O Diário de um Semideus

Capturamos a bandeira


No Chalé, desnecessariamente acordada. 03:00 AM

Sim, desnecessariamente acordada, uma vez que deveria estar dormindo PORQUE PRECISO VENCER AMANHÃ, digo, hoje. Ontem, depois daquela coisa toda de Annith ser filha de Éris, Jessica passou por mim perguntando se eu estava preparada. Ela só podia estar brincando, não é? Nasci preparada. Ou quase.

Tirando tudo isso, eu não estava tendo mesmo uma noite tranquila. O sonho foi estranho, eu estava no mundo inferior, ou ao menos é daquela forma que imagino o mundo inferior. Eu estava procurando alguma coisa e Hades não estava nem um pouco feliz com isso. Preciso dizer que esse é um maldito sinal? Acho que não. Talvez seja aquela 'coisa ruim' que eu já estava esperando. E esse sonho me assustou, devo acrescentar.

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Fato: Vislumbres do futuro chegam a mim mesmo quando estou acordada agora. Deve ser essa coisa toda de filha do deus dos oráculos e das profecias, ou não, talvez eu seja descendente dessas pessoas que leem mãos e sabem o futuro (mas acho pouco provável que isso venha da parte de minha mãe).

Mas enfim, tenho que tentar voltar a dormir, Joe está reclamando por causa da luz acesa e tenho uma filha de Poseidon para derrotar amanhã ou hoje, nem sei.

See you later

Lyra

– Ei Lyra! Vai acordar ou não? Se nos atrasarmos para o café da manhã de novo vamos ter que lavar a louça o mês todo. - Nick pulou na minha cama, tentando me levantar dela, de uma forma bem estranha.

– Ai, calma, estou acordada... desde as três da manhã.

– Ansiosa?

– Não, imagina. - Brinquei com ele - Eu adoro acordar às três da manhã e não conseguir dormir mais.

– Entendo. Agora vamos logo. - Comecei a me perguntar se meu irmão não entendia sarcasmo.

No refeitório o silêncio era estranho. Apenas Travis e Connor se preocupavam em falar e rir como dois idiotas. Quíron e Sr. D, conversavam baixo, enquanto Annith olhava para Nico.

– Desgraçada! - Falei, mas alto do que pretendia.

Da mesa de Eros, Dan olhou para mim e sorriu, balançando negativamente a cabeça. Tudo bem, ele realmente é bom nisso.

– O que foi Lyra? - Perguntou Joe.

– Não, nada eu só... lembrei de uma coisa. Nada demais.

– Você definitivamente não está bem hoje garota. Talvez devesse me deixar liderar a equipe de capture a bandeira.

– Só quando Eros pegar Ártemis meu irmão. Ou quando Hera tiver um filho com outro homem que não seja Zeus - Falei mais séria do que pretendia, pedindo desculpas a Lady Ártemis mentalmente.

O dia passou rapidamente. Meu único afazer do dia era um treino de arco e flecha com o meu chalé, o de Dionísio e o de Hermes.

– Tem certeza que você é um semideus, Raph? - Brinquei com o filho de Hermes, uma vez que ele mal conseguia arrumar a flecha no arco.

Era realmente divertido ver os filhos de Hermes usando, ou melhor, tentando usar o arco e flecha. Os filhos de Dionísio não eram tão ruins, mas nem chegavam aos pés dos meus irmãos. Precisão, manuseio rápido, lançamento perfeito. Eles eram incríveis.

Depois do treino, nada de novo. A única novidade é que eu tinha um corte, ou melhor, a cicatriz de um corte no braço direito, uma vez que meu irmão Nate fez um ótimo trabalho de cura. Graças a Clarisse eu agora ganhei uma nova cicatriz. Definitivamente preciso parar de tentar ser a heroína, da próxima vez deixo ela enfiar a cabeça de meus irmãos mais novos na privada.

