O Outro Lado

Lição 32: Inesperado


Naquele dia, decidimos desmarcar a reunião e deixá-la para o dia seguinte. W disse que tínhamos que descansar nossas cabeças e nossos corpos, porque o próximo movimento perigoso em breve seria feito.

Como eu não tinha absolutamente nada para fazer, decidi ir pesquisar um pouquinho. Peguei um taxi e me esforcei para lembrar o endereço fora da cidade que eu tinha ido com W. Por sorte, logo eu estava no bar acabado.

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O lugar estava muito mais cheio do que da ultima vez, mas eu logo consegui encontrar Cherry, que estava conversando com alguns homens no balcão.

Cherry: Ori, como vai?

Orihime: Bem e você?

Cherry: Bem também. Onde está o W?

Orihime: Não faço ideia, eu vim sozinha. Queria conversar um pouco com você. Não é nenhum problema, não se preocupe.

Cherry: Claro, vai ser um prazer! Vem, vamos conversar lá dentro.

Ela me guiou entre algumas portas, como da ultima vez, mas ao invés de uma sala cheia de equipamentos, estávamos num lugar bem normal com alguns sofás, uma TV, e outras coisas do tipo.

Cherry: Aqui é melhor. Não é que meu bar seja perigoso, mas a essa hora vem algumas pessoas que poderiam agir errado com uma garota bonita como você.

Orihime: Obrigada pela preocupação.

Cherry: Então, sobre o que quer falar?

Orihime: O W... Como ele era... Você sabe, antes.

Cherry: Quando ele surtou?

Orihime: É.

Cherry: Ah, no começo eu achei que ele era apenas mais um maluco viciado em matanças. Sabe, com aquela expressão de prazer que ele tinha quando estava no meio das brigas e da carnificina. Mas um dia ele acabou dormindo aqui, e quando passei o ouvi chorando. Era estranho, eu não sabia o que estava acontecendo, mas mesmo assim fui lá falar com ele. E foi ai que eu soube que o W era uma pessoa boa, e que só estava confuso com sua própria personalidade. E apesar de eu quase não o ver desde que ele desistiu daquela vida, eu fico feliz que ele possa ter encontrado um caminho que o deixa feliz.

Orihime: Obrigada por me contar tudo isso.

Cherry: Eu que agradeço. Sabe, por cuidar dele por mim.

Orihime: Na verdade é meio que o contrario. Muita coisa que aconteceu na minha vida eu devo a ajuda que ele me deu.

Cherry: Mas não se engane, eu vocês dois juntos, você também é muito importante pra ele. Logicamente aquele convencido nunca vai admitir isso.

Orihime: É.

Fiquei o resto da noite conversando com Cherry, e ela mesma me levou para casa depois. No outro dia, fui para a escola, onde tudo parecia normal, exceto por uma coisa: Era impressão minha ou Ichigo estava e observando de uma maneira estranha? Seus olhos tinham uma emoção diferente, e mesmo quando ele me olhava diretamente Milly nem parecia se importar. Espantei esses pensamentos, provavelmente eu estava ficando meio paranóica a essa altura.

Fui para casa, e como estava entediada comecei a organizar meu estoque de armas, até que uma mensagem chegou no meu celular reserva. Nela havia apenas um endereço, que a principio eu não reconheci muito, mas se tratava do parque da cidade. Andei até lá e fiquei esperando, quando alguém me puxou pelo pulso.

Orihime: Idiota, me assustou.

W: Foi mal. Vamos, a reunião já vai começar.

Orihime: Porque marcou aqui?

W: Você pergunta demais.

Seguimos entre as arvores, até uma parte menos movimentada do parque, onde T-suki e Rangiku já estavam nos esperando.

Orihime: Porque mudar o lugar da reunião.

W: O Ichigo vai vir, então seria muito mais perigoso se vissem ele saindo da sua casa.

Orihime: Tem razão. Marco e John tem dado alguma informação?

W: Nada de útil ou interessante. Hoje precisamos descobrir qual é o próximo alvo da Milly. Pra isso, as escutas que o Ichigo tem usado serão bem úteis.

T-suki: Falando nisso, é melhor irmos buscá-lo.

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Rangiku: Não se preocupem nos cuidamos disso.

Eu e W ficamos esperando por alguns minutos, até que...

W: Ruivinha, aquele ali não é...

Olhei para o lado e vi Ichigo se aproximando... O que havia de errado com meu coração? Uma coisa diferente passava por ele, e doía muito.

Seus olhos estavam baixos e ele parecia evitar fazer contato visual comigo... E novamente aquela terrível sensação...

Sabe quando o sexto sentido avisa que alguma coisa de ruim está prestes a acontecer? Mas não fazia sentido, as coisas estavam indo tão bem.

Ichigo passou do meu lado e eu toquei seu braço, tentando dar um sorriso animado que escondesse minha preocupação, mas ele quase que imediatamente soltou minha mão de si mesmo, sua pele fria como gelo.

E de repente, tudo ao redor começou a andar em câmera lenta. Ele enfiando a mão no bolso e destruindo o celular descartável que havíamos dado para contatos emergenciais (apenas com as mãos, e com uma força que eu até agora desconhecia). Meus lábios tentando pronunciar seu nome, antes dele segurar W pelo pescoço e o empurrar em direção a uma arvore. Definitivamente, aquilo nem parecia real, não podia ser, não fazia sentido. Tive um vislumbre do seu olhar pela primeira vez naquele dia, mas preferia não ter visto o que vi. Aqueles dois olhos gentis que sempre me confortaram agora estavam cheios de ódio, magoa e... Algo parecido com desejo por vingança.

Mas por qual motivo, afinal de contas? Foi à pergunta que ecoou na minha cabeça, enquanto eu lutava contra meus membros imóveis e meus olhos cheios de lagrimas para tentar impedir Ichigo de estrangular W.