O Labirinto

Acordo firmado


Naruto ficou em pé, muito alerta, já sacando o par de kunai, pronto para revidar qualquer tipo de ataque. Enfrentar um Alpha não estava em seus planos e só piorava o cenário.

Sasuke, Kiba e Hinata sentiram a tensão no ar. Demorou meio segundo para compreenderem tudo e imitarem a pose do líder, Hinata com mais dificuldade, já que tinha um filhotinho nos braços.

Até as crianças sentiram o impacto pela presença do Alpha, correndo e agrupando-se atrás de Kiba, projetando nele o guardião que os protegeria de serem capturados de novo.

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A tensão dominou os fugitivos.

— Estão a dois dias de distância do portal mais próximo — a voz grave soou calma e um tanto indiferente, sem sinal de agressividade.

Apesar do jeito aparentemente pacífico, Naruto não baixou a guarda. Sabia como aquela casta podia se mostrar rápida e forte, até mesmo piscar era arriscado.

— Em que direção? — ousou perguntar.

O Alpha cruzou os braços, deu a impressão de analisar a situação.

— Posso levá-los até lá — era um morador do labirinto, conhecia cada detalhes daquela floresta, sabia a localização de cada portal, além do padrão com que eles apareciam e desapareciam de lugares pré-determinados — Se aceitarem me pagar por isso.

A oferta fez Sasuke, Kiba e Hinata olharem para Naruto. O líder do grupo pensou depressa, lembrou-se que tinha três punhados de ouro na mochila. Não era muito, o suficiente para manter as provisões e garantir alguns cuidados para os pequeninos, caso não tivessem sido tirados da rota e afastados da civilização.

— Qual o seu preço? Não temos muitos punhados de ouro… — não se comprometeu. Caso precisasse pagar os três, faria sem remorso para garantir a saída segura deles. Se o Alpha quisesse mais ouro, teriam que negociar.

— Preciso de apenas um. Para onde vão?

Naruto não acreditou que custaria tão pouco sair dali. Tornou-se desconfiado, mas não tinha muitas opções. Entre vagar a esmo por sabem os deuses quanto tempo ou arriscar-se a confiar naquele desconhecido, preferiu arriscar-se. Tinha os companheiros, caso se tratasse de um engodo lidariam com isso na ocasião adequada.

— Vamos para o País da Ametista — revelou. O esconderijo do grupo era no distante e inócuo país.

O Alpha meneou a cabeça.

— Não existe um portal para esse país. O mais próximo que conseguirão chegar é através do País da Água. Nesse caso há um portal a dois dias e meio de distância daqui, usando um dos atalhos.

Atalhos. O Alpha falava de atalhos e localização de portais com tanta propriedade… e não emanava nenhuma intenção agressiva…

Resolvendo expor-se ao perigo, Naruto baixou as kunai devagar.

— Pode nos mostrar onde tem água?

— Claro — o desconhecido respondeu sem hesitar.

Naruto apertou os maxilares. Não precisava olhar para o estado das crianças e dos próprios companheiros para tomar uma decisão. Morrer de fome e de sede, perdido naquele labirinto ou aceitar o acordo e acreditar que havia uma chance…

— Meu nome é Uzumaki Naruto, temos um acordo. Agora nos mostre o caminho.

— Me chamo Aburame Shino — a resposta veio tranquila — Venham comigo.

Mal disse isso e deu as costas, olhando brevemente por cima do ombro antes de começar a caminhar devagar para que não o perdessem.

— Vamos — Naruto decidiu.

Ninguém questionou. Desde que começaram as ousadas investidas de resgate, Naruto usava o apurado instinto e os tirava de perigosas enrascadas. Nunca se arrependeram de seguir as escolhas que ele fazia. Guardaram as armas e recolheram os poucos pertences.

— Rápido, molecada — Kiba organizou as crianças, que não perderam tempo em formar uma pequena fila, que Sasuke finalizou, como sempre protegendo o grupo de alguma aparição traiçoeira.

Assim tomaram o caminho que o Alpha indicava. Poucos metros a frente sentiram quando algo de magia os envolveu. Não viram nenhum portal, mas a sensação foi exatamente a mesma de atravessar um, apenas bem mais fraco do que antes.

