O Paciente Do Quarto Zero

Asas Negras Para Um Shinigami Ciumento


DEATH NOTE

Modo de Usar:

22 - O Death Note não surte efeito com aqueles com menos de 780 dias de idade;

Saio do hospital antes que Lawliet acorde, não estou me sentindo nada bem. Passar essa noite com ele depois de tudo o que aconteceu entre nós mexeu muito com minha mente, tive vários pesadelos e sensações estranhas, dores de cabeça quando tentava me lembrar de alguma coisa e um aperto em meu peito por saber que logo não terei mais aparência humana.
Estou indo em direção ao galpão com Ryuuki, mas gostaria mesmo de passar um tempo sozinho.

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– Porque não se despediu do garoto, Raito? - Ryuuki é tão chato às vezes.

– Não que seja da sua conta, mas estou sentindo muita dor nas costas.

– Me deixe ver... - Levanto minha camisa até as omoplatas, onde a dor é mais aguda.

– O que é, Ryuuki? - Sinto um beliscão e Ryuuki me mostra algo alongado e negro. Uma pena.

– Suas asas, já estão se formando dentro da sua pele, logo vão sair. - Ótimo, agora além de olhos vermelhos, terei asas.

– Humpf... E isso vai demorar muito?

– Talvez alguns dias, dez no máximo. O problema é que você não se desapegou do mundo humano ainda, elas podem vir defeituosas... e vai doer muito mais, claro.

– Dez dias... dez dias até ele perceber que sou um monstro. - Meu primeiro pensamento é em Lawliet me rejeitando, dizendo que sou uma aberração e fugindo de mim.

– Ah, pare com isso Raito. Vamos embora.

– Não Ryuuki, me deixe aqui, depois eu vou. - Ele me olha com desconfiança.

– Não faça nenhuma bobagem.

Ryuuki's POvs

Chego no galpão pensando na fraqueza de Raito, ele poderia ser um dos maiores Shinigamis, maior até que o Rei, poderia tomar o lugar dele, mas em vez disso, fica correndo atrás daquele humano. Aliás, Remu matou aquele L... Porque ele está vivo?
De repente, escuto as portas abrirem com brutalidade, vôo de encontro com a pessoa incômoda que havia chegado.

– Você… - Sussurrei.
É aquela humana de cabelos loiros e maquiagem exagerada, Misa. Suas vestimentas estão todas sujas, maquiagem borrada e nos seus cabelos tem pedaços de graveto de árvores e folhas de diversas cores.

– Então era verdade. - Ela diz ofegante.

– Sobre o que garota? - Não consigo evitar uma risadinha baixa.

– Sobre o Raito… ELE ESTÁ VIVO! - Patética, a garota se joga na minha direção, desvio a tempo de vê-la cair de cara no chão.

– Não, não está.

– Ele veio pela Misa, não é? - Disse sentando-se e apalpando a testa machucada.
Uma gargalhada enorme é ouvida pelo galpão. O quão tola é essa garota?

– Do que ri, Shinigami? - Ela faz um bico, mas não fica nada bonito com aquele batom todo borrado.

– Não acho que o Raito voltou por você. - Aponto para ela, que ainda continua sentada no chão.

– O que?! Como assim? - Ela começa a se levantar.

– Não acha que ele a teria procurado se tivesse voltado por você? - Sorrio da minha própria maldade.

– Mas… então…? - Ela me olha chorosa.

– Ele voltou por causa de um velho “amigo”. - Faço aspas quando digo amigo.

– “Amigo”? - Ela faz aspas quando diz.

– Sim, aquele detetive. Lembra-se? - Sorrio ainda mais largo quando vejo a reação dela. Raiva.

– O QUE?! - Ela gritou. - Por ele? Por que? - Ela parece indignada.

– Parece que o Raito agora joga no outro time. - Inclino a minha cabeça até a garota e sussurro.
Misa arregala os olhos, vejo algumas lágrimas quererem cair, mas os seus punhos falam mais alto, ela os aperta com muita força.

– Aquele maldito…

– Sabe… eu também não gosto muito daquele garoto. A minha diversão está caindo por causa dele. - Falo debochado.

– Então acho que temos algo em comum Ryuuki. - Ela levanta o seu rosto e me encara.
Eu gargalhei macabramente, parece que a minha diversão começa a voltar. Os humanos são realmente interessantes.

L's POvs

Ah.

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Não consigo pensar em mais nada além do que ouvi hoje mais cedo. Não sei de que maneira posso investigar isso... Shinigami. Essa coisa não existe, certo? Então porque tenho a sensação de que todo esse assunto é familiar pra mim? Tem alguma coisa faltando nessa história, alguma peça na minha cabeça parece que sumiu depois que acordei aqui.
A enfermeira entra trazendo meus remédios. Gostaria muito de um café agora.

– Bom dia Lawliet-chan!! - Desconfio se esse bom humor é real.

– Aki, não me chame assim, me sinto um garoto de 10 anos...

– Como está se sentindo? - Ela me ignora completamente.

