O acampamento estava completamente abismado. Era a primeira vez que um dos Três Grandes viria para a Cerimônia. Todos estavam correndo para arrumar e limpar tudo nas três horas restantes. Sert era o mais animado, seguido pela sua meia-irmã May e seu meio-irmão Flik, afinal, seria a primeira vez que veriam o pai pessoalmente. Lauren e Ângela ficaram encarregadas de cuidar da limpeza do nosso chalé, enquanto Mayk e Caim se juntavam a mais seis campistas para organizar o vinhedo. Eu fiquei encarregado de cuidar de Thor e dos outros. Porém chegando lá vi um jovem parado olhando para os cães comendo. Nunca tinha visto aquele garoto. Ou melhor, aqueles garotos. O primeiro usava uma camiseta azul e um jeans escuro. Já o segundo se vestia inteiramente de preto e carregava uma lamina da mesma cor. O primeiro parecia ter uns 25 anos o segundo não consegui dar uma idade certa. Quando cheguei perto e eles viraram. Olhei para os rostos deles, e fiquei fascinado. A minha frente estavam em carne e osso dois dos maiores heróis do Olimpo, dos quais eu só tinha visto algumas fotos no livro de Caim. Eu finalmente conhecia Perseu Jackson e Nico di Ângelo.

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- Olá! – disse Percy olhando para mim – Você é quem tem cuidado deles?

- Sim, – respondi ainda espantado – Percy Jackson?

- Sim, - respondeu animado – você deve ser corajoso, nem parece ter medo!

- Claro que não tem medo, – disse Nico me examinando – você é filho de?

- Ainda não sei, – respondi – mas quanto aos cães, eles são legais, principalmente Thor, – olhei para o cão – não é garoto?

- Claro parceiro, e ganhe logo suas armas para treinarmos montaria! – disse o cão animado

- Deixe-mos a parte de montaria para mais tarde – respondi, enquanto Percy e Nico me olhavam aparentemente surpresos.

- Você fala com eles? – Nico me perguntou.

- Sim, descobri isso a uns dias atrás – falei – acho Thor um cão muito bacana Loki está se dando bem com meu amigo Mayk, Eir e Hel com Lauren e Ângela sucessivamente e Odin está muito bem com Caim.

- Isso é incrível! – disse Percy – Posso falar com eles por serem parte pégasos, já que sou filho de Poseidon, e Nico fala com eles por serem parte Cães do Inferno, criaturas do reino do pai dele, Hades. Logo acho que você deva ser meio irmão de um de nós. – finalizou ele. Então eu tinha uma pista de quem era meu pai. Ele poderia ser Hades ou Poseidon. Senti fascinado com a leve suspeita de Poseidon ter escolhido vir justo no dia da minha cerimônia. Eu só saberia mais perto que ele escolhera esta cerimônia, mas não por minha causa.

Acompanhei Percy e Nico todo o caminho até a casa grande. Percy contou que viera esse ano a pedido do seu pai, afinal os dois estavam tendo uns tempos de pai e filho e como o deus do mar afirmou sua presença na cerimônia, Percy viera junto. Mais por incrível que pareça, Percy estava mais animado que os próprios campistas. Ao chegarmos no chalé todos olharam para os dois ao meu lado e então para mim, como que questionando o porque de estarem comigo. Percy e eu rumamos para o chalé dos não-reconhecidos, enquanto Nico educadamente se despediu de mim para ir visitar seus meio-irmãos no chalé de Hades. Nico aparentemente teve dificuldade em realizar tal tarefa, dada a incessante vinda de campistas cumprimentá-los. Percy não ficava muito longe, mas finalmente chegamos ao chalé, onde as garotas ficaram completamente surpresas com o visitante que eu trouxera. Sentamos num pequeno sofá que as garotas conseguiram permissão para botar ao lado da fonte de Íris, e eu contei minha história, assim como as garotas. Lauren era filha de uma grande empresária e sempre teve tudo que queria. Um dia porem, monstros começaram a aparecer, e ela foi salva por Grover, o sátiro amigo de Percy. Após descobrir a história da sua vida, Lauren foi guiada pelo sátiro até o acampamento e ficou la desde então. Ângela porém, era órfã. Contaram que alguém a abandonara na porta do orfanato, e desde então vivia la. Porém um dia monstros a encontraram, e ela fugiu do lugar totalmente destruído. Na viagem encontrou com Clarisse, uma meio-sangue filha de Ares que tinha convivido com Percy, e até lutado ao seu lado. Clarisse a protegeu e guiou-a até o acampamento.

