O Segredo.

Capítulo Vinte e Oito: O Chalé na Clareira.


Autora: Jee_kuran_95

Disclaimer: Harry Potter pertence exclusivamente a J.K.Rowling.

Classificação do Capítulo: +16 anos.

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O Segredo

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Harry Potter

Capítulo Vinte e Oito: O Chalé na Clareira.

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*Draco Malfoy*

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Galatea respirou ruidosamente chamando a atenção do irmão e da mãe.

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- Algum problema? – perguntou Narcisa com um pequeno sorriso.

- Não, eu só... – parou sem saber como continuar. – Isso é tão surreal. – sussurrou dando-se por vencida. Baixou os olhos e observou suas mãos no colo. – Eu nunca poderia imagina que eu dia estaria aqui, com vocês. Eu estou... Feliz – falou quase incrédula.

Draco riu discretamente e a menina corou olhando para algum ponto indefinido da parede. Narcisa revirou os olhos para o filho e parou ao lado de Galatea levantando seu rosto com ambas as mãos.

- Eu também estou feliz. – murmurou e beijou sua testa. – Se você soubesse quanto tempo esperei por esse dia... Ah! – disse em tom quase entristecido. – Sinto muito que nosso reencontro tenha demorado tanto tempo para acontecer, mas se fez necessário. Eu não podia arriscar... Que Lúcius, seu pai, pusesse as mãos em você, minha filha.

- Isso é outra coisa que não entendo – mostrou claramente sua confusão ao franzir o rosto em uma careta. – Por que...?

- Já sabemos qual é sua pergunta – respondeu Draco e as duas mulheres se viraram para olhá-lo. – e responderemos cada uma delas a seu devido tempo.

- E por onde devemos começar? – perguntou timidamente Narcisa ao filho mais velho – há tantas coisas para contar...

Draco passou a mão pelos cabelos, sua expressão indiferente não se alterou quando o mesmo levantou e saiu pela porta da cozinha. As duas mulheres se entreolharam curiosas, arqueando sobrancelhas e prontamente o seguiram tentando desvendar aonde o rapaz iria.

O Malfoy caminhava lentamente, a cabeça alta, os olhos claros entrecerrados, os lábios finos e vermelhos entreabertos deixando uma respiração quente sair por ela e as mãos no bolso das calças.

Era a visão da profunda indiferença e magnífica beleza.

Olhou discretamente por cima do ombro e escutou o eco do sapato das duas mulheres que tanto amava no piso de madeira. Parou em frente a uma porta tocando com a ponta dos dedos a parede em cinco pontos distintos com a forma de uma cruz.

Um rangido alto se fez presente e a porta – a primeira vista pequena e leve – foi empurrada ruidosamente para o lado deixando-o passar. Brumas saiam do quarto e a mais nova parou sem saber o que fazer. Narcisa a seu lado sorria docemente, entendendo aonde o filho queria chegar.

Era hora de contar um pouco da história deles. Da história de todos eles.

A Senhora Malfoy deu um passo a frente apoiando as mãos no marco da porta e olhou para a filha sorridente. Entrou desaparecendo misteriosamente, frentes aos olhos da outra, por entre as Brumas que saiam do aposento.

Galatea engoliu em seco e suspirou alto. Seja o que Merlin quiser pensou consigo mesma.

Deu um passo a frente e apoiou uma de suas mãos na parede do lado de fora. Estranhamente viu que sua mão tremia e, ao se dar conta, parecia que toda ela tremia de excitação, medo e ansiedade pelo que ela veria a seguir. Fechou os olhos e corajosamente entrou no lugar.

Mesmo de olhos fechados ela podia sentir a mudança no ambiente. De alguma forma ela sabia que o lugar era bem mais claro – e recebia mais incidência de luz – que qualquer outro ambiente do Chalé. Estava um pouco mais frio ali e ela podia sentir o cheiro de invariáveis coisas: limão, lavanda, hortelã e margaridas. Sim, o lugar tinha um forte cheiro de margaridas.

E então abriu os olhos.

Estava em um Ateliê.

Um lindo, gigantesco e encantador Ateliê.

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As paredes eram brancas ela pode notar, mas havia desenhos de diversas flores – algumas delas ela nunca havia visto em sua vida – nas mais variadas cores e formas, dando vida e mais cor ao local. Uma das paredes não existia, era apenas recoberto com vidro e uma cortina fina e delicada que naquele momento estava puxada para o lado e presa em um laço vermelho. O sol entrava por ali iluminando brandamente o espaço e dando uma sensação agradável de acolhimento.

Galatea abriu os lábios sem saber o que falar, girou em si mesma vendo os inúmeros e grandiosos quadros pintados: alguns se moviam e outros simplesmente estavam ali, eternamente parados e presos na memória. Tintas, poções, pincéis... Os mais variados tipos de adereços para se criar algo estavam ali, a mercê de quem quisesse usá-los.

- Narcisa... – chamou-lhe encantada, seus olhos azuis brilhavam – isso é... Magnífico. Eu nunca tinha visto algo com tanta... Vida.

- Esse lugar... – Narcisa fechou os olhos e abriu os braços dando um giro em si mesma como se fosse uma adolescente e riu com delicadeza respirando profundamente o ar. – Havia um ateliê igual a este em minha casa quando era adolescente. Meu pai, seu avô, adorava pintar e eu como passei muito tempo observando-o peguei o gosto pelas artes. Suas formas, suas cores, tudo me fascinou desde o primeiro momento.

“Eu amava pintar, amo até hoje, mas depois que me casei com seu pai tive de abdicar de alguns prazeres para que pudesse ser a esposa perfeita para um Malfoy. Porém antes de Draco nascer eu criei esse lugar para mim... Era um dos tantos terrenos vagos de Lúcius e ele jamais negou qualquer de meus caprichos. Mandei que construíssem o Ateliê da forma como eu queria, idêntico ao que meu pai tinha em minha casa de infância... E aqui comecei minhas primeiras pinturas.”

