O Melhor De Mim

A volta da Catherine


É domingo, mas eu não estou nem um pouco animada. Eu tive uma noite péssima, uma insônia horrível tomou conta de mim. Tentava a todo custo pregar os olhos, mas de nada adiantava. Eu só vim pegar no sono às três e meia da manhã. Acordei agora, as oito, com o corpo todo dolorido. Acho que vou ficar doente! Desci as escadas com dificuldade e entrei na cozinha em busca de algum remédio. Encontrei um comprimido pra dor e tomei. Espero que seja só um mal-estar passageiro.

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Passei a manha toda no sofá assistindo desenhos. Só lembrei da Cat, ela ama desenhos. Lembrei também que não poderia ir busca-la no aeroporto, porque nas condições em que me encontro, não consigo me arrastar nem até o jardim. Não senti fome, por isso não comi nada, o que me deixou ainda mais fraca.

(...)

Já era noitinha quando eu tomei um banho e deitei na minha cama, em busca de descanso. A dor de cabeça já tinha passado mais, mas a dor no corpo ainda persistia. Eu estava péssima. Peguei o controle remoto e liguei a TV. Estava passando The Walking Dead, então eu fiquei assistindo. De repente meu celular começou a tocar, e eu revirei os olhos ao perceber que ele estava em cima da mesa do computador. Pensei em não atender, mas a curiosidade não deixou. Me levantei pra atender. Era o Nicholas.

- E aí moça. Não vai vim ver sua amiga não? Ela já chegou! – ele dizia empolgado.

- Eu gostaria muito Nick, mas eu não posso. – respondi desanimada.

- Por quê?

- Eu não estou me sentindo bem. Sei lá, acho que estou doente.

- Doente? Desde quando? – silencio – Espera um pouco que eu estou chegando aí.

- Não precisa se preoc... – ele desligou na minha cara.

O Nick não podia me ver nesse estado. Meus cabelos estavam desgrenhados, as olheiras estavam horríveis, e minha cara de doente estava assustando a mim mesma. Eu estava parecendo os personagens da serie que estava assistindo. Dei um jeito no cabelo, mas não troquei o pijama rosa, de moletom. Estava frio, mas eu não tinha certeza se era por causa do clima, ou por conta da febre. Desci e entrei na cozinha. Procurei algo pra comer e encontrei algumas rosquinhas. Minha barriga estava roncando, então fiz um esforço para comê-las. A campainha tocou. Fui atender.

- Pode entrar! – dei passagem para o Nick – Cadê a Catherine?

- Ela ficou. – ele deu de ombros e entrou – O que você tem? – ele me olhava preocupado.

- Nada de mais Nicholas – sentei no sofá e bati no espaço do meu lado, pra ele sentar também – Só uma dor chata no corpo, mas já vai passar.

- Tem certeza? – ele se sentou – Por que não me avisou antes? Sei lá, eu podia te ajudar.

- Eu não queria te preocupar. Até porque eu não estou morrendo. – eu ri.

- Mas não custa nada me deixar informado. – ele sorriu – Você estava fazendo o que? – ele colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.

- Assistindo The Walking Dead – ele fez cara de espanto – O que foi?

- Você gosta dessa serie? – assenti com a cabeça – Eu também!

- Então vamos assistir.

Liguei a TV da sala, e ainda estava passando a serie. Ficamos no sofá assistindo, e o Nick fazia cafuné na minha cabeça. Eu amo cafuné! Estávamos abraçados, e eu me sentia segura ali. Eu dormiria se ele não ficasse conversando comigo. De repente a porta se abre!

- OLHA QUEM CHEGOU! - a Cat nos olhou assustada - LISA? NICK?

POV Catherine

Cheguei do Brasil, uma das viagens mais perfeitas que eu já fiz. Queria muito rever meu irmão e lhe contar todas as novidades. Quando cheguei em casa, até que não me assustei muito com a bagunça. Fui direto pro meu quarto e deixei minhas malas num canto. Quando sai de lá, me deparei com o Nick na porta.

- Nick, que saudade! – pulei no seu colo.

- Ia morar no Brasil, era? Pensei que não ia voltar mais. Estava com saudades. – ele sorria – E as novidades?

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Contei a ele sobre tudo. Sobre as praias, as cidades, as festas. Ele ficava só calado e escutando. Falei também sobre as pessoas que conheci lá, e falei algumas palavras que aprendi em português. Ele me perguntou sobre os meus pais, e eu disse que eles estavam bem, e que mandaram uns presentes pra ele.

- E a Lisa, como ela está?

- Está bem. Vou ligar pra ela vir aqui te ver.

Ele saiu em direção ao quarto, acho que foi pegar o celular. Entrei na cozinha e comecei a comer alguma coisa. Quando voltei pra sala, o Nicholas passa como uma bala.

- Pra onde você vai com tanta pressa? – perguntei assustada, com uma lata de refrigerante na mão.

- Depois eu te conto, preciso ir! – e lá se foi ele.

Eu não ia ficar sozinha. Precisava ver a Lisa. Tomei um banho e vesti uma roupa quente, pois o frio era congelante do lado de fora. Pensei em ligar pra ela, mas eu preferi fazer surpresa. Já era noite, mas eu não estava nem aí pro cansaço. Precisava ver minha amiga que a tanto tempo eu não via. Peguei minha bolsa em cima do sofá e saí.

Eu andava pelas calçadas esfregando meus braços, na tentativa de diminuir o frio que estava sentindo. A rua estava deserta, todos queriam distancia daquele frio. Acho que me desacostumei, pois no Brasil o calor era constante. O sol não parava de brilhar. Tinha gente na praia até de noite. O vento de Londres era forte, e fazia um barulho bem assustador. Andei mais um pouco pude avistar a casa dela. Quando cheguei na casa da Lisa, eu não fiz cerimonia. Abri a porta sem nem bater. Mas eu vi uma cena que não espera. A Lisa e o meu irmão estavam juntos, abraçados, no maior clima de romance. O que significava aquilo? Eu não entendi nada, e eles vão ter que me explicar tudo. Detalhe por detalhe.