POV SAMANTHA

– Tha...Thalia? – Disse Grover olhando para a garota com os olhos arregalados. Nico não parecia surpreso.

– Ta, antes de qualquer pergunta, vamos sair daqui, provavelmente deve ter mais 2 desses bichos vindo pra cá. Vocês são um rastro fácil para os monstros os seguirem – Disse ela já sem nenhum sorriso. Mais estava calma. Assentimos e saímos correndo do lugar.

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– MINHA ENCHILHADA! – Gritou Grover virando para ver a lanchonete.

– Afe Grover. Ou é sua enchilhada, ou sua vida. Você escolhe – Resmunguei.

– Ainda comilão como sempre não é Grover!? – Disse essa Thalia que corria com a gente – Por aqui – Ela tomou a frente nos tirando da cidade e levando a gente para a mata. Adentramos e ninguém dizia nada. Corremos mata adentro durante uns 5 minutos e chegamos numa espécie de acampamento improvisado do lado de uma cachoeira. Ao longe ouvia um barulho que me agradara muito – É aqui que estamos acampadas por hoje. Todos vão poder descansar. – Disse ela parando.

Olhei de onde vinha o som, e ao longe, uma cachoeira linda jazia ali. Fiquei maravilhada com ela, eu precisava de um banho de água fria urgente!

– Ei, o que houve com a sua mão? – Perguntou a garota vindo até mim. Os outros foram em direção às barracas.

– Bom, digamos que num golpe não muito inteligente, eu puxei uma espada pela lâmina. E vários tropeços que foram apoiados por essa mão, deu nisso – respondi olhando para ela. Eu reparei mais em suas feições, ela aparentava minha idade, usava maquiagem forte. Que destacam seus olhos azuis elétricos. Cabelos curtos e pretos espetados em uma trança de lado. Vestia um vestido delicado prateado que definitivamente não combinava com ela. Gostei.

– É, digamos que não foi muito inteligente – Murmurou ela.

– Samantha. Filha de Poseidon – Respondi.

– Hum... Filha de Poseidon? Bem obvio... Comentou ela para si mesma - Você é irmã do Percy! – Afirmou abrindo um sorriso.

– Jura? Não diga – Falei fria revirando os olhos. Estava testando a paciência dela. Ela riu. Parece não ter ligado.

– Ok. Sua “espertona”. Sou Thalia. Caçadora de Artemis. Filha de... Zeus – Disse ela com um ponto de orgulho na voz.

– Filha de Zeus? O “chefão”? Nada mal – Respondi irônica.

– “Chefão”? Gostei da sua comparação. – Ela riu novamente mais abertamente. - Bom, se você é filha de Poseidon, o que está esperando? Mergulhe na água, vai curar seus ferimentos – Disse ela apontando a cachoeira.

– Isso seria ótimo! Como não pensei nisso antes? – Me perguntei andando em direção a cachoeira.

– Você é Filha de Poseidon, normal que não pense... – Disse ela virando a costas. Não respondi. Nem precisei tirar minha roupa. Simplesmente me joguei na água e provei a sensação de relaxamento. O barulho da cachoeira de fundo. Maravilha. Fiquei pensando em Apolo e em Will, tudo que acontecera. Mas, vocês já devem ter ouvido falar que “Alegria de pobre dura pouco.” Pois é, a de um semideus dura menos ainda. Quando eu senti uma movimentação irregular na água, fui olhar, e Grover tinha pulado. Estava se mostrando pras outras caçadoras. Rolei os olhos. Cheguei perto de Grover, ele achou que eu iria afogá-lo, apena toquei seu ombro, e os machucados dele foram desaparecendo.

– Nossa, valeu Sammy.

– Não foi nada. Mas isso não quer dizer que eu ainda não possa esfaqueá-lo – Eu disse com um sorriso irônico. Ele engoliu seco e saiu rapidamente da água.

Meu olhar se dirigiu aquele olhar sombrio e lindo ao mesmo tempo. Nico sentou em uma pedra. Virei o rosto de raiva. Ainda lembrava que ele deu aquele sorriso para aquela garçonete. Que o fim era uma daquelas coisas feias.

– Vai ficar de cara virada? Eu não ligo – Disse ele fazendo um biquinho. Acho que sabia que eu estava pensando no Will.

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– Que bom pra você – Eu sai da água e sentei na beirada. Ele não moveu um músculo. Eu olhei pra ele, que entendeu que eu estava o chamando. Ele sentou ainda do meu lado com bico.

– Você acha que eu ligo pra esse bico Di Ângelo? – Eu disse olhando a luz do sol que refletia na água. Estava no fim da tarde.

– Di Ângelo? – Ele rolou os olhos e tirou o bico da cara – O que aconteceu, na lanchonete, com o Grover?

– Hãm... Nada. Ele é descuidado – Menti.

– Ah, eu fiquei preocupado quando você caiu no Estige. Achei que tinha te perdido.

– Hãm? Me Perdido? – Olhei para ele com uma sobrancelha arqueada. O que ele queria dizer com isso?

– É... Bom... Hãm... – Gaguejou e colocou a mão nos cabelos tentando disfarçar o nervosismo.

