Fazia 15 dias desde a última vez que eles viram os portões da vila da folha e, apesar da missão ter sido bastante movimentada, todos já sentiam falta de alguma coisa: Tomoko, mesmo se fazendo de forte, sentia falta de tomar um banho decente e sofria com as vicissitudes da vida na estrada, isso sem contar na saudade dos seus irmãos e dele. Ela ainda não entendia quase nada do que ele havia dito antes que o time 5 saísse em missão.

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- Mas ele disse que queria conversar comigo na volta - dizia a kunoichi para si mesma, tentando lembrar o motivo da última briga e praguejava contra o país da Terra e o tempão que ficaram perdidos por lá.

Mamoru sempre foi um ninja meio calado, mas naqueles dias andava distraído. Por duas vezes Naruto havia o surpreendido dormindo ou viajando no horário de guarda. E isso já estava irritando o próprio Mamoru, que sempre foi um rapaz esforçado. Tomoko vivia fazendo pilhéria sobre essas estranhas reações do “Escoteiro”, que era como ela o chamava às vezes, quando queria irritá-lo. Mas Tomoko tinha razão quando dizia que o mal de Mamoru era uma mulher.

Ele estava perdidamente apaixonado. Depois de dedicar a sua vida toda a se tornar o melhor ninja que pudesse ser, faltava-lhe descobrir que todo ninja também é gente e está apto a ser traído pelo coração. Era isso que o corroía por dentro: ser o “escoteiro” e seguir caminho, sem se preocupar com distrações como mulheres ou mergulhar nesse mar de emoções e estar propenso a ser ignorado pela sua musa inspiradora.

Os únicos que provavelmente se divertiam naquela empreitada eram Kaori Seita e Toda Mariko, que, por sinal, era o motivo da missão. Eles passaram 15 dias perdidos no país da Terra, procurando um tio dela que poderia lhe dar abrigo. Porém, não tiveram sorte. Alguns ninjas desconhecidos chegaram antes deles e, do tio, o grupo só achou o corpo sem vida.

Estando num país hostil, sem parentes e dependendo agora apenas dos seus novos amigos, Mariko passava muito tempo conversando com Seita, que fora seu amigo desde que chegara à vila de Konoha e fora hospedada na casa de Kakashi e Shizune. A Godaime pediu ao pequeno Kaori que fizesse amizade com aquela garota que, mesmo pequena era extremamente habilidosa. Talvez ele tivesse levado muito a sério seu trabalho ou realmente fosse o destino agindo, mas eles foram descobrindo inúmeros pontos em comum e agora que todos os seus amigos estavam namorando, se viam cada vez mais próximos, nem que fosse para “segurarem vela” juntos.

Seita não pôde esconder que ficou feliz por não ter que se separar da amiga, talvez a única que ele fazia de confidente. Ela também se sentiu feliz de saber que agora estava livre para continuar sua vida em Konoha e, quando chegasse à Vila, pediria uma audiência com a Hokage para acertar sua naturalização definitiva.

Naruto era um dos que estavam mais ansiosos para voltar, mas não podia forçá-los a acompanhar seu próprio passo e tinha que respeitar os limites de descanso dos seus pupilos. Mesmo em marcha forçada, não chegariam muito mais rápido.

A noite sempre reservava alguma surpresa e ele não poderia arriscar se envolver numa luta com seus alunos. Por mais fortes e preparados para o exame Chuunin que estivessem, eles ainda tinham muitas limitações e eram inexperientes.

Assim, Naruto esperava e se resignava com o fato de que estaria, com alguma sorte, nos braços de sua amada na próxima noite. Também pensava muito em Sasuke e no casamento com Sakura. Sabia que eles estavam esperando que ele voltasse para se casarem, pois a noiva o convidara, junto de Hinata, a apadrinhar os noivos.

Havia deixado trabalho para trás, quando saíra da vila com os meninos naquela missão, e tinha certeza de que Tsunade-oba-san não mexeria uma palha para adiantar a papelada na sua ausência. Pelo menos, nada que não fosse urgente.

Numa floresta próxima a Konoha...

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- GRRRRRRRRRRR! Que merda de lugar...Tinha que começar a nevar agora? – grunhiu uma jovem loira, com mechas vermelhas e rosas, que reclamava o tempo todo da má sorte deles.

- Nós estamos quase congelando. O tempo virou muito rápido – dizia um rapaz, tentando convencer seus colegas que o melhor a fazer era descansar e esperar a neve parar.

- Calem a boca, Takeshi e Rina! Vamos apertar o passo e chegar a quanto antes em Konoha ou Hinata-sensei vai ficar preocupada com a gente - disse Azrael Lance, que agora já era um rapaz bastante forte e ostentava uma cabeleira de um belo tom de dourado na altura do ombro, que, presa num rabo, lhe deixava ainda mais bonito.

Realmente, o time 4 estava muito próximo de Konoha e não tiveram que correr pela neve mais do que 10 minutos para poder relatar a missão à sua mestra, que os esperava na porta da casa de chá dos Hyuuga.

- Como foi a missão que lhes confiei? - perguntou Hinata.

- Nós nos dividimos. Enquanto eu e a Rina saímos para procurar as vacas de Hineda-sama, Takeshi ficou e consertou o portão e a cerca, de modo que não precisaremos voltar lá tão cedo.

- Por que vocês demoraram tanto? Tiveram dificuldades?

