OTAMV 2: A Prima

Estrela Cadente


Não sei bem como descrever os últimos dias. Apesar de estar realmente feliz por estar viva, muitas vezes desejei não estar. Compartilhar um quarto com Kiseop e ver Hyori enchendo-o de beijos a cada cinco minutos não foi das melhores coisas. Só pior que isso foi não poder conversar com ele. Por falta de coragem, por falta de oportunidade, por falta de iniciativa de ambos, não trocamos uma palavra sequer. Tudo o que conseguimos fazer foi encarar um ao outro algumas vezes, mas isso já faz uns três dias. Desde então, não tive coragem de encara-lo com essa marca horrível em meu rosto, não aguentei ter aqueles olhos preocupados sobre mim.

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Eu simplesmente evitei, e Hyori me ajudou estando pelo menos 12 horas do dia fazendo-o companhia. Não ficamos um dia sequer a sós; Pela manhã, ouvia milhares de discussões idiotas e sem cabimento enquanto Onew mostrava-me vídeos de suas apresentações passadas, e ao anoitecer, JunHyung fazia-me rir e esquecer do fato de estar em um hospital.

Estava sem sono, talvez por ansiedade; não sei. Era minha ultima noite naquele quarto frio, e eu não via a hora de deitar-me em minha cama. Jun dormia na mesma poltrona que fora como seu colchão nos últimos dias, e eu imaginava o quanto aquilo devia estar desconfortável para ele. Muitas vezes dividimos a maca, e ele dormia ao meu lado, mas as vezes – por medo de me machucar – ele preferia aconchegar-se naquela poltrona de couro sintético pequena, contorcendo-se até achar uma posição menos pior.

Encarei a maca onde Kiseop dormia por alguns segundos, desejando que ele acordasse, desejando ter coragem pra conversarmos ou qualquer coisa. Nada. Não conseguiria manter uma relação normal com ele, principalmente depois das ameaças de Hyori, ou talvez, só por causa disso. Teria de me conformar, em breve Kiseop e Hyori seriam um casal, e eu estava de mão atadas. Nem argumentos para contestar eu tinha, não tinha direito nenhum de discordar, nem condições de bater de frente com a prima. Eu me concentraria nos estudos e me manteria longe de problemas; E mesmo sabendo que meus sentimentos por Kiseop jamais mudariam, eu tentaria ignora-lo como costumava fazer quando nos odiávamos.

Deixei a maca cautelosa. Livrei-me dos aparelhos chatos, tateei o chão procurando por minhas pantufas e deixei o quarto antes que um dos dois acordasse. Precisava de ar fresco – coisa que desconhecia há muito tempo.

Caminhei pelos corredores tomando o máximo de cuidado para não ser descoberta pelo turno da noite. Deduzi que à uma hora daquelas todos deveriam estar em salas quentinhas tomando seus respectivos cafés. O que me lembrou de que eu deveria ter pego algum agasalho para me proteger do frio que fazia naquela madrugada.

Andei por dezenas de corredores, sem ter a mínima noção de onde estava indo, até que finalmente dei de frente com uma grande porta vermelha, e por traz dela um pátio enorme ao ar livre, com cestas de basquete e bancos de praça envoltos por arvores gigantescas. Era tudo o que eu estava pedindo. Sentei-me em um dos bancos – o mais próximo da quadra – e encarei as milhares de estrelas no céu.

_ A droga... o que eu vou fazer agora? – entreguei-me a loucura e comecei a conversar comigo mesma. Esperei ansiosa que uma das estrelas me respondesse. – Eu sinceramente estou perdida! Se não tivesse feito tantas bobagens, talvez nada disso estivesse acontecendo agora... Acho que mereço isso! Tudo o que resta é me conformar... – fui surpreendida por uma estrela cadente. Nunca havia visto, nunca havia presenciado tal acontecimento. Uma estrela caíra do céu, e só teve a mim como testemunha.

_ Faça um pedido! – senti meus braços sendo envoltos por algo quente e macio, meu cobertor. Fui abraçada por trás, sentindo uma respiração calma em meu ouvido, e meu coração bateu tão forte que eu tive a certeza de que todo o prédio ouvia. – Não desperdice com um pedido idiota! Pense bem... – lábios macios beijaram-me a bochecha, próximo à cicatriz. Aquela voz rouca ecoando dentro de mim, irreconhecível.

Não demorou muito para que os braços me soltassem, e Kiseop sentou-se ao meu lado. Talvez eu só não estivesse reconhecendo a voz, mas meu coração já sentia, já sabia que era ele. Não conseguia desviar meus olhos dos dele, surpresa.

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_ O que deu na sua cabeça de vir aqui sem cobertor? – disse esfregando seus braços pegando uma ponta do cobertor e cobrindo-se, pondo seus pés em cima do banco. – Você não pensa em nada mesmo né? Como pode ser tão impulsiva... – negou com a cabeça encarando o chão.

_ E-eu

_ Já fez seu pedido? – eu olhei para o céu e fechei os olhos por alguns segundos, voltando a encara-lo. – Pediu pra ficarmos juntos não é? Espero que tenha pedido isso... O que pediu?

_ N-não vou dizer... – disse ainda confusa.

_ É, tem razão! Se me disser não vai se realizar, e eu quero que se realize! – fitou meus olhos.

Ele estava perto demais. Suas mãos acariciando as minhas enquanto contemplávamos a imensidão de estrelas, talvez esperando que outra caísse. E eu não conseguia dizer nada...

_ K-Kiseop... – bastou dizer essas palavras para que ele estivesse vasculhando meus olhos novamente. – Eu sinto muito por tudo! Me desculpe mesmo, não queria que nada disso tivesse acontecido, é que...

_ Sabe – suspirou. – se outra estrela caísse do céu nesse momento, seria minha vez de pedir não é? – assenti com a cabeça – Bem, eu pediria pra ter você pra sempre na minha vida! – sorriu encarando o chão. – Não precisa se desculpar de nada... Eu faria tudo de novo sem pensar duas vezes! Arrisquei minha vida por você porque eu quis, porque eu amo você apesar de muitas vezes você ser uma burra! – desafiou-me. – E eu vou continuar amando pra sempre, não importa o que aconteça! – percorreu com seus dedos por minha cicatriz.

_ Não... – segurei sua mão, tirando-a de meu rosto. Senti que meu coração sairia pela boca! Tive vontade de beija-lo, de abraça-lo e dizer o quanto eu o amava, mas as ameaças de Hyori impediam-me. E por mais que tê-lo ao meu lado todos os dias e não poder fazer nada viesse a ser algo insuportável, seria melhor do que voltar ao Brasil e nunca mais vê-lo.

_ Não seja boba! – sussurrou aproximando-se de mim. – Eu sei o que esta pensando... Eu sei com o que esta preocupada. – beijou minha cicatriz.

_ Não sabe não... – suspirei tremula.

_ Presta atenção... – segurou meu rosto entre suas mãos quentes. – Hyori é inofensiva! Eu realmente a odeio, e nunca terei nada com ela, ela é descontrolada! Eu a odeio pelas coisas que disse a você e...

_ Então você...

_ É, eu estava acordado, eu ouvi tudo e minha vontade era bota-la pra fora do quarto, mas usei o pouco de razão que eu tinha naquele momento e decidi não estourar. Se eu o fizesse, acho que as coisas teriam sido piores... – beijou minha testa. – Quem tem que se desculpar aqui sou eu, por deixar você ouvir tudo aquilo e não fazer nada... – disse com seus lábios ainda colados em minha testa. – Você não merecia ouvir nada daquilo! Você não é um monstro, não é uma aberração e eu nunca vou deixar de amar você! – senti algumas lagrimas infelizes escapando-me dos olhos. – Não se preocupe, eu cuidarei de tudo meu amor...