Jake Mason, conselheiro do chalé de Hesfesto, me chamou para ver as armaduras e armadilhas que ele pretendia usar no jogo de hoje à noite. E até me deu uma adaga, dizendo que eu poderia precisar, uma vez que insisti em ficar no ataque e não na defesa como meus outros irmãos. De que outro modo poderia enfrentar Jessica se não ficasse no ataque?

Em apenas assenti e concordei com todas as ideias de Jake, uma vez que não entendia nada daquilo. Travis e Connor vieram com a estranha sugestão de colocar filhos e filhas de Afrodite na linha de defesa, segundo eles, as crianças de Afrodite poderiam seduzir o adversário e assim distraí-los enquanto meus irmãos os cobriam de flechas. Não era uma ideia de todo ruim, o difícil seria conseguir que os filhos de Afrodite cooperassem.

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Depois do jantar, eu e os meus irmãos nos colocamos ao lado direito do refeitório, Annabeth e os irmãos dela do lado esquerdo, enquanto os demais campistas colocavam-se perto das mesas. Assim que Annabeth e seus irmãos correram para o centro do refeitório carregando a bandeira prateada com uma coruja estampada nela, todos os seus aliados de batalha começaram a aplaudir.

Então era a nossa vez. Eu segurava uma bandeira dourada com uma lira bordada nela com fio de ouro e assim que chegamos ao centro do refeitório, nossos aliados aplaudiram.

– Heróis! - Berrou Quíron. - O jogo já vai começar e vocês todos conhecem as regras. O riacho Zéfiro é o limite e a floresta toda vale. Podem usar qualquer item mágico e a bandeira deve estar completamente visível e não podem deixar mais de dois guardas. Não é permitido matar ou aleijar, mas os prisioneiros podem ser desarmados. Eu serei o juiz, como sempre. Agora, escolham as armas.

Depois destas palavras, todas as mesas cobriram-se dos mais variados itens de ataque e defesa. Agarrei uma armadura leve, coloquei a adaga que ganhei de Jake da bainha e toquei meu colar, fazendo o arco dourado aparecer, por fim, coloquei o capacete com o penacho azul na cabeça, assim como todos os meus aliados.

– Vamos lá, equipe azul! - Gritei. Todos os outros ergueram suas espadas e fizeram coro, enquanto seguíamos para o lado norte da floresta e a equipe de Atena seguia para o lado sul. Muito bem, era a hora, cada um sabia exatamente o que fazer.

Assim que sineta do refeitório tocou, comecei imediatamente a ouvir sons de lâminas se chocando. Na mesma hora pulei para o outro lado do riacho, entrando em terreno inimigo, quase derrubando a aljava das minhas costas. Achei completamente estranho o fato de não haver ninguém patrulhando o perímetro do riacho, então claro, aquilo só poderia ser uma armadilha. Atrás de mim vinham Travis, Connor e Aubree de Hermes e Jake de Hefesto, segurando suas espadas. Do outro lado do riacho, no nosso campo, Nate e Nick, meus dois irmãos, ficaram em cima de uma árvore e Mike de Deméter e Lucy de Hécate ficaram perto da água, patrulhando todo o perímetro do riacho. Joe, meu irmão, era um dos guardas da bandeira, junto com Polux, de Dionísio. Os demais estavam espalhados pela floresta e cabia a mim, Travis, Connor, Jake e Aubree capturar a bandeira de Atena.

Já havíamos avançado em boa parte do território inimigo e nada. De repente, como se houvessem ouvido meus pensamentos, um grupo surgiu. E nele estavam Jessica, Annabeth, Nico e Percy. Ótimo, eles eram quatro, nós éramos cinco, mas eu tinha absoluta certeza de que não me daria bem em um combate à curta distância. Era exatamente o que queríamos.

