Ao contrário dos dias anteriores, em que o clima ensolarado vinha predominando ao longo da semana, a Vila Oculta da Folha amanhecera com nuvens cinzentas preenchendo todo o céu. Tal mudança climática não era só repentina; também ia contra todas as previsões meteorológicas. Embora não fosse mesmo chover, aquelas nuvens pareciam estar, propositalmente, escondendo o brilho do sol.

Tsunade olhava com desconfiança para o céu matutino quando uma brisa fria lhe soprou a pele da nuca. Na mesma hora, seu semblante se fechou. Detestava sinais de mau presságio.

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— Estão todos aqui, Shizune? — perguntou ainda com os olhos voltados para o céu.

— Sim, Tsunade-sama — a assistente ajeitou-se com a porquinha Tonton nos braços. — Reuni todos conforme pediu.

— Ótimo.

Tsunade virou-se para trás, na direção da Vila da Folha. O grupo de Jounin estava reunido com ela nos portões principais, todos prontos para a partida imediata. Não faltou ninguém, constatou Tsunade por si mesma. Excelente trabalho, Shizune.

— Conforme as instruções que já receberam, a missão de vocês é garantir o resgate de Sasuke Uchiha, que partiu para combater os Yuurei no País do Relâmpago — disse-lhes Tsunade. — Trazê-lo de volta é a prioridade deste grupo; e a menos que isso possa comprometer o sucesso da missão, vocês estão desautorizados a confrontar os Yuurei diretamente.

Tsunade falou e logo olhou na direção de Sakura Haruno. A aluna tinha o mesmo semblante sério e focado de horas atrás.

Chouji Akimichi ergueu a mão para perguntar.

— Sei que é improvável que isso aconteça, mas, hã, e se chegarmos lá e Sasuke ainda estiver lutando contra Iori Kuroshini? Como faremos?

— Vamos tirar o Sasuke-kun de lá — Ino revirou os olhos, impaciente por dizer o óbvio — e assim que conseguirmos, vamos embora.

— Mas é o líder dos Yuurei...

— Não se preocupe, Chouji. — Shikamaru Nara, o capitão daquele time, afivelava as lâminas de Asuma Sarutobi na cintura. — Ino e eu já nos deparamos com ele e sobrevivemos. Sei o que vamos fazer.

— Não se esqueça de que eu também estava com vocês naquele dia, Shikamaru-kun — sinalizou Sai, o vice-capitão do time de resgate, com um sorriso cordial.

Chouji, que tinha outra pergunta, sinalizou com a mão novamente. Desta vez, porém, muito mais acanhado. Não queria soar inconveniente e muito menos indelicado, não com Sakura bem ali.

— E se o mais provável acontecer? — disse baixinho. — Digo, nossa viagem será longa e... — e se o Sasuke não conseguir segurar Iori Kuroshini até chegarmos?, Chouji queria completar a frase, mas não o fez; e não precisou, na verdade. Pelo olhar duro que Sakura lhe dera, todos ali haviam compreendido perfeitamente a mensagem.

Rock Lee socou a palma da outra mão, estampando seu sorriso mais vívido e confiante.

— Nós vamos conseguir! — disse Lee em alta voz. — Quanto ao Sasuke-kun, ele vai vencer! Estamos falando dele, de Sasuke Uchiha, se lembram?

Aquela injeção de entusiasmo pareceu ter afastado a hostilidade de Sakura Haruno ao menos por um momento; e fez com que um breve e singelo sorriso de gratidão florescesse em seu rosto. Lee, porém, havia conseguido muito mais do que somente animá-la; todo o grupo mostrava-se bem mais determinado e confiante de que completariam com êxito aquela missão. Até mesmo o reservado Shino Aburame via-se satisfeito. Esta é a minha vez de resgatar o Sasuke, pensara Shino, escondendo seu antigo remorso debaixo dos óculos escuros. Kiba, agora é você que será deixado para trás.

— Lee tem razão — disse Tenten, que trazia consigo um par de pergaminhos atado às costas e outros seis afivelados em coldres; três rolos para cada lado da cintura. — Só precisamos nos preocupar em trazer o Sasuke de volta em segurança.

Tsunade assentiu.

— Com as Pílulas de Soldado do clã Akimichi que todos receberam, estarão em condições de viajar sem paradas para comer ou dormir — disse a Hokage, olhando de um rosto para outro, especialmente para Sai, que seria responsável por transportar todo o grupo e, certamente, quem mais se desgastaria durante a viagem. — De qualquer forma, a equipe terá o apoio de duas ninjas médicas — virou-se na direção delas. — Sakura Haruno, Ino Yamanaka, eu conto com vocês.

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— Entendido, Tsunade-sama — disse Ino prontamente.

— Sim, mestra.

A voz de Sakura Haruno saiu baixa e seca. Já estava mais do que claro para todos que Sakura, em particular, estava emocionalmente envolvida naquela missão muito mais do que seus companheiros. Para ela, que desejava ter partido junto com Sasuke e fora impedida justamente por ele, resgatá-lo vivo deixava-a bastante ansiosa; não ao ponto de perder o foco, mas ansiosa mesmo assim.

Porém não parava por aí. Sakura havia enfrentado os Yuurei em duas ocasiões diferentes — na tentativa de resgate a Killer Bee e durante a invasão à Folha — e, em ambas, precisou ser salva da morte por alguém. Sendo ela uma integrante original do poderosíssimo Time Sete e uma dos Novos Sannin, ao lado de Naruto Uzumaki e Sasuke Uchiha, Sakura Haruno sentia-se na obrigação de corresponder às expectativas e, paralelamente, envergonhada por não ter sido capaz de derrotar nem mesmo o mais fraco Yuurei por si mesma, necessitando da proteção de Lee, e de Sasuke anteriormente. Sakura, que havia se dedicado por anos para, enfim, tornar-se alguém capaz de lutar ao lado de Naruto e Sasuke — e de defendê-los —, voltara a ver ambos pelas costas. Isso era frustrante.

E, fora toda a frustração, Sakura estava com raiva. Muita raiva.

Tsunade, sabendo exatamente como sua melhor aluna se sentia, ainda preferiu enviá-la naquela missão. O entendimento da Quinta Hokage era bem simples: uma Sakura enfurecida seria muito mais útil em batalha do que enjaulada dentro dos muros da vila, servindo apenas de guarda contra uma possível, porém improvável, nova invasão Yuurei.

Ademais, o time de Shikamaru iria de encontro a Iori Kuroshini e seus lacaios; Shikamaru precisaria levar os melhores ninjas consigo, e Sakura Haruno era, sem sombra de dúvida, um dos pesos pesados mais perigosos que a Vila Oculta da Folha tinha a oferecer. Você já me superou, Sakura, pensava Tsunade, observando o rosto da aprendiz. Você é forte, nunca se esqueça disso.

Em seguida, Tsunade virou o rosto na direção da última integrante daquela equipe, que embora estivesse oficialmente desligada do Corpo Jounin da Vila Oculta da Folha — e, portanto, não devia qualquer submissão, enquanto Kunoichi, às ordens da Hokage para sair em missões; e mantinha somente laços políticos com a administração da Folha —, a atual líder do clã mais nobre da Vila da Folha possuía um vínculo pessoal e todo especial com os membros daquele grupo, e prontamente atendera ao pedido de Tsunade para se juntar à equipe.

Hinata viera com seu típico traje de quando ainda realizava missões: blusa de cor lavanda-luz sem mangas de estilo quimono, um obi escuro em volta de toda a cintura, uma bermuda curta azul-escuro, meias altas que cobriam a maior parte de suas coxas e botas pretas de cano alto. Para Tsunade, ver a líder dos Hyuuga vestida daquela forma foi muito gratificante. Embora o pai tivesse solicitado sua remoção do rol de Jounin, a fim de prepará-la para a sucessão do clã — e indiretamente, para que Hinata despertasse como a Princesa do Byakugan e enfrentasse Kioto Hyuuga —, havia algo nela que jamais mudaria: Hinata Hyuuga sempre seria uma Kunoichi da Vila Oculta da Folha.

— É muito bom tê-la conosco — disse Tsunade com um sorriso satisfeito. — Obrigada por ter vindo, Hinata.

— Por favor, não me agradeça, Tsunade-sama — Hinata encurvou a cabeça numa mesura simples. — A senhora e os outros sempre poderão contar com minha ajuda.

Tsunade acenou de volta com a cabeça, agradecendo mais uma vez. Após isso, deu uma última checada nos membros do time que reunira para aquela missão de resgate. Nove integrantes, avaliou silenciosa. Para que se possa viajar o mais depressa e sorrateiramente possível, o grupo precisa ser pequeno; mas esse número é suficiente para cumprir esta missão?

Shizune, conhecendo o que se passava na cabeça de sua mestra, assentiu-lhe discretamente com a cabeça; e Tsunade soube na hora que não se tratava de um gesto leviano por parte de sua assistente. Se Shizune Kato, uma pessoa muito mais prudente e observadora do que ela própria, aprovava a composição daquela equipe, então Tsunade tinha bons motivos para acreditar que tomara as melhores decisões.

— Deixo as instruções finais com você — ordenou a Hokage a Shikamaru Nara. — Sai, Ino, venham aqui por favor.

Ao passo que o capitão dava as últimas orientações aos demais integrantes da equipe, Tsunade puxou o casal de Jounin para um lugar mais apartado.

— Fiquem de olho tanto no Shikamaru quanto na Sakura — pediu Tsunade, cautelosa. — Creio que vocês dois, mais do que todos os outros, saibam bem o porquê.

Sai e Ino trocaram olhares receosos.

— Sim, Tsunade-sama — disse Ino, que além de ser a melhor amiga de Sakura, fazia parte do Time Dez junto com Shikamaru; e sabia exatamente a que problemas a Quinta Hokage estava se referindo. Por tudo isso e pelas habilidades mentais, Ino Yamanaka era a principal aposta de Tsunade para aquela missão paralela de vigilância; e também de precaução, se caso as coisas saíssem dos trilhos. — Não se preocupe. Eu conheço muito bem aqueles dois.

Para evitar quaisquer suspeitas por parte dos outros, Sai prontamente segurou a mão de Ino com gentileza e sorriu. Para todos os efeitos, não estavam discutindo secretamente com a Hokage sobre manter Shikamaru e Sakura sob vigilância.

— Com o devido respeito, Hokage-sama — Sai puxou a mão da namorada para um beijo. Ainda que mantivesse a compostura, Ino definitivamente estava adorando aquele teatro improvisado —, mas não teria sido melhor que eu liderasse esta campanha ao invés de ser o vice-capitão? — sugeriu. — Estou longe de duvidar das capacidades do Shikamaru-kun, mas conheço uma expressão falsa quando vejo uma.

E sinalizou sutilmente com os olhos na direção de Shikamaru Nara.

Por sua experiência, Tsunade escolheu não olhar para Shikamaru. Em vez disso, a Quinta Hokage arregalou os olhos e sorriu, aderindo ao teatro de Sai e fingindo que recebera uma agradável surpresa do jovem casal.

— Qual é a sua avaliação, Sai? — ainda toda sorridente, Tsunade pôs uma mão no ombro de Sai, e outra, no de Ino.

— Shikamaru-kun está escondendo suas reais intenções — respondeu Sai, coçando a cabeça. — Embora esteja aparentando autocontrole, ele ainda está abalado pela perda recente da Temari-san; e tal envolvimento emocional pode prejudicar todo o grupo, considerando que se trata do nosso líder.

Ino apertou a mão de Sai; e por estar de costas para todos os outros, podia se dar ao luxo de olhar a Hokage bem nos olhos.

— Assim como eu, Shikamaru perdeu o pai bem no meio da guerra — relembrou Ino, estupefata. — Ele teve que assumir o papel de cérebro da Aliança Shinobi no lugar do tio Shikaku e fez isso muito bem! Entendo a preocupação de vocês, mas Shikamaru não é mais um garoto; é um ninja completo e maduro. Não acham que estão exagerando um pouco?

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— Talvez seja apenas uma paranoia, Ino — admitiu Tsunade —, mas quero evitar todos os possíveis problemas que possam ter nesta missão; ela deve ser perfeita. Quero que voltem vivos, todos vocês — e imediatamente virou-se para Sai. — Não sobrevoem o País do Redemoinho. Em hipótese nenhuma.

Ino arregalou os olhos na mesma hora. Sai, porém, assentiu com leveza.

— Entendido.

— Quanto à Sakura — Tsunade olhou outra vez para Ino —, eu confio em sua maturidade, mas ela pode ser mais impulsiva do que Shikamaru, ainda mais agora que a vida do Sasuke está em jogo.

— Eu concordo — disse Sai. — Vi bem de perto o que ela é capaz de fazer. Será difícil segurá-la caso encontremos os Yuurei antes de resgatarmos o Sasuke-kun; ou então, se não o acharmos mais vivo.

Ino olhou para o namorado horrorizada.

— Vire essa boca pra lá! — e voltou-se para a Hokage. — Manterei a Sakura fora de encrenca, Tsunade-sama. As meninas me ajudarão com isso, então fique tranquila — disse Ino com um sorriso otimista.

Tsunade olhou de esguelha para Hinata e Tenten. De repente, sentiu-se imensamente satisfeita por as estar enviando junto de Sakura e Ino naquela missão; as quatro eram muito amigas.

— Obrigada... a vocês dois.

Com tudo pronto para a partida, Shikamaru Nara tomou a frente de seus comandados.

— Sai, comece.

O integrante do Time Sete assentiu com a cabeça e tomou um rolo de pergaminho e pincel nas mãos. O trabalho foi concluído num piscar de olhos.

— Ninpou: Choujuu Giga (Arte Ninja: Imitação da Superbesta).

