O Fim

Destruição? Há, isso é só o começo!


_Eu não entendo Lucy? – Erza franzia o cenho e erguia as mãos mostrando indignação. – Como o mundo espiritual foi destruído do nada?

_Eu não sei. – respondi chateada. – Tudo o que sei, foi o que vi lá, nada!

_Lucy. – Gray me chamou se curvando em minha direção. – Mas você conhece lá, o que poderia fazer tal coisa?

_Gray... – eu suspirei. – Todos vocês. O mundo espiritual é forte, meus amigos eram, não foi algo de lá que fez isso acontecer, foi algo daqui!

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_Tem certeza? – Gray perguntou pela última vez.

Eu fiz sinal positivo com a cabeça.

_O que pode estar acontecendo? – Erza olhou para o horizonte perguntando mais para si mesma do que para nós.

_Nós precisamos chegar ao continente o mais rápido possível. – Natsu disse se posicionando para dar mais golpes impulsionando a jangada. – Não vamos deixar mais ninguém morrer.

Olhei para ele e segurei as lágrimas, não queria mais chorar, meus olhos estavam inchados pela perda de Aquarius e dos meus outros amigos espíritos que ela disse que morreram protegendo o mundo até o fim.

Aquarius com as suas últimas forças me deixou um bilhete dizendo que uma ameaça do mundo humano destruiu tudo, eu acreditei nela, eu devia isso a ela, e por que ela mentiria?

_Lucy? – Olhei para Erza. Ela se abaixou em minha frente pôs as mãos nos meus joelhos. – Eu sinto muito pelo o que aconteceu, muito mesmo.

_Tudo bem. – falei sorrindo forçadamente. – ela me protegeu durante minha vida toda, até a sua morte, sinto como se eu não merecesse isso...

_Não deve pensar assim. – Erza interrompeu-me. – Seus espíritos, em especial Aquarius, sempre veio quando você precisou, e quando ela precisou você também estava lá...

_Não Erza... eu estava enterrada... – corrigi a ruiva.

_Não, não fisicamente. – Minha amiga explicou. – Garanto que no seu último momento você estava com ela, bem aqui!

Erza tocou meu peito com a mão indicando meu coração. Meus olhos arderam novamente, maldita ruiva.

Comecei a chorar, e ela me abraçou, me aconchegou, me deu um ombro amigo.

_Nós vamos dar um jeito nisso. – Erza prometeu.

*

O tempo passou rápido, logo já era noite novamente, olhei para o céu, e as estrelas ainda não apareceram, olhei para água, buscando o conforto para o frio que começava a cair sobre meu corpo, abracei meus braços tentando me esquentar, ts, não adiantou, me levantei andei de um lado para o outro, também não adiantou, sentei novamente e observei o que havia diante de mim.

Erza e Gray conversavam sobre algo que eu não conseguia escutar, mas ela estava séria, como se tivesse montando uma boa estratégia de batalha, e ele escutava com atenção com seu cenho franzido, e uma hora ou outra mostrava sua opinião e apontava para uma direção.

Olhei para lado direito, e vi Happy debruçado na jangada, esperando um peixe passar para ele pegar e alimentar-se.

Ao meu lado esquerdo, Natsu olhava para o horizonte, seu olhar estava focando em algo que não podia se ver, ele estava pensativo, os braços cruzados, aas pernas levemente afastadas uma da outra, em pé, o vento fazia os seus fios róseos balançarem delicadamente, e seu cachecol acompanhava o processo.

Havia alguns cortes e hematomas, mas Natsu continuava bonito, ele suspirava uma vez ou outra, como se seus pensamentos viajassem para lugares que ele não queria ir. Ele virou frustrado para trás e sentou com olhos fechados, seus dedos começaram a bater um no outro, ele estava nervoso.

Eu não conseguia desviar o olhar de seus movimentos, parecia hipnose. Pisquei e continuei a olhar as expressões corporais do meu amigo, a veia do pescoço levantou, ele acabara de engolir a própria saliva, a pele da parte superior de sua mãos empalideceu por breves instante, ele estava apertando uma na outra, ele começou a piscar uma vez por segundo, o sono estava invadindo sua mente e quando o cansaço dominou seu corpo ele tombou para o lado.

