O Grande Palco da Vida - Live

A pouca infância de um artista


Dezoito de Fevereiro, recomeçamos uma nova turnê pelo interior de São Paulo e Minas Gerais, sendo:

18 sexta-feira Ferraz de Vasconcellos

19 sábado Campinas

20 domingo Americana

22 terça-feira Cravinhos

24 quinta-feira Araraquara

25 sexta-feira Poços de caldas

26 sábado Guaxupé

27 domingo Montes Santos

Dia dezoito em Ferraz de Vasconcellos, tivemos na primeira parte do show, a participação especial de uma dupla de garotos, brancos de doze e dez anos de idade, por nome, Raul e Ricardo. Eles cantaram duas músicas, acompanhado apenas por seus dois violões.

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Quando executavam a segunda canção, os músicos de Regis se posicionaram no palco e assim que a dupla de garotos iniciavam a terceira música, eles, com seus instrumentos acompanharam os garotos. Terminando esta canção, os garotos entregaram seus violões a seu pai. Os músicos começaram a tocar “Caminheiro” e então a dupla começou a cantar:

Caminheiro que lá vai indo

Pro rumo da minha terra,

(Regis entrava no palco com microfone sem fio e continuou):

Por favor faça parada.

Na casa branca da serra,

(Os três passaram a cantarem juntos).

Ali mora uma velhinha

Chorando um filho seu

Esta velha é minha mãe

E o seu filho sou eu.

(só Regis) Oooooooi caminheiro leve este recado meu

Por favor, diga pra mãe.

Cuidar bem do que é meu

Cuidar bem do meu cavalo

Que o finado pai me deu

O meu cachorro campeiro

Meu galo índio brigador

Minha velha espingarda

E o violão chorador

(só Ricardo) Oooooooi caminheiro me faça este favor

Se Deus quiser este ano

Eu consigo me formar

Eu tirando meu diploma

Vou trazer ela para cá

Mas se eu for mal nos estudos

Vou deixar tudo e volto pra lá.

(só Raul) Oooooooi caminheiro, não esqueça de avisar

(os três) Oooooooi caminheiro, não esqueça de avisar.

— Obrigado Raul e Ricardo por sua linda apresentação — agradeceu Regis.

Eles se despediram, cedendo lugar para Regis continuar seu show, então, fora do palco, fui me haver com eles.

— Vocês se apresentaram muito bem! — Elogiei-os. — Estão de parabéns!

— Obrigado! — agradeceram os dois, quase juntos.

— Já pensaram em gravar um disco?

— Estamos tentando — disse Raul. — Estamos procurando uma gravadora que queira a gente.

— Dê uma chegada na Dáblio Esse A. Ela é ótima gravadora e gosta muito de gravar crianças.

— Regis é de lá! Não é? — perguntou-me Ricardo.

— Desde o primeiro disco!

— Quantos discos têm Regis? — quis saber Ricardo.

— Está lançando agora o terceiro. Inclusive hoje, ele canta três músicas do terceiro disco.

— Todos de sucesso? — perguntou Raul.

— O segundo foi melhor do que o primeiro!

— E o terceiro melhor do que o segundo! — exclamou Raul.

— É o que esperamos!

— Se Deus quiser um dia seremos iguais a Regis! — insinuou Ricardo.

— Com certeza! Vocês estão muito bem! E chegarão lá! Vá à gravadora e procure falar com João Batista. Diga que foi Regis quem lhes recomendou.

— Você autoriza? — quis saber Ricardo. — Ir em nome de vocês?

— Com certeza! Diga que foi Regis Moura quem mandou vocês lá!

Ao final do show, Regis retornou ao camarim. Então convidei os dois garotos para irem comigo até lá. Enquanto o jovem astro se trocava, prosseguiu nos elogios à dupla de garotos.

— Gostei de ouvir a apresentação de vocês — disse Regis. — Poderíamos até fazer um trio sertanejo!

— Você viu nossa apresentação? — perguntou Ricardo a Regis.

— Só ouvi! Estava me aprontando.

— Como vocês são da Dáblio Esse A, se pudessem nos dar um apoio junto a eles seria bom! — pediu Ricardo.

