O Sol do Amanhecer
Capítulo 2
Rachel chegou à casa da sua mãe horas mais tarde, parando várias vezes para se alimentar.
Sua mãe não estava em casa, mas Tom ligara para ela avisando sobre a sua ida. Ela tinha deixando um bilhete.
Fui ao supermercado, Tom me avisou que você estava vindo.
Minha mãe não sabia quem eu era, não fazia nem idéia. Eu e Tom decidimos ficar calados por enquanto. Ouvi rodas de carro chegando, era minha mãe com... Alguém?
- Meu anjo! – ela me abraçou.
- Oi mãe. - seu cheiro me deixava com frenesi.
- Você está tão gelada! – ela disse. – Vou te levar a um médico!
- Mãe, eu estou bem.
- Temos que te matricular na escola! – “Onde está aquela agenda com o número do colégio do Phiil?
- Eu não vou ficar só vou passar uns dias aqui, estou tendo problemas em casa. – eu disse rapidamente.
“Eu já sabia disso. Nunca devia ter deixado Tom cuidar de você.
- Eu vou para o meu quarto. – Minhas palavras a despertaram.
- Filha, você não pode ficar aqui. – ela disse.
- Porque não? – ela estava inventando uma mentira.
- Eu estou me mudando para Nova York amanhã. Seu quarto está lotado de caixas.
Eu ainda ouvia outro batimento.
- Tudo bem. – me levantei para ir embora.
- Aonde você vai? – ela perguntou.
- Embora. Eu não quero atrapalhar a vida do seu bebê e do Phill.
Sai andando rapidamente daquele local. Estava decidida a voltar para casa.
No caminho, já perto de casa, Hanna estava vindo em minha direção.
“Rachel! Que saudades!”
Eu a abraçei.
- Então, me conta como foi lá na sua mãe. – Hanna estava com os olhos escuros.
- Há quanto tempo você não caça? – eu não respondi sua pergunta.
- Desde que você foi embora. – ela sussurou.
- Como você pode? Eu fiquei fora por 2 semanas!
Ela não me respondeu, ficou olhando o vazio. Saí da visão dela e fui para casa me arrumar.
Parecia que a escola não notou minha ausência. Hanna chegou minutos depois, seus olhos um pouco mais claros.
“Tinha uma bolsa de sangue vencido na geladeira.”
- Qual era o gosto? – eu perguntei sarcástica.
“É tudo culpa sua, eu não estava com sede. Olha quem está olhando para você!”
Olhei para trás e Robbie, estava olhando para mim. Desviei o olhar quando as suas bochechas estavam vermelhas.
“Rachel?”
- Estranho, eu não consigo ler os pensamentos dele.
O sinal tocou, e eu fui para a sala. Os alunos começaram a entrar todos ocupando a mesa e Robbie ficou por último, tendo que se sentar na minha mesa.
Dessa vez eu não prendi a respiração, simplesmente fiquei sentindo seu cheiro. A garganta ardia em protesto, e nada dos seus pensamentos.
- Oi. – ele disse.
- Oi. – eu dei um sorriso para ele.
- Quanto tempo, o que aconteceu? – Seus olhos azuis brilhavam, o ventilador fazia seu cabelo voar, seu cheiro entrando pelas minhas narinas...
- O que disse? – eu perguntei confusa. Onde estavam seus pensamentos?
- Deixa para lá. – O professor chegou à sala, dando início a aula. Eu podia jurar que o único cheiro que eu sentia era o dele. Concentrei-me na sua mente, para buscar alguma coisa. Nada, só ouvia os murmúrios das mentes dos alunos na sala. “Que aula chata.” “Esse Robbie é um gato”. Busquei pensamentos na mente de Other, mas nada que levasse informações a ele. O sinal tocou, fazendo todos agradecerem. Levantei da cadeira antes de todos e fui para o refeitório encontrar Hanna.
- Não matou ninguém? – ela perguntou, rindo.
- Hoje não. – eu murmurei.
O olhar de Hanna desviou-se do meu. Ela ficou parada, enquanto sua visão invadia minha mente. Other, a menina que tinha uma queda por Robbie, “acidentalmente” iria atropelar ele, por ele não ter aceitado o convite para ir a casa dela. Eu já podia ouvir a conversa.
