–- É recente?

–- Acabou de chegar. 67 anos. Causas naturais. Trabalhava aqui. – Molly disse. – Eu o conhecia, ele era legal.

Sherlock fechou o zíper.

–- Certo. Começaremos com o chicote.

Molly saiu, e observou o moreno do lado de fora. Ele golpeava violentamente o corpo sem vida do homem, fazendo caretas, e mordendo os lábios algumas vezes. Depois de mais um menos vinte minutos, ela entrou de volta.

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–- Então, dia ruim, não é? – a mulher riu.

–- Quero saber quais ferimentos surgiram nesses 20 minutos. O álibi de alguém depende dele. Mande-me um SMS.

Molly assentiu.

–- Escute, eu estava pensando ... talvez mais tarde, quando você estiver terminado...

–- Você está usando batom. Você não estava usando batom antes. – Sherlock interrompeu.

–- É, eu... retoquei um pouco.

Sherlock deu de ombros.

–- Desculpe, mas você estava dizendo?

–- Eu queria saber se você gostaria de tomar um café...

–- Preto, duas colheres de açúcar, por favor. Eu estarei lá em cima.

Sherlock saiu do necrotério.

–- Ok. – Molly disse para si mesma.

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Sherlock analisava algo no microscópio, quando foi interrompido por batidas na porta. Sem levantar os olhos, percebeu que dois homens tinham acabado de entrar.

–- Um pouco diferente do meu dia... – o homem loiro, de estatura média comentou.

–- Não faz ideia... – a voz de Mike Stamford responde.

–- Mike, me empreste seu celular? Eu meu está sem sinal.

–- E o telefone daqui? – Mike perguntou.

–- Prefiro mandar SMS.

–- Desculpe, deixei no meu casaco...

–- Aqui, o loiro se manifestou. – Use o meu.

–- Oh... Obrigado.

–- É um velho amigo meu, John Watson. – Mike disse.

Sherlock pegou o celular. Os três ficaram em silêncio por um tempo, até que Sherlock falou:

–- Afeganistão ou Iraque?

–- Perdão?

Mike deu um sorrisinho.

–- O que foi isso, no Afeganistão ou Iraque?

–- Afeganistão. Desculpe, como você...

–- Ah, Molly! Café. Obrigado. – Sherlock interrompeu. – O que aconteceu com o batom?

–- Não ficou bom em mim... – ela disse, dando de ombros.

–- Sério? Antes estava melhor. Sua boca está muito pequena agora...

–- Ok. – Molly murmurou para si mesma, e saiu do laboratório.

–- Gosta de violino?

–- Desculpe, o quê?

–- Eu toco violino quando eu estou pensando. Às vezes eu não falo durante dias a fio. Incomoda você? Possíveis colegas de quarto devem saber o pior um do outro. – Sherlock sorriu.

–- Você disse a ele sobre mim?

–-Nem uma palavra. – Mike disse, sorrindo.

–- Então, quem disse sobre colegas de quarto?

–- Eu. Disse a Mike esta manhã que sou um cara difícil, pois não achava ninguém. E aqui está ele, com um velho amigo que voltou do Afeganistão. Não foi difícil deduzir. – Sherlock disse, colocando o trench coat preto e o cachecol azul.

–- Como você sabe sobre o Afeganistão? – John perguntou.

–-Gostei de um lugar legal no centro de Londres. Acho que podemos pagá-lo. Nos encontraremos lá, às 19h em ponto. Desculpe, tenho que ir. Acho que deixei meu chicote no necrotério. – o moreno disse, indo em direção à porta.

–- Só isso?

–- Só isso o que?

–- Acabamos de nos conhecer e já visitaremos um apartamento?

–- Algum problema?

John riu, e olhou para Mike.

–- Não sabemos nada um sobre o outro. Não sei onde nos encontraremos. Eu nem sequer sei o seu nome.

–- Eu sei que você é um médico do exército e voltou do Afeganistão por invalidez. Sei que você tem um irmão que está preocupado com você, mas você não vai dar-lhe ajuda, porque você não gosta muito dele, possivelmente porque ele é um alcoólatra, mais provavelmente pelo recém-divórcio. E eu sei que a sua terapeuta pensa que o seu mancar é psicológico, certo? - Sherlock apontou para a perna de John. – Para começar está bom, não acha? – Sherlock disse, saindo. Logo depois, voltou, ponto apenas metade do corpo para dentro. – Meu nome é Sherlock Holmes, e o endereço é Baker Street, 221B. – Sherlock deu uma piscada para John. – Boa tarde!

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John ficou encarando a porta, completamente atônito.

–- É. Ele é sempre assim. – Mike disse, sorrindo.

John continuou olhando para a porta. Aquele homem era incrivelmente familiar, e tinha certeza de que ia gostar de seu novo colega de quarto. Ainda surpreso, decidiu voltar para o hotel onde estava, e arrumar as coisas para mudar-se para Baker Street, 221B.

Do topo do prédio em frente, Dominatrix observava a cena pelo binóculo, com um sorriso no rosto.

Afinal, tudo tinha voltado a ser exatamente como antes. E dessa vez, as coisas dariam certo para William Sherlock Scott Holmes e John Hamish Watson.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.