Desde que deixe Aurora em casa notei que ela estava meio distante comigo, o que me deixou inseguro. Mesmo sabendo o quanto ela me amava e que nosso laço jamais poderia ser desfeito, não poderia deixar de temer que algo nos separasse ainda mais com a história do desfalque pairando a cima da minha cabeça, como uma espécie de guilhotina prestes a me executar.
–Isso não é normal...Por acaso está sentindo algo, Ethan? - meu pai questionou preocupado assim que saiu da biblioteca com um livro na mão e me viu jogado no sofá, suspirando feito um adolescente entediado.
–Não fisicamente...Pai, acha que pode acontecer de hipoteticamente um lobo ter um “falso imprinting”? - questionei esparramado no sofá da sala e meu pai piscou confuso enquanto me olhava.
– Claro que não. De onde foi que tirou isso, filhote? - meu pai questionou me olhando, como se tivesse acabado de falar a maior loucura que já tinha ouvido.
–Acho que a Cíntia não está mais interessada em mim, pai. - lamentei desesperado enquanto me sentava no sofá e meu pai suspirou antes de se sentar ao meu lado.
–Não existe um “falso imprinting”, filhote, não importa o que aconteça, você e Cíntia estão ligados para o resto de suas vidas. -meu pai disse seguro e olhei em seus olhos castanhos, tentando ver se ele estava falando a verdade.
–Tem certeza, pai?
–Tenho Ethan. Em todos os meus anos de estudo e pesquisa sobre a cultura Quileute, nunca encontrei a menor menção de um “falso imprinting”. Na verdade, os documentos antigos sempre descrevem esse fenômeno como algo raro e singular, poucos tiveram a chance de encontrar o seu parceiro.
–Então, porque ela está tão distante? Achei que depois que ficássemos juntos, seriamos inseparáveis como o senhor e a mamãe ou como o Ben e a Mel, mas parece que há um muro entre nós impedindo que isso aconteça. - disse desesperado para que meu pai me dissesse o que estava acontecendo entre mim e Aurora, afinal ele estava casado com a mesma mulher há anos, além ter sido casado por anos antes de conhecer a minha mãe.
–Somos inseparáveis, porque não há nenhum segredo entre nós. Por experiencia própria, não há nada mais nocivo a um relacionamento do que segredos. - meu pai disse suave e me olhou sugestivo, dizendo de maneira educada que meu relacionamento estava repleto de segredos.
–Tá legal, assumo que tenho culpa por ela está distante, afinal não tive coragem de contar que viro um lobo, mas em minha defesa tentei fazer isso só que o espirito de lobo que vive comigo disse que ainda não estava na hora de contar, e o senhor sempre disse que devemos ouvir a voz do nosso espirito de lobo, por mais que não entendêssemos.- me defendi e meu pai suspirou balançando a cabeça concordando.
– E continuou dizendo. Apenas tente confiar nos seus antepassados, Ethan, e na magia do imprinting.
–Que ótimo. Agora tenho que ficar de braços cruzados, esperando que um espirito de mil anos decida a minha vida amorosa?! Não mesmo...Aí pai, isso doeu. - disse massageando meu braço, depois que meu pai bateu no mesmo com o livro que estava nas mãos.
–Era para doer mesmo, devia ter mais respeito com seus antepassados. Sabia que eles podem amaldiçoa-lo por seu desrespeito, meu jovem? Peça desculpas a eles, agora. - meu pai disse severo e estreitei os olhos.
–O senhor sabe que não tenho mais três anos, para acreditar em historinhas de terror, papai.
–Sei disso, mas quero que peça desculpas aos seus ancestrais, por ser tão desrespeitoso. - papai disse sério e suspirei antes de olhar para o teto, como se pudesse ser ouvido pelos meus antepassados.
– Me desculpem ancestrais, por ser tão desrespeitoso. Satisfeito, papai? - questionei desviando os olhos do teto para vê-lo sorrindo orgulhoso para mim.
–Eu estou, só espero que eles também estejam, Ethan. - meu pai disse suave e bufei sem paciência fazendo meu pai rir.
–Pai, estou com um problema sério aqui e o senhor ficando rindo dos meus sentimentos?! Que espécie de pai é o senhor? - questionei chocado com a sua atitude e ele revirou os olhos para mim.