– É, eu não queria perder outra amiga sabe?

– Ah – Confesso que fiquei um pouco decepcionada com isso. Percebi que ele tinha um corte na bochecha, então peguei sua mão...

– O que está fazendo? – Ele sussurrou e corou.

– Observe – Respondi. E coloquei a mão dele na água junto com a minha. A água foi passando pelo seu braço, passando para o outro, subindo pelo seu pescoço, chegando em seu rosto e tirando todos os cortes nessas áreas. Soltei a mão dele e fiquei olhando para a água novamente.

– Obrigado – Não respondi – Vamos comer alguma coisa.

Não aguentei e tive que assentir, eu estava morrendo de fome. Não tinha comido o que tínhamos pedido lá na lanchonete. Chegamos onde tinha fogueira, e lá as caçadoras estavam preparando algo para comer. Simplesmente peguei um prato com a comida e saí. Enquanto Nico ainda pegava a comida, eu entrei em uma barraca que não tinha ninguém. Provavelmente as caçadoras tinham montado ela pra nós. Entrei, sentei e comecei a comer pensando mais uma vez no que acontecera. Quando eu vi alguém abrindo a barraca. Era Nico, quando ele me viu ameaçou sair.

– Ah, desculpa. – Murmurou ele.

– Tudo bem, não tem problema – Então ele olhou em meus olhos que estavam marejados. Simplesmente se agachou na minha frente, colocou o prato a seu lado e começou a passar o dedo nas minhas bochechas na tentativa de tirar as lágrimas. Fiquei pasma. Não sabia o que dizer nem o que fazer. Corei. Ele percebeu que eu corei e abriu um sorriso de lado se afastando de mim.

– Não posso fazer nada. Foi imprevisível. Não pode tirar proveito disso – Eu disse voltando a comer.

– Proveito? Do que? Você não tinha feito isso lá no submundo? Você não me ajudou? Então... Apenas quero retribuir a ajuda.

– Não pedi sua ajuda. – Disse seca. Ele não ligou e revirou os olhos. Minhas patadas não funcionavam com ele. Eu fico irritada com isso.

Praticamente engolimos a comida, estávamos com muita fome. Estávamos em silêncio. Nico tinha sentado longe de mim.

Ficou com medo. Isso é ótimo.

– Vamos partir amanhã? – Perguntou Nico quebrando o silêncio.

– Eu acho melhor. Assim podemos descansar um pouco... Vem cá, porque seu pai não gosta de você? – Eu tinha que perguntar isso.

– Ah, bem... Não quero falar sobre isso... Mas, ele achava minha irmã melhor do que eu. Preferia que eu tivesse morrido ao invés dela.

– E por que você tem esse jeito de emo? – Perguntei na tentativa de deixá-lo bravo.

– EU NÃO SOU EMO! – Falou ele em um tom de voz alto mandando um olhar mortal pra mim.

Objetivo: Deixar Nico di Ângelo bravo: CONCLUÍDO!

– Tem certeza? – Eu disse irônica.

– Me chama mais uma vez disso, que eu vou fazer uma coisa que você vai me odiar pro resto da sua vida.

– Mais do que eu já te odeio? Boa sorte cosplay de emo.

E imediatamente, me dando um susto, ele se debruçou em cima de mim, com uma mão de um lado e a outra do outro da minha cabeça. Ele estava de joelhos, então seu corpo não se encostava ao meu. Na hora do susto, eu tirei a mão da minha nuca em forma de defesa, então as duas estavam segurando seu peito. O olhar dele me penetrou de um jeito que eu fiquei vidrada, sem reação. Ele foi chegando mais perto e eu senti sua respiração, estava acelerada, ele também estava nervoso, apesar de não parecer. Ele foi chegando mais perto até nossos narizes encostarem, sua pele era macia e gélida, eu fiquei ali, não consegui fazer nada pra impedi-lo. Ele não fechou os olhos em nenhum momento, estava querendo ver a minha reação. Acho que eu estava MAIS do que vermelha. Então eu me liguei. O empurrei para o lado. Ele não ficou surpreso, ele estava meio tonto, acho que nem ele sabia o que estava fazendo. Mas antes que eu pudesse dizer algo, ouvimos um grito, na hora, eu e Nico levantamos e saímos da barraca.

Olhamos ao redor e vimos uma movimentação na barraca ao lado. Passei empurrando as poucas caçadoras dali e vi Thalia tentando acalmar Natália que estava ofegante. Cheguei perto de Thalia e murmurei olhando pra Natália que já estava recuperada.

– O que aconteceu?

– Não sei direito, parece que ela se assustou com algo. Acho que estava sonhando.

– Ah. Thalia, você pode nos deixar a sós um pouco? Vou tentar conversar com ela –Thalia assentiu e saiu levando as caçadoras consigo. Nátalia estava me olhando... Nervosa.

É agora.

– Como você foi parar direto no submundo? O que aconteceu? – Perguntei sem pestanejar. Não gosto de enrolação quando eu estou curiosa.

Natália me encarou.

– Eu não me lembro direito. Eu estava...