A mulher mais velha abriu os olhos ao término das palavras e sorriu para a filha ao notar que a mesma se encontrava em frente há certo quadro que muitos anos atrás lhe fora dado de presente.

A mulher se aproximou da mesma vendo de soslaio que seu filho mais velho sentava-se em um lugar distante delas apenas observando com atenção e seriedade o que viria a seguir.

Narcisa colocou uma das mãos nos ombros da menina e franziu o cenho olhando para o quadro em questão.

- É um bonito quadro. – disse maravilhada a outra. – É você não é mesmo? Um autorretrato talvez? – arriscou um palpite.

A Malfoy apenas balançou a cabeça negativamente passando a ponta dos dedos pálidos pelas bordas de bronze do quadro envelhecidas pelo tempo e pelo esquecimento.

- Não, não é um autorretrato. Foi um presente – disse carinhosamente passando a mão pela tela. – um presente de uma pessoa que eu gostava muito, e que se foi.

Galatea olhou para a mãe tristemente e teve uma ideia de quem havia lhe dado àquela pintura. O olhar de Narcisa era melancólico, rancoroso, dolorido e ela sentiu uma imensa necessidade de abraçar a mãe fortemente naquele momento.

Um antigo amor pensou Galatea com amargura, alguém que ela amava muito lhe deu o quadro.

- Ele era um ótimo pintor – falou com um suspiro de desapego. Apenas um sussurro, mas audível para Galatea e Draco. – Ele era bom em tantas coisas, mas mesmo assim, isso não era o suficiente.

A mais nova manteve-se calado observando com afinco o quadro. Era realmente um dos mais belos quadros que ela já havia visto.

Uma cópia exata e completamente fiel de sua mãe embora a mostrasse anos mais jovem, com mais cheia de vida do que ela pensara ser possível. Narcisa levava um vestido florido – matizes de vermelho, amarelo, rosa e negro se faziam bastante presentes juntos ao verde claro – e um colar de prata com o símbolo da família Black entalhado no mesmo. Os cabelos louros estavam recolhidos em um coque e alguns fios caiam em seu rosto.

Os olhos azuis de sua mãe eram expressivos, bonitos e revigorantes para quem olhasse. Os lábios rosados estavam desenhados em um sorriso delicado e casto e, de alguma forma, ela parecia envergonhada na pintura.

Uma pintura pura e unicamente trouxa.

- Creio que a senhora tem muitas coisas a me contar não é mesmo? – perguntou baixinho cravando o olhar na loira mais velha.

Narcisa acenou afirmativa e apenas estendeu-lhe a mão convidativa.

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- Harry Potter –

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Hermione deu um pulo e seus olhos se arregalaram. O coração palpitou acelerado pelo susto e ela pôs uma mão no próprio peito como se pudesse segurar seu coração.

- Desculpe, parece que assustei você. – disse o rapaz sorrindo abertamente e céus, que sorriso bonito ele tinha. – Atrapalhei seu momento de... Descanso não? Sinto muito.

- Oh não, tudo bem – disse confusa e endireitou-se. Pigarreou olhando de soslaio para ele. Arqueou uma sobrancelha olhando diretamente para seu rosto e tentou não ser rude. – Você queria algo...?

- Na verdade – disse colocando uma das mãos na calça que levava – vi caído logo depois de você ter passado e, se não me engano, isso é seu – terminou de dizer e mostrou diante dela uma correntinha muito familiar.

Surpresa pôs a mão sobre o pescoço tateando sobre a pele. O colar! O colar que sua mãe lhe dera! Aproximou seu rosto da mão do rapaz e arregalou os olhos estendendo a mão para pegar a corrente da mão daquele estranho.

- Meu colar! – sibilou desnecessariamente chocada. Suspirou aliviada ao tê-lo em suas mãos. Fechou a corrente dentro do punho fechado e levou-o aos lábios. Aquela era uma das únicas coisas concretas, reais de sua mãe que estavam ali com ela e perder aquilo... Oh, perder aquilo seria aterrador. – Obrigada – disse profundamente agradecida. – Não sabe o quanto isso é importante para mim.

- Faço alguma ideia – disse o outro conciliador.

- Pode colocar para mim? Sem querer ser abusada, mas já estou começando a me irritar – disse a mulher respiração fundo tentando encontrar sua calma interior.

Hermione se maldisse por dentro ao não conseguir encaixar corretamente as duas peças da corrente. Bufou irritada e fechou os punhos rangendo os dentes. Aquelas palavras, simplesmente entregou o colocar nas mãos do rapaz e ouviu o mesmo dar-lhe uma risada gostosa. O cheiro de fresias e hortelã seca. Vinha dele ela sabia disso.

Sentiu suas mãos tremerem e os pelos de seu corpo se arrepiaram ao sentir a ponta dos dedos do homem em seu pescoço e logo após passando rapidamente por seus ombros. Incorporou-se e virou para ele sorrindo gentilmente. Um leve rubor pintando nas bochechas.

Então, tão logo quanto o toque veio ele desapareceu.

- Obrigada – disse Hermione virando-se para ele rígida, sua expressão quase severa.

- Não por isso. – retrucou suavemente. – Hermione Black.

Hermione arregalou os olhos olhando para ele alarmada.

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- O que disse? – sibilou com os olhos incrivelmente abertos.

O rapaz moreno franziu o cenho mostrando-se confuso.

- Não por... Isso? – indagou confuso.

- Não, não! – disse ela começando a mostrar-se impaciente. – Depois disso.

- Senhorita... Eu não disse nada. – completou lentamente vendo como ela olhava de forma interrogativa para seus próprios pés. – Por curiosidade, o que você achou ter ouvido vindo de mim?

- Eu... Ouvi você me chamar pelo nome. – sussurrou intrigada.

- Realmente isso é impossível – disse o rapaz – Você não me disse seu nome, mas isso pode facilmente ser mudado. Chamo-me Cetus. – disse de forma elegante com um sorriso bonito.

- Hermione. Hermione Granger. – disse corada vendo que os olhos azuis (ou seriam cinzentos) brilhantes do rapaz observavam cuidadosamente e com intensidade cada um de seus movimentos.