No fim da narrativa de Ângela, Quíron apareceu na porta para nos dar um aviso:

- A Cerimônia será em 10 minutos. Percy, seu pai quer vê-lo. – disse e abraçou Percy ao ele sair da porta – lembro de quando você era menor que eu – disse o centauro comparando sua altura a de Percy, que eram quase iguais. Então os dois se foram, eu fui até uma cortina no canto dos garotos que era usada para nos trocarmos. Terminei de me arrumar, Ângela também terminou e foi em direção ao lago, onde seria realizada a cerimônia deste ano. Fiquei esperando Lauren se trocar, e quando ela saiu estava mais linda que de costume. Eu com uma camiseta preta e jeans da mesma cor, além de uma jaqueta também preta. Ela com um vestido azul escuro, que ia até os joelhos, com detalhes em branco e um leve decote. Em suas mãos estava um colar com uma gema verde.

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- Poderia me ajudar com o pingente? – disse ela estendendo-o para mim. Peguei-o e ela se virou. Enquanto prendia o acessório no pescoço dela senti um perfume que lembrava uma mistura de rosas com o frescor do mar.

- Muito bom esse seu perfume – disse eu. Ela riu e se virou. Estava linda, de qualquer jeito que eu olhasse ela estava maravilhosa. – e você está linda – disse eu. Ela ficou vermelha, e passou os braços ao redor do meu pescoço chegando mais perto. Eu corei.

- É só isso que tem a me dizer? – perguntou ela. Eu não respondi. Aproximei sua cintura com as duas mãos. Não sei oque dizer. O primeiro beijo da minha vida foi a melhor coisa que eu senti em toda minha vida. E até o fim dela eu não conseguiria achar nada que superasse a sensação que eu senti naquela hora.

- Vamos logo, já esta começando – disse Ângela aparecendo na porta dando uma risada – vocês acharam um grande momento – e dizendo isso ela foi para o lago. Agora de verdade. Lauren e eu nos afastamos e demos as mãos. Todos que nos viram deram pequenas risadas. Logo o acampamento inteiro soube de nós dois. Mayk olhou para nós e acenou, e ainda olhando para nós murmurou algo que eu entendi como – Caim me deve 10 dracmas.

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Todos os campistas estavam tensos novamente. Apesar de a novidade ter relaxado-os antes, todos estavam novamente tomados por uma empolgação, principalmente os cinco, nós, do chalé nº0. A margem do lago estava tomada por cadeiras, onde os campistas se sentaram, e uma mesa em frente, onde estava Sr. D., Quíron (em sua cadeira-de-rodas mágica, que escondia sua parte cavalo), o homem com vários olhos chamado Argos, e um homem vestido como um turista de cidades praianas, com camisa e calção florais e um chapéu de palha. Parecia mais com um pescador, e na hora eu soube quem era: Poseidon. O deus do mar se levantou e um silêncio reinou entre a platéia.

- Hora de começar-mos a Cerimônia. – disse Poseidon olhando para nós cinco – gostaria de começar, como o diretor já me permitiu com Lauren Kianytfing. Lauren ficou surpresa com aquela chamada repentina, mas mesmo assim prostou-se diante da mesa. Poseidon contornou a mesa e fez algo com que todos se surpreenderam. Abraçou-a.