- Nós perdemos algum tempo com uns assaltantes que nos abordaram na volta e tivemos dificuldades em tentar não machucá-los muito, uma vez que a nossa força é largamente superior e não era nossa missão. Então os amarramos e entregamos no posto da polícia que encontramos a uma meia hora daqui - Respondeu Takeshi.

- Muito bem. Agora tomem um pouco de chá e vão apresentar esse relatório para a Hokage, se já não fizeram isso.

- Não, sensei. Passamos aqui para que a senhora não se preocupasse com a gente - disse Rina, com um sorriso sapeca, acompanhando seus companheiros rumo ao escritório da Hokage.

Hinata ficou mais uma vez sozinha com os seus sentimentos. Já era para Naruto ter voltado. O que era uma missão de 4 dias, havia se tornado uma longa jornada e já fazia 2 semanas que ele estava fora. Sua mensagem não dizia quando voltaria. Será que ele estava encrencado? Será que Mariko os traíra? Será que Orochimaru... Só de pensar naquele homem, Hinata tinha calafrios.

Afinal, o que ele poderia fazer com o seu amado? Mesmo ele sendo muito forte, talvez tivesse caído em alguma armadilha. Talvez Orochimaru tivesse prendido um dos seus alunos e ele estivesse sendo obrigado a fazer toda sorte de coisas que não queria fazer.

- Naruto-kun...por que você não volta logo?

Em outro lugar da cidade...

Ino às vezes pegava-se perguntando se tudo aquilo era verdade, pois era novidade para ela também. Ser responsável pela própria casa, ter um marido para cuidar, dividir a cama com ele... Sai se esforçava para entender tantas coisas novas e, por mais que ela se sentisse pouco amada às vezes, entendia que era culpa do jeito difícil de Sai de exprimir o seu amor.

Ele preferiu se ausentar da cama dela enquanto não entendesse aquele turbilhão de emoções que a loira o fazia sentir sempre que se aproximava. Era duro para os dois, mas ambos sabiam que era inevitável que isso acontecesse.

Dia após dia, a intimidade entre eles aumentava e, enquanto Sai aprendia que nem tudo que sentia teria uma explicação, Ino, por sua vez, se esforçava em cobri-lo de carinhos e aceitação, para que ele pudesse se sentir acolhido e pronto para experimentar todo o novo mundo de sensações que ela o levaria a sentir agora que dividiam o mesmo teto e viviam como se estivessem casados.

Ino entrou no pequeno apartamento deles e sorriu ao ver a pintura que decorava a sua sala: um retrato dela com Sai, pintado pelo próprio há dois anos, como pedido de namoro. De lá pra cá, ele já a pintara por diversas vezes, inclusive tendo feito uma exposição somente com quadros seus. Sempre ela sozinha.

Aquele quadro que decorava a sua sala fora o único em que ele pintou o casal. Talvez por isso tivesse um valor incalculável para eles. Depois daquela exposição em que Sai lhe pediu para namorar, nunca mais expôs o quadro. Ficou guardado na sua casa e foi uma surpresa quando ele o trouxe e fez questão de pregá-lo num lugar de destaque, ali na sala.

- Ino, é você?

- Sou eu, meu anjo! – respondeu-lhe a kunoichi.

- Que tal irmos comer algo no restaurante do Chouji? Ele me convidou hoje cedo – disse Sai, entrando na pequena cozinha, onde Ino já se preparava para cozinhar.

- Tudo bem. Você espera eu tomar um banho?

- Não. Eu estava lhe esperando para me banhar – respondeu-lhe Sai, com um sorriso enigmático.

- A noite hoje promete - sussurrou a loira para si mesma.

Voltando a algum lugar no país dos ventos, à tardinha...

- Naruto-sensei, nós já não devíamos estar chegando ao país do fogo? – pergunta a kunoichi.

- Eh...Aquele ali não é o palácio de Suna? – pergunta, meio sem graça, o pequeno Seita.

- DATTEBAYO! Agora eu já sei onde a gente tá. Chegaremos a Konoha em algumas horas se apertarmos o passo – respondeu Naruto, ansiando por chegar em casa, quando o grupo é surpreendido por uma kunai explosiva.

BUUUUUUUUUUUUM

Seis ninjas se aproximavam com velocidade, enquanto Naruto tentava rearmar a equipe dispersada pela kunai. Jogou Tomoko e Seita para sua direita e Mamoru para o outro lado.

- Tomoko, ajude o Seita! Já vou aí ajudá-los!

- Hai, sensei – respondeu a menina, se encaminhando para o ninja que pretendia atacar o Kaori.

Enquanto Tomoko tirava o ninja para dançar, Seita se recuperou a tempo de lhe cobrir as costas, que seriam atingidas pelos companheiros de Suna que estavam atacando o Time 5.

- Não ataquem os ninjas da Suna! – ordenou Naruto, ainda a tempo de salvar o ninja que Tomoko se preparava para abater.

Com a ordem dele, os adversários também cessaram os ataques e, reconhecendo o jounin da folha, começaram uma série de desculpas, já que haviam confundido o futuro Hokage e seus alunos com um bando de ladrões do deserto. Ofereceram abrigo e pousada para os ilustres viajantes. Como nenhum deles agüentava mais passar uma noite que fosse longe de Konoha, resolveram apertar o passo pelas florestas e se arriscar a viajar durante a noite.

Enquanto Naruto viajava para Konoha, sua mente “viajava” na direção de uma linda jovem que estava insone, provavelmente lhe esperando. Com a sua sensibilidade, ela quase adivinhava o que passava em seu coração e poderia facilmente reconhecer o seu Chakra aproximando-se.