Nove falcões-peregrinos saltaram para fora do rolo estendido. Os desenhos eram réplicas exatas — exceto por seu tamanho gigante — da ave mais rápida do planeta. Com elas, os ninjas da Folha poderiam completar todo o trajeto em aproximadamente um quinto do tempo necessário, caso a mesma viagem fosse feita por terra, e em um quarto do tempo, se viajassem pelo mar; e isso desconsiderando o tempo que desperdiçariam nos intervalos para descanso e alimentação.

Shikamaru fitou o céu nublado. Ao contrário da Quinta Hokage, era alguém que não cria em presságios. Para ele, as nuvens escuras eram mais que bem-vindas; pois com elas cobrindo todo o céu, não teriam um sol escaldante a lhes castigar durante boa parte do caminho até o País do Relâmpago. Além disso, caso o tempo nublado se estendesse para além das fronteiras do País do Fogo, as nuvens poderiam servir como uma ótima camuflagem natural — e isso não prejudicaria sua visibilidade, afinal de contas, tinham o melhor Byakugan à disposição.

Os ninjas da Folha já estavam prestes a partir quando uma voz urgente, vinda de dentro da vila, começou a chamar por alguns deles, em especial por Tsunade. Sem entender exatamente o que estava acontecendo, a Quinta Hokage virou o rosto e, com a testa enrugada, viu a jovem de pele parda e cabelo branco trançado correr em sua direção, bem à frente de seus dois guarda-costas. Ela é, definitivamente, a princesa mais estranha que eu já conheci, pensou.

— Esperem, por favor! — Tsukino, a princesa do País da Lua, vinha trajada em seu típico quimono azul-ciano, obi laranja cintura e botas pretas de cano alto. Já os dois guarda-costas, o uniforme padrão da Guarda Lunar: um manto branco de gola alta e mangas tão compridas que lhes ocultavam as mãos; e por baixo do manto, uma camisa de malha preta. Na cintura, usavam um obi preto sobre um avental cinzento até a altura das coxas. Por baixo do avental, a parte inferior do manto branco, a qual era composta por tiras na altura dos joelhos. Os guarda-costas também usavam ataduras para revestir as canelas e sandálias pretas abertas nos pés. Nas costas de cada um deles havia um símbolo específico, o qual distinguia cada um dos quatro membros da Guarda Lunar. Tsukishima, o rapaz moreno de cabelo espetado e pele parda, possuía o símbolo da Lua Nova bordado em cor cinzenta sobre o fundo branco de seu manto. Já Tsukamaki, a mulher ruiva com o guarda-chuva vermelho nas mãos, o símbolo da Lua Crescente. — Tsunade-sama, a senhora está enviando reforços para ajudar o Naruto?

A forma como a princesa do País da Lua dissera o nome de Naruto fez Hinata Hyuuga franzir a testa.

— Infelizmente, não — respondeu Tsunade a contragosto.

Tsukino, porém, não se contentou com a resposta e dirigiu um olhar intrigado para os Jounin que Tsunade reunira nos portões da vila; e logo percebeu que faltava alguém naquele grupo.

— Onde está Sasuke Uchiha? — perguntou a princesa, cautelosa.

Tsunade encolheu os ombros e suspirou de forma condescendente. Não poderia omitir algo tão importante de uma alidade, especialmente agora que os conflitos contra os Yuurei tomavam proporções ainda maiores, que, muito em breve, envolveriam todos os Países Aliados; e a durabilidade da União Shinobi seria posta à prova. Sem falar que Tsukino era digna de sua confiança. A princesa, além der amiga de longa data de Naruto Uzumaki, escolhera retardar seu próprio retorno ao País da Lua para que pudesse estar na Vila da Folha quando Naruto retornasse da batalha. Tsukino queria ajudá-lo a libertar-se do selamento imposto por Mira Uzumaki; e apesar de Tsukino ser uma mulher bastante jovem, tinha bastante conhecimento e aptidão na arte do selamento. A própria Tsunade pôde testificar de perto as habilidades da moça.

— Sasuke fez contato com o líder dos Yuurei — disse Tsunade resumidamente, fazendo os olhos verde-esmeralda de Tsukino se esbugalharem. — Estou enviando uma equipe para resgatá-lo.

— Onde ele está, Hokage-sama? — perguntou objetivamente Tsukamaki, a principal guarda-costas de Tsukino.

— No País do Relâmpago.

— Isso significa que... — Tsukino não precisou terminar aquela frase. Tsunade assentiu. — E quanto ao Raikage-sama? Ele já foi informado?

— Aparentemente — adiantou-se Shizune —, a comitiva do Raikage-sama ainda não retornou do Encontro das Nações Ninja. Se nada de ruim tiver acontecido, deverão chegar à Nuvem hoje.

Tsukino olhou apreensiva para o grupo de Jounin da Folha. Dos que ali estavam, somente Shikamaru Nara, o conselheiro da Hokage, e Sai, um dos guarda-costas que Tsunade havia nomeado para si para o Encontro das Nações Ninja, lhe eram familiares; e também Sakura Haruno, que embora Tsukino só a tivesse conhecido em pessoa recentemente, durante sua estadia na Vila Oculta da Folha, já ouvira falar bastante sobre sua beleza. Durante o tempo em que esteve no País da Lua, sob treinamento de Jiraiya, Naruto ainda era um garoto apaixonado pela companheira de equipe.

Quanto aos outros, Tsukino não os conhecia; mas tinha certeza de pelo menos duas coisas: a primeira, que apesar de serem todos ali tão jovens quanto ela, aqueles ninjas da Folha já eram todos veteranos de guerra, que haviam provado seu valor ao serem experimentados no fogo da Quarta Grande Guerra Ninja; e a segunda, que cada membro daquele pequeno e seleto grupo era um amigo precioso de Naruto Uzumaki; e Naruto não poderia perder mais ninguém para os Yuurei.

Tsukino fitou respeitosamente os olhos castanhos da Hokage.

— Tsunade-sama, permita que meus guarda-costas participem desta missão.

— Eu não posso pedir que...

— Por favor, eu insisto — a princesa sinalizou, pedindo para continuar. — Se vão de encontro ao líder dos Yuurei, precisarão de toda ajuda possível; e Tsukamaki-san e Tsukishima-san são dois dos melhores ninjas do País da Lua — fez um gesto, os guarda-costas se aproximaram. — Eu confio minha vida a eles.

Tsunade encolheu os ombros. Ela tem razão. Dois membros da Guarda Lunar serão de grande ajuda, pensou consigo.

— Nós, da Vila Oculta da Folha, agradecemos por sua presteza, Tsukino-sama; e até seus guarda-costas retornarem, dois caçadores ANBU serão responsáveis por garantir sua segurança — prometeu a Quinta Hokage. — Irei escolhê-los pessoalmente.

— Muito obrigada, Tsunade-sama.

Em seguida, Tsunade ergueu sua habitual voz de comando:

— Shikamaru.

— Certo — o capitão do time sinalizou para Sai, e logo outros dois falcões-peregrinos gigantes apareceram. — Vocês dois — dirigiu-se Shikamaru aos ninjas da Lua —, preciso ter uma noção sobre quem são e o que podem fazer. Digam seus nomes, patentes e habilidades.

