O Segredo da Casa

Merecido Descanso – Parte 1


No susto, Natsume acordava de forma brusca em um quarto. As imediatas dor e tontura que sentiu lhe fizeram novamente voltar a cama e tentar encontrar uma posição confortável. Ele tentava assimilar onde estava e o que tinha acontecido, mas estava difícil.

Conseguia ver uma bacia de água, alguns panos e mais alguns utensílios para cuidar de uma pessoa doente ao seu lado. Prestando atenção para o outro lado, ele viu mais dois futons bem longes dele onde estavam Natori e Seiji. Os dois tinham os mesmos utensílios que ele do lado direito dos futons e não pareciam que acordariam fácil.

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Natsume parecia desligado da realidade e apenas observava o teto do quarto tentando descansar novamente. Sem noção de tempo ou do que se passava em sua volta, Natsume não reparou que Seiji e Shuuichi acordavam.

Os dois não mais estavam de cama, mas ainda não podiam se esforçar demais. Tentando fazer silêncio, eles foram abordados pelos shikis de Natori. A três fizeram menção de que não fizessem barulho e direcionaram suas atenções para o distraído Natsume que continuava a encarar o teto sem descansar.

Natori olhou para Hiiragi, Sasago e Urihime e as três entenderão: deveriam chamar os amigos de Natsume e os youkais para vê-lo. Indo devagar para não o assustar, Natori ajoelhou na almofada próxima e umedeceu um pano para Natsume.

— Natsume. – o chamado de Natori assustou Natsume que quase se levantou no impulso novamente se ele não impedisse – Calma, que está tudo bem. – suas palavras foram suficientes para acalmar o menino que relaxou enquanto ele colocava o pano em sua testa.

— Você é mais imprudente do que eu imaginava. – Seiji deu sua opinião – Achamos que fosse morrer da maneira como ficou no final das purificações. Se o desgaste de devolver os nomes era tão potente a este ponto você nunca deveria devolver tantos de uma vez só. – estar recebendo bronca de Matoba era estranho e Natori apenas prestava atenção naquela cena (mesmo sem querer admitir, concordava com ele) – Você realmente tem uma habilidade social tão ruim que não consegue pensar em dizer estas informações importantes logo de cara nas situações pertinentes? – ele finalizou aguardando uma reação.

— Ele é assim mesmo. – Nyanko-sensei entrava junto dos amigos e os outros youkais – Não dá para saber o que esperar. Já até me acostumei. – ele sentava perto.

— Nyanko-sensei, pessoal! – ele estava tão feliz que novamente tentou levantar, mas acabou voltando de imediato para antiga posição com o auxílio de Seiji.

— São coisas assim que você não devia fazer. Você não consegue aguentar!? – Seiji nunca foi daquele jeito, mas o menino estava fazendo as coisas mais simples serem complicadas demais.

— Desculpe. Mas eu sou assim mesmo, como o Nyanko-sensei disse. – Natsume fez uma brincadeira e riu com todos enquanto aproveitavam o final de tarde e as presenças uns dos outros.

Os amigos explicaram que, depois que ele desmaiou, todos ficaram preocupados e ajudaram a arrumar as coisas para seguir em frente. Foi na volta em que Seiji e Natori desmaiaram junto dele e os amigos levaram até uma estalagem que Matoba havia sugerido. Eles estavam na estalagem a quatro dias e Natsume era o único que ainda estava em condições críticas.

Já se aproximando do jantar, todos decidiram comer no quarto junto de Natsume. Eles riram, jogaram conversa fora e ficaram fazendo brincadeiras até se retirarem para um banho e Seiji, Shuuichi, Nyanko-sensei e Reiko ficarem com Takashi no quarto.

— Você realmente é muito descuidado, Natsume. – Natori tomava um pouco de chá enquanto Madara se ajeitava em volta de Natsume como se o guardasse – Você não contou a sua amiga que aquele círculo é uma técnica proibida? – ele começaria por esse assunto.

— Eu contei a Taki sobre isso assim que soube. Mas ela nunca usou sabendo disso e também não mexe com ele o tempo todo. – Takashi se acomodou nos pelos de Madara para assumir uma posição melhor para conversar com todos – As únicas ocasiões em que ela fez uso do círculo foram quando um youkai amaldiçoou ela e a obrigou a encontra-lo e vê-lo para desfazer a maldição, quando um youkai ruim selado na casa dela escapou e ela buscou ajuda dos youkais menores da casa e quando um pequeno grupo de youkais viajantes se perdeu na casa dela e ficaram pedindo ajuda para sair de lá. – ele parou para pegar ar e ficou pensativo – E agora para tentar conseguir ajuda para nós. Em outras situações que não envolvam emergências ou situações críticas ela não usa o círculo e nenhuma das outras ferramentas na casa dela. – ele terminou.

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— É até compreensível, mas ela deveria realmente ter cuidado com o que faz. Esse círculo foi proibido com razão! – Seiji expôs sua opinião – E sobre todos aqueles youkais que você conhece e vieram te ajudar, como você explicaria? – ele não perderia a chance de saber por nada.

— Muitos youkais da minha área vem me procurar para ter seus nomes de volta ou pedir ajuda e, para os lugares que vou ou já morei, muitos youkais me conhecem ou ouviram boatos sobre mim. No final eu acabei com vários youkais como amigos e alguns que querem me matar também ou já dificultaram minha vida de várias formas. – Natsume terminou de explicar e Seiji parou pensativo.

— Você é um humano interessante, Natsume. – ele limitou-se na resposta e todos ficaram olhando enquanto ele ria levemente.

— E sabe que o feitiço do Livro dos Amigos também é proibido, né? – Natori não perderia de vista todas as broncas que Natsume tinha para levar e viu o menino confirmar sua questão.

— Esse é meu neto. – Reiko ria e brincava com os cabelos de Natsume – Isso é fazer parte dessa família! – ela continuava a brincar e todos começaram a rir.

No dia seguinte, os amigos de Natsume decidiram que era a vez deles de ter uma conversa muito séria. Eles estavam juntos no lago da estalagem conversando sobre as aventuras e experiências de Natsume com youkais – durante o banho na noite anterior, os amigos decidiram que iriam sim perguntar, ouvir, tentar entender e aceitar tudo que ele já passou, para poderem sempre ajudar quando precisasse e não mais ficarem perdidos nas atitudes um pouco estranhas que ele tinha ás vezes.

Foi muito duro para os amigos conseguir digerir tudo que Natsume contou, para ele foi muito triste lembrar de tudo e ainda explicar as coisas (na conversa, Sasada fez uma conta rápida e chegou a cruel conclusão que Natsume passou pela casa de, pelo menos, dez parentes antes dos Fujiwara) e Natori e Seiji ouviam tudo escondidos e custavam a aceitar aquela verdade (os dois sempre se questionaram sobre o passado de Natsume e não gostaram de suas respostas).

Para o momento precioso de descanso deles aquilo era uma conversa que não deveriam estar tendo, mas ainda muito estava por fazer. Ainda tinham que se livrar dos materiais na casa de Reiko e preencher um relatório sobre o ocorrido para apresentarem na próxima reunião de exorcistas que ocorreria.

Deu muito trabalho nos dois dias seguintes deixar tudo pronto e conseguir que Natori, Natsume e Matoba estivessem recuperados totalmente. No final, foi preciso purificar a casa inteira onde Reiko viveu, queimar todos os papéis referentes aos feitiços de Kuroumaru e o relatório do ocorrido ficou parecendo um livro de tão grande.