— Até dia vinte e sete estarei viajando com shows. Acho que dia vinte e oito ou primeiro de Março, será o lançamento oficial de meu novo disco. Depois estarei viajando por dez dias pelo estado do Rio de Janeiro. Quando eu retornar desta viagem, vocês irão até São Paulo e iremos juntos enfrentar a fera do João Batista. Concordam?

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Claro que concordaram. E muito felizes e confiantes. Era também o sonho daqueles dois meninos.

A turnê pelo estado do Rio de Janeiro seria de quatro a treze de Março, então ficou decidido com os dois garotos, para que estivessem em São Paulo em quinze de Março, uma terça-feira, para que juntos fossem à gravadora.

— Willian, a gente poderia tentar descobrir por onde anda o circo de Lúcia e então marcarmos um show no circo dela.

— Você sempre se lembra dela.

Na realidade ele quase não falava sobre Lúcia. Mas não a esquecia.

— Ela ainda é minha amiga — falou convencido. — Não importa que não nos vemos!

— Amiga ou namorada?! — brinquei com ironia.

— Para de bobeira! — reclamou ele bravo.

Mas no fundo, apesar de sua pouca idade, o que ele sentia por ela, era mais do que apenas amizade.

— Não tem nada de mais se for namorada! — Insinuei. — Coraçãozinho de artista também se apaixona!

— Uma namorada que não vejo à quase três anos!? — reclamou ele com tom triste.

— Concordo. Mas temos um problema, O circo de Lúcia não é teatro e então não apresenta shows!

— Em São João tinha apresentação de músicas! Lembra que eu cantei lá?

— Sim! Mas era uma parte especial, com amadores. Não apresentação de shows.

— Eles faziam teatros todos os domingos!

— Sei que eles não apresentam artistas consagrados!

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Dia vinte e quatro, pouco antes do meio dia, viajando pela rodovia dos Bandeirantes, de São Paulo para Araraquara, onde seria o show daquela noite, Regis seguia a meu lado, brincando sozinho com dois soldados de plástico verde, simulando uma luta mortal entre os dois, inclusive fazendo gestos com os soldados se batendo forte e ruídos da luta com a boca. O professor João Alberto se levantou de sua poltrona e fazendo gestos para ele, disse:

— Regis, hora de estudarmos!

— Ah! Agora não! — negou o menino, continuando sua luta.

— Como agora não?! — insistiu o professor. — É a única hora que temos!

— Mais tarde! — insistiu o pequeno, prosseguindo sua batalha imaginária.

— Mais tarde estaremos em Araraquara e você estará cansado ou com compromissos! Não tem outra hora! Tem que ser agora!

— Agora não vou mesmo!

— Regis! — cobrei-o. — O professor não viaja conosco por diversão. Criança tem que estudar!

— Criança tem que estudar! — reclamou o menino. — Criança tem que ensaiar! Criança tem que trabalhar! Criança não pode brincar!...

— Não é bem assim, Regis! — insisti. — Criança tem que estudar... mesmo! E você não será exceção! Mas criança não tem que ensaiar! Artista tem que ensaiar! Criança não deve mesmo trabalhar! Se você quiser ser criança, a gente pode parar agora!

— Duvido que você deixe! — franziu o nariz.

— Duvido que você queira! — agi com sarcasmo.

Ele se levantou e seguindo para a mesa de estudos dentro do ônibus, ainda alegou triste:

— Já entendi sua lição de moral.

— Por isso que eu te amo! — ri ironicamente. — Você é inteligente e poucas palavras são suficientes, para fazê-lo compreender a triste realidade de um artista famoso.

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À noite em Araraquara, o ginásio estava lotado, os músicos se preparando para o inicio do show, eu estava até suado, ao final dos preparativos para o início desta festa, quando Pinduca me falou:

— Willian, o show começa em dez minutos. Cadê Regis?

— Está no camarim! Não?

— Tá nada! Você sabe que ele some!

