Tell me!

Draco Malfoy

— E... Camomila e malva. — disse finalmente.

“Não pode ser!”, pensei. Camomila e malva poderia ser um cheiro sem significado para qualquer pessoa, mas não para nós. Muita coisa se ligava a esse cheiro. Muita coisa que Hermione já havia esquecido, mas como então ela se lembraria do cheiro?

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Ela olhou para mim, mas logo desviou o olhar. Okay, poderia ser apenas coisa da minha cabeça e o cheiro significasse outra coisa para ela, de qualquer jeito ela me diria depois se houvesse se lembrado de alguma coisa.

A aula foi entediante e longa, talvez porque fosse à última aula do dia. Então quando finalmente ela acabou todos saímos apressados. E eu fui atrás da Hermione.

— Ei! Hermione? — a chamei enquanto se afastava da sala com Harry e Rony.

— Sim? — perguntou normalmente.

— Queria saber quando vai precisar do livro, eu posso emprestar para você se quiser fazer sozinha e... — deixei a frase se perder.

— Não, eu... Bom, eu te encontro no salão principal às cinco da tarde, pode ser?

— Sem problemas. — sorri e então fomos cada um para seu canto.

Como eu não tinha nada para fazer voltei para meu salão comunal e resolvi esperar até as cinco no sofá em frente a lareira. E não é surpresa que fiquei pensando em como seria se ela tivesse realmente se lembrado de tudo ou pelo menos parte do nosso passado juntos.

— Ei Draco, o que está fazendo? — Blásio perguntou sentando-se ao meu lado, ou melhor, jogando-se ao meu lado no sofá.

— Esperando dar cinco horas.

— Posso saber o motivo dessa espera? — perguntou com aquela expressão maliciosa na face.

— Para fazer o trabalho de história. — disse simplesmente.

— Para o quê? — perguntou perplexo.

— Para fazer o trabalho de história. — repeti.

— Repetindo: Para o quê?

— Eu vou fazer o trabalho com Hermione. — disse por fim.

— Oh! Agora sim está explicado. Vai fazer “trabalho” com a Granger. — fez aspas no ar, rindo em seguida.

— Não enche Zabine, estou falando sério. E...

— E...?

— Eu acho que ela recuperou a memória. — confessei.

— Como sabe? Ela te disse?

— Não, por isso disse que acho. — revirei os olhos — Acontece que hoje na aula de poções ela disse que sentiu cheiro de camomila e malva. — expliquei como se fosse a coisa mais obvia do que dois mais dois ser quatro.

— Oh, claro. Até porque camomila e malva é o código para “eu recuperei minha memória”. — ironizou.

— Não seja ridículo! Sabe o que significa.

Ele parou um tempo para pensar e logo se lembrou do verdadeiro significado de que camomila e malva tinha para nós dois, Hermione e eu.

— Certo! Agora eu entendo a ansiedade. — disse sério desta vez — Eu realmente espero que esteja certo e que ela tenha recuperado de vez a memória. Assim você pode parar de encher a minha paciência dizendo: “E agora Blásio, o que eu faço para ela recuperar a memória? Para se lembrar de que nascemos um para o outro.”.

— Não seja ridículo! — empurrei rindo.

— Não, é sério. Espero que ela tenha recuperado a memória.

— Obrigada. — sorri em agradecimento.

Ficamos conversando para que o tempo passasse mais rapidamente e, parece que deu certo, porque quando percebi já estava atrasado. Peguei minha mochila e corri até o salão principal que por sorte, ela ainda não estava lá. Mas, foi a conta de eu chegar e ela apareceu.

Hermione Granger

Ele me esperava sorrindo como sempre, e ao vê-lo daquele jeito me senti culpada por não poder contar a verdade para ele. De que eu havia se lembrado de tudo.

Eu simplesmente não podia contar porque eu não estava emocionalmente preparada para isso. Sei que era uma injustiça deixa-lo pensando que eu ainda não me lembrava, mas acontece que se eu contasse que eu havia me lembrado de tudo, e quando eu digo tudo eu quero dizer tudo inclusive de quem havia me lançado o feitiço, eu teria que contar essa parte para ele. Afinal ele merecia saber e... Bem, ele não iria gostar de saber.

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— Vamos fazer o trabalho aqui mesmo? — perguntou.

— Pode ser, se não se importa.

— De modo algum. Eu encaro a mesa da Grifinória inteira para ficar ao seu lado. — disse, mas é claro que a mesa da Grifinória estava completamente vazia, o que nos rendeu uma boa risada.

— Nossa, me sinto honrada. — entrei na dança.

— Que bom, porque eu não faço isso sempre... Acho que não faria isso durante o café da manhã, por exemplo.

— Oh meu Deus! — ri com aquilo, pois realmente o café da manhã era a refeição onde todos os grifinórios, sem exceção, compareciam.

— Então vamos começar.

Abri minha bolsa para pegar meu pergaminho e minha pena, juntamente com o tinteiro e começamos a fazer nosso trabalho.

A cada minuto que se passava eu me sentia pior ainda, como se eu estivesse traindo sua confiança e como se eu não respeitasse todo o esforço que ele fez por mim durante todo esse tempo, tendo a paciência que teve comigo para que eu me lembrasse de tudo, não se importando se eu não me lembrasse de coisas importantes para ele... Eu precisava contar para ele. Precisava contar e agora.

— Draco, eu preciso te contar uma coisa. — disse por fim, respirando fundo em seguida.

— Sim? — perguntou despreocupadamente.

— Eu... Bem, eu... — comecei, mas não conseguia completar a frase.

— Você? — encorajou-me.

— Eu me lembrei de tudo. Exatamente tudo.

— O quê?! — perguntou sem acreditar.

— Sim, eu me lembrei de tudo. Tudo mesmo. De cada detalhe.

— Meu Deus! Que notícia maravilhosa! — abraçou-me, eu o abracei de volta, embora estivesse tensa. — Mas, você parece tensa. Qual o problema? Eu não estou entendendo. — confessou. — Você se lembrou de tudo, não está feliz?

— Estou! — sorri — Não sabe o quanto é bom finalmente me lembrar de tudo.

— Mas...? — ele sabia que tinha um “mas” na questão.

— Mas, junto com a memória de tudo que passamos juntos veio a memória da guerra e...

— Continue. — pediu.

— E junto com a memória da guerra veio a memória de quem me lançou o feitiço.

— E quem te lançou o feitiço? — perguntou curioso.

Mas, eu permaneci calada. Eu não podia contar aquilo para ele, não era justo.

— Conta Hermione, quem te lançou o feitiço? — ele perguntou, a essa altura, preocupado.

— Foi a Bellatriz.