–Sou da espécie que tenta colocar um pouco de juízo na cabeça do filho paranoico. Ethan, pare de ver problemas onde não tem, achei que a viagem que fez com Cíntia o deixaria feliz e com um sorriso bobo nos lábios, não desse jeito estressado e paranoico. Por acaso, está escondendo algo? - papai questionou sério me sondando com o olhar e sorrir nervoso, me fazendo de desentendido.
–O que? Claro que não. De onde tirou isso? - questionei nervoso e meu pai estreitou os olhos, como se estivesse me analisando através de um microscópio em busca de possíveis mentiras.
–Sei... Sabe, você pode ser a cara da sua mãe e ter o temperamento dela, mas a capacidade de ser um péssimo mentiroso você herdou de mim. O que está acontecendo, Ethan Harry? - ele questionou severo enquanto me olhava nos olhos e fingi que não sabia de nada.
–Não está acontecendo nada, pai. Agora é o senhor que está paranoico, achando que estou escondendo algo. - disse nervoso enquanto meu pai me encarava com aquele olhar, que só os pais sabiam dar, aquele que fazia o filho confessar qualquer segredo.
–Elliot? Aí está você, amor. Esqueceu que combinamos de almoçar com os padrinhos da Ária? Estou louca para ver a Cece e saber as novidades sobre a sua vida em Paris. - minha mãe disse sorrindo eufórica assim que desceu as escadas e caminhou em nossa direção, usando um lindo vestido floral e saltos altos, enquanto seus cabelo abaixo dos ombros ostentava cachos desalinhados.
–Eu não esqueci, amor, só estava tendo uma conversinha com o Ethan. - papai disse sem desviar os olhos de mim, ainda desconfiado de que estava mentindo e mamãe nos olhou por alguns estantes antes de sorrir.
–Elliot, pensei que tivesse tido essa conversa com o Ethan a anos atrás, porque se não teve, não irá adiantar de nada agora que ele é um homem feito. - mamãe disse nos olhando de braços cruzados e nunca vi meu pai corar tanto como agora.
–O que? Não...Quer dizer, sim. Tive essa conversa anos atrás com os meninos e não era sobre esse tipo de conversa da qual estava me referindo, Leah. - meu pai disse ainda corado e mamãe sorriu, antes de se aproximar dele sentando em seguida em seu colo.
–Eu sei querido, mas adoro quando te deixo sem graça...Você fica tão lindo todo corado e constrangido. - mamãe segredou com os braços em volta do pescoço do meu pai, que sorriu da justificativa da minha mãe.
–Você é completamente maluca, mulher. - meu pai disse rindo e mamãe sorriu, antes de acariciar a ponta do seu nariz com o dele.
–E você adora isso em mim, não é verdade doutor Marshall? -mamãe questionou para o meu pai e percebi que aquela era a minha chance de sair da sala, evitando assim o interrogatório do meu pai, afinal a atenção dele estava em outra pessoa agora.
Com cuidado para não chamar a atenção deles, me levantei do sofá e caminhei na ponta dos pés até a mesinha na qual guardávamos a chave dos veículos, puxei a gaveta com extremo cuidado, evitando que a mesma fizesse qualquer tipo de ruído e delatasse a minha fuga, peguei a chave com cuidado e caminhei sem fazer barulho em direção a porta de saída com um sorriso nos lábios, por ter conseguido sair sem ser notado por meu pai.
–Ainda não terminamos a nossa conversa, Ethan. Não se preocupe, porque vamos continuá-la quando menos esperar. - meu pai disse sério assim que abri a porta de entrada e concordei com a cabeça a contra gosto saindo o mais rápido possível em direção a casa da minha irmã, antes que acabasse contado tudo o que estava havendo para o meu pai.
.......................................................................................................................................................

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

–Ethan, pare de andar de um lado para o outro ou vai acabar abrindo um buraco no meio da minha sala. -Ária disse séria sentada no sofá da sala enquanto andava de um lado para outro. - O que foi mesmo que aconteceu?
Havia chegado à casa da minha irmã mais velha em tempo recorde, pois precisava conversar com meus irmãos, só eles poderiam me ajudar com a crise que tinha nas mãos.
Talvez eles pudessem me ajudar a fugir do país com Cíntia, no caso do papai descobrir que deixei darem um desfalque na rede de hospitais...Sabia que fugir não era o certo, mas o doutor Elliot Thompson sabia ser bem mais assustador que a dona Leah quando queria.
Mas ao em vez de encontrar meus dois irmãos mais velhos em casa só Ária estava, já que Benjamin resolveu levar a esposa e os nossos sobrinhos para darem uma volta e tomarem sorvete
–Qual foi a parte do papai está desconfiado que você não entendeu, Ária?!- questionei desesperado parando de andar enquanto olhava para a minha irmã que suspirou.
–O papai sempre foi bom em descobrir as minhas mentiras...Se ele não fosse um excelente médico, daria um bom detetive. -minha irmã disse pensativa e revirei os olhos antes de estalar os dedos na frente do seu rosto, trazendo-a de volta.
–Foco Ária. Se não percebeu, estou passando por uma crise aqui. Primeiro Cíntia, que está me ignorando desde que a pedi em casamento e agora o papai, que está desconfiado de que estou escondendo algo...Deus, na melhor das hipóteses Elliot Thompson fará questão de me entregar a polícia, isso se ele não me matar e sumir com meu corpo.
–Deixa de ser paranoico, Ethan. O fato da Cíntia não ter almoçado com você hoje, depois que passaram a sexta e uma parte do sábado juntos, não quer dizer que ela está te ignorando. Como você é novo nessa história de relacionamento, vou te dar uma dica maninho...É saudável deixar que a pessoa que amamos faça coisas sozinhas ou com outras pessoas, isso se chama liberdade, amar não é prender o ser que amamos, irmão. Porque não é saudável ficar preso a alguém, o certo é escolher ficar com alguém. - Ária explicou paciente enquanto me olhava nos olhos e suspirei resignado me sentando ao seu lado, afinal minha irmã tinha razão.
–Você tem razão, Carol. Estou fazendo tudo errado, mas essa história de desfalque junto com o distanciamento da Cíntia, estão me deixando maluco...E ainda tem o fato de que o papai está desconfiado e você sabe que quando ele fica assim só para quando descobri a verdade, acho melhor começar a fazer o meu testamento...- disse pensativo e minha irmã sorriu ao meu lado, como se não acreditasse no que havia acabado de falar.
–Ethan, volta pra realidade, papai nunca iria te matar e muito menos entregá-lo para a polícia, você é o caçulinha dele. O único dos seus três filhos, que se parece com o grande amor da vida dele, isso já te dá passe livre para qualquer coisa que aprontar.
–Ária, isso vai além de qualquer travessura que já fiz na vida e olha que dessa vez nem aprontei nada, para merecer um castigo ou um sermão de duas horas do papai. Dessa vez, não vou ficar no meu quarto ou ficar sem sobremesa, posso ser preso se não achar o culpado disso tudo, percebi a seriedade do problema no qual estou metido?!- questionei virando para ver a minha irmã que balançou a cabeça concordando.
–Eu sei irmão, só estava tentando deixa-lo menos estressado...Se soubéssemos onde o Oliver está, poderíamos colocá-lo contra a parede e fazê-lo confessar seus crimes. - Ária disse e concordei, mas logo meu telefone começou a tocar.
Confuso tirei o celular do bolso do casaco que estava usando e fiquei surpreso ao ler o nome de quem estava me ligando.
–O que foi? Até parece que está recebendo uma ligação do além...-minha irmã disse brincando e virei a tela do celular para que ela visse quem estava me ligando. - Não acredito que aquele rato está te ligando?! Atende logo, Ethan e coloca no viva voz.
–Acho bom ter ligado para dizer que vai se entregar, Oliver. - disse furioso assim que atendi a sua ligação.
–Dá para você parar de ser arrogante por um segundo e me deixar falar? - Oliver pediu nervoso do outro lado da linha e percebi que havia algo errado.
–É muita cara de pau a sua armar para o meu irmão e ainda querer dar ordens. Acho bom está bem escondido, Oliver Abbot porque se encontra-lo... - Ária começou a ameaçar o nosso primo do outro lado da linha e Oliver a interrompeu.
–Entra na fila Ária, estou cheio de pessoas que querem me ver morto.
–O que andou aprontando Oliver, para que as pessoas o quisessem morto? - questionei desconfiado e meu primo suspirou do outro lado da linha.