Corri até o camarim para conferir. Realmente nosso pequeno artista não estava, então, já sabendo de suas travessuras, me retirei pelos fundos do ginásio, onde, de longe avistei um grupo de garotos brincando de “salva”, que consistia em um grupo correr e outro pegar; quem era pego, ficava preso num determinado ponto, que no caso era um poste de energia elétrica. Neste caso, os demais companheiros do grupo batalhavam para salvar o prisioneiro, enquanto que o grupo que pegava, batalhava para, além de não permitir que salvassem o prisioneiro, prender os demais. A brincadeira terminava assim que todo o grupo fosse capturado.

Regis era hábil em fugir de dentro do ginásio e se misturar com os garotos de sua idade para brincar. Para não ser reconhecido, costumava se vestir apenas de short, camiseta e um par de tênis surrado. Algumas vezes, até mesmo um par de sandálias tipo Havaianas. Ou descalço mesmo.

Lógico que ele estava entre os garotos. Estava na equipe dos que fugiam. Quando me viu, nem precisei chamá-lo. Veio correndo:

— Willian, estamos brincando de salva! — disse-me ele, suado e ofegante, devido o calor de período do bravo verão brasileiro.

— Menino, você tá todo suado e o show vai começar agora!

— Calma Willian! É cedo ainda!

— Que calma, menino! Vamos! Você terá que tomar um banho em um minuto! Os músicos já estão no palco!

Falou tchau aos demais companheiros, que só aí descobriram quem era ele e me acompanhou para o ginásio, onde o levei para um chuveiro e pedi:

— Tire essa roupa, rápido!

Ele se despiu rapidamente, jogando tudo no chão e entrando para o chuveiro. Apanhei suas roupas sujas

— Você precisa ser mais responsável com suas obrigações — cobrei bravo enquanto ele tomava banho.

— Calma! — brincou ele. — Tá tudo sobre controle!

— Sobre controle nada! — continuei bravo. — Você está super atrasado! Tinha que esquentar a voz!

—Arranje um palito de fósforos que esquento já!

—A partir de amanhã estará de castigo! Não sairá pra brincar na rua!

— Fala papai Pedro! — caçoou ele.

— Vou buscar uma toalha no ônibus.

No corredor encontrei Marcos César, que me perguntou:

— Cadê Regis?

— Tá no banho! Segura cinco minutos!

— Willian, precisa ter cuidado com esse menino! Ele tá famoso e rico! Não pode andar sozinho por aí!

— Deixe o menino ser um pouco criança!

— Um velho ditado diz, seguro morreu de velho.

Corri até o ônibus e em um minuto estava de volta ao banheiro. Ele aproveitava o tempo debaixo da água, para então fazer o devido exercício com a voz e como toda criança, só sairia mesmo dali depois de ser mandado.

— Desligue isso, menino! Acabou seu tempo!

Desligou a água e ainda fazendo seus estranhos acordes com a voz apanhou a toalha e começou a se enxugar.

— Lavou bem, debaixo do braço? Não tá fedido?

Levantou os braços esfregando na minha cara, cantarolando:

— Cheire!

Estava limpo.

— E as partes de baixo?

— Quer cheirar? — caçoou ele.

— Não precisa! — neguei. — Vamos trocar!

Enrolou-se na toalha e retornamos ao camarim, aonde rapidamente se vestiu, enquanto eu o ajudava a se pentear.

Um sinal de positivo e os músicos começaram a tocar.

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Ali era o início do espetáculo de Regis, que entrou em cena com os cabelos molhados, porém com cheiro de menino limpo.

Após o final da primeira canção: “Canarinho da Cidade”, cumprimentou e depois pediu desculpa ao público pelo atraso da festa (ele sempre chamava os shows de festa).

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Geralmente, em todos os dias havia apresentação de artistas amadores da cidade ou região, para fazer a primeira parte nos shows.

Em vinte e cinco, logo de manhã, já em Poços de Caldas, encontramos na Rádio Cultura, o garoto Dennis, de doze anos de idade, branco e muito parecido com Raul, parceiro de Ricardo. Jonas, o apresentador do programa sertanejo nos apresentou Dennis e após longo bate papo, inclusive com os microfones da rádio ligados, Regis o convidou:

— Quer fazer a primeira parte de nossa festa de hoje à noite?