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_Natsu! – fui rapidamente até ele, segurando-o para não deixar que ele caísse de cara da madeira. – durma!

Ele sorriu pra mim e fechou os olhos, deitei sua cabeça nas minhas coxas, acredito que no momento eram as coisas mais confortáveis ali, e meu amigo precisava descansar.

Reparei nele, e ele já havia pegado no sono, um sono pesado.

Aos poucos meu frio passou, um calor invadiu meu corpo, ele emanava do corpo de Natsu, sua pele encostada na minha, fazendo o frio sumir, o sono me invadiu também, os olhos pesavam, tudo o que eu queria era dormir um pouquinho, afinal noite passada passei acordada.

Aos poucos os sonhos invadiram minha mente.

_Como vamos passar por isso? – Gray perguntava chateado. – eles estão por toda a parte.

_Se contenha aí. – Natsu disse. – Erza vê algo?

Erza estava no topo de uma árvore tentando enxergar alguma coisa, mas ela olhou pra baixo expressando um rosto de desaponto.

_Droga, nós nunca vamos sair daqui. – reclamou Gray, sua perna sangrava muito. – malditos, como eles conseguem fazer isso estando mortos?

_Esperamos descobrir logo. – Respondeu Erza. – Vi algo, podemos passar por trás do ônibus, eles não estão lá.

Ela desceu caindo como um gato do meu lado.

_Natsu, você carrega Gray. – a ruiva ordenou. – Eu e Lucy ficamos de guarda, caso um deles ataquem, nós cuidamos deles.

_Ok. – Natsu concordou, ele foi até Gray e passou o pescoço por baixo do braço esquerdo de Gray. – segure-se aí cara.

_Ts. – foi a única resposta do amigo.

_Vocês duas. – Natsu chamou a gente, olhando pra mim. – Cuidado.

_Não precisa dizer. – a ruiva ao meu lado respondeu. – Vamos.

Erza ia na frente mostrando o caminho e cuidando para que nenhum deles vissem a gente passando, Natsu ia atrás carregando Gray com o mesmo cuidado, em seguida eu ia cuidando a parte de trás com Happy nas minhas costas.

Passamos pela rua, chegando atrás do ônibus.

Nos encostamos atrás do veiculo suspirando.

_Ahhhh.. – Gray gemia de dor segurando sua perna. Natsu o sentou no asfalto. – Desculpem galera, mas esta doendo muito.

_Natsu? – o chamei. Ele e outros me olharam. – Por que o Happy não leva Gray para um lugar seguro, nós vamos logo atrás correndo.

Eles se olharam entre eles.

_Não é uma boa ideia se separar. – ele respondeu.

_É, mas Gray não vai muito longe desse jeito. – apontei para a perna do meu amigo, o joelho estava totalmente ferrado, os ossos e as articulações apareciam. – sem falar, que eles vão sentir o cheiro.

_Ela tem razão! – Erza se intrometeu. – Happy, leve o Gray para o lugar mais seguro que achar e não deixe ninguém ver vocês!

_Aye! – Happy saiu das minhas costas e com um pouco de dificuldade ergueu Gray pelos braços, assim levantou voo e subiu para o alto, sem serem vistos. Happy foi em direção a uma montanha.

_Vamos segui-los aqui de baixo. – Erza disse, assim nos abaixamos e continuamos a andar. – Droga.

_ O que? – Perguntei.

_Eles estão vindo pela frente. – ela respondeu.

_E por trás. – Natsu completou.

_Por baixo. – eu deitei e fiz sinal para eles me seguirem. – Vamos.

Nós entramos de baixo no ônibus e esperamos que eles passassem. Um deles de abaixou e lambeu o sangue que havia pingado da perna de Gray.

Juro, quase vomitei de novo, virei o rosto e rezei para que ele não virasse para lado e nos visse.

Como se escutasse minha prece, ele se levantou e seguiu caminho junto com os outros.

Nos três suspiramos.

_Essa foi por pouco. – Natsu exclamou.

Nos duas sorrimos.

_Ahhhh. – Erza gritou, e começou a ser arrastada para a parte de trás do ônibus, haviam pego ela pelas pernas.

