O Diário de Katrina Dickens

Capítulo quatro – Situações um pouco inesperadas


Capítulo quatro – Situações um pouco inesperadas

“Se um dia tiver uma boa oportunidade, agarre... Agarre com todas às suas forças. Pois um raio não caí duas vezes no mesmo lugar. E nem uma pessoa bate duas vezes na mesma porta.”

“Querido Diário...”

“Por onde começo? Acho que nem eu sei por onde começar... Estou confusa... E apesar de confusa, estou feliz. Radiantemente feliz!”

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

“Um sentimento vivo à qual eu tinha me desfeito a muito tempo. E eu me lembrei do Ethan, e de suas palavras “tenha esperança!”... Esperança... Uma palavra que eu desconhecia à meses. Elas foram destruídas no mesmo momento que à médica avisou que meus pais não resistiram e faleceram.”

“Ter esperança pra que? Se no final você sabe que irá dá tudo errado? Ter expectativa de algo pra que, se o mundo gosta de te ver sofrer?”

“Ter esperança em algo, significa que você crê. Que você acredita, apesar de todos ao seu redor demonstrarem ao contrário!”

“E eu não mentir quando eu disse que teria esperança. Naquela cidade, eu teria que refazer a minha vida não? Talvez eu devesse voltar a crê na esperança”

Terminei de escrever e sentir um alívio surgindo no meu peito. Guardei meu diário na bolsa, e tomei outro gole do café, encerrando com o líquido na xícara.

Deixei dez dólares na mesa e uma pequena gorjeta. Ia me levantando, quando uma sombra cobriu alguns feixes de luzes emitidos por uma pequena brecha na janela ao lado.

Levantei o rosto, e me deparei com uma garota, bem bonita por sinal. Pele branca, cabelos dourados naturalmente cacheados, boca carnuda, sendo bem chamativa pelo batom vermelho ousado. Sua aparência me lembrava umas das patricinhas de Bervely Hills.

— Olá...? – a fitei simpaticamente. Ela fechou a cara e fitou-me com um olhar enojado.

— Você que é a tal de Katrina?

Sentir meu estômago embrulhar... Assenti com a cabeça, enquanto que meus pés coçavam para sair do café imediatamente.

Sua expressão enjoativa se desfez, e abriu um sorriso meio estranho, mais sua feição intimidadora ainda predominava.

— Desculpe-me pelo meu mau jeito. Ethan comentou de você à noite anterior e...

— O Ethan comentou de mim? – mesmo não sendo nada sutil, tive que interrompe-la e recapitular suas palavras, pra saber se oque eu estava ouvindo, era de fato real.

— Desculpe pelo mal jeito de novo. Ammy Filds. – ela estendeu a mão e pude sentir seu perfume extremamente doce e enjoativo, que fez cócegas em minhas narinas. Aceitei de bom agrado seu cumprimento, e sorri, mesmo não entendendo nada.

— Sou à melhor amiga dele. Quando ele comentou de você, achei que realmente fosse uma puta vadia fingindo ser santa.– a encarei perplexa pelos seus adjetivos poucos inapropriados. E fiquei ainda mais desconcertada quando a mesma não percebeu, ou fingiu não perceber, meu desconforto com à situação – Mais me enganei... Eu espero realmente ter me enganado! – os olhos azuis dilataram e eu sentir um arrepio na espinha. Então ela voltou a sorrir – Porque tipo, o Ethan é meu irmão de coração. Sou muito protetora!

— Como me encontrou? – ainda incômoda com a situação pouco inesperada, não contive a minha curiosidade.

— Ele comentou muito sobre sua aparência. E essa cidade é bastante pequena, e se me permitir dizer, sou bastante popular por aqui. Logo não foi difícil te encontrar!

— Hm... – fiquei sem saber oque dizer – Bom, tenho que ir! Foi um prazer te conhecer Ammy! – peguei minha bolsa e fiz pequenos gestos com às mãos.

Então sai do ambiente, com o coração acelerado. Meu peito subiu várias e várias vezes. Meus seios estavam prestes a escapar pelo sutiã extremamente apertado. Mais então eu suspirei e controlei minha respiração.

— Que louca! – ri nervosa comigo mesma, e coloquei às mãos sobre a testa.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

— Aí! – uma pessoa se bateu comigo e nós duas fomos ao chão.

Olhei ao redor e vi muitos livros no chão. Uma garota morena tentava recolher tudo, mais havia muitos papéis soltos e muitos voavam pra longe.

Levantei-me rapidamente e sai catando os papéis, pegando todos desajustada. Porém um caiu numa poça de água no meio fio, e quando fui resgata-lo, era tarde demais.

— Aí não! – a garota desesperou-se e pegou oque sobrou do papel. Depois o jogou na calçada e colocou às duas mãos sobre a cabeça.

— Está tudo bem aí? – me aproximei um pouco receosa. A garota olhou pra mim, revelando lindos olhos verdes e uma boca rosada que combinava perfeitamente com seu tom de pele. A franjinha dava um charme mais em seu cabelo achocolatado que era curto e repicado nas pontas.

— Meu trabalho... Eu o perdi! – ela juntou os livros contra o peito e suspirou nervosamente – Eu demorei uma semana pra fazer a droga daquele trabalho!

Passei à língua sobre a parte inferior dos meus lábios, sentindo-me um pouco culpada pelo acontecido.

— Não irei entregar à tempo!

— Estava indo para a biblioteca? – analisei, focando meu olhar curioso ao seus livros que estavam acobertados pelos seus braços. Ela assentiu – Qual era o tema?

— Estudo intensivo! – enrugou a testa e uma pequena gota de suor escorreu por sua testa – Globalização...

— Deus... Já fiz um trabalho desses na minha antiga escola, e realmente é muito trabalhoso, sinto muito...

— Era pra entregar depois de amanhã. – sua voz saiu muito alterada – E esse trabalho conta por quase toda nota do trimestre.

A cada palavra sua, fazia-me me sentir mais culpada.

— Ei... – coloquei às mãos em seu ombro, fazendo a atenção de seus olhos verdes focar em mim – Posso te ajudar, se quiser.

— Não precisa... – então ela sorriu, mostrando seus dentes perolados – Não foi culpa sua!

— Mais eu quero ajudar, não vai ser problema nenhum... – garanti – Por favor, vai! – sacolejei um de seus ombros e fiz um biquinho.

— Então será que eu posso saber o nome da minha salvadora? – ela soltou um risinho e me fitou amigