O que os Irmãos Tem em Comum

Cabelo (Mongolia e China)


Estava com o olhar fixo no chá, tentando se concentrar ali, mas o olhar do outro lhe incomodava. Os lábios do mongol envolviam levemente a borda do copo que também tinha em mãos, mas os olhos lilazes analizavam Yao.

- Algo errado Yul, aru? - Perguntou, sem levantar muito a cabeça.

- Que eu me lembre... - Aproximou-se, deixando o copo sobre a mesa, de modo quase ameaçador - O seu cabelo era mais comprido! - Depois, tocou os fios do chinês, fazendo um "bico".

- Como, aru...?

- Me lembro de quando éramos mais novos, seu cabelo era mais comprido... - Murmurou, sem deixar de apertar os lábios.

China encarava a ação infantil de Mongólia. Passou as mãos pelos cabelos, recordando se já tinha sido mais comprido mesmo. É, verdade... Fazia um certo tempo que resolveu deixá-lo naquela altura, e seu cabelo crescia bem devagar.

Já fazia um certo tempo também que não via Yul. O mongol apareçeu em sua casa, estranhamente sorridente. Se cumprimentaram e Yao o convidou para um chá por educação - tinha um certo medo do irmão...

Analisou-o também. Khan não parecia ter mudado muito - ainda possuia aquele olhar quase felino. Reparou nos cabelos dele.

- E que eu me lembre... Os seu era mais curto aru! - Só agora notou que a trança do mongol passava da cintura.

- É... Eu deixei crescer! Acho que ficou bom... - Sorriu. Ficou um tempinho em silêncio, corando levemente - ... Ficou?

- Ficou sim, aru... - E desde quando o mongol era tão dócil e ficava vermelho a toa?

- China...

- Hm, aru?

- Você poderia trançar meu cabelo? - Perguntou de modo gentil. - É que eu não consigo fazer que fique bem justo!

- Certo, aru.

Yao levantou-se e foi para trás do mongol. Soltou o elástico que prendia o final da trança e a desfez, demorando um pouco no último

ato. Apertou o outro elástico que fazia um rabo de cavalo.
Separou o cabelo de Mongólia em três - enquanto fazia isso, sentiu como os fios negros eram macios, e apesar de antes estar trançado com certa força, não estavam muito marcados.
O mongol separou o cabelo cortado mais curto para a franja e deixou o resto com o chinês.

- Apertado, ok? - Lembrou.

Quando pronta, mais parecia um chicote. Yul passou a mão pela trança, sentindo-a bem apertada e sem nenhum fiozinho fora do lugar.

- Ficou ótimo! Obrigado! ... Hum... Xiexie! É isso, né?

- De nada, aru. - Sorriu.

- ... Chinaa... - Murmurou, do mesmo jeito de antes.

Yao: ... O que, aru? ^^''

- Posso fazer alguma coisa no seu cabelo também?

- E-eu gosto dele assim mesmo, aru...

- Ok... Posso só mexer? Pareçe tão macio...~

Hesitou um pouco em responder, mas acabou cedendo aos olhos de 'cachorrinho-sem-dono' do mongol. Tirou a fita que prendia seus cabelos e deixou ele mexer.

Yul pegou uma mecha e aproximou do nariz, discretamente sentindo o leve perfume que se desprendia dali.
Deslizou os dedos por entre os fios, depois fazendo um leve carinho.

Ouviu um suspiro baixinho de Yao, como um ronrono, mostrando que gostava.

- Tem um cheiro tão gostoso... E realmente é muito macio... - Não queria que ele tivesse notado, mas não podia deixar de elogiar. Viu as bochechas do chinês ganharem um tom rosado. - Yao...

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- Hm, aru?

- Amanhã você trança meu cabelo de novo?