devagar o encarando.

— Quer outro duelo, Granger?

— Quer outra derrota, Malfoy?

— Não me subestime, Granger.

— Então, prove-se, Malfoy.

Draco se afastou repentinamente de Hermione e sacou sua varinha, e disse:

— Estupefaça!

— Protego! – Hermione falou no mesmo momento.

— Feitiços defensivos, Granger? Só isso que você faz?

— Cale a boca, Malfoy.

— Prove-se, Granger. – Ele ria.

— Petrificus Totalus! – Ela conjurou o feitiço antes mesmo que Draco pudesse terminar de dizer “Estupefaça” novamente. Ele, então, caiu no chão, imóvel. – Tchau, Malfoy. – Ela disse deixando-o sozinho e imóvel sobre o chão.

Apesar de ter vencido Malfoy, Hermione não se sentia tão triunfante como da primeira vez. Nem sequer contou a Harry ou Ron sobre o fato.

Na noite do Dia das Bruxas, todos estavam no Salão Principal, menos Hermione – que ficara de encontrar Harry e Ron lá –, pois estava terminando de ler um livro. Ela saiu da Sala Comunal da Grifinória para ir até o Salão Principal, porém enquanto passava próximo ao Terceiro Andar foi levada para próximo das Salas de Aula. Somente perto da Sala de Defesa Contra as Artes das Trevas que ela percebeu que era Draco quem a segurara.

— Você me machucou. – Ela disse brava enquanto esfregava o local do braço que ele havia segurado com força.

— Não reclame, Granger.

— O que quer, seu idiota?

— Ninguém faz comigo o que você fez, Granger.

— O que eu fiz?

— Você me deixou paralisado no meio do nada em Hogsmeade.

— Você que me convidou para duelar, Malfoy.

— Você trapaceou.

— Não trapaceei não! Você perdeu, Malfoy. Pare de querer achar que você vai ser melhor que eu.

— Eu sou melhor que você, Granger.

— Por que veio de uma família Bruxa? Bem... Isso não te fez o melhor Bruxo da nossa idade.

— Você ficou bastante convencida, Granger. Também, depois de quatro anos tendo todos os professores babando por sua inteligência e esperteza... Não ficaria diferente... – Ele disse com despeito.

— Acontece, Malfoy, que eu não preciso dizer de quem eu sou filha para conseguir ser reconhecida. Eu faço por mim mesma.

— Claro, se você dependesse de quem são seus pais para ter algo, você não seria nada. – Hermione o matava com os olhos.

— Vai continuar ofendendo meus pais até quando, Malfoy? – Ele riu e eles se encararam. – Você é ridículo. – Ela disse. De repente, Draco a empurrou contra a parede, segurando-a pela cintura. Fez com que seus corpos se colassem. – O que você está fazendo? – Ela perguntou meio atordoada pela proximidade dos dois.

— Cala a boca, Granger. – Então, ele a beijou novamente. Mas, dessa vez, ela correspondeu desde o início. Enlaçou seus braços no pescoço dele, trazendo-o mais para perto dela. O beijo era intenso e fervoroso. Eles pressionavam seus corpos um contra o outro, ao mesmo tempo em que ele pressionava o corpo dela contra a parede.

— Alguém está aí? – Filch perguntou entrando no Terceiro Andar. Assustados ao ouvir que Filch estava se aproximando, Hermione afastou Draco e correu para a saída, encontrando-o. – O que a Senhorita está fazendo aqui, Senhorita Granger?

— Ah, Senhor Filch. – Hermione estava ofegante. – Eu estava a procura da Professora Umbridge, mas acho que ela já está no Salão Principal.

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— Há bastante tempo, Senhorita Granger.

— Estou indo para lá agora. – Ela disse um pouco nervosa. Filch foi embora atrás dela.

Ao chegar no Salão Principal, corada e de cabeça baixa, sentou-se no local que Harry e Ron haviam guardado para ela.

— O que houve, Hermione? – Harry perguntou.

— Por que demorou tanto? – Ron perguntou.

— Eu não tinha acabado a leitura até agora. – Ela sussurrou impaciente.

— Eu estava falando com Harry... – Ron começou a falar. – Eu acho que o Malfoy está aprontando alguma.

— É? – Hermione estava desconsertada.

— É... Olha pra mesa da Sonserina. Ele ainda não chegou.

— Que estranho. – Ela disse olhando para frente, já que estava sentada de frente para a mesa da Sonserina.

Draco entrou no Salão Principal cinco minutos depois de Hermione. Ela desviou o olhar para Ron que sussurrava com Harry sobre a entrada de Draco.

— O Malfoy está olhando para você, Hermione. – Harry, que estava sentado ao lado dela, falou sussurrando.

— Ahn? – Ela estava tensa.

— Ele está olhando pra você. Olha... Discretamente. – Harry ainda sussurrava.

— Que? – Hermione prendeu a respiração. Olhou para Draco ao mesmo tempo que Ron virou-se para olhar. Draco desviou o olhar para Pansy.

— Ele não está olhando para mim... E sim para a Pansy. – Hermione disse, apesar de ter percebido que ele desviara o olhar.

— Ele desviou o olhar. – Harry disse.

— Será que ele gosta da Hermione? – Ron perguntou um pouco confuso. Hermione riu.

— Fala sério, Ron!

Naquela noite, Hermione não conseguira dormir.