- É um bonito nome... Hermione... Nome de origem grega. Filha do rei Menelau de Esparta e Helena de Tróia – a mulher mais bela do mundo –, rainha de Esparta, Micenas e Épiro. – recitou quase de maneira entediada surpreendendo a outra.

- Cetus, uma constelação do equador Celeste – pensei que apenas a família Black tivesse o costume de dar a seus filhos o nome de estrelas pensou consigo mesma com os lábios franzidos - Incrível – disse intrigada – não fazia ideia de que conhecia história trouxa.

Ele apenas sorriu.

- Convivi muitos anos com os trouxas e sinceramente suas culturas são fascinantes. – e então rapidamente ele olhou sobre o ombro, seu cenho franzindo ligeiramente e o sorriso pequeno que antes tinha desmanchando-se transformado em uma fina linha. – Devo ir – disse severamente e virou-se para ela, sua expressão se suavizando. Pegou uma de suas mãos (seus olhos nunca deixando os dela) e beijou delicadamente fazendo uma corrente elétrica perpassar pelo corpo de Hermione arrepiando. Ele sorriu com malícia. – Foi um prazer conhece-la Srta. Granger – disse educado. – Espero revê-la em breve.

- Igualmente – murmurou sentindo-se presa dos olhos claros.

Ele riu e inconsciente Hermione fechou os olhos suspirando.

- Hermione? Demoramos muitos? – ela ouviu a voz de Ginny e abriu os olhos rapidamente.

Girou em si mesma com os olhos arregalados: Cetus havia desaparecido.

- O que você está fazendo? – perguntou Luna desconfiada vendo que a amiga parecia desconcertada olhando para os lados – Está procurando alguém por acaso? – perguntou com um pequeno sorriso.

- Eu... – começou a falar com um olhar perdido depois sorriu. – Não, eu não estava – falou séria e convicta depois abriu um sorriso. – E sim Ginny vocês demoraram, e muito! estava começando a ficar entediada aqui – mentiu a menina. Hermione pôs as mãos na cintura fingindo-se de brava.

- Ohh – aproximou-se da morena pegando suas bochechas e puxando-as, deu um beijinho em cada – desculpe minha vida prometo que não faço mais isso – disse com os olhinhos brilhando.

Hermione e Luna reviraram os olhos e riram.

- Ok, tudo bem Ginevra – ao ouvir seu nome a ruiva fez uma careta fazendo o riso da morena se intensificar. – Pare de apertar minhas bochechas elas já estão ficando doloridas. Vamos voltar para Hogwarts, estou cansada.

E com um último olhar sobre o ombro, Hermione deixou Hogsmeade junto das amigas.

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- Harry Potter –

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- Bom, por onde quer que comecemos? – perguntou Narcisa gentil.

- Vocês poderiam me contar o porquê eu não pude viver com vocês todo esse tempo? – havia um toque de tristeza em sua voz que logo foi mascarado pela ansiedade. – Quero saber o que levou você a pedir para que tia Andrômeda cuidasse de mim, mãe. – terminou num fio de voz sentindo mais do que nunca dificuldade de chamar a outra por aquele título tão importante em sua vida.

Sempre tivera Andrômeda Tonks – sua tia por parte de mãe – como referência de figura maternal e Ninfadora – filha de sua tia e prima – como uma irmã mais velha, mas ela sabia não era a mesma coisa.

Não era a mesma coisa do que estar com seu irmão mais velho e ele lhe acariciando os cabelos ou como estar com sua mãe e falar de roupas, garotos em um final de tarde enquanto as duas brincam uma com a outra e tomam chocolate quente.

Infelizmente Galatea não sabia como se portar diante de sua mãe.

Narcisa respirou fundo sentando-se a frente da filha. Draco sentou-se ao lado da irmã olhando para as duas mulheres sem emitir ruído.

- Antes de tudo, antes do contar a você a nossa história, espero que me perdoe por ter lhe afastando de nós, mas acredite era necessário. Se não fosse eu não teria feito isso – murmurou a mulher. – Não, acho melhor não começarmos por nós... – disse hesitante. – começaremos pelo homem que em parte, modificou nossas vidas... Tom Riddle.

- Tom Riddle? – perguntou confundida e olhou do irmão para a mãe. – Quem é esse?

- Tom Marvolo Riddle é o nome de Voldemort – disse Draco inexpressivo.

Galatea arregalou os olhos e olhou para a mãe assombrada. Nada disse deixando a outra continuar.

“Riddle nasceu em 31 de Dezembro de 1926, véspera de Ano Novo em um Orfanato Trouxa após sua mãe morrer por conta de seu nascimento. Nasceu e cresceu no Orfanato e, aos onze anos, um bruxo de cabelos e barba ruiva foi a seu encontro dizendo ser Alvo Dumbledore professor da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Riddle descobriu ser um bruxo e, desde aquele época Dumbledore pode ver que havia algo a mais nele, algo diferente. Mas o rapaz era apenas uma criança, um gênio talvez.”

“Dumbledore descobriu naquele dia que Tom Riddle era ofidioglota, podia falar com cobras.”

“Riddle foi pela primeira vez a Hogwarts com 12 anos e prontamente ao passar pela seleção das casas, o Chapéu pôs o bonito garoto em Slytherin. Tom se tornou o aluno perfeito, o estudante brilhante do qual todos os professores se orgulhavam e admiravam. Era bonito, sedutor, engenhoso... Manipulador. Riddle sempre conseguia tudo que almejava, porém o brilhante rapaz tinha um estranho gosto por artes das trevas. Vendo o poder que podia obter deste tipo de magia – muito mais forte em sua opinião que a branca -, começou a ter ideias revolucionárias para o mundo bruxo. Tom almejava por uma raça pura. Assim como Salazar, Riddle tinha um desprezo infinito por todos aqueles que não fossem sangues-puros. Até então, o mesmo desconhecia suas origens embora soubesse que em suas veias corria parte de um sangue-sujo, provavelmente como ele supôs, por parte de sua mãe. Era repugnante para si saber que em suas veias carregava a vergonha de suas origens, já não lhe bastava o nome trouxa que levava.”