O rapaz de cabelo preto espetado foi o primeiro a se apresentar.

— Eu me chamo Tsukishima, o Guardião da Lua Nova — pôs a mão aberta no peito e um sorriso orgulhoso no rosto. — Sou um Jounin com aptidões para o Doton (Estilo Terra) e o Bakuton (Estilo Explosão). Minha especialidade é combate da média para a curta distância.

Shikamaru assentiu com a cabeça e imediatamente virou-se para a mulher ruiva com o guarda-chuva vermelho.

— Tsukamaki — apresentou-se a Guardiã da Lua Crescente. — Jounin. Perita em Kenjutsu (Técnica da Espada) e no arremesso de senbon. Possuo a Kekkei Genkai do Shakuton (Estilo Calor) e posso usá-la para qualquer alcance.

Shikamaru agradeceu pelas informações acenando com a cabeça.

— Chouji, dê algumas pílulas para eles.

Chouji prontamente atendeu o pedido e deu para cada um dos ninjas do País da Lua um frasco contendo Pílulas de Soldado que trouxera consigo de reserva. Enquanto Tsukishima já havia guardado o seu frasco no estojo de ferramentas, Tsukamaki ainda olhava receosa para o pequeno recipiente de vidro que tinha nas mãos.

— Não se preocupe. Elas são muito diferentes das Três Pílulas Coloridas do meu clã — disse Chouji gentilmente. — Essas Pílulas de Soldado são mais parecidas com as convencionais; inibem a sensação de cansaço do corpo e podem substituir refeições inteiras; e o melhor de tudo, sem efeitos colaterais.

Tsukamaki levou a mão com o frasco até a bolsa de ferramentas.

— Obrigada.

— Viu só, Tsukamaki-senpai? Não precisa ficar assustada. — sorrindo, Tsukishima deu tapinhas no ombro da Guardiã da Lua Crescente; e Tsukamaki retribuiu o sorriso do rapaz com seu olhar mais feroz. Tsukino, de longe, abafou uma risada.

Tsunade pigarreou.

— Creio que isso é tudo — disse a todos indistintamente, e então se dirigiu aos membros do esquadrão. — Façam uma boa viagem, tragam Sasuke Uchiha para casa e o mais importante: voltem todos vivos!

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— Por favor, tenham cuidado — despediu-se Shizune.

— Tsukamaki-san, Tsukishima-san, eu conto com vocês — disse Tsukino com um sorriso animado. — Deem o seu melhor!

Após a autorização de Shikamaru Nara, Sai executou um comando, fazendo todos os falcões-peregrinos levantarem voo em direção às nuvens. Em poucos segundos, a Vila Oculta da Folha já era miniatura abaixo de seus pés; e continuava diminuindo, diminuindo, até, finalmente, desaparecer.

— Tsukamaki e Tsukishima, vocês ajudarão a escoltar Sakura Haruno — a voz de Shikamaru falava a todos através do rádio auricular. — Posicionem-se à esquerda e à direta dela, exatamente nessa ordem. Quanto aos demais, suas posições não mudaram. Manteremos a mesma formação de seta.

Tsukishima fez sinal para Shikamaru.

— Capitão, eu sou canhoto. Seria melhor se eu viajasse no flanco esquerdo — sugeriu o rapaz.

Shikamaru fez que não.

— Pelo que me contou, você é mais efetivo na média para a curta distância, enquanto Tsukamaki pode atacar também de longe usando o Estilo Calor; e já que nosso destino se encontra a noroeste de nós, o flanco esquerdo da formação, inevitavelmente, será o primeiro a fazer contato com o inimigo — explicou Shikamaru. — Por isso pus quase todos os combatentes de longo alcance protegendo a nossa esquerda.

Tsukishima olhou mais atentamente. Além de Tsukamaki, o vice-capitão Sai e Tenten voariam pelo flanco esquerdo. Shino Aburame, que também dispunha de ataques de longo alcance, viajaria solitário à frente de toda a formação, não apenas para deslocar-se rapidamente para a direita ou esquerda — a depender da necessidade —, como também para fazer o primeiro reconhecimento, usando seus insetos. Simultaneamente, Shino usaria o Mushi Jamingu no Jutsu (Técnica da Interferência de Insetos) para ocultar o chakra de todo o grupo contra eventuais habilidades sensoriais dos Yuurei.

Já as duas ninjas médicas, Sakura Haruno e Ino Yamanaka, estariam mais seguras voando bem no meio da formação — de onde também poderiam se deslocar com maior facilidade para atender qualquer companheiro se necessário. Ino viajaria mais à frente, escoltada por Sai e por Shikamaru na segunda fileira; e com ambos perto de si, poderia repassar novas instruções para os demais membros do esquadrão usando o Shindenshin no Jutsu (Técnica da Transmissão Mental), caso o rádio auricular se tornasse inoperante.

Na terceira fileira, Sakura voariam flanqueada por Tsukamaki e Tsukishima; e atrás, na quarta e penúltima fileira, Tenten, Chouji Akimichi e Rock Lee. Enquanto Tenten seria uma das responsáveis por defender o flanco esquerdo da formação, Chouji e Lee, dois especialistas em Taijutsu — porém com respostas rápidas e ataques que não estavam restritos à curta distância —, ajudariam na defesa no momento da retirada.

Por último, viajando na posição mais difícil — a retaguarda —, estaria Hinata Hyuuga, que com seu Byakugan seria responsável não só por localizar Sasuke Uchiha, como também monitorar constantemente os demais membros da formação, procurar eventuais buracos na defesa do grupo, além de antever quaisquer ataques dos Yuurei.

Tsukishima pudera testemunhar um pouco da genialidade de Shikamaru durante o Encontro das Nações Ninja. O décimo sexto líder do clã Nara era um homem simplesmente brilhante.

— Tem toda a razão — o rapaz tinhas as bochechas coradas de vergonha. — Desculpe-me, senhor.

Shikamaru deu de ombros e sinalizou para Shino Aburame, que através de um selo manual conjurou um enxame de insetos Kikaichuu e fê-los circular pelos demais membros da equipe. Os Kikaichuu, antes de desaparecerem em pleno ar, borrifaram sobre todos uma substância aerossol, incolor e inodora cuja propriedade especial ocultava por completo os sinais de chakra. Shino usara a mesma técnica durante a missão de resgate à Karin Uzumaki, que fora raptada pelos Oukami; e até mesmo Naruto Uzumaki, um Jinchuuriki que carregava nove Bestas de Caudas consigo, tornou-se absolutamente indetectável para um ninja sensorial, mesmo estando a uma distância inferior a dois metros.

— Excelente — disse Shikamaru. Com isso, os Yuurei só terão uma forma de perceber nossa aproximação. É um saco, mas não há nada que possamos fazer para evitá-la, olhou para trás, em direção à Hinata. Felizmente, temos olhos bem melhores que os de Kioto Hyuuga do nosso lado. — É com você.

— Sim — Hinata junto as duas mãos em um selo.