Por alguma razão, eu não conseguia dizer nada! Kiseop envolveu-me em seus braços e nós encaramos o céu por eternos minutos. Nossas respirações seguiam sincronizadas, como se fossem uma. Encostei minha cabeça em seu ombro, sentindo aquele cheiro que só Kiseop possuía, e o calor único de sua pele. Meu coração não quietou por um segundo sequer, batia acelerado como se eu estivesse correndo, e eu só conseguia pensar no quanto o amava. No quanto amava estar com ele apesar de tudo, e no quanto estava me sentindo segura.

Talvez estivesse pronta para dizer... As palavras “eu amo você” gritavam dentro de mim, como se quisessem ter saído há muito tempo e só estivessem manifestando-se naquele momento. Minhas mãos tornaram-se tremulas e eu encarei seus olhos fixos nas estrelas, que passaram a encarar-me logo em seguida.

_ Kiseop... – mas embora quisesse dizer, não sabia como começar. – Hm... Obrigada! – sorri, sem saber ao certo o porquê de estar agradecendo. – Eu sei que eu sou uma pessoa muito difícil de lidar, e que as vezes você tem que desenhar pra que eu entenda as coisas... Eu sei que deve ser difícil esperar minha decisão, que deve ser difícil me aturar porque eu sou muito estupida, mas apesar de todos os meus defeitos, de um tempo pra cá você tem estado ao meu lado sempre... – suspirei procurando as palavras certas. Elas vinham em um turbilhão dentro de mim, e eu falava tão rápido que Kiseop arregalou os olhos. – Eu devo minha vida a você, e nada do que eu faça vai recompensa-lo disso, eu sei... Bem, na verdade o que eu quero dizer é que... – engoli a seco. – É muito difícil, bem difícil mesmo! É que... – encarei seus olhos e desviei, estava nervosa, como se fosse uma confissão muito difícil de fazer.

_ Eu posso rir? – perguntou já rindo.

_ N-não! – minha resposta confusa e insegura fez com que ele gargalhasse ainda mais alto. – Kiseop, como você pode rir?! Aish, presta atenção... – soquei seu braço e ele gemeu de dor. – YA! Eu estou tentando dizer...

_ É que... Esta comicamente fofa! – beijou minha bochecha, surpreendendo-me. – Continue, não vou interromper mais!

_ Então, como eu dizia... – suspirei. – Hm, é isso! Acho que estou pronta pra dizer porque estou muito grata, e agora entendo a natureza de meus sentimentos... Agora entendo o tamanho, e as razões de sentir o que eu sinto por você... – encarei o chão envergonhada, e Kiseop riu novamente, irritando-me desta vez. – Aish... Esquece tudo Kiseop! – ameacei levantar, mas ele segurou em meu braço.

_ Não precisa dizer! – riu aproximando-se de mim. – É hilário, e eu nunca vou me esquecer disso com certeza, mas eu não vou mais torturar você! Eu estou satisfeito com a sua tentativa... – não apagou o sorriso de seus lábios enquanto eu o encarava confusa. – Se é tão difícil assim dizer, não precisa... o importante é que eu já entendi! Entendi o que você quis dizer com toda essa enrolação, e não se preocupe, um dia você simplesmente diz! Eu vou esperar, e não precisa ser agora... – piscou para mim, aproximando seus lábios dos meus.

Eu encarei seus olhos por alguns segundos, antes de sentir seus lábios tomando os meus. Havia me esquecido de como sentia falta daquilo. Minhas mãos foram automaticamente até seu pescoço, acariciei suas madeixas e sentia nossas respirações chocando-se. Meu coração batia tão forte que imaginei que explodiria a qualquer momento. Kiseop segurava-me com um dos braços, enquanto sua outra mão acariciava-me a cicatriz, formávamos um beijo intenso e quente aos poucos, e eu só conseguia pensar no quanto o queria para sempre.