— Se vocês permitirem!

— Permitir? — admirou-se Regis. — Será uma grande honra! Você canta bem?

— Creio que sim.

— Canta muito bem! — exclamou o apresentador. — Dennis já pensa em gravar um disco.

— Há poucos dias, encontramos uma dupla de garotos praticamente profissionais — insinuou Regis. — Já cantou até na televisão. Iremos apresentá-los na gravadora pra tentar gravar seu disco.

— Quem sabe você possa apresentar Dennis à gravadora também, Regis — insinuou o apresentador. — Quanto a cantar bem, nós veremos já! Dennis cantará agora para nós!

— Vou cantar uma música gravada no segundo disco de Regis Moura — alegou Dennis. — Canarinho Da cidade.

E realmente cantou. Cantou não apenas para nós ouvirmos, mas também para os ouvintes da Rádio Cultura de Poços de Caldas.

Ao final da apresentação, Regis insinuou rindo:

— Cantou melhor do que eu que sou o dono da música! Acho que podemos apresentá-lo na gravadora. Não podemos, Willian?

Como eu não ousava falar em microfones, só fiz um gesto de positivo ao longe.

— Willian não fala em microfones — alegou Regis. — Tem medo que o danado morda. Mas concordou que podemos levá-los pra enfrentar um cara fera chamado João Batista.

— Eu ficarei muito agradecido — riu Dennis.

— A Dáblio Esse A é uma das poucas gravadoras do Brasil que costuma dar chances às crianças — informou Regis.

— E além do mais, precisamos fazer com que mais crianças gravem — concordou Jonas. — Porque até hoje, cem por cento dos discos sertanejos são de adultos. Ninguém quer dar chance às crianças.

— E garanto que criança faz sucesso! — riu Regis. — Sou muito querido nesse país!E isso se dá, especialmente por ser criança. Os adultos adoram prestigiar o trabalho artístico das crianças. Me apoiam muito e com isto sou muito feliz.

— O que você diz de seu talento? — perguntou o apresentador.

— Procuro fazer o melhor de mim!

Como combinado diante dos microfones da rádio Cultura, Dennis, o mineirinho de Poços de Caldas, participou do show cantando as cinco primeiras músicas: quatro inéditas, acompanhadas apenas por seu violão e ao final, já, acompanhado pelos músicos de Regis, cantou “Canarinho Da cidade”, a qual, quando estava na metade da mesma, Regis entrou no palco e o acompanhou, formando assim um dueto, mesmo sem terem ensaiado.

Quando a música terminou, Regis abraçou a Dennis e disse:

— Obrigado por emprestar sua bela voz em nossa festa.

— Sou eu quem agradece a você, Regis e sua equipe, pela oportunidade. Agradeço também ao Jonas, da Rádio Cultura, que está presente, pelo apoio que sempre dá a mim e a todos os artistas que aqui aparecem.

— Nós só fizemos um pequeno ensaio juntos — alegou Regis. — Se nossos amigos, que superlotam este ginásio deixarem, no final você volta pra formarmos uma dupla.

— Obrigado amigos de Poços de Caldas e região! — agradeceu Dennis, retirando-se.

Regis prosseguiu seu espetáculo cantando sozinho, inclusive, como já planejado, três faixas do terceiro long-play. Ao final pediu ao público presente:

— Eu gostaria de trazer novamente ao palco, o cantor de Poços de Caldas, Dennis.

Aplaudido inclusive por Regis, ele retornou.

— Que música cantaremos juntos? — perguntou-lhe Regis.

— Tem que ser de seu disco?

— Não necessariamente! Desde que eu e os músicos conheçamos a letra!

— Poderemos cantar “Saudade da minha terra”, ou “O menino da porteira”.

— Vamos lá então mestres do som! — concordou Regis. — “Saudade da Minha Terra”.

Mesmo sem ensaio os músicos tocaram.

— Nossos amigos presentes, perdoem qualquer falha, pois não houve ensaios — pediu Regis.