— Espere, Shikamaru-kun! — protestou Rock Lee, preocupado com Hinata. Embora já ciente de sua total recuperação, Lee, enquanto instrutor pessoal de Taijutsu Gouken da líder dos Hyuuga, acompanhara-a bem de perto; e temia que Hinata exagerasse no consumo de chakra e não respeitasse os próprios limites. Sem falar que ainda sabiam muito pouco sobre o que acontecera aos olhos de Hinata Hyuuga. — Ainda estamos no País do Fogo. Como será uma viagem longa, nós poderíamos usar o Byakugan da Hinata-san somente quando estivéssemos nos aproximando do País do Relâmpago, não?

Shikamaru não se viu na obrigação de responder. Ao invés disso, dirigiu à Hinata um olhar questionador.

— Obrigada, Lee-kun, mas não se preocupe — disse Hinata, sorrindo. — Eu ficarei bem.

— Mas Hinata-san...

A expressão de Hinata era calma e confiante.

— Ainda estou conhecendo todo o potencial dos meus olhos; e penso que essa é uma oportunidade perfeita para testá-los de forma mais apropriada — acrescentou; e após Lee dar-se por convencido, Hinata ativou o Doujutsu que herdara de seu ancestral, Hamura Ootsutsuki. — Byakugan!

— E então, Hinata? — perguntou Sakura, meio intrigada.

— Estou vendo a fronteira — disse Hinata em tom resoluto. Suas breves palavras arrancaram as mais variadas reações de espanto. — Vamos indo, pessoal.

— Vocês ouviram — Shikamaru reassumiu sua posição bem atrás de Shino Aburame. — Em frente.

Enquanto o grupo cruzava os céus do País do Fogo, Shikamaru Nara refletia no que acontecera ainda há pouco. São mais de cem quilômetros da vila até a fronteira com o País das Fontes Termais; de longe, o maior alcance que qualquer Byakugan já demonstrou possuir; e não parece que esse seja o limite dela, olhou involuntariamente para trás. Hinata Hyuuga tinha a expressão firme e bastante concentrada. Eu pesquisei a respeito... Princesa do Byakugan, a herdeira dos olhos e do chakra do próprio Hamura Ootsutsuki. Então este é o seu novo poder, Hinata?

Solitária em sua posição, Hinata Hyuuga estava comprometida com sua tarefa. Seus olhos escrutinavam a formação, mas Shikamaru a desenhara de forma impecável; não havia qualquer brecha. Quanto a seus companheiros, todos estavam bem; apenas Sai consumia mais chakra do que os outros, mas isso já era esperado; e além das Pílulas de Soldado que possuía, Sakura e Ino estavam próximas a ele para ajudá-lo a se recompor. Com tudo andando nos conformes, Hinata, gradativamente, estendia o alcance do próprio campo de visão. Por enquanto, não enxergava qualquer sinal dos Yuurei.

Exceto um a leste, numa pequena ilha no meio do Mar Chigiri.

A Batalha dos Dois Uzumaki já estava em andamento; e Hinata, capaz de enxergar o menor dos detalhes, pôs as mãos no peito em uma prece. A princípio, percebera algo incomum no semblante de Naruto, o que acabou deixando Hinata mais preocupada do que já se encontrava.

Mas seja lá o que tivesse sido aquele vislumbre estranho, desaparecera por completo do rosto de Naruto Uzumaki. No lugar, Hinata via uma determinação feroz e olhos inabaláveis. Naquele exato momento, Naruto estava frente a frente com um chakra monstruoso, que serpenteava ao seu redor qual um enxame de correntes enfurecidas.

E Naruto estava sorrindo.

Mesmo ali, naquela circunstância tão desfavorável, Naruto Uzumaki conseguia inspirá-la; e conquanto Hinata tivesse plena convicção de que o namorado era incapaz de sentir sua presença, era como se Naruto soubesse perfeitamente que ela estava ali, a observá-lo de longe — como fizera durante tantos anos. Por meio de sua postura, Naruto a tranquilizava, e Hinata sentiu o próprio coração mais aquecido. Naruto-kun, sorriu discretamente, vença.

***

Mal Naruto terminara de lançar as bombas de fumaça, pressentiu as correntes adamantinas vindo em sua direção. Eram muitas, mais do que seus olhos eram capazes de contar.

Naruto desviou da primeira onda de correntes com uma pirueta para trás, e quando ainda estava de ponta-cabeça, fez sair das mangas da camisa duas kunai. Rapidamente infundiu-lhes com Energia Natural, criando, assim, lâminas de chakra como as de duas espadas. Com elas, Naruto pôde defletir melhor os ataques das correntes adamantinas de Mira, agitando os braços com maestria em um ritmo superacelerado.

— Cuidado! — gritou Shima.

Naruto girou o corpo no ar, evitando ser atingido na cabeça; e assim que o fez, Mira o pressionou, enviando todas as correntes de uma só vez. Naruto, porém, usou as espadas para conseguir apoio no chão e, concentrando a quantidade perfeita de chakra nas solas dos pés, saltou por entre as correntes adamantinas, fugindo daquela armadilha; e de outra, e de outra também.

— Garoto, atrás de você!

— Já sei, Vovó.

Antes que fosse encurralado, Naruto girou o quadril para ficar de frente para o próximo ataque e, usando a Energia Natural de seu Modo Sennin, chutou o ar, distorcendo-o para repelir o ataque de correntes. A retaguarda, pressentiu na mesma hora; mas Fukasaku sequenciou selos e expeliu uma onda de vento que afastou outras correntes adamantinas.

Porém tão logo Naruto se defendia de um ataque, mais e mais correntes já se reuniam contra ele. Mira está concentrando mais chakra do Gyuuki agora, sentiu Naruto enquanto se defendia com as lâminas de chakra. As correntes estão ficando mais rápidas do que antes...

Um dos grilhões dourados de Mira Uzumaki passou tinindo sobre sua cabeça. Mesmo antevendo aquele ataque com o Modo Sennin, seu corpo demorou a esquivar-se. E eu estou ficando mais lento, terminou Naruto.

Enquanto isso, Mira Uzumaki assistia a tudo do topo de uma árvore. A Yuurei se punha a uma distância na qual sentia-se plenamente confortável. Se conseguisse manter Naruto — tradicionalmente, um lutador de curta distância — e os sapos debaixo de suas correntes até esgotá-los, então seria só uma questão de tempo até que o Modo Sennin do sobrinho terminasse. Depois disso, capturá-lo seria uma tarefa bastante simples.

— Ah, Naruto...

Mira, porém, não poderia negar que Naruto lutava com bravura indomável, digna de poucos. O sobrinho agarrava-se com unhas e dentes ao único fio de esperança que tinha de derrotá-la. Mesmo em uma situação tão adversa como aquela, Naruto Uzumaki conseguia se defender de todos os ataques ao mesmo tempo em que insistia numa forma de encurtar a distância para contra-atacar.

Ciente desse plano, Mira duplicou o número de correntes adamantinas.

— Doton: Kage Bunshin no Jutsu (Estilo Terra: Técnica do clone da sombra).