Precisava dizer! Eu queria, mas porque não conseguia? É claro que eu já disse “eu te amo”, muitas vezes até, mas não conseguia dizê-lo pra Kiseop... Ele que já pedira tantas vezes, e eu nunca havia dito, nunca havia deixado claro com palavras o quanto o amava.

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Eu mal conseguia respirar. Seus lábios tomavam os meus com tanta urgência, como se tudo o que quiséssemos dizer um ao outro estivesse traduzido no beijo. Era lento, calmo e quente. Era de enlouquecer, perder os sentidos, e eu somente aproveitava daquela sensação, pensando sem parar no quanto o amava.

_ Eu amo você Kiseop! – afastei-me alguns centímetros, finalmente conseguindo dizer. Kiseop abriu um sorriso tão quente como o sol em retribuição – o que me fez perder a razão – e eu encarei seus lábios vermelhos e inchados, antes que eles atacassem os meus novamente.

Ele não disse nada, apenas me beijou com mais entusiasmo ainda. Já eu, sentia como se tivesse tirado um caminhão de cima das costas! Foi boa a sensação de dizer que o amava, e eu senti como se pudesse viver para sempre dizendo somente isso.

_ Eu te amo! Te amo muito seu bruto... amo você, amo você, amo você! – disse entre o beijo, e ambos riamos da minha atitude infantil e impulsiva.

_ Eu te amo sua desastrada!

Sinceramente, imaginei que a estrela demoraria um pouco mais para atender ao meu pedido.

___

Finalmente estávamos voltando para casa.

Kiseop e eu nos metemos em encrenca, pegamos no sono no pátio, e acordamos tarde enquanto os paramédicos nos procuravam desesperados por todo o hospital. Levei uma bronca do Doutor Kwon, e ele decidiu dar alta par Kiseop também, vendo que ele estava em perfeitas condições de dormir em casa, já que tinha condições de dormir em um banco duro de concreto.

_ Vocês dois ainda me devem uma explicação! – omma concentrava-se no transito, encarando-nos pelo retrovisor. – O que foram fazer lá?

_ Hm, omma é que... – Kiseop tentou enrolar.

_ Omma, a culpa foi minha! – disse.

_ Pra variar... – Hyori rosnou no banco do passageiro.

_ Eu estava sem sono e fui andar pelo hospital, quando encontrei a quadra de basquete e perdi a noção de tempo. – encarava seus olhos pelo retrovisor. – Kiseop apareceu com um cobertor, e nós conversamos até pegar no sono... Sinto muito!

_ Tudo bem... – suspirou. – Foi perigoso passar a noite ali! Ainda mais pra você Kiseop, com essa costela se recuperando... Mas eu estaria sendo injusta castigando vocês! Era a minha cara fazer esse tipo de coisa quando tinha a idade de vocês... – sorriu calma. – JaeSoon esta nos esperando com uma sopa deliciosa de Seolleongtang, já me mandou mil mensagens... Que homem mais desesperado! – distraiu-se com seu celular enquanto permanecíamos parados no sinal vermelho.

Não demorou muito para que chegássemos em casa. Nós mal falamos o caminho todo, SoonHyun competiu com Hyori em termos de tagarelice, e no banco de trás, Kiseop e eu trocávamos alguns olhares discretos, apenas.

Entrei pela porta da sala, sentindo aquele cheiro delicioso e familiar do alecrim cultivado no jardim. Livrei-me de meus sapatos enquanto Kiseop espalhava-se no sofá, apossando-se do controle.

Nós jantamos e conversamos. Tudo pareceu normal, o assunto do sequestro parecia pagina virada e nenhum de nós ousamos tocar em tal assunto. Kiseop dividia um lado da mesa com Hyori, appa e omma nas pontas e eu em um lado da mesa, lembrando-me da ultima vez que havia me sentado ali, com junhyung do meu lado.