- Você é minha filha, uma filha do mar – anunciou Poseidon. Lauren estava em choque, e demorou a entender, mas por fim sorriu e abraçou o pai. Poseidon lhe deu então o seu presente. Na verdade foram quatro presente. O primeiro foi uma corrente de bronze celestial, que continha um frasco com água do mar; o segundo foi dois anéis, cada um com uma pedra de mármore, o mesmo que constitua o chalé de Poseidon; o terceiro foi uma pulseira com uma gema que Poseidon afirmou ser parte da pedra fundamental do seu palácio antigo, que fora destruído por Oceanus na ultima guerra. O ultimo presente foi um par de adagas com cabos de mármore e laminas de bronze celestial. Lauren agradeceu os presentes, olhou para mim e então se dirigiu as cadeiras colocadas para os moradores do chalé nº 3.

O segundo a ser chamado foi Caim. Poseidon o anunciou como filho de Hefesto. Seu pai lhe enviou três presentes: uma armadura robusta, pintada de vermelho e dourado, um escudo negro, com varias cenas de batalhas gravadas e por ultimo um grande martelo, que ele deveria usar para a forja e para a batalha. O deus das forjas também mandara uma ordem ao filho. Ele deveria forjar um elmo para si mesmo e após isso um item que ele escolheria forjar, que Hefesto colocaria em sua forja, ao lado dos presentes dos seus outros filhos. Após isso ele se dirigiu aos meio-irmãos do chalé 9.

Então Poseidon e Dionísio pareceram lembrar-se de algo e me chamaram. Quando estava esperando para saber o nome de meu pai, Poseidon olhou para mim e disse:

- Seu pai quer falar com você pessoalmente, e ele quer entregar seus presentes quando você estiver em seu palácio. – disse ele.

- Então, como eu vou chegar la? – perguntei. Achei-me atrevido perante um deus, mas a curiosidade me dominou.

- Dionísio olhou para seu relógio, e simplesmente disse:

- Está na hora, ele vai chama-lo.

Então senti que perdi o chão, e cai. Percebi então que tinha literalmente perdido o chão. Eu caia por uma fenda, que se abrira embaixo dos meus pés. Antes de a abertura se fechar ouvi a voz de Nico gritando: - Só não ligue para seu novo estilo!

Então a fenda se fechou, e eu senti o impacto. Meu corpo caíra sobre água. Água de uma fonte. Uma fonte que ficava no canto de uma sala.

Eu estava na Sala do Trono do deus do submundo. Eu estava na sala de onde ele comandava os mortos.

Meu pai era Hades.

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Eu saí da fonte onde cai, e surpreendentemente eu estava seco. Olhei para os tronos e tive a primeira visão de meu pai. Ele não parecia com um rei dos mortos. Estava vestido com uma camiseta negra, estampada com uma guitarra e um baixo, um cruzado sobre o outro. Usava uma calça folgada negra, tênis negros com o mesmo símbolo da camiseta, e um, sobretudo totalmente negro. Seus cabelos eram compridos e negros, tinha a barba mal feita e usava óculos escuros. Ao seu lado estava minha madrasta Perséfone, combinando perfeitamente com o estilo roqueiro do meu pai.

- Pai, - comecei eu – é uma honra.

- Pare com essa bobagem! – disse ele alegre – Finalmente você cresceu Krion! – ele levantou, andou até mim e me abraçou – Eu só o trouxe até aqui, para que eu pudesse ver você crescido!

- Bem, até eu estou feliz! – manifestou-se Perséfone vindo me abraçar – Você foi o primeiro enteado que eu realmente aceitei desde que soube de você! – ela continuou – Nico é um bom rapaz e eu gosto dele, mas eu confesso que não gostei dele no começo, você, porém eu aceitei desde que seu pai me contou! Claro que eu não deixei barato, mas eu não posso mais culpar vocês. Até hoje devo desculpas a Nico, mas ele tem medo de aparecer aqui! Você poderia fazer o favor de pedir para ele vir? – implorou ela.