_Erza! – eu rolei para fora e me levantei. Natsu fez o mesmo mas para o outro lado, nos encontramos na parte de trás do ônibus e vimos a ruiva brandindo sua espada contra eles.

Ela os acertou na cabeça, e assim todo o corpo se desmontou no chão. Suspiramos aliviados, mas ouvimos barulho, e olhamos para os lados, um bando, orla, eu não sei como chamar eles quando estão em centenas, nos cercaram de maneira inteligente para eles.

_Droga! – Erza exclamou. – Lucy, fique atrás de nós.

_Mas..

_Não Lucy, você não tem poderes, deixe com a gente. – Natsu interveio antes que eu pudesse protestar.

Erza invocou a sua armadura da fada, e Natsu acendeu seus punhos em chamas. Os dois se olharam e atracaram cada um de um lado. Tudo que o vi foi as espadas de Erza acertando cabeças e outros pegando fogo e sendo arremessados a metros de distancia.

Nunca me senti tão inútil, eles lutavam e eu os observava.

Aos poucos eles diminuíram a quantidade, mas meus amigos estavam esgotados, fui até Erza, ela havia caído de joelhos.

_Tudo bem? – perguntei ajudando-a se levantar.

_Sim. – ela se esforçou. – Natsu!

Ela chamou ele, o mesmo nos olhou e entendeu o recado. Precisávamos dar o fora dali senão viraríamos a janta deles.

_Hey vocês dois! – ouvi a voz da minha amiga me chamando.

_Eless se gossssstam! – em seguida Happy.

Abri os olhos devagar e senti o peso em cima de mim, olhei para o tufo de cabelos rosa que repousava sobre meu peito, seu braço abraçava minha cintura e uma das pernas estava jogada por cima de mim.

_Natsu! – o chamei chacoalhando. – Acorde!

_Hummm. – ele levantou a cabeça e ficou a centímetros do meu rosto. Ele arregalou os olhos e pulou a mais ou menos um metro de distancia. – Desculpe, desculpe... é...

Olhei para ele indignada, Gray, Erza e Happy deram muita risada.

_Ok, levantem e se arrumem. – Erza mandou. – Nós avistamos terra.

Me levantei rapidamente esperançosa, olhei para a direção que minha amiga apontou, e realmente, podia-se ver árvores, veículos, casas e pessoas.

Sorri e olhei para eles, a esperança se estampava no rosto de todos.

Natsu correu para a parte de trás da jangada e deu alguns golpes, nos movemos para a frente em direção a civilização, Erza e Gray pagaram os remos e ajudaram Natsu o quanto puderam.

Eu corri e fui arrumando os nossos suprimentos em algumas mochilas, panos amarrados, para podermos levar junto.

Arrumando tudo, já estávamos a poucos quilômetros de chagar a terra firme, peguei um binóculo que achei no antigo acampamento e dei zoom na minha visão.

No momento que vi na realidade que estávamos para enfrentar, meus olhos se arregalaram e meus joelhos cederam.

Os veículos que vimos estavam tombados e saindo fumaça, as casas, explodidas, as ruas parecia o resultado de um tanque de guerra que havia passado e atirado nas pessoas, os cadáveres que jaziam ali, homens, mulheres, idosos, crianças e animais, cortados ao meio, sem cabeça e os pior, alguns ainda se mexiam. Dos prédios saia uma fumaça negra, logo senti o cheiro de carne podre.

_O que é esse cheiro? – Nastu pediu olhando para frente.

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_Gente... – chamei eles. - acho que sei o que a Mavis quis dizer.

Eles me olharam confusos, Erza veio até mim largando o remo e pegou o Binóculo da minha mão, quando seu olhos viram o que eu vi, sua boca se abriu e ela entregou o objeto a Gray, e assim se sentou com as mãos na cabeça.

Gray teve a mesma reação. Natsu veio até ele e pediu para ver também.

_O que é isso tudo? – ele pediu sem tirar os olhos do binóculo.

_Algo me diz que é só o começo. – falei.

Erza ergueu a cabeça e me olhou indignada, Gray estava caminhando de um lado para o outro e Natsu se sentou ao meu lado.

_Precisamos ir até lá ver o que houve? – ele disse.

_Destruição! – Erza respondeu. – Isso que vamos encontrar.