O clone brotou ao pé da árvore e, ao comando de Mira, mergulhou novamente debaixo da terra para sair às costas de Naruto, engaiolando-o em um verdadeiro inferno de correntes de chakra.

— O alcance dessas coisas é enorme! — Naruto se viu forçado a recuar. Com seu chakra para Senjutsu perto do fim, tentar um ataque direto contra Mira seria loucura; sem falar que estava lidando com todas as correntes sozinho desta vez; pois, para que não saísse do Modo Sennin bem no meio da luta, pedira a Fukasaku e Shima que acumulassem Energia Natural em seus ombros. Eu posso lidar com isso até o Vovô e a Vovó estarem prontos, bloqueou uma sequência de ataques com as lâminas de chakra e com chutes ao mesmo tempo.

Então viu outra Mira Uzumaki emergir do chão pela retaguarda e atacar com o mesmo número bizarro de correntes. Ah, dá um tempo, sua covarde!, praguejou.

Naruto acelerou ainda mais o ritmo das lâminas, bloqueando tantos ataques quanto podia. Ironicamente, a situação havia se invertido. Se antes ele atacara para que as mãos de Mira não tivessem tempo para formar nenhum selo, agora era Mira quem utilizava a tática de sufocamento. Naruto estava fora de seu elemento natural, encurralado na defensiva; e para alguém que priorizava a iniciativa nas lutas a todo o custo, manter-se recuado num jogo de paciência não era tarefa fácil. Um passo em falso e a derrota seria certa.

Mesmo já ciente de que não poderia aproximar-se da Yuurei quando bem entendesse, e muito menos de qualquer modo, Naruto também entendia que não poderia manter-se naquela posição por mais tempo. Mira iria pressioná-lo na longa distância, se possível, até o fim do combate. Não posso continuar desse jeito, pensou Naruto, concentrando chakra para Fuuton e expelindo uma lâmina de vento pela boca, com a qual pôde desviar algumas correntes da Mira-clone. Preciso achar uma brecha, em seguida, disparou projéteis de ar pressurizado ao mesmo tempo em que desviava de outro ataque, e mais outro. Mesmo com sua velocidade cintilante, o Kongou Fuusa no Jutsu (Técnica das Correntes Adamantinas) estava sendo capaz de acompanhá-lo. Tenho que me livrar desse maldito clone primeiro.

Felizmente, o trabalho de Fukasaku e Shima estava funcionando. Aos poucos, Naruto sentia a Energia Natural preenchê-lo, revigorá-lo e amplificar todos os seus atributos físicos. Isso! Bem na hora, Vovô e Vovó, sorriu. Mais rápido do que antes, Naruto conseguiu as frações de segundo necessárias para ganhar vantagem sobre as correntes adamantinas. Defletiu os ataques pela frente, pela retaguarda e, abaixando-se quase no mesmo movimento, soltou as lâminas para um rápido selo nas mãos.

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— Kage Bunshin no Jutsu!

Seis clones de Naruto saltaram através da fumaça. Dois indo em direção ao clone de Mira Uzumaki, atrás; outros dois seriam responsáveis por abrir caminho, afastando todas as correntes adamantinas que fossem lançadas pela Mira Uzumaki original, à dianteira.

— Vocês dois, comigo! — ordenou Naruto aos clones restantes. — Quero cobertura!

Naruto avançou, brandindo as lâminas de chakra. Seus olhos estavam fixos no alvo logo à frente: a Yuurei ruiva no topo da árvore.

— Naruto-chan, você conseguiu naquela hora? — perguntou Fukasaku quase sussurrando.

Naruto viu Mira erguer as mãos para uma sequência de selos.

— Sim — respondeu.

— Ótimo! — Fukasaku juntou as patas abertas. — Então, garanta que ela não descubra até estarmos bem perto.

Na mesma hora, Mira lançou seu ataque.

— Fuuinjutsu: Jiraigen (Técnica de Selamento: Campo Minado).

As armadilhas de selamento brotavam uma após a outra através do solo. Por onde quer que Naruto passassem, as fórmulas de tinta preta eclodiam da grama como gêiseres quase imediatamente. Naruto pôde antecipar-se a todas elas com o Modo Sennin dos Sapos; e mesmo que aparentemente as fórmulas não o pegassem por um triz, a verdade era que nenhuma delas teria realmente chance de capturá-lo — nem aos clones que o acompanhavam.

Mira, porém, sabia que ataques como aquele seriam facilmente ultrapassados pela habilidade de antecipação do Modo Sennin dos Sapos. Embora sejam armadilhas múltiplas de selamento, continua sendo um único jutsu, a vice-líder dos Yuurei juntou as mãos no selo do Cavalo; e enquanto seus dedos trabalhavam na continuação da sequência, mais correntes adamantinas brotavam de seu corpo; e outras mais, das próprias correntes, e de todo lugar por onde Mira já houvesse espalhado o próprio chakra. Somente uma combinação irá pegá-lo.

Naruto já estava na média distância e continuava avançando.

Já entendi como você faz, Mira, pensou ele enquanto seus dois clones se lançavam à frente para cobri-lo e possibilitar o avanço. A mecânica do seu Kongou Fuusa no Jutsu é a mesma do Shikigami no Mai, da Konan. Primeiro, você flui seu chakra para fora do corpo. Com isso, pode fazer essas correntes saírem de onde você quiser; e por ser uma Uzumaki e ter reservas altíssimas de chakra, você consegue criar várias dessas coisas de uma só vez, infundiu o estilo Vento às facas kunai, fazendo o chakra rotacionar através das lâminas como se fossem pequenos tornados em suas mãos. Tal professora, tal aluna.

Naruto desviou de mais outros ataques das correntes, conquistou o pé do cedro-gigante na qual a Yuurei se encontrava e, como um foguete, escalou-o correndo. Quando o topo da árvore já estava praticamente a um palmo de sua cabeça, Naruto reuniu chakra nos pés e, brandindo as lâminas de vento, saltou na direção da folhagem e dos galhos da copa.

Os dois ficaram cara a cara.

Mira, que já tinha uma técnica preparada nas mãos, atacou imediatamente. Os símbolos da fórmula de selamento ganharam vida e deslizaram por seu braço direito como se fossem um laço negro; e envolveram Naruto a partir da cintura.

E, tão logo isso aconteceu, o Fuuinjutsu simplesmente desfez-se sozinho.

— O quê?! — Mira arregalou os olhos.

— Surpresa! — Naruto brandiu ambas as lâminas de vento como se fosse dividir a cintura da Yuurei em duas partes. Mira, então, aumentou a espessura da barreira que mantinha ao redor de si mesma quando, do nada, as duas kunai transformaram-se em outros dois Naruto. Os clones agiram rápida e coordenadamente, cada um imobilizando um dos braços da Yuurei. Já o original, travou-lhe o pescoço e a cintura. — Agora!

— Gyaku Kuchiyose no Jutsu! — após Shima abrir um pergaminho no ar, Fukasaku, enfim, separou as patas dianteiras e um quarto Naruto Uzumaki apareceu de repente às costas de Mira.