- Querida, não podemos tomar muito o tempo dele, afinal a filha de Poseidon pode estar um pouco preocupada, – meu rosto esquentou – bem meu filho, agora você me conhece, e como já tomei muito tempo, vou lhe dar meus presentes. – ele se dirigiu a uma mesa próxima a fonte – Venha aqui Krion.

Eu me aproximei lentamente, e ele virou-se para mim.

- Primeiramente quero lhe dar isso, – ele me deu um relógio de pulso – use-o com sabedoria. Ao redor dele existem 12 pontos não? – indicou os tais pontos – São espíritos comunicadores. Caso queira manter contato com alguém você da a essa pessoa um destes espíritos, que passam a usar o ouvido esquerdo desse alguém como corpo. Estes espíritos traduzem sua mensagem para a pessoa. Você fica com esse, – disse Hades colocando o espírito do numero 12 em minha orelha – você saberá como funciona assim que colocar o espírito do numero um em sua namorada. O segundo presente era uma camiseta inteiramente preta, que meu pai me revelou ser uma armadura nova criada por Hefesto. O terceiro presente foi um colar como o de Lauren, só que a corrente era negra – aço do Rio Styx – e a cápsula continha uma pedra do Mundo Inferior. Meu pai então virou-se para mim e falou:

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- Filho, estes quatro últimos presentes são os mais importantes, por favor use-os bem. – então ele me entregou seu sobretudo negro.

- Pai, eu não posso...

- Aceite, é a melhor armadura existente no mundo. Ela sempre se reconstruirá se for destruída e sempre voltara para você. Vista-a, por favor.

Então peguei e coloquei o longo sobretudo. Imediatamente ele se ajustou a altura dos meus joelhos. Meu pai agora pegou outro item da mesa. Duas espadas. Eram espadas um pouco mais curtas que as do acampamento, e eram inteiramente negras, como a de Nico. Aceitei-as sem recusar, afinal esse era o único presente que eu era obrigado a aceitar. Após prendê-las a minha cintura embaixo do sobretudo, meu pai me estendeu dois anéis negros, com uma gema arroxeada no centro. Tomei-os e coloquei um deles. Após isso, meu pai deu-me duas maçãs.

- Filho, estas são frutas do Mundo dos Mortos. Se você a morder, poderá entrar aqui sem que seja convidado. Como é meu filho, não será obrigado a permanecer para sempre aqui, apenas ganhara este passe livre. Quero que coma uma e entregue a outra a Nico, como pedido de desculpas.

Eu sabia que não podia recusar. Tomei a primeira maça e a mordi. Um leve formigamento percorreu meu corpo, e eu me senti bem. A outra maçã guardei em um bolso. Após isso, meu pai acenou e uma longa escadaria surgiu, indo até o teto negro do sei reino.

- Siga esta escada e chegara ao acampamento. – disse ele e me abraçou – Venha sempre.

- E não esqueça de falar com Nico, - disse Perséfone me abraçando – até mais querido.

Me despedi e comecei a subir as escadas. Era uma longa caminhada, mas não me senti cansado. Chegando ao fim da escada, eu soube oque fazer. Ordenei que a terra abri-se e foi oque ela fez. Eu surgi em meio a luz do dia, ao meu lado Poseidon e a mesa, ao outro lado estavam as cadeiras. Olhei para todos e encontrei Lauren. Ela piscou e eu sorri. Olhei para Poseidon, ele me ordenou a sentar para encerrar a Cerimônia. Ângela e Mayk já tinham sido reconhecidos, em breve conversaria com eles. Por enquanto eu senti todos voltados para mim enquanto caminhava entre as cadeiras. Por fim comprimentei Nico di Ângelo. Entreguei a maçã e contei que eu comera outra. Ele acentiu e disse que iria, no dia seguinte, falar com nosso pai e nossa madrasta. Por fim sentei-me. Eu era o mais novo filho dos três grandes.

Aquele que iria comandar a busca que Iknator revelara a Temar.

O filho da noite e da escuridão.

Krion Lent, o mais novo morador do chalé 13.