Oathkeeper

Jaime


O Lannister demorou para dormir, perdido em pensamentos. De vez em quando, virava levemente a cabeça para observar a donzela de Tarth. Seu rosto, a maioria das vezes tenso, preocupado, concentrado, agora estava tão vulnerável, e Jaime percebeu que ela era bela. Brienne, a Bela, aquele apelido não era tão ironia assim. Ou o amor nos deixa cego, ou ela é realmente bonita. Talvez a beleza interna seja mais atraente que a externa, afinal, pensou, e se permitiu soltar um riso abafado. Quando fui que amadureci tanto?

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Dormiu quase uma hora, mas não acordou sonolento nem cansado, parecia que suas energias haviam sido renovadas, mesmo sem uma boa noite de sono. Quando abriu os olhos, viu que a dama de Tarth o estava encarando, com um sorriso torto em seus lábios.

– Bom dia. - Ela disse.

– Bom dia. - Jaime respondeu, dando um sorriso e se espreguiçando.

Brienne se levantou rapidamente, e começou a colocar sua armadura.

– Temos que partir o quanto antes.

– Eu concordo. - Jaime respondeu - Vou para minha cabana, pegar tudo que vamos necessitar nessa viagem. Volto aqui mais tarde.

Brienne assentiu, e o Lannister começou a se virar.

– Sor Jaime. - Ele virou-se para encará-la. - Muralha ou Ninho da Águia?

O cavaleiro parou para pensar alguns segundos. A tia de Sansa está morta, mas não foi a muito tempo. Não sei se a loba gostaria de ir para muralha. Talvez um castelo bonito e quente com o que restava de sua família tenha sido sua primeira opção.

– Podemos tentar o Ninho da Águia primeiro. Lisa Arryn está morta, mas há uma chance de Sansa estar escondida por lá.

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Jaime e Brienne cavalgaram, a dama sempre galopando um pouco a frente do cavaleiro, a maior parte do tempo em silêncio. O Lannister já estava acostumado com isso, a Beleza de Tarth nunca foi de conversar muito quando estava em uma missão. Antigamente eu achava esse silêncio extremamente irritante, pensou. Mas até que me acostumei.

– Quanto tempo falta para chegar até o Ninho da Águia? - Perguntou Jaime, quebrando o silêncio.

A garota olhou para o céu, que estava começando a escurecer, e em seguida pegou seu mapa de Westeros. Franziu o cenho enquanto pensava.

– Dois dias e meio, se tudo ocorrer bem.

Então, ouviram cascos de cavalo atrás de Jaime. Os dois olharam, e viram um grupo de cavaleiros, armados com espadas e bestas, liderados por uma mulher com longos cabelos vermelhos, vestido vermelho, véu vermelho, pele pálida e olhos também vermelhos. No pescoço, o Lannister notou um colar de rubi que parecia estar pegando fogo. Sentiu um arrepio de súbito e seu sexto sentido disse que eles não eram confiáveis.

Não havia mais nada a fazer além de Jaime e Brienne pararem seus cavalos.

– Valar Morghulis. - A mulher de vermelho disse, ao chegar perto deles. - Irmãos, este é o próprio Azor Ahai encarnado. - Seus olhos vermelhos percorreram Jaime da cabeça aos pés. - Presumo que esta espada que está carregando é a própria Luminífera, não é verdade?

– Me disseram que é. - Ele respondeu, dando de ombros. - E quem é você?

– Melisandre. - A mulher vermelha respondeu. - Temo que sua espada não esteja funcionando para os propósitos reais dela. A Luminífera é capaz de matar os Outros, e você é o único que pode nos livrar dessa maldição. Pois a noite é escura e cheia de terrores.

– A noite é escura e cheia de terrores - Os cavaleiros responderam em coro.

– A espada Luminífera foi forjada do sangue da mulher amada de Azor Ahai, logo Nissa Nissa foi sacrificada. Temo que Sor Jaime não tenha feito o mesmo, já que sua donzela ressuscitou.

Jaime levou sua mão boa até a espada Luminífera, e percebeu que Brienne fez o mesmo com a sua Cumpridora de Promessas. A sacerdotiza sorriu, e seus olhos pareciam pegar fogo.

– E o que você quer dizer com isto? - Brienne interveio pela primeira vez.

– Quero dizer que Brienne de Tarth precisa ser sacrificada, e estamos aqui para isto. Cavaleiros, em nome do Senhor da Luz, prendam-a.

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Os cavaleiros, um por um, desceram do dorso de seus cavalos com suas espadas e bestas, e fizeram o que foi mandado. A Beleza de Tarth fez o mesmo e desembainhou sua espada, e Jaime também.

Apesar de desajeitado, conseguiu defender sua dama. Brienne conseguiu matar dois cavaleiros, e Jaime um, até que sentiu um dardo fincando em sua perna, e caiu no chão, gritando de dor.

Brienne se virou para ver o que havia acontecido com o seu cavaleiro, e nisso, foi pêga desprevenida. Uma faca pressionou contra sua garganta, e ela ficou imóvel e jogou sua espada no chão, se rendendo.

Os seis cavaleiros que sobraram a amarraram e colocaram no dorso do cavalo. Em seguida, arrancaram a flecha de Jaime, e o mesmo sentiu sua perna queimar e abafou um gemido de dor. O amarraram também.

– Não podem vencer. - Melisandre disse. - O Senhor da Luz está comigo, é a vontade Dele que Brienne seja sacrificada. Não se preocupe, Sor Jaime, cuidaremos bem de você.

– Que vocês queimem no inferno. - Exclamou o Lannister, cuspindo na cara do cavaleiro mais perto.

A mulher vermelha apenas deu um sorriso.

– Vamos, rapazes. - Disse para seus homens. - Vamos levá-los para o nosso único e verdadeiro Rei.