– Estou bem, aliás estou bem há muito tempo, quando vou poder sair daqui?

– Você sabe que não é tão simples Lawliet, você não tem documentos, não sabemos quantos anos você tem, se tem família, não podemos simplesmente deixar você sozinho por aí, a lei não nos permite.

... Eu sou a lei...

Uma lembrança me vem à mente e digo em voz alta sem perceber

– O disse, querido?

– Ah, nada... Mas, eu já disse o que me lembro, cresci num orfanato, não tenho família, nasci em 31 de outubro de 1982, do que mais eu preciso pra ir embora, Aki?

– Precisa provar essa coisas, documentos Lawliet. Hoje, talvez você consiga se lembrar de algumas coisas... eu não vim aqui só pra trazer seus remédios.

– O que?

– Você tem uma visita.

Raito's POvs

Depois de bastante tempo caminhando por aí sem ser notado por ninguém, decido voltar ao galpão. É estranho voltar e encontrar o portão principal aberto, Ryuuki sempre deixa fechado... vou devagar até a entrada e vejo aquela menina loira. Porque ryuuki pode falar com ela e eu não?
Escuto o Ryuuki dar as suas gargalhadas por várias vezes, eu não consego ouvir o que eles estão dizendo, mas vejo quando a garota muda totalmente de postura e adquire com um olhar frio e calculista.

– Droga… não escuto nada.
Percebo quando a garota estende sua mão para Ryuuki e ele retribui. Tudo muito estranho. Não era ele que me queria longe dessa garota? Mas o que diabos está acontecendo aqui?
Ela está saindo, me escondo um tano longe do portão para que ela não me veja, e depois de alguns minutos, volto e entro no galpão fingindo não saber de nada

– Ryuuki? Eu escutei vozes…

– Estava pensando alto. - Que desculpa mais esfarrapada.

– Hum… Entendo. - Digo olhando ele subir pela escada e passar por mim. Examino-o pelo canto do olho. O que está escondendo, Ryuuki? - Enfim, você pode me levar até o hospital?

– Vamos.

L's POvs

Cresceu muito desde a última vez que o vi, tem o meu tamanho agora. Sua imagem é tão familiar pra mim quanto a minha própria, ele não precisa se apesentar, meu coração sabe quem é.
Near.

– L. - O garoto parece não acreditar que está olhando pra mim.

– N.

Ele, após um segundo para tomar coragem, dá o primeiro passo em minha direção, estou apoiado na janela e vejo suas mãos tremerem. Quando chega perto o suficiente, toca delicadamente meu rosto, e se surpreende, como se realmente não fosse possível que eu estivesse ali. E me abraça, com urgência e carinho.

– L, todos disseram que você tinha morrido, eu sempre soube que não era verdade e permaneci procurando por todos esses anos. - A postura dele já não era mais emotiva, me abraçou se recompôs e voltou à maneira fria de ser.

– Por quanto tempo me procurou?

Quando ele passou os seus -agora grandes- dedos pelo quando da minha bochecha, senti a minha pele queimar, ele havia crescido, estava mais bonito. Os seus cabelos brancos estavam um pouco mais grandes, seus olhos continuavam fundos e negros. Seus lábios continuam branquinhos e inchados naturalmente.

Por Deus L, no que você está pensando? Não! Eu não posso pensar no Near assim. Ele ainda é o meu pupilo, ainda é o pequeno garotinho que eu escolhi para me suceder.

Raito POv`s

O Ryuuki voava por entre as nuvens, calado e com o olhar fixo pra frente. Eu me pergunto, o que será que ele está planejando?

Eu não estou do seu lado. Sou apenas um espectador.

Essa frase ainda estava na minha mente, eu não posso contar com a ajuda do Ryuuki, se ele realmente estiver falando serio, tenho certeza de que ele pode fazer o que for preciso pra ter a diversão dele.

Enquanto pensava, senti o Ryuuki parar de voar. Nos havíamos chegado no lado de fora do quarto do Lawliet.

– O que está esperando? - perguntou Ryuuki debochando.

Suspirei e peguei impulso para me apoiar na janela, mas uma coisa me deixou parado no lugar. Escutei o Lawliet conversando, aquela segunda voz não era de uma de mulher. Era de um homem.

– O que...? - olhei indignado pra dentro do quarto.

Olhei para o quanto direito do quarto hospitalar, lá estava o Lawliet, lindo e radiante como sempre. Olhei para o canto esquerdo da cama e avistei uma figura albina, sentado na beirada da cama e segurando uma das mãos do L. Mas o que diabos? Quem era esse? Continuei parado e tentei abusar do meu sentido auditivo, Droga, não consigo ouvir. Quem é esse homem? Por que ele está assim com o L? Seriam familiares? Ou... Não, por favor que eu não esteja certo disso. Lawliet é a única pessoa ao qual eu consigo me sentir vivo, não posso perde-lo, nem mesmo para a morte. Eu não vou deixar que esse albino, nem ninguém nesse mundo me separar dele. Nunca.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.