— Senpou: Chou Oodama Rasengan! (Arte Sábia: Ultra Grande Esfera Espiral)

No tempo exato, Naruto — e os dois Grandes Sapos Sábios com ele — soltou-se de Mira Uzumaki, que, presa pelos outros dois clones, recebeu todo o impacto do Senpou: Chou Oodama Rasengan nas costas. O jutsu empurrou a Yuurei violentamente contra a árvore, e a árvore contra o chão, afundando a relva esverdeada em uma cratera profunda. Sem perder tempo, olhou para trás; e após certificar-se de que o clone de pedra de Mira havia se estilhaçado sozinho, sem que seus clones à retaguarda lhe tivessem causado qualquer dano, Naruto soube que, desta vez, havia acertado a verdadeira Mira Uzumaki.

— Muito bem pensado, garoto! — elogiou Shima, todo sorriso.

— Não comemore ainda, Mãe — Fukasaku estreitou os olhos. — Mira-chan ainda está muito viva lá embaixo.

Naruto sentira a mesma coisa pouco após conectar o golpe. Conquanto tivesse sido bem-sucedido naquela investida, seu ataque passou longe de ser algo realmente letal para a vice-líder dos Yuurei. Mira está muito acima do nível do Taka, pensou Naruto. Ela é durona.

Antes que Mira Uzumaki emergisse, Naruto fez os três clones rodearem o buraco de onde a Yuurei deveria sair. Enquanto isso, o Naruto original estava atento à frequência de chakra de Mira; e iria rastreá-la caso ela tentasse surpreendê-los, subindo por outro lugar.

— Aí vem ela. Preparem-se — disse aos clones.

Mira saltou para fora exatamente pela cratera, e quando os clones de Naruto a atacaram, ela manobrou por entre eles e escolheu um para usar a mesma técnica que tentara há poucos instantes. A fórmula do selamento se enlaçou na cintura do clone de Naruto Uzumaki e o puxou, já contido dentro das inscrições do Fuuinjutsu, para a mão direita de Mira. Mas não desapareceu como acontecera anteriormente.

— Ah, então é isso — disse Mira.

A Yuurei ainda estava de costas quando lhes falara, de sorte que não parecia haver sofrido qualquer dano. Porém, quando Mira Uzumaki se virou para encará-los, Naruto, Fukasaku e Shima viram brotar da cabeleira ruiva um filete de sangue, o qual desceu por entre os olhos, nariz até, finalmente, tocá-la suavemente nos lábios.

Mira ignorou todos os demais e fitou o verdadeiro Naruto Uzumaki bem nos olhos.

— Está usando um Fuuinjutsu de restrição — limpou a mancha de sangue no rosto. — Por isso minha técnica não funcionou em você naquela hora... — franziu a testa, confusa. — Algo assim não deveria existir no seu repertório.

Imediatamente, Mira virou o olhar desconfiado para Fukasaku e para Shima. Serão os sapos?, perguntou-se.

— Eu esqueci de comentar... tia — ironizou Naruto, juntando as mãos para concentrar chakra. Fukasaku e Shima fizeram o mesmo gesto. — O seu Fuuinjutsu não funciona em mim. Como será que a luta segue a partir de agora?

— Não fique tão convencido — Mira juntou as mãos. — Até agora, tudo o que conseguiu foi arrancar um pouco de sangue.

Os outros dois clones iniciaram o primeiro ataque à Yuurei, que saltava para trás enquanto realizava uma sequência curta de selos: Tigre, Coelho, Dragão.

— Desta vez, não vamos te deixar tomar distância! — gritou um dos clones.

— Fuuton — o ar girou ao redor do corpo de Mira, ganhando a forma de um redemoinho todo feito por microlâminas em forma de pétalas de vento. — Hanachiri Mai no Jutsu (Estilo Vento: Técnica da Dança das Pétalas de Flores).

O redemoinho elevou-se no ar em direção os clones de Naruto, os quais já tinham completado, cada um, os preparativos de suas respectivas técnicas.

— Fuuton: Goufuujin no Jutsu (Estilo Vento: Formação do Vento Magnífico) — a rajada expelida por um dos clones chocou-se contra o Ninjutsu da Yuurei; e as duas técnicas de vento se anularam.

— Fuuton: Rasenshuriken! — com a abertura criada, o segundo clone atacou quase imediatamente, de modo que Mira Uzumaki não teria tempo para escapar, ou mesmo reagir àquela combinação; e mesmo que tivesse, o poder destrutivo de dois Fuuton: Rasenshuriken empilhados um sobre o outro, por meio do Kage Shuriken no Jutsu (Técnica da Shuriken da Sombra), e lançados simultaneamente seria um enorme problema com a qual Mira teria que lidar.

Além disso, o segundo clone deu um sorriso para a vice-líder dos Yuurei antes de explodir em fumaça assim como fizera o primeiro clone.

— Senpou: Goemon! (Arte Sábia: Banho de Óleo Fervente) — a técnica combinada veio logo em sequência. Fukasaku cuspiu um imenso volume de óleo de sapo, Naruto soprou uma lufada de ar pressurizado e Shima, chamas amarelas. Os três disparos simultâneos deram vida a uma onda gigante de óleo que queimava a milhares de graus Celsius. Todo o espaço entre Naruto e Mira foi logo preenchido pela onda de óleo fervente, que consumia tudo pelo caminho.

E quando os dois Rasenshuriken explodiram bem à frente, tudo foi envolvido no mais puro caos. A onda misturou-se ao megaturbilhão de vento, lançando óleo fervente para todas as direções. A campina na qual Naruto e Mira duelavam deixou seu frescor convidativo para tornar-se um espetáculo de horror enegrecido. Árvores inteiras ardiam em chamas com seus troncos despedaçados pelo calor, e a vegetação rasteira tornou-se um tapete escuro e quebradiço.

Naruto, que se protegera dentro de uma estátua de sapo que invocara, saltou para fora e olhou todo o rastro de destruição à sua volta. Conquanto a maior parte do óleo já tivesse escoado pelo declive, o cheiro de fumaça e vegetação queimada permanecia. Era repulsivo e impregnava-lhe as narinas.

Por algum motivo alheio àquela luta, Naruto sentiu-se no dever de olhar para trás; e encontro ao longe as ruínas da antiga Vila Oculta do Redemoinho, o lar de Mira e também o de Kushina. As pedras envelhecidas e abandonadas pareciam observá-lo de longe. Para elas, Naruto era nada menos que um forasteiro — em nada diferente dos muitos invasores que um dia vieram àquela terra para profaná-la e trazer desgraça e morte para o clã Uzumaki. Mesmo consciente de que as circunstâncias que o trouxeram até o País do Redemoinho fossem completamente outras, Naruto não pôde evitar a sensação de desgosto. Ainda era um Uzumaki, possuía uma ligação com o país de sua mãe e de seu clã; e depois de ter encontrado o Templo Armazenador de Máscaras na Vila da Chuva, esse sentimento em relação ao País do Redemoinho tornou-se ainda mais forte dentro dele. Naruto Uzumaki era um ninja da Folha e do Redemoinho. Nem só uma coisa nem só a outra, mas as duas. Ambas as naturezas coexistiam dentro dele.