“Então Tom escolheu entre seus colegas de classe e amigos um grupo seleto – que anos mais tarde viriam a ser chamados Comensais da Morte e entre eles haviam nomes como Lestrange, Avery, Rosier, Crouch, Malfoy e Black – e fez deles seus fiéis seguidores tanto dentro de Hogwarts como fora da mesma. Nos anos que esteve na escola Tom aperfeiçoou-se em sua magia e descobriu suas origens sentindo-se chocado ao saber que sua mãe – a fraca e repugnante mulher que lhe dera a luz – era a bruxa, a parte do sangue mágico que ele carregava em suas veias, e seu pai, um trouxa. Algum tempo depois descobriu que sua mãe, Mérope Gaunt, descendente de Salazar Slytherin havia dado a seu suposto pai Amortentia para que ela pudesse ficar com ele. Tom matou seu pai e seus avós tempos depois.”

“Quando Tom estava para sair de Hogwarts, pediu a Dumbledore que lhe deixasse ser professor de Artes das Trevas em Hogwarts. Dumbledore recusou e, decepcionando a todos seus antigos professores que esperavam que o rapaz fosse alguém importante do ministério da Magia, Riddle conseguiu um emprego em Borgin & Burkes. Foi então que o antigo e bonito Tom Riddle foi deixado para trás e ele começou a adotar feições ofídicas.”

“Algum pouco tempo depois, Tom deixava de ser Riddle para assumir o Pseudo-nome de Lorde Voldemort e juntou comensais através dos tempos atemorizando o mundo bruxo.”

“Certamente seus comensais seriam bruxos e bruxas sangues-puros e há três gerações, principalmente Black’s e Malfoy’s vem sendo os mais fiéis e grandiosos de seus comensais.”

- Eu não sabia dessa história – comentou Galatea olhando do irmão para a mãe cuidadosamente, parecia incrivelmente tensa e os pelos de seu corpo estavam arrepiados. – Bom, eu nem ao menos fazia ideia de que... Tom Riddle era um mestiço. Sempre achei que fosse um sangue-puro de alguma família pouco conhecida.

- Poucos sabem – disse Draco. Sua voz ressonou no aposento e as mulheres o olharam: estava sentado de maneira despojada e exibia em seu rosto uma expressão de tédio; seus olhos bastante azuis naquele momento se mostravam frios como o inverno. – Aqueles que tem conhecimento disso ou são comensais antigos, de alto escalão ou já estão mortos em sua maioria.

- Os Black sempre apoiaram Voldemort – disse Narcisa em um suspiro entristecido – assim como os Malfoy. Seguindo as tradições, um sangue-puro deve casar-se com outro e foi assim que se deu meu casamento, era favorável e bom para todos. Bella iria se casar com um Lestrange, Allegra sua tia com Régulos, outro Black, e a família Malfoy estava disposta a casar seu único legítimo filho comigo, era perfeito! – completou com sarcasmo.

‘’Meu querido pai era contra minha união com Lúcius – eu sabia disso desde o começo -. Ele era contra por conta de um único e exclusivo motivo: Lúcius, assim como o pai Abráxas Malfoy, era um Comensal da Morte. Entenda Galatea, seu avô era um comensal, mas não por que quisesse. Ele era um Black. Um maldito Black que tinha que seguir cegamente os desejos de sua família. Minha mãe era uma mulher tola e fútil a qual ele amava e queria realizar todos os desejos... Ele continuou a apoiar os ideais de Voldemort mais por conta dela do que de nossa família em si. Bella compartilhava as ideias de minha mãe e idolatrava o nosso mestre.”

“O Lorde das Trevas juntava cada dia mais comensais e entre eles estava Lúcius. Draco havia nascido e ele de muito bom grado já fazia planos futuros para nosso filho. Eu sabia que mesmo que interferisse em sua educação quando criança, Draco se tornaria um deles, um dia. Eu já havia previsto isso.” Narcisa olhou para a janela. O sol que por ali entrava já estava desaparecendo no horizonte e a mais nova notou como a sala parecia triste e sem vida sem os raios solares. “Algo aconteceu então. Num dia o Lorde das Trevas descobriu haver uma profecia... E os dias que se seguiram marcaram a vida de um pequeno garoto que, em uma noite recebeu em sua testa uma cicatriz em forma de raio.”

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- Harry Potter. – murmurou ela fascinada e aterrorizada pela história. – Eu ouvi a profecia. Draco me contou ela uma vez: “Aquele com o poder de vencer o Lorde das Trevas se aproxima... Nascido dos que o desafiaram três vezes, nascido apo terminar o sétimo mês... E o Lorde das Trevas o marcará como seu igual, mas ele terá um poder que o Lorde das Trevas desconhece... E um dos dois deverá morrer na mão do outro pois nenhum poderá viver enquanto o outro sobreviver... Aquele com o poder de vencer o Lorde das Trevas nascerá quando o sétimo mês terminar.” – recitou rapidamente.

- Todos nós sabemos que Potter é O Eleito – Draco sibilou e passou a mão sobre os cabelos puxando-os para trás. – O problema é outro.

Galatea bufou irritada.

- E qual seria? – perguntou olhando para o irmão.

- Há outra profecia – desta vez foi Narcisa que respondeu. – Há outra profecia interligada. Há outra profecia que fala sobre Voldemort, Harry Potter e... – olhou para o filho mais velho sem saber se deveria terminar a sentença ou não.

- E sobre quem fala esta profecia? – perguntou temerosa.

Draco fechou os olhos rosnando.

Narcisa a olhou melancolia.

- Sobre sua prima – disse baixinho – Hermione Black.

- Mas... O que diz essa tal profecia?

- Ninguém sabe. – murmurou o louro. – A profecia só pode ser retirada por quem ela pertence. Ela ainda se encontra no Departamento de Mistério.

- E não podemos dizer isso a Hermione por que...? – perguntou.