–Descobri quem deu o desfalque na rede de hospitais e tenho as provas. Preciso que me encontre no parque Landon perto do vendedor de algodão doce daqui a meia hora, não avisem ninguém. - Oliver disse sério e desligou não esperando pela minha resposta.
–Onde pensa que vai, Ethan? - Ária questionou assim que me viu levantar do sofá e caminhar em direção a porta de saída.
–Vou encontrar o Oliver e descobrir quem armou contra mim. - disse obvio e minha irmã concordou antes de se levantar do sofá.
–Tudo bem, vou com você.
–Claro que não Ária, pode ser perigoso e não vou arriscar a sua segurança.
–Por favor, Ethan, sei me defender muito bem e não vou deixar meu irmãozinho se encontrar com um bandido sozinho. - minha irmã disse séria pegando o seu casaco antes de sairmos da sua casa, não me dando a chance de lhe impedir de me acompanhar.
Chegamos ao parque Landon e caminhamos apressados em direção ao vendedor de algodão doce, logo avistamos alguém sentado em um dos bancos perto do vendedor, usando um sobretudo preto, boné de baseball e óculos escuros enquanto lia um jornal, a perfeita caracterização de um espião de um filme de quinta categoria.
Se algum dia achei que meu primo tive o intelecto para roubar a empresa e colocar a culpa em mim, toda a certeza foi por terra quando o vi vestido dessa forma, usando a sua fantasia do Halloween passado.
–Vieram sozinhos? - Oliver questionou tentando disfarçar a voz assim que nos aproximamos dele, sem desviar os olhos do jornal que estava lendo.
–Oliver, qual é? Você está enganado se acha que é o James Bond, lhe disse a primeira vez quando foi desse jeito a minha festa de Halloween ano passado e direi novamente, essa é uma péssima fantasia de espião. - Ária disse reprovando o nosso primo com o olhar.
–Me desculpe priminha querida, se estava ocupado demais tentando salvar a minha pele e a da família toda, ao em vez de comprar a roupa perfeita para ser um espião.
–Grosso. - minha irmã disse séria cruzando os braços e revirei os olhos, antes de me sentar ao lado do meu primo.
–Vamos ser práticos, Oliver, como descobriu sobre o desfalque e quem quer lhe matar? - questionei sério sem desviar os olhos dos seus e meu primo respirou fundo, antes de olhar para os dois lados voltando sua atenção a mim.
–Primeiro, quero que me prometa que irá me manter em segurança e que me dará os créditos por ter descoberto o roubo.- Oliver disse sério e revirei os olhos indignado com a cara de pau dele, querendo negociar com a minha liberdade e o futuro da empresa da nossa família em jogo.
–É muita cara de pau a sua...Estamos no mesmo barco idiota. Se a empresa cair, todos nós caímos com ela e ainda levamos milhões de funcionários juntos, então pare de barganhar com o futuro de inúmeras pessoas, seu idiota mesquinho. - minha irmã disse furiosa segurando Oliver pela gola do casaco, que virou para me ver pedindo socorro com o olhar.
–Não me olha assim, concordo com a minha irmã e além do mais, ela é faixa preta em jiu jitsu e sabe deixar alguém desacordado por horas. Se fosse você, não deixaria a Carol furiosa. - disse usando meu tom assustador e Oliver desviou seus olhos de mim para ver minha irmã, que fez a sua melhor cara de perigosa.
–Tá legal, vou entregar a prova para vocês, mas pelo menos me ajudem a encontrar um lugar seguro. - ele pediu e concordei antes de pedir que Ária o soltasse, fazendo com que nosso primo caísse no banco do parque com o rosto pálido de susto.
–E então, cadê a prova ou terei que arrancar de você? - Ária questionou severa e Oliver negou com a cabeça antes de tirar algo do bolso da frente do seu casaco, colocando-o no espaço que havia entre mim e ele no banco.
Confuso, olhei para o pequeno cartão de memória pegando-o em minhas mãos, olhando em seguida para o meu primo à espera de respostas.
–É só colocar no seu celular e a verdade aparecerá. - ele disse seguro e concordei, antes de colocar o cartão de memória no meu celular.