Me desculpem, disse Naruto de forma quase inaudível para as ruínas ao longe. Mas eu não posso perder aqui.

E virou-se para frente.

As muitas camadas de uma barreira em forma de casulo, feito do que parecia ser fitas brancas de ataduras, abriram-se uma após a outra para revelar Mira Uzumaki. A vice-líder dos Yuurei tinha os olhos vidrados e o rosto tenso e trêmulo; e seu corpo parecia estar congelado diante do vasto cenário de destruição.

Apesar da aparentemente fragilidade da Yuurei, Naruto aceitou o conselho de Fukasaku e Shima e não atacou. Afinal de contas, Mira Uzumaki já não estava mais sozinha.

— Quem é aquela mulher? — perguntou Fukasaku, suspeitoso. — Outra Yuurei?

Naruto estreitou os olhos, analisando cautelosamente a mulher alta de rosto mascarado e túnica branco-amarelada que aparecera ao lado de Mira. Foi ela quem fez a barreira e defendeu todos os meus ataques, deduziu Naruto, percebendo os braços da mulher mascarada completamente envoltos por ataduras. Seja lá quem for essa pessoa, tem um chakra surreal, pressentiu. Não é humano.

Naruto engoliu em seco. Não gostava nada daquilo; e ao olhar para o lado esquerdo, viu a mesma tensão nos olhos Shima.

— Você já percebeu, não é, garoto? — perguntou a sapa.

Naruto balançou a cabeça afirmativamente.

— O chakra da Mira ficou diferente assim que aquela mulher apareceu.

— Aquilo não é uma mulher — disse Shima, desconfortável.

Fukasaku coaxou surpreso.

— Mãe, o que está dizendo? Conhece aquela coisa?

— Não tenho certeza... — admitiu Shima. — Mas se for o que estou pensando que é, então as coisas vão ficar mais difíceis de agora em diante.

A Donzela Celestial pôs a mão sobre o ombro de Mira Uzumaki.

— Mira-hime, você está bem?

A vice-líder dos Yuurei demorou a responder. Mira ainda observava, em um silêncio sinistro, as cicatrizes que o fogo impusera à paisagem. Como naquele dia, pensou Mira, com as cenas do massacre do clã Uzumaki vívidas em sua memória. Mas se por um lado Mira culpava Naruto por macular sua terra natal, por outro, considerava-se a maior culpada por aquele desastre. Baixei a minha guarda só por um instante e isso aconteceu, queixou-se Mira. Como pude cometer um erro tão infantil? Justamente eu!

Mira, que estava em um lugar elevado, deu um passo à frente; e a Donzela Celestial tratou de acompanhá-la. Os dois Uzumaki trocavam olhares nervosos.

— Mostre-me o seu rosto, Naruto. O verdadeiro — disse Mira imperativamente. — Eu já entendi o seu truque.

Em resposta, Naruto formou um selo na mão direita à altura do rosto. Não há mais motivos para esconder; e além de atrapalhar minha concentração, eu só estaria desperdiçando meu chakra, avaliou ele, desfazendo o Henge no Jutsu.

Após a Técnica de Transformação ser liberada, Mira pôde contemplar o rosto mascarado de Naruto Uzumaki; e ao fazê-lo, imediatamente reconheceu a máscara amarronzada que cobria todo o rosto do sobrinho. Para Mira, rever a primeira de suas criações sendo usada justamente por Naruto foi uma surpresa um tanto quanto nostálgica. Fuuinjutsu: Kekkai Bekkou (Técnica de Selamento: Barreira da Carapaça de Tartaruga), pensou a Yuurei. Ah, sim... Você pôs a máscara na mesma hora em que soltou aquelas bombas de fumaça; mas sua intenção nunca foi de usá-las para preparar um ataque-surpresa; você só queria me enganar, Naruto, deu um meio sorriso. E para conseguir isso, transformou-se em si mesmo... sem máscara.

— Vejo que visitou o Templo Armazenador de Máscaras que Nagato e eu montamos na Vila da Chuva — disse Mira, franzindo a testa. — Como você o descobriu?

— Quem sabe? Vai ver vocês não o esconderam muito bem.

— Ou talvez... — Mira inclinou a cabeça para o lado — alguém o tenha mostrado a você.

Por baixo da máscara de madeira, uma gota de suor frio escorreu pela testa de Naruto Uzumaki. Ela já sabe sobre a Konan?

Mira deu de ombros.

— Os detalhes são irrelevantes — disse a Yuurei. — O ponto é que você, Naruto, cometeu um erro terrível. Se pensa que por vestir essa máscara está imune ao meu Fuuinjutsu, então é mais ingênuo do que eu imaginava.

Mira posicionou as mãos para executar uma sequência de selos que Naruto — e qualquer outro não pertencente à Família Real do clã Uzumaki — jamais reconheceria. A cada nova posição em suas mãos, Mira pronunciava uma palavra em um idioma também desconhecido. Sei, Haku, Shu... as palavras eram entoadas como se fossem partes de uma canção ritualística. Genbu, San, Gyoku... Para cada nova palavra dita, um círculo de energia azul-escura, com o símbolo correspondente à palavra cantada, aparecia no ar. Os anéis luminosos desenhavam-se no ar uns sobre os outros, criando uma espécie de árvore quase toda azulada à frente da Yuurei. Somente o símbolo da palavra Gyoku brilhava em vermelho.

Nan, Hoku, Kouchin — Mira terminou de recitar as palavras e a fórmula do Fuuinjutsu completou-se diante dela. — Venham, Nove Bestas Mascaradas.

Os olhos de Shima se arregalaram.

— Eu sabia... — a sapa estremeceu. — Mas não pode ser... essa garota conseguiu dominar todas as nove?

Naruto trincou os dentes. O chakra da Mira mudou drasticamente, sentiu através do Modo Sennin. Essas coisas viviam seladas dentro dela!

Cinco animais exóticos e quatro criaturas humanoides juntavam-se à vice-líder dos Yuurei. Dois homens idênticos da cabeça aos pés, com mais de dois metros de estatura cada, faziam a guarda da Princesa do Redemoinho. A Donzela Celestial, que fora invocada primeiro, estava um pouco atrás de Mira; e a quarta criatura humanoide — um ser vestido de túnica preta, com a máscara em formato de caveira e uma foice gigante nas mãos — estava mais adiantada, pondo-se à esquerda de Mira Uzumaki. Mais à frente, um enorme pássaro vermelho, uma enorme serpente dourada, uma tartaruga negra gigante, um tigre branco maior do que um cavalo e um monstruoso dragão marinho com escamas azul-celeste.

— O que você verá agora, Naruto, é uma porção das técnicas secretas do clã Uzumaki. Esta chama-se Kumenjuu, a Canção das Nove Bestas Mascaradas — informou Mira, juntando as duas mãos. — Com isso, irei ensiná-lo, na prática, o que é Fuuinjutsu de verdade.