- Ela não sabe que vocês sabem dela. Hipoteticamente apenas Bella, Andrômeda e eu sabemos que ela é uma Black. E para dizer a verdade... Nem mesmo Bella e Allegra sabem sobre essa profecia, eu não contei – disse mordendo os lábios se sentindo culpada. – Sei que devo fazê-lo, mas não faço ideia de como dizer isto a minha irmã e a Sirius. Além do que é fácil saber por que minha sobrinha quer qualquer segredo sobre suas origens... Se Voldemort descobrisse ela seria uma ótima arma em suas mãos se fosse capturada por ele.

- Entendo, mas há algum detalhe faltando nesta história não? Algo que... Parece não se encaixar – murmurou para si mesma. – Algo que ou vocês estão me escondendo... Ou realmente não sabem. – disse erguendo os olhos para a mãe e vendo a sinceridade refletida em seus olhos claros.

- Sim, algum detalhe nos escapa porém não temos ideia do que seja.

- E nem saberemos até que Dumbledore – disse com sarcasmo o loiro – decida gentilmente nos deixar a par da situação.

- Draco – disse Narcisa em tom de aviso.

- O que? – murmurou o rapaz levantando-se irritado. – Se aquele velho nos deixasse a par das coisas pelo menos teríamos uma ideia de em que estamos nos metendo. Dumbledore não confia em nós. – acusou.

- Dumbledore confia em Snape e isso basta para mim. – disse em tom sério.

- O professor Severus é mesmo um Comensal? – perguntou a menina não verdadeiramente surpresa.

- Sim – afirmou convicta. – Severus pediu a Voldemort que deixasse Lílian Potter viva na noite em que este deste cabo da vida da criança. Porém Lílian se interpôs no caminho de Harry assim como Thiago e acabou morta pela maldição da morte. A partir desse dia Severus nunca mais foi leal a Voldemort – já não o era a princípio, mas ainda restavam dúvidas em sua mente - e tornou-se um agente duplo para a Ordem da Fênix.

- Uau. Isso é... – calou-se sem saber o que dizer. -... Muita informação para um dia só.

- É, nós sabemos – e então Narcisa colocou a mão sobre os joelhos alisando as roupas com a palma das mãos. Juntou as mãos frente ao corpo como se estivesse batendo palmas. – Bom – começou com um tom mais suave. – que tal se eu preparar um chá e alguns biscoitos? – vocês devem estar com fome, não comeram nada desde que chegaram aqui.

Draco apenas se levantou dando as costas para as duas e sumindo do aposento em direção à cozinha. Narcisa arqueou uma sobrancelha olhando de maneira estranha para o lugar por onde ele saíra.

- Ele está mais arredio hoje.

- Deve estar irritado pelo fato de ter visto Hermione conversando com outro homem em Hogsmeade. – Galatea sorriu de canto dando de ombros. – eu pensei que querer Hermione apenas por ela ser uma sangue-puro e nossa prima fosse um capricho dele, mas...

- Não é um capricho. – a mãe a cortou e a menina olhou para ela curiosa. – Nunca foi. Embora você não acredite, embora ninguém mais vá acreditar nisso é curioso e devo dizer uma grande brincadeira de mau gosto do destino seu irmão ter se apaixonado por ela desde o dia em que a conheceu. – e a mulher deu uma risada franzindo os lábios.

- Isso é impossível Narc... Mãe. – interrompeu-se se corrigindo rapidamente e corando ao ver o olhar divertido da outra. – Eu lembro bem de como Draco era rude e a maltratava.

- Isso até pouco antes do terceiro ano, não é mesmo? – perguntou-a com mistério.

- Não, não é verd... – calou-se e ela se perdeu em pensamentos vendo o olhar paciente da mãe sobre si. – Não. A partir do terceiro ano ele simplesmente começou a ignorá-la. – murmurou dando-se conta disso por primeira vez.

- Draco viu a beleza nela antes mesmo de saber quem era ela. Porém sabia da pouca aceitação que teria se se aproximasse da garota. Seu irmão era um covarde – murmurou quase cruelmente. – Pelo menos esse é um aspecto que mudou para melhor em seu irmão.

- Nós Slytherin’s não somos conhecidos por nossa valentia – disse em contra ataque.

- A coragem pertence à Gryffindor, porém isso não significa que não podemos ter um ato de coragem vez ou outra para fazermos ou conseguirmos algo que almejamos.

Em sua mente Galatea pode facilmente trocar as frases: “Homens de astúcia que usam quaisquer meios... Para atingir os fins que antes colimaram.”

Ela riu e deixou o assunto por si só. Ficaram em silêncio e, antes de pararem na cozinha a menina segurou a mãe pelo pulso e baixou a cabeça.

- Eu não a culpo – sussurrou. – Eu não a culpo por ter me deixado com tia Andrômeda e eu tenho certeza que, se você fez isso foi para o meu próprio bem.

- Desculpe por tê-la afastado você de mim, Galatea – murmurou com os olhos lacrimejantes. -, mas era necessário. Eu não podia... Eu não podia deixar que aquilo acontecesse. – a filha olhou para ela sem entender. – Eu não podia ver você se tornar uma pessoa fria e sem sentimentos, alguém louca como Bellatrix ou fanática pela pureza de seu sangue como seu pai. – desculpou-se. – Eu sinto muito minha filha.

A mais nova deu um sorriso e se jogou novamente nos braços da mulher.

Sentia-se mais leve, finalmente um peso havia sido tirado de suas costas. Um peso entre tantos que carregava, mas que ainda assim havia lhe deixado mais leve e com a alma em paz como não esteve em muito tempo.

- Bom, chega de chorar não é? – riu embaraçada. – Vá na frente querida, já sabe onde é a cozinha eu... Eu, eu tenho que lavar meu rosto, seu irmão não pode me ver assim.

Galatea acenou afirmativamente e virou-se não antes de dar um beijo no rosto da mulher.

Narcisa se virou dando as costas para a menina e perdendo-se entre os corredores do Chalé.

Desculpe-me por afastá-la de nós Galatea, mas foi necessário.” Pensou. “Eu não iria aguentar... Ver Draco matar você se você tivesse ficado conosco, minha pequena.”

