O Misterioso Diário de Emily

Capítulo 4 - A Sorveteria


"Se precisa ter amigos, você tem que deixá-los em paz e permitir que tenham o direito de existir de acordo com suas personalidades, sejam elas quais forem." - Paul Hoffmann - As Últimas Quatro Coisas

Exatamente ás 9:30 a Alice chegou aqui. Depois nós duas fomos para a sorveteria, conversamos até chegar lá e percebi que ela usava aparelho. No dia anterior eu estava mais concentrada nas lojas e nas coisas do shopping do que nela, por isso não tinha percebido isso.

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Quando chegamos lá vi uma menina na porta. Ela era magra, baixinha, tinha cabelo preto e curto, ela era branca e seus olhos eram pretos.

–Olá Poly - Alice falou

–Olá... - Poly falou um pouco envergonhada

–Essa é minha amiga, Beatriz

–Olá - Falei, também um pouco envergonhada

Nós entramos, a sorveteria era pequena, tinham mesas do lado de dentro e de fora, dentro tinham azulejos azuis na parte de baixo e era pintado de laranja nas partes de cima. Depois que entramos, nós sentamos em uma mesa perto de uma janela e Alice começou a cochichar

–Bia, sobre o que você queria falar comigo?

–Vamos no banheiro que eu conto toda a história - Falei cochichando também

Nós se levantamos e fomos até o banheiro, ele era grande e era cheio de azulejos verdes, tinha 5 cabines com o vaso sanitário, no lado direito tinha a pia com 3 torneiras e um espelho bem grande. Depois que entramos, comecei a falar.

–Ontem, depois que eu e a Rebeca voltamos para casa eu fui para o meu quarto e ouvi a conversa da minha mãe com a Rebeca

–E...? - Alice perguntou me apressando

–E, que minha mãe contou o real motivo pela separação dela com o meu pai

Eu e Alice havíamos conversado muito ontem e eu havia falado sobre Recife, sobre minhas amigas e porque eu tinha me mudado para Fortaleza. Ela sabia que meus pais haviam se separado, mas que eu não sabia o motivo.

–E qual foi?

–Ela e meu pai eram casados há 16 anos, mas ela disse que tinha começado a perder a confiança nele 7 anos depois que eu nasci. Ou seja, quando eu tinha 10 anos, ela começou a suspeitar que meu pai estivesse tendo casos com alguma outra mulher.

–Nossa... Que história tensa...

–E ainda não chegou na pior parte

–Qual a pior parte?

–Ano passado, eu percebia que meu pai passava muito tempo fora de casa, minha mãe disse que muitas vezes ele passava a noite toda fora, provavelmente com alguma mulher. Um dia, ela acordou no meio da noite, quase 1:00 e viu ele saindo para algum lugar. Ela se vestiu e foi atrás dele. Ele foi até uma casa e uma menina, que aparentava ter quase 16 anos, saiu da casa e beijou ele, e ela estava grávida!

–O que?! - Alice falou surpresa

–Fala baixo, não quero que mais ninguém escute

–O que ela falou depois?

–Ela falou que no outro dia eles conversaram e ele admitiu que tinha ficado com muitas mulheres desde há 4 anos atrás e por isso eles resolveram se divorciar.

–Meu Deus! Você acha que isso é verdade?

–Acho que sim, nunca imaginei que meu pai fosse capaz disso, mas duvido que minha mãe tenha inventado tudo isso...

–Você vai falar isso com a sua mãe?

–Não posso, se não ela vai achar que foi a Rebeca que me contou e vai ficar com raiva dela... Isso é um segredo, só entre a gente.

Depois da conversa eu e Alice voltamos para a mesa e cada uma escolheu seu sabor de sorvete. Eu escolhi morango, Alice escolheu creme e Poly escolheu sorvete de limão.

–Poly, seu nome é esse mesmo ou é só apelido?

–Só apelido, meu nome mesmo é Poliana...

–Você estuda na mesma sala que a Alice?

–Sim, nós estudamos juntas desde o jardim de infância

Depois dessa conversa terminamos o sorvete e fomos para o meu apartamento, Poly foi junto, minha mãe adorou ela e a Alice.

–Chegamos, mãe! – Falei indo para a sala, onde minha mãe estava

–Chegamos? – Minha mãe perguntou – Quem mais está ai?

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–A Alice e a Poly

–Prazer, eu sou a Alice

–O prazer é todo meu – Minha mãe disse sorrindo

–Prazer... – Poly falou envergonhada

–Prazer, então, você é a famosa Alice que a Bia falou o dia todo antes?

–Mãe! – Falei envergonhada

–S-sou sim... – Alice ficou tão envergonhada quanto eu

Minha mãe riu da nossa cara, levantou-se e foi para a cozinha preparar o almoço e eu, Alice e Poly fomos para o meu quarto.

–Você gosta de ler? – Poly perguntou olhando minhas prateleiras

–Sim, meu irmão comprava um livro para mim todo mês, quando eu morava em Recife

–Você tem um irmão?

–Tenho, o nome dele é Pedro...

Comecei a lembrar dele e fiquei com vontade de chorar, Alice percebeu isso e logo mudou de assunto.

–A Rebeca me falou que você escreve alguns textos e poemas

–Escrevo sim...

–Nos mostra algum?

–Eles estão na escrivaninha, na primeira gaveta, podem olhar.

Alice abriu a gaveta e pegou e leu meus textos e meus poemas juntos com Poly, elas adoraram, depois conversamos até a hora do almoço, depois do almoço Alice e Poly foram para a casa delas.

O resto dos dias até o primeiro dia de aula passaram depressa. Todos os dias eu recebia e-mails da Ana ou do meu irmão, Pedro, saía com a Rebeca, com a Lua, com a Alice ou com a Poly para o shopping e para conhecer o resto da cidade. Na noite anterior do primeiro dia de aula eu comecei a ler O Morro dos Ventos Uivantes e depois fui dormir.