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— A magia desprendida de cada portal depende da distância a que ele leva — o Alpha foi explicando — Muita magia leva para lugares distantes. Pouca magia locomove em curtos espaços. Vocês devem ter atravessado pelo menos uns cinquenta pequenos portais sem perceber.

A informação impactou o grupo de jovens adultos. Aquele Alpha acabou de contar que ficavam “saltando” distâncias passando por portais sem sequer saber ou sentir?! A surpresa da descoberta foi apenas menor do que o cenário que os recepcionou.

Aquele portal invisível os levou para uma nova e ampla clareira, um campo gramado a perder de vista, com um grande lago cristalino cercado de um pequeno aglomerado de árvores: todas frutíferas, um belo pomar.

— Se souber qual portal usar, pode chegar em lugares assim — Aburame Shino fez um gesto de mãos, indicando que deviam ficar a vontade — Podem ficar por duas horas aqui que não irá atrapalhar. O portal que precisam atravessar só abre ao pôr do sol.

Naruto ficou sem ação por alguns segundos, tempo em que o Alpha foi sentar-se ao pé de uma árvore, desinteressado de qualquer outra coisa. Não podia acreditar que havia alguma cilada naquelas frutas: reconhecia cada uma delas, maçãs, pêssegos, peras, bananeiras!

— Naruto — Kiba falou baixinho. Quando o Beta lhe deu atenção, indicou mais a esquerda deles, com um gesto de cabeça, onde um pequeno gamo espiava curioso. Havia caça por ali.

— É seguro caçar? — perguntou para o Alpha. Tem algum portal que possa nos separar?

Shino balançou a cabeça.

— Aqui é uma Zona Morta. O único portal é esse que usamos. Voltaremos por ele, porque o próximo portal fica a pelo menos dois quilômetros a noroeste.

Isso foi o suficiente. Naruto sinalizou para Kiba ciente de que ele nã passaria do limite, nunca iria tão longe para caçar. O rapaz desapareceu por entre as árvores, indo atrás do animal que fugiu assustado.

— Venham comigo, crianças — Hinata chamou para que fossem até o lago. Podiam recolher água para beber, reencher os cantis! E depois, quem sabe, até tomar um banho para tirar a poeira do corpo.

Naruto e Sasuke alcançaram o pomar, concentrando-se em colher as frutas graúdas, de aparência apetitosa. Uma farta refeição que poderiam fazer depois de dias.

— O que você acha? — Naruto perguntou antes de deixar algumas maçãs caírem na direção de Sasuke, que recolheu todas agilmente.

— Não sei. Se ele mora aqui, faz sentido que conheça os portais.

— Não vimos mais ninguém, agora sei porquê, caralho! — Naruto resmungou — Ficamos passando por portais de um lado pro outro. Estávamos em péssima posição para enfrentar… se for uma armadilha e ele exigir todo nosso ouro, vou deixar levar.

Sasuke entendeu o ponto. Aquele valor monetário era para garantir uma boa viagem, com mantimentos, água… o mínimo para sobrevivência. Se o Alpha não tivesse aparecido e ajudado, talvez nunca saíssem do labirinto. A vida deles por um ou até mesmo três punhados de ouro era uma troca barata.

Pouco tempo depois Kiba regressou com o gamo morto. Foi tratá-lo na margem mais distante do lago, dando espaço para que as crianças brincassem um pouco na água. Depois de dias de tensão e medo, as risadas infantis foram como música para o grupo aventureiro.

Menos de uma hora depois o cheiro de carne assada atraiu todos para sentar-se ao redor da fogueira que Sasuke acendeu. Ver o brilho no olhar dos filhotes e a felicidade com que degustavam a carne quente lembrou aos adultos o motivo de arriscarem a vida para ajudar a salvar prisioneiros. Era tão afável ao coração que fazia qualquer risco valer a pena.

Quando todos estavam de barriga cheia, guardaram o resto da carne, armazenaram frutas e reabasteceram os cantis, prontos para seguir viagem.

Aburame Shino, que se manteve longe até então, aproximou-se do ponto em que sabia estar o portal. Estava na hora de retomar a viagem.