E perdeu-se na escuridão.

No Ateliê, em uma pequena moldura a foto de um casal se mexia, girando na neve repetidamente.

Um homem moreno de óculos e uma mulher ruiva muito bonita com incríveis olhos verdes.

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- Harry Potter –

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- Harry, está tudo bem com você?

Ronald aproximou-se do amigo tocando seu ombro. O moreno fechou os olhos sentindo uma dor excruciante que provinha de sua cicatriz.

- Argh – gemeu de dor – a cicatriz está doendo. – sussurrou e apertou os olhos como se deste modo a dor fosse passar. – Infernos!

- Vá falar com Dumbledore, conte a ele. – disse Ron tentando ser racional. Harry olhou surpreso para ele. – Cada vez que sua cicatriz dói é por que algo de ruim vai acontecer Harry... E é sempre melhor prevenir do que remediar, não acha?

- Sim, você tem razão. – disse levantando-se da cama. Tirou a camiseta com que estava e jogou-a na cama abriu o baú aos pés da mesma e pegando outra de cor cinza. – Será que as garotas já voltaram? – perguntou.

- Não sei, provavelmente sim. Elas foram de manhã cedo, já é final de tarde e começa e escurecer.

- É verdade – murmurou e pegou sua capa de Gryffindor colocando-a sobre os ombros. – Nos vemos no jantar Ronny.

- Até mais Harry.

:::

Quase não havia ninguém nos corredores.

Todos haviam ido aproveitar o fim de semana fantasticamente bonito no Vilarejo ao invés de ficar enclausurados no castelo, uma das poucas exceções era ele mesmo e Ronald que se recusaram a ir sem nenhum motivo aparente.

O silencio era estarrecedor e por um ínfimo instante ele sentiu um arrepio de medo percorrendo o mais profundo de sua espinha. Olhou de soslaio por cima do ombro confirmando se não havia nada suspeito seguindo e continuou seu caminho a passos apressados até o escritório do Diretor.

Andou pelos corredores desertos a dor cegando em alguns momentos.

Parou em frente às gárgulas e disse a senha:

Gota de limão.”

Elas se moveram dando um passo para o lado e deixando ver a escadaria em espiral. Pisou no primeiro degrau e a escadaria se moveu por alguns segundos e logo parou deixando-o dar o primeiro passo para o escritório de Dumbledore.

- Professor? – disse baixinho ouvindo suas palavras ecoarem no recinto.

Sentia-se confortável ali, porém uma careta sempre aparecia em seu rosto ao ver o olhar dos antigos diretores observando-o dentre de seus quadros nas paredes. Os olhares variavam: repulsa, pena, tristeza, amabilidade...

- Harry. – ele pode ouvir a voz do professor logo a suas costas - considerando que nem notara estar no centro do aposento. Quando seus pés haviam se movido e deixado estancado ali? – A que devo a honra de sua visita?

- Professor eu... – disse se virando, mas parou e arregalou os olhos. Precipitou-se e um sorriso desenhou-se em seus lábios. Seus olhos verdes brilharam em felicidade. – Sirius! Lupin, Tonks! – disse comovido e abraçou cada um deles por alguns instantes, voltou para o lado do padrinho e olhou para o casal. – O que estão fazendo aqui?

- Dumbledore pediu que viéssemos até aqui – explicou Remo.

Harry virou-se para o antigo professor que o observava com um sorriso no rosto, os olhos azuis espertos por trás dos oclinhos de meia lua.

- Algum problema, professor? – perguntou o aluno preocupado.

Dumbledore viu os dois marotos presentes na sala trocarem um olhar preocupado.

- Nada com que deva se preocupar no momento Harry – disse apaziguador. – Mas fale meu jovem, o que veio fazer aqui? Creio que, a essa hora podendo estar num glorioso passeio pelo povoado e na verdade estar aqui... Deve ter acontecido alguma coisa.

O Potter engoliu em seco sorrindo um pouco e arquejou sentindo-se fraco, os ar faltando os pulmões. Sirius que estava mais perto precipitou-se em segurá-lo, mas foi impedido por Alvo que levantou uma das mãos – a mão negra – esperando o que quer que estivesse para vir.

- Ah-Ahhh! – gritou o moreno caindo em um baque no chão, sentiu como se todos os ossos de seu corpo estivessem sendo quebrados e uma risada estrondosa preencheu o recinto.

Tonks tirou a varinha de suas vestes estreitando os olhos e procurando por alguma ameaça ao redor. Lupin foi até uma das torres que havia ali e olhou pela janela vendo no céu nuvens cinzentas apagando o brilho das estrelas e ofuscando a lua crescente.

- Dumbledore... – a voz de Remo tremeu enquanto o mesmo olhava pasmo e sem reação para a escuridão que bania a luz do céu.

O velho diretor agachou-se ao lado do filho de Lílian enquanto Sirius o segurava por seus ombros e imobilizava suas pernas. O Black olhou para o homem e desesperado pediu que fizesse algo a respeito.

Alvo Dumbledore respirou profundamente retirando a varinha de suas vestes – a varinha dos irmãos Peverell, a varinha das varinhas – e apontou diretamente para a testa de Harry na direção de sua cicatriz.

Os olhos do rapaz reviraram as pupilas dilatando-se e tomando uma coloração branca.

O diretor fechou os olhos, um feixe de luz prateado saindo da ponta de sua varinha e acertando a testa de Harry.

:::

Dumbledore abriu os olhos e a claridade quase o cegou.

Entrelaçou as mãos em suas costas e respirou profundamente sentindo o ar límpido entrando por suas vias aéreas e enchendo seus pulmões. Sorriu levemente e começou a andar observando o lugar.

Era uma estação de trem, ou melhor, e mais especificamente, era a Estação King Cross. Estranhamente não havia trens, pessoas e estava incrivelmente limpo.

O branco era a cor predominante.

E incrivelmente aquele branco, aquela cor clara e que lhe trazia tanta paz agora deixava-o inquieto. Temeroso.