E os dois meninos soltaram a voz na linda canção:

De que me adianta, viver na cidade.

Se a felicidade, não me acompanhar.

Adeus paulistinha, do meu coração.

Lá pro meu sertão, eu quero voltar.

Ver a madrugada, quando a passarada.

Fazendo alvorada, começa a cantar.

Com satisfação, arreio o burrão.

Cortando o estradão, saio a galopar.

Eu vou escutando, o gado berrando.

Sabiá cantando, no jequitibá.

Por Nossa Senhora, meu sertão querido.

Vivo arrependido, por ter te deixado.

Esta nova vida, aqui da cidade.

De tanta saudade, eu tenho chorado.

Aqui tem alguém, diz que me quer bem.

Mas não me convém, eu tenho pensado.

E digo com pena, mas esta morena.

Não sabe o sistema, em que fui criado.

Estou aqui cantando, de longe escutando.

Alguém está chorando, com o rádio ligado.

Que saudade imensa, do campo e do mato.

Do manso regato, que corta a campina.

Ia aos domingos, passear de canoa.

Na linda lagoa, de águas cristalinas.

Que doce lembrança, daquelas festanças.

Onde tinha danças e lindas meninas.

Eu vivo hoje em dia, sem ter alegria.

O mundo judia, mas também ensina.

Estou contrariado, mas não derrotado.

Eu sou bem guiado, pelas mãos Divinas.

Pra minha mãezinha, já telegrafei.

E já me cansei, de tanto sofrer.

Nesta madrugada, estarei de partida.

Pra terra querida, que me viu nascer.

Já ouço sonhando, o gado cantando.

O nhambu piando, no escurecer.

A lua prateada, clareando a estrada.

A relva molhada, desde o anoitecer.

Eu preciso ir, pra ver tudo ali.

Foi lá que nasci, lá quero morrer.

Cantaram tão bonito a canção que o povo aplaudiu de pé. Regis se mostrava muito feliz e Dennis, mais feliz ainda. Não só por ter cantado ao lado de Regis, mas por ter cantado em um momento muito especial, para uma grande plateia, seus conterrâneos.

— Obrigado meus amigos de Poços de Caldas e região! — agradeceu Regis. — Obrigado amiguinho Dennis! Com isto estamos encerrando mais um momento de festa da equipe, Regis Moura. Obrigado a Deus, nosso Pai Poderoso, que rege nossa vida, nos acompanhando e nos protegendo por este gigante Brasil. Um bom retorno a todos a seus lares e que todos tenham com certeza, uma boa noite de sono.

Os músicos continuaram nos instrumentos, desta feita, “O olhar de Deus”, letra e música de “Cido Malta”, que Regis e Dennis acompanharam:

O mundo não gira só pra mim,

O sol brilha pra todos, enfim,

O que acontece aqui acontece ali também

Não sou eu melhor do que ninguém.

O olhar de Deus está em todo o Universo,

Está em nossos atos e em nossos gestos

O Sol se escondeu a Lua apareceu.

A Lua se foi e o Sol retornou

E o amor de Deus continuou.

Aqui enquanto alguns riem ali outros choram

São alguns que vão chegando e outros que vão embora

Há os que constroem e há os que destroem,

E o mundo vai contando suas horas.

O olhar está em todo o Universo...

Quando acho que Deus se esqueceu

Me sinto tão triste e infeliz como pode um pai

Esquecer um filho seu?

Mesmo aqueles que não sabem o que diz?

O olhar de Deus está em todo o Universo...

O dia vai passando e um outro vem

Os anos vão passando, outros também

A nossa geração a outra vai dar lugar

E Deus será sempre o mesmo a observar.

O olhar de Deus está em todo o Universo...

— Até um dia se Deus quiser, amigos de Poços de Caldas. Despediu-se Regis, abraçado a Dennis.

Retirou-se para o camarim onde Dennis ainda disse:

— Nunca esquecerei este dia.

— Pode acreditar! — disse Regis. — Nem eu! Foi especial! Quando eu vir fazer show em São João da Boa Vista, você já está convidado a participar comigo. Topa?

— Com muito prazer!