Não podia deixar de me perguntar onde ele estaria naquele momento. Talvez tivesse ido embora, com raiva de mim, por ter abandonado o quarto no meio da noite, junto com Kiseop. Não queria pensar muito nisso, mas no fundo, eu tinha certeza de que minha decisão faria Junhyung sofrer. Era obvio demais, o que tornava doloroso demais. Podem me julgar uma vadia, mas independente de amar Kiseop, o que sinto por JunHyung permanece intacto. Concluí que são amores diferentes.

Eu que jamais havia amado alguém, descobri três maneiras de amar que jamais imaginei que existiam. Pra mim você somente amava, ponto. Não existiam derivações... Ledo engano! Me apaixonei por três homens, três homens maravilhosos e imperfeitos ao mesmo tempo. E mesmo admitindo a mim mesma que seria mais impossível viver sem Kiseop – o que me fez escolhe-lo – meu amor por Onew ou Junhyung não mudou uma vírgula. É complicado explicar, mas não quero nenhum deles longe de mim... Puro egoísmo talvez, mas eu jamais seria a mesma sem eles! Seria incompleta!

No entanto, foi inevitável não sorrir ao me lembrar dos dois. Mesmo prevendo o sofrimento que teríamos pela frente, algo me dizia que tudo ficaria bem...

Depois de muito tempo, pude finalmente dormir em minha cama. Hyori até tentou apossar-se dela, mas nenhum argumento que usasse seria forte o suficiente para fazer SoonHyun e JaeSoon esquecerem-se de que eu havia ficado hospitalizada.

Matei a saudade de meu travesseiro, e perdi-me em pensamentos ansiosos. Ao amanhecer, iria a escola – coisa que estava adiando até demais – E não podia deixar de estar ansiosa, com aquele frio tremendo na barriga. Algo me dizia que os alunos já tinham conhecimento do acontecido, e que me culpariam por tudo... Mas eu daria tudo de mim para superar! Ajudaria Brookie como havia prometido a mim mesma que faria, e estudaria arduamente, longe de encrencas!

*mensagem*

“Está dormindo?

Kiseop.”

*mensagem*

“Não! Não consigo dormir... Acho que estou nervosa por amanhã...

Ana”

*mensagem*

“Eu imaginei! HAHA É a sua cara ficar ansiosa por coisas assim, mas não se preocupe, tudo vai dar certo! Morri de vontade de beijar você o dia todo...

Kiseop”

*mensagem*

“Engraçadinho você! Para com isso bocó, não fique me provocando ok?

Ana”

*mensagem*

“Também morri de vontade de dizer que te amo! Vem aqui! :P

Kiseoppie”

*mensagem*

“Não! Sem chance... Boa noite :x

Ana”

*mensagem*

“E se eu implorar? Só um pouquinho, eu juro! *--*

Kiseop”

*mensagem*

“BOA NOITE KISEOP! ♥

Ana”

Ri sozinha, baixinho para não acordar Hyori – que ocupava a esteira ao meu lado. Kiseop era idiota! Estava morrendo de vontade de ir lá, mas não iria, seria forte! Estava quase embalando no sono, quando ouvi três batidas de leve na porta. Aish...

*mensagem*

“Kiseop, não vou abrir! Vai embora :B Vai dormir... eu disse BOA NOITE! Keke

Ana”

Mais três batidas soaram na porta e eu permaneci em silencio.

*mensagem*

“ Já estava quase dormindo sua chata! Está louca por acaso? Quando eu finalmente paro de pensar em você, você faz isso! Depois sou eu quem provoco .-. Boa noite desastre natural ♥

Kiseop”

_ Está dormindo já? – estava concentrada na tela de meu celular quando omma pôs sua cabeça na porta entreaberta.

_ O-omma... – sussurrei.

_ Ana! – pude ouvi-la sorrir. – Eu sei que já estava dormindo, mas podemos conversar um pouquinho? – disse séria.

_ P-podemos. – murmurei assustada enquanto levantava-me da cama. O que SoonHyun queria tanto conversar a uma hora daquelas comigo.