Jake assentiu e eu corri, enquanto ele guiava sua lâmina na direção de Nico. Pelo mais breve dos segundo me preocupei, e se ele machucasse Nico? Decidi que não importava, não agora. Depois quem sabe eu até poderia cuidar dele. Filha do deus da cura se apresentando para serviço. Uma mini batalha começou atrás de mim, mas eu não olhei, estava concentrada no que deveria fazer. De tão concentrada, quase não percebi que uma lâmina longa de dois gumes barrava meu caminho.

– Jéssica. - Disse, levantando meu arco. Ok, ideia inútil, eu não poderia fazer muita coisa com um arco.

Peguei-me pensando em coisas como 'o que foi que eu fiz para ela me odiar tanto'. Realmente não sabia e isso não deveria importar agora. Sem dizer uma palavra, Jessica avançou sobre mim com a espada. Só tive tempo de pegar a adaga na bainha, enquanto o arco dourado voltava a ser colar. Com um movimento rápido, bloqueei a investida de Jessica, ciente de que não conseguiria fazer isso por muito tempo. Em um contra ataque rápido, acertei seu braço direito, deixando um corte um tanto profundo. Agora eu dei um motivo para ela me odiar.

Gritando de raiva e dor, Jessica investiu contra mim mais uma vez. Sua lâmina longa e seus reflexos naturais para batalha a curta distância lhe davam ligeira vantagem, se eu não tivesse tanto tempo de treinos ela teria me derrubado no primeiro golpe.

Por pouco sua lâmina não me acertou. O golpe fora direcionado para a altura do meu pescoço, só que em um momento puramente instintivo bloqueei o golpe com a lâmina da adaga, levando só um pequeno corte na mão.

Enfim, Aubree apareceu ali, tomando frente em meu pequeno duelo. Agora estava certo, Aubree era uma excelente espadachin, ela daria conta de Jessica em um piscar de olhos. Continuei a correr, novamente com meu arco em mãos e a adaga na bainha, era mais segura deixá-la lá. Não demorou muito e avistei a enorme bandeira de Atena e com alguma dificuldade avistei um dos guardas em cima de uma árvore. Sem hesitar, puxei uma flecha da aljava e disparei contra o que julguei ser sua perna. O garoto caiu da árvore em cima de arbustos, gemendo de dor. O outro guarda surgiu.

– Ai droga. - praguejei

Era Clovis, o filho de Hipnos; e ele estava muito bem acordado, por sinal. No mesmo instante minhas pálpebras começaram a querer se fechar, eu estava me sentindo realmente cansada, pronta para dormir. Realmente não sei o que teria acontecido ali se Lucy não tivesse chegado e derrubado Clovis no chão com uma de suas mágicas.

– Pensei que você ficaria patrulhando o lago.

– De nada. É que eu imaginei que você teria problemas capitã. - Riu ela.

Sorri também, afinal, havíamos capturado a bandeira.

Reunidos mais uma vez no refeitório, estávamos em uma mistura de comemoração pela vitória e despedida de Percy e Annabeth, que estavam indo embora amanhã de amanhã, iriam para a faculdade. Aubree falava alguma coisa estranha sobre ter ouvido os deuses falar algo em sua mente, de uns tempos para cá ela acredita estar ouvindo trechos de mensagens divinas. Segundo ela, alguma coisa estava verdadeiramente errada no Olimpo, algo havia sumido.

Estávamos sentados no chão, meu irmãos tocavam uma música animada e todos os nossos aliados nos acompanhavam. Até Rachel Elizabeth Dare, nosso oráculo, que geralmente ficava em uma caverna perto da colina, juntou-se a comemoração.

– Deve ter sido um ótimo jogo, - comentou ela.

– Realmente foi, teve um momento que achei que íamos perder, tudo indicava que isso ia acontecer.

– Eu imagino, eu...

Seus olhos então brilharam em um estranho tom de verde e sua voz saiu diferente enquanto ela falava uma nova profecia para mim.