O Sangue Do Olimpo

VI. Piper


A “COMPANHIA” ERA UM BANDO DE ABUTRES BARULHENTOS, que invadiram o Argo II como uma nuvem de gafanhotos, esbarrando em tudo o que tinha pelo caminho.

Eram monstros com rosto e seios de mulheres idosas, mas o bizarro corpo era de um urubu, embora do tamanho de uma avestruz.

Além de quebrar vários objetos a bordo, elas gritavam com suas vozes agudas que os deixavam desorientados.

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Piper tentou gritar uma ordem, mas sua voz mal foi ouvida no meio de tanta algazarra.

Os outros semideuses já estavam puxando suas armas, prontos para matar as velhas. Percy e Frank, este na forma de um urso, chegaram ao convés.

De repente um dos monstros agarra Hazel pelos ombros com suas enormes garras. A menina grita apavorada, tentando se desvencilhar. Piper é a primeira que vê a cena, então mira a cornucópia na velha-urubu. Centenas de salsichas e queijo atingem o monstro, e ela solta Hazel, há quase cinco metros de altura. Frank consegue abraça-la ainda no ar e a salva da queda.

Mais e mais monstros chegavam ao navio. Piper estava desesperada. Até que Festus e Leo se unem para incendiar as velhas. Com o fogo, as que sobreviveram começaram a se afastar.

Então, o navio estava em silencio novamente, embora com metade de seus objetos destruídos.

– Ah não, eu extermino esses abutres! – disse Leo, vindo desesperado da sala de comando.

– O que foi? – pergunta Percy.

– A esfera... – ele fala triste – Elas levaram a esfera de Arquimedes!

As velhas seguiam na direção que levava ao continente. Segundo Annabeth tinha dito anteriormente, estavam próximos a Yithion, uma cidade da costa grega.

– Podemos busca-la? – Piper sugere – Vai ver esta é a missão...

– Faz sentido! – diz Annabeth. – Mas acho arriscado vocês três irem sozinhos atrás delas.

– É, ainda mais no continente... – Jason fala – Já estamos na Grécia, cada vez mais perto do local de nascimento dos deuses... Está cada vez mais arriscado pisar em chão firme.

– Bem, das velhas eu tomo conta... – diz Leo, criando uma pequena chama em seu dedo indicador.

– Eu posso garantir que não tenhamos que pisar na terra... – diz Frank, de volta a forma humana – Pelo menos até boa parte da viagem.

– Isso mesmo... – Piper decide se mostrar útil. – E eu, bem, posso usar o charme para fazê-las devolver a esfera.

– Então, está decidido! – Leo fica em uma pose majestosa e um olhar engraçado. – Capitão Leo Valdez, rainha da beleza Piper McLean e pretor Frank Zhang, partir! Missão!

– Nós ficaremos supervisionando de longe... – diz Annabeth, apontando para a sala de comando. Fora Leo, ela era a única que entendia algo naquela sala.

– Tomem cuidado! – fala Percy.

***

Piper e Leo se seguravam como podiam nas penas de uma águia enorme na qual Frank se transformou. Leo parecia nervoso, se é que ele podia parecer mais nervoso do que já era. Piper sabia que a esfera era tão importante para Leo quanto o Argo II.

Yithion esta ficando mais próxima. Parecia uma cidade portuária, talvez turística. Piper não conhecia muito bem a geografia e os pontos turísticos da Grécia, mas Annabeth saberia falar de cada construção que se tornava visível.

As casas eram lindas. Construídas em pedras quase perfeitamente retangulares. Conforme se aproximavam, Piper via centenas de barcos caros ancorados. Sim, era portuária. E turística. Ela notou vários hotéis luxuosos.

Quando sobrevoavam a cidade, se perguntavam onde estariam os monstros. Foi quando Frank mudou rapidamente de direção e Piper teve que agarrar a camisa de Leo para não cair. E começaram a descer.

Voavam agora a altura e velocidade razoáveis. Então Piper vê três ou quatro velhas-urubus brigando por um pedaço de carne podre em um beco. Frank pousa e volta à forma normal.

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– O que elas são? – Frank pergunta – Fúrias?

– Acho que não... – Piper diz.

– São harpias. – fala Leo. – Pelo menos elas me lembram, embora de uma forma bizarra, aquela harpia, Ella.

– É verdade. – Piper concordam.

– Sim, são harpias... – fala um garoto atrás deles.

Piper se vira e vê o garoto mais atraente que ela já tinha visto. Piper amava Jason, mas isso não a impedia de saber admirar a beleza masculina. O garoto parecia ter uns dezoito anos, era alto e musculoso. Pele bronzeada, cabelo liso e preto, e olhos verdes penetrantes.

Ele pisca o olho direito para ela e diz:

– Sou Teseu! – ele estende a mão para Frank – Adorei o lance de se transformar em uma águia. Filho de Zeus?

– Marte. – diz Frank, hesitando se o cumprimentaria ou não.

– Espera um segundo... – Leo passa a frente de Frank e aperta a mão de Teseu – Você é tipo, O Teseu? O cara do labirinto, que matou o Minotauro pela primeira vez e todo o mais?

– É! Eu fiz a coisa toda, mas faz tempo... – ele olha as unhas, como se seus feitos não significassem nada.

Piper ainda estava admirada, olhava agora a roupa dele. Usava jeans rasgado no joelho e jaqueta de couro por cima de uma camiseta cinza justa que deixava claro que ele tinha um corpo malhado.

– E o que você faz aqui? – Frank quer saber – Na modernidade? Até onde eu sei você não ganhou a imortalidade...

– Claro que não. Eu morri, assim como a maioria dos semideuses, em batalha. Meu eidolon ainda combateu em algumas batalhas e vagou pela Grécia por alguns anos, mas depois retornou ao mundo inferior. Recentemente, no entanto, consegui fugir de Hades, encontrei este hospedeiro e aqui estou eu!

Por um instante os olhos verdes de Teseu ficam dourados. Piper mal pode conter a vontade de gritar, recordando dos eidolons que quase mataram seus amigos.

– Nossa! – exclama Leo – Mas você está do nosso lado não é?

Teseu sorri.

– Você não faz ideia do quanto o submundo é chato! Eu vivia nos campos Elísios, mas lá não havia nada legal para fazer... Aqui em cima, pelo menos posso me divertir... Estou com vocês! – ele acende um cigarro.

– Beleza! Agora precisamos ir – diz Leo – Dezenas de abutres nos esperam em algum lugar dessa cidade. E eles estão com algo que me pertence.

Só então cai a ficha e Piper lembra o que foram ali para fazer.