Segui seus passos até a cozinha, onde duas xicaras de chá esperavam por nós. Sentei-me sobre o balcão perdida em pensamentos, especulando o motivo por ela ter me chamado para conversar. Minha paranoia permitiu que eu imaginasse coisas absurdas, que deixaram-me assustada.

_ Esta se perguntando porque eu chamei você a essa hora? – perguntou sentando-se ao meu lado.

_ Eu sou mesmo tão óbvia? – disse inconformada.

_ Bem... – sorriu. – Digamos que seus pensamentos são muito fáceis de desvendar... Você não é a pessoa mais misteriosa! – riu bebericando seu chá quente. Enquanto isso, eu contemplava o balcão, brincando com minha xicara.

_ E vai me matar de curiosidade por quanto tempo? – sorri envergonhada.

_ Certo, não vou torturar você! Serei direta... – sorriu novamente. – Ana, eu quero agradecer você!

_ Pelo que e...

_ Não me interrompa! Vou dizer tudo e depois deixo você a vontade para dizer! – suspirou abandonando sua xicara. – Bem, apesar de trabalhar muito e estar quase sempre longe, eu me acho uma mãe dedicada... – encarou meus dedos que tamborilavam ansiosos no balcão. – Conheço muito bem meu filho, e considero você como uma filha também... E a habilidade de mãe, me permitiu conhecer muito bem você nesse meio tempo em que convivemos! – encarou em meus olhos, cada vez mais curiosos. – E com essa mesma habilidade, notei a repentina mudança de Kiseop nos últimos meses... Notei, mas nunca dei a devida atenção, justamente por estar sempre atolada de trabalho e essas coisas... e eu sinceramente acho que devo a você essa mudança tão repentina do meu turrão! – ai meu Deus, o que ela queria dizer? Acho que o desespero formou-se em meu rosto, pois ela riu de mim. – Acalme-se, eu não vou morder você! Você me conhece, não sou assim... só que eu estou muito surpresa! Bem, depois do que aconteceu hoje, tudo parece tão obvio, que eu me sinto uma idiota por não ter desconfiado disso muito antes! Eu devo a você a mudança pra melhor de meu filho! Ele se tornou mais responsável, mais amável, mais homem... Tudo graças ao amor que sente por você! – gargalhou assim que eu engasguei como chá.

_ O-om

_ Eu não estou brava! Na verdade, estou feliz! Kiseop não podia ter se apaixonado por alguém melhor... Eu amo você Chiao Ana! Mesmo você tendo causado tantos problemas, e sendo tão desastrada, você é como minha filha mais nova! Eu são tão burra! – agora dizia para si mesma. – Como eu não percebi antes? Todo aquele ataque de ciúmes dele, toda a implicância... Isso é tão típico de Kiseop apaixonado! – riu. – Minha ficha só caiu quando vi o quão preocupado ele ficou com você! Não comeu, nem foi pra escola pra procurar você! Pôs a própria vida em risco e não sossegou até encontrar você!

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_ Então quer dizer que... – digeria suas palavras.

_ Que eu aprovo! Se vocês quiserem namorar, eu aprovo! JaeSoon e eu conversamos, e ele também adora você! – encarou em meus olhos e segurou minhas mãos. – Se você quiser, é claro! Eu não sei os detalhes, mas imagino sua situação com JunHyung... Imagino que seu coração deve estar bem confuso, e sinto muito por não ter percebido a tempo de te ajudar! E tem aquele outro garoto, o do sorriso lindo que não arredou o pé daqui até receber a ligação de Kiseop... É ele seu primeiro amor não é? Eu me lembro dele... Onew! – sorriu amistosa. – E eu imagino o quão complicado deve estar sendo estar apaixonada pelos três, que é o que eu imagino que esta acontecendo... Sinto muito filha, por não perceber a tempo o quão confuso estava seu coração... E agora eu posso entender o motivo da maioria das bobagens que fez! – abraçou-me.