- Algum problema? – alguém perguntou atrás dele.

Alvo se virou e o que viu fez com que calasse todas as vozes que sussurravam em seu coração.

- Ariana... – sussurrou o diretor.

Alvo aproximou-se a passos pequenos comprovando que aquilo não era apenas uma fantasia de sua mente.

A menina de bonitos cabelos louros – dourados como girassóis – e olhos azuis, muito gentis, sorriu suavemente para ele. O vestido branco imaculado caia-lhe perfeitamente e a imagem angelical fez com que seu coração amargurado, entristecido com as lembranças, abrisse uma velha ferida que ele havia lutado tanto tempo para fechar.

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- Alvo – murmurou ela sorrindo alegremente. Uma risada escapou de seus olhos infantis. – Você envelheceu. – continuou ela desta vez com toque de seriedade.

Eles estavam perto demais. Perto o suficiente para que a pequena Ariana, a linda bonequinha de caixinhos dourados tocasse seu rosto vendo as imperfeições e as marcas de expressão que o tempo deixava em sua pele.

O toque cálido era demais para ele e Dumbledore sentiu as primeiras lágrimas caindo de seus olhos velhos e cansados. Ele abraçou a menina de 14 anos, afagando seus cabelos com afabilidade e soluçou sentindo toda sua angústia – o perdão que ele silenciosamente pedira a irmã todos aqueles anos – esvaindo-se junto de suas lágrimas.

- Desculpe-me – murmurava o velho – Desculpe, oh, por favor, Ariana, me perdoe!

- Oras, mas pelo quê eu haveria de perdoar você? Não há nada que perdoar – falou inocente, com uma suavidade que ele não merecia e acariciou os cabelos grisalhos de Alvo. – Seu cabelo está branco – disse ela rindo suavemente.

E então a risada dela parou subitamente e ele sentiu o corpo a que se segurava, o corpo ao qual abraçava pesar em seus braços. Afastou seu olhar da irmã e o que viu o horrorizou.

Os olhos abertos, as pequenas e involuntárias lágrimas saindo, a boca entreaberta, os lábios desprovidos da bonita cor rosa que sempre tinha...

- Não... – sussurrou para si mesmo. – Não, não, não, não! – gritou – Ariana olhe para mim, olhe para mim! – e segurou seu rosto sem vida em suas mãos, dando palmadas em seu rosto pálido e lábios arroxeados. Alisou os cabelos dela já sem o brilho que tinha segundos antes. – Não –fechou os olhos sentindo novamente a dor da perda. – Não me deixe novamente... Por favor.

- Você a matou!

Ouvindo aquela – outrora – conhecida voz, Alvo olhou por cima dos ombros.

Os olhos azuis do homem – tão parecidos com os seus, porém carregados de uma mágoa e desprezo que os dele certamente não tinha – o crucificavam.

- Abeforth – sussurrou piscando.

- Você. A. Matou. – berrou o homem apontando a varinha para ele.

- Eu... Não tive culpa... Não, não fui eu. – ele disse confuso – eu não a matei. Não posso tê-la matado – disse embalando a menina morta em seus braços como se fosse uma criança.

Ariana continuava com os olhos abertos vidrados, sem vida.

- Se você tivesse deixado que ele fosse comigo nada disso teria acontecido. – uma voz desconhecida reverberou em suas mentes, em seus corações.

Naquela claridade que parecia mais assustadora que a própria escuridão da noite.

Dumbledore virou-se para a direita desta vez.

- Se você tivesse deixado que ele viesse comigo – falou mais uma vez um belo jovem de cabelos louro-escuros compridos, até os ombros, olhos âmbar. Este tinha o olhar cravado em Dumbledore e (conforme suas palavras) na figura patética de sua irmã morta em seus braços – este fatídico acidente não teria ocorrido... E nós dois – apontou para Dumbledore e para si – seríamos os dois maiores bruxos que o mundo já ouviu falar.

“Se você estivesse ao meu lado, Alvo, nós poderíamos ter sido grandes... Juntos.”

Alvo franziu o cenho e observou Grindelwald. Um sorriso escapou de seus lábios inconscientemente.

E então o coração de Alvo ficou leve.

Ele olhou uma última vez para Ariana, acariciando seus belos cabelos e soltou-a deixando no chão. Rapidamente uma lufada de ar, uma rápida brisa se fez presente e o corpo da menina virou cinzas desaparecendo com o vento.

O olhar duro de Abeforth sobre si não o abalou e ele olhou entristecido para figura do irmão que sumia aos poucos frente seus olhos.

Olhou para Gellert e seus olhos transmitiam dor. Estranhamente ele não havia desaparecido como os outros dois.

- Poderíamos ter conquistado o mundo – disse o homem louro em tom sonhador. – Poderíamos ter criado o nosso mundo. Mas você desistiu Alvo, você desistiu do poder, desistiu de todas as suas convicções por conta de... – Grindelwald suspirou e olhou para ele ressentido.

- Eu não desisti do poder, Gellert. – disse suavemente Alvo. – Mas sim, eu desisti de minhas convicções.

O cenho do homem se franziu e Dumbledore viu os olhos âmbar de Grindelwald refletindo sua ira e ódio interior por ele.

- Pois elas estavam erradas.

E então o homem louro simplesmente sumiu em uma explosão de cinzas, queimando como uma fênix antes de renascer.

“Poderíamos ter ficados juntos no final de tudo, Alvo...” e aquelas foram as últimas palavras de Gellert para ele.

Novamente a brisa passou por ele e Dumbledore sorriu virando-se.

- Os últimos minutos devem ter lhe parecido muito divertidos não é mesmo, Tom? – perguntou e sentou-se em um dos bancos olhando para um rapaz com aparência de pouco mais de 22 anos vestido em um elegante terno negro. Ele sorria.

- Realmente – disse elegantemente. – Nunca vi nada mais patético em minha vida. Gostou? Fiz aquelas “lembranças” especialmente para você.

- O que quer comigo, Tom? Não pode ter me trazido aqui apenas para mostrar-me... Isso. – disse referindo-se ao de instantes antes. – Não é algo que você faria sem um propósito em mente.