- Robbie! – ela colocou suas mãos em seu pescoço.
- Other. – ele disse, tentando tirar suas mãos dali.
Ela sussurrou em seu ouvido: - Quer ir lá em casa hoje? Meus pais saíram, uma galera vai pra lá hoje. Eu conhecia muito bem seus planos. A galera, era só uma farsa, para ela ficar sozinha com Robbie.
- Não. – ele respondeu, tirando suas mãos de seu pescoço. – Tenho umas coisas para fazer hoje. Porque não chama o Theodore? Ele adoraria ir.
“O que vai fazer”? Hanna perguntou. “Vejo você na visão, mas não vejo o que você vai fazer.”
- Quando? – eu perguntei.
“Na hora da saída.” “ Concentre-se nos pensamentos dela.”
“Você me paga, Robbie.” A raiva nos pensamentos dela me invadia. Eu poderia ter um ataque de fúria por conta disso.
“E aí?” Hanna insistiu
Apenas fechei os olhos. Autocontrole. O cheiro dele estava muito perto, e Hanna não estava mais ali.
- Olá. – uma voz doce me chamou. Abri os olhos, e ele estava ali, com seus olhos azuis misteriosos.
- Olá. Me desculpa por semana passada. – eu fui meio apressada para falar. Era frustrante não ouvir seus pensamentos.
Ele riu.
- Parecia que... Você ia me matar. – ele riu com a idéia bem provável.
- Eu tenho problemas em conter minha raiva. Sou bipolar. – eu menti.
- Meu pai é assim. – ele falou consigo mesmo.
- Então, eu estava pensando, uma galera vai para a praia amanhã. O tempo vai estar bom. Quer ir com a gente?
- Não é uma boa idéia pra mim. – eu disse rapidamente.
- Aquela que estava aqui era sua irmã? – ele mudou de assunto.
- Sim.
- Ela se chama Hanna não é? Ela disse que você gostava de mim. – ele riu, ficando vermelho.
- Robbie, se você for esperto como você joga basquete, iria ficar bem longe de mim.
- Digamos que eu não seja tão esperto quanto sou no basquete, vai aceitar ir à praia comigo? – ele perguntou, com a testa franzida;
- Qual praia? – eu perguntei, mesmo sabendo que eu não iria.
- La Push.
- Eu tenho compromisso com a Hanna, e, aliás, sua namorada está vindo te buscar. – Other estava lançando um olhar mortal para mim.
- Ela não é minha namorada. – ele murmurou.
Se eu pudesse, jogaria Other para longe agora. Eu não reconhecia esse sentimento, era ciúme?
- Então, se decidiu? – Robbie insistiu. Seus olhos estavam brilhando.
- Não vou. Tenho que ir a Seattle nesse final de semana.
Hanna estava chegando para interromper nossa conversa.
- Oi Robbie! - ela estava eufórica; - Rachel esse final de semana ia a Seattle comigo, mas infelizmente não vou poder ir. Mas se você quiser ir ao meu lugar, Rachel vai ficar muito feliz. O que ela queria? Que eu matasse aquele garoto?
- É claro. – ele sorriu.
- Não. – eu insisti.
- Vou deixar vocês a sós. Venha Other.- chamou Hanna.
“é a única chance dele, aproveite-a. Porque você é tão teimosa?” Quer que ele seja atropelado por essa humana?”
Hanna tinha razão. Seu eu quisesse manter esse humano fora de perigo...
- Quer ir a minha casa? – ele perguntou. Será que ele não entende que eu tenho que manter distancia?
- Não acho que seja uma boa idéia. – eu disse. Ele chegou para mais perto de mim, seu cheiro ficando mais intenso. Prendi a respiração.
- Por favor. – ele suplicou.
- Por quê? Eu não entendo o que você viu em mim.
- Eu gosto da sua presença. – ele explicou, corando.
- Eu... Eu também. Mas seria muito melhor se você entendesse.
- Só hoje. – ele insistiu.
- Tudo bem. – eu cedi, embora fosse um erro. Ele ainda estava perto de mim o bastante para ouvir seu coração batendo forte. Seu meu coração batesse, também estaria assim.
- Onde você mora? – eu perguntei, enquanto nós íamos em direção dos nossos carros.
- Perto do supermercado. – ele sorriu.