–Acho bom não está mentindo para nós, porque se não você vai precisar se esconder de mim e não de quem está atrás de você. - Ária disse com a voz ameaçadora e até eu fiquei com medo dela, mas minha atenção foi desviada quando apareceu na tela do meu celular o ícone de uma única pasta chamada investigação, me fazendo revirar os olhos diante da escolha do nome “original” para o documento antes de abri-la.
Passei meus olhos por todo o conteúdo da pasta, que continha uma ampla investigação sobre todos os contratos da rede de hospitais que haviam sido superfaturados, além de toda a documentação havia também inúmeras fotos mostrando os verdadeiros culpados pelo desfalque.
–Não acredito nisso...Mas é claro...Aquele filho da... - comecei a dizer e minha irmã me censurou com o olhar e me detive, antes de usar uma linguagem imprópria.
–E então, quem armou contra você? -Ária questionou curiosa por respostas e tirei o cartão de memória do meu celular guardando-o no bolso interno do meu casaco, ligando em seguida para Aurora para saber se ela estava bem. -Ethan, não me deixa na curiosidade...Para quem está ligando?
–Para a Cíntia, quero saber se ela está segura em casa. - disse preocupado e novamente o telefone da minha noiva caiu na caixa postal.
–O que a Cíntia tem haver com o desfalque da empresa? - minha irmã questionou confusa, enquanto tentava ligar novamente para ela.
–Porque foi o Douglas com a ajuda da secretária do Ethan, que arramaram contra ele. - Oliver disse e minha irmão me olhou nervosa enquanto mais uma ligação minha caia na caixa postal.
–Deus, se Douglas souber que a Cíntia descobriu sobre o desfalque...- minha irmã disse preocupada e coloquei o celular no bolso aflito.
–Só Deus sabe o que ele irá fazer com ela. - disse desesperado e passei a mão tremula por meu cabelo, tentando me acalmar. - Leve o nosso primo para um lugar seguro, que só você saiba enquanto vou atrás da Aurora.
–Tudo bem. - Ária disse e agradeci lhe entregando as chaves do carro e sai correndo para uma área mais afastada do parque, onde poderia me transformar sem que ninguém me visse e sentir o cheiro de pitanga do meu imprinting.
Assim que estava em segurança, tirei minhas roupas e me transformei em um grande lobo de pelos dourados, em seguida comecei a sentir os cheiros a minha volta me concentrado apenas em um, que o reconheci de imediato me deixando preocupado por ele está tão perto dali.
Sem pensar muito, me transformei em humano novamente vesti minhas roupas rapidamente e corri feito um louco, sendo guiado pelo cheiro singular da minha fêmea que me levou em frente a uma cafeteria, mas antes que pudesse atravessar o sinal para chegar até ela percebi que Aurora não estava sozinha ali.
Ela estava acompanhada por Pedro, seu ex-namorado da adolescência, e os dois estava de mãos dadas em cima da mesa enquanto sorriam de forma cumplice, fazendo meu coração perder uma batida antes de se partir, enquanto lágrimas quentes molhavam a minha face.
Não podia acreditar que Cíntia estava me traindo, no dia seguinte após tê-la pedido em casamento. Não podia se quer cogitar a possibilidade dela me trair, afinal ela era o meu imprinting e isso por si só era muito mais forte do que qualquer sentimento que a mesma pudesse ter tido por seu ex.
Ver que outro homem estava tocando a minha fêmea, me fez rosnar furioso sedento por sangue, mas antes que pudesse atravessar a faixa sem esperar o sinal fechar percebi que não podia exigir nada de Cíntia na atual situação em que me encontrava.
Seria bem melhor para ela ficar com alguém que sempre lhe foi gentil e leal, que faria o melhor para o seu bem estar e que não a envolveria em um escândalo, no qual poderia acabar com a sua credibilidade profissional.
Eu precisava terminar com Aurora...Afastá-la de mim antes que o pior acontecesse.
Sim, essa seria a melhor decisão que poderia tomar naquele momento.
A maior e melhor prova de amor, que poderia dar a mulher que amava.
–Eu te amo Aurora...Espero que seja feliz e não se preocupe, pois irei garantir a sua segurança. - sussurrei com a voz embargada por saber que iria ter que me separar dela novamente, a olhei uma última vez dando as costa para a cafeteria seguindo em direção a casa da minha irmã em busca de colo, enquanto tentava não pensar que terminaria com o grande amor da minha vida amanhã.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!