Voldemort gargalhou.

- É verdade, não faz muito o meu gênero não é? – perguntou com malícia.

- O que você quer Tom? – perguntou em timbre sério.

- Você sabe o que quero – disse arrastando suas palavras.

- Não, eu não sei.

- É claro que sabe – o Lorde das Trevas revirou os olhos. – Assim como sabe o que eu quero, sabe que o terei em breve – disse piscando para ele. – Mas, por hora, estou aqui para lhe dar um aviso, como me sinto generoso hoje, darei a você uma pequena vantagem... Não é divertido “jogar” se não há peões aos quais sacrificar – disse de forma divertida. – Tire os membros da Ordem do Ministério até as 18 hs... Após isso...

Sua figura foi desaparecendo e as sombras tomando conta do branco.

“Prepare-se para empilhar seus mortos.”

:::

Harry abriu os olhos sentindo que estava se afogando e sentou se supetão no chão. Lupin estava a seu lado e ajudou ele a seu levantar, Tonks e Sirius estavam com Dumbledore apoiando o velho diretor para que o mesmo se sentasse.

- O que foi isso, professor? – perguntou Harry sem fôlego.

- Você viu tudo, não foi?

- Sim... – hesitou por um momento. Aquela não era a hora de comentar o que havia “visto”. -... Mas o que Voldemort quis dizer com...?

Alvo olhou de forma cansada para Tonks.

- Mande um patrono para todos os membros da Ordem que se encontram no Ministério. – ordenou – temos apenas 10 minutos antes que uma série de Assassinatos comece.

.

- Harry Potter –

.

No momento em que Draco e Galatea puseram os pés para fora do Chalé e aparataram Narcisa sentiu outra presença dentro de seus domínios. A aura mágica era conhecida embora estivesse um pouco modificada.

Parou na varanda do Chalé sentindo como um mau pressentimento atiçava seus sentidos e dizia-lhe que algo ia mal. Fechou os olhos sentindo a brisa em seu rosto e ao abri-los novamente pode ver ao longe vindo junto de uma densa névoa um cavalo negro e uma mulher encapuzada vindo em sua direção.

Parou de respirar por um momento vendo como a mesma parou a sua frente e o cavalo relinchou alto içando-se e ganhando altura quase ficando em pé sobre duas patas.

- Cissy. – a loura de olhos azuis suspirou aliviada por saber de quem se tratava.

- Alle – saudou-a pegando as rédeas do cavalo sangue-puro logo que esta desceu. Estava tão assustada com o pressentimento e a reveladora tarde que tivera que nem ao menos reconhecera sua irmã e seu velho companheiro e cavalgada. – Como vai Perseus? – falou gentilmente ao cavalo, alisando sua crina e começou a se encaminhar para a parte traseira do chalé.

Deu de comer ao cavalo e deixou-o tomando água enquanto ela e a irmã mais nova adentrava a casa sentindo-se aliviadas por estar em um ambiente quente. Estranhamente o tempo lá fora parecia ter se fechado e uma bruma parecia tomar conta de tudo.

- Seus filhos estiveram aqui hoje não é mesmo? – perguntou Alle cruzando as pernas. Usava roupas leves para cavalgada. – E como foi? – perguntou com expectativa.

- Melhor do que eu esperava. – disse – Galatea me aceitou bem, contei-lhe a história... Não em todos os detalhes e tem coisas que ela terá de esperar para saber...

- Fico feliz por você irmã.

- Mas e você... Por que está aqui?

- Por que eu sinto o mesmo que você neste momento. – ela fechou os olhos e deixou os longos cabelos louros caírem por suas costas. Os olhos mel escondidos trás as pálpebras – Alguma coisa muito ruim está para acontecer... – murmurou.

- Você também sentiu?

- Como não sentiria? O cheiro de morte está no ar, Bella está em casa, em júbilo junto a Régulos, Nott e seu marido e eu não sei o porquê! – disse irritada. – Eu não tenho mais a confiança do Lorde das Trevas por algum motivo.

- Talvez seja algo que você tenha feito?

- Eu não sei Cissy, eu não sei.

Mantiveram o silencio. Narcisa observou o rosto sereno da irmã e viu preocupação refletida nele.

- Quer me contar o que a preocupa? – perguntou em não mais que um mover de lábios.

- Hn.

- Allegra – ralhou suavemente – não guarde seus problemas só para você.

A Black revirou os olhos quase enjoada com a doçura nas palavras da irmã. Não era muito boa em demonstrar seus sentimentos quando se tratava de suas irmãs e anteriormente seus pais.

- Paul Granger foi morto por três Comensais de Voldemort. – declarou.

- O que? Granger...? – arregalou os olhos – Este não é o sobrenome da sua...? Mas quem eram?

- Não sei quem foi. Não consegui descobrir ainda quem o assassinou. Helena continua viva, está na Mansão junto de Sirius... Ainda não tive a coragem necessária para contar a Hermione, não tenho certeza se ela levaria bem essa notícia.

- Você tem medo que ela vá atrás de Voldemort e fique cega pela vingança.

- Sim. Mas há algo mais... Algo que ela se recusa a me contar e eu pressinto... Que isso será decisivo futuramente para a vida de todos.

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- Harry Potter –

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Quando voltava para seu salão comunal Hermione sentiu alguém pegá-la pelo pulso colocando-a contra a parede. O hálito de Draco bateu contra seu pescoço de maneira fria e ela olhou em seus olhos sentindo-se acuada.

Estavam negros, nublados por algo que ela não sabia definir bem o que era.

Ele encostou seus lábios ternamente nos dela, pequenos beijos sendo deixados em seu rosto e lábios inferior. Segurou sua cintura com possessão e ela enroscou seus braços no pescoço do rapaz acariciando sua nuca.

Eles apenas ficaram ali aproveitando a presença um do outro namorando livremente sem se importar que alguém os visse.

Hermione sentiu uma estranha sensação de conforto e paz... Ao estar rodeada por aqueles braços.

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Continua no próximo capítulo...