- Vou te seguindo com meu carro. – ele assentiu.
Liguei meu carro enquanto ele dava macha ré. Ele dirigia muito devagar, e demoramos um pouco para chegar a sua casa.
- Você dirige muito devagar. – eu reclamei.
- Meu carro não é um BMW.
Ele pegou na minha mão.
- Sua mão é tão fria. – ele disse, olhando para mim.
- Eu conheço sua família? Sua mãe deve ser estupidamente bonita. – ele sussurrou, suas bochechas ficando vermelhas.
Eu sorri para ele.
- Eu não sou tudo isso.
- Suas lentes de contato não estão funcionando então.
- Lentes de contato?
- Na última vez que eu te vi estavam tão escuros que davam medo, agora estão num dourado tão profundo...
Fechei os olhos, procurando uma resposta.
- Meus olhos mudam de cor de acordo com o meu humor. – menti.
- E você acha mesmo que eu devo acreditar em você? – ele disse, na defensiva.
- Porque não acreditaria? – eu o provoquei.
Ele não respondeu.
- No que está pensando? – eu disse curiosa.
- Eu estou tentando descobrir o que você é. Você é bem difícil de desvendar.
Ficamos nos encarando ali um bom tempo.
- Vamos entrar. – ele me convidou.
Assenti. A casa dele era bem simples, mas aconchegante.
- Não repare na bagunça, você sabe como é, dois homens morando em casa.
Nós rimos.
Ele me levou até seu quarto, e deixou a porta encostada.
- Então...? – eu perguntei. Queria ler os pensamentos dele para saber o que ele estava tramando.
Ele estava chegando um pouco perto demais, seus lábios a centímetros dos meus. Eu me afastei.
- Eu preciso ir embora. – fui em direção a porta, mas ele me segurou.
- Eu não vou deixar você ir.
- Você não é páreo para mim. – ele tentou segurar meus braços, mas eu fui mais rápida. Tentou um golpe de judô, mas eu fui mais rápida, derrubando ele no chão.
- Ai. – ele reclamou.
- Te machuquei? – não consegui disfarçar minha preocupação; Eu era mais forte do que ele.
- Não, só quase quebrou meu braço.
- Me desculpe, eu preciso ir embora.
Eu sou tão burra! Eu podia ter arrancado o braço dele! Preciso ser mais prudente em relação a ele, não quero que ele morra por minha causa.
“Você é tão imprudente! - Disse Hanna em minha mente. “Eu vi você quebrar o braço dele!”
- Não aconteceu nada.
“Como não aconteceu nada?” “Se ele morrer, o que você vai fazer? Vai falar: desculpa, sou uma vampira?”
- Chega! – eu gritei. – Eu estou cansada disso! Quer trocar de lugar comigo? Já sentiu um cheiro que nem o dele para você ver como é? Você não está dentro de mim para saber como eu me sinto! Saia daqui e leve suas estúpidas visões com você!
Ela foi embora, e eu me senti pior do que nunca.
Na manhã seguinte, fui para a escola, mas antes, dei uma olhada no espelho. Meus olhos estavam escuros, o cabelo loiro trançado numa trança estava bagunçado, olheiras roxas embaixo dos olhos. Peguei um kit de maquiagem de Hanna e passei um corretivo, escondendo as olheiras. Desfiz as tranças e penteei o cabelo novamente. Não tinha nada que eu pudesse fazer com os meus olhos, aquele escuro que eu tanto odiava. Dei de ombros e fui em direção ao meu carro.
Hanna me esperava dentro do carro.
- Hanna, me desculpe por ontem, eu...
“Não tem que se desculpar de nada, a culpa é minha, eu sei que você gosta dele. Não iria ser tão imprudente não é?”
- Eu não gosto dele. – eu menti.
“Me poupe Rachel, você nunca se arruma para ir a escola, e está usando meu corretivo. Não vem com essa que não gosta dele.
- É você tem razão. Eu gosto dele. – admiti.
Fomos para a escola em silêncio, o estacionamento da escola quase cheio. Robbie estava ali com seu fusca, e Other estava vindo na sua direção...
“Rachel!” – gritou Hanna em minha mente.
Other estava preparada para fazer seu plano, Hanna estava enganada.
Saí do carro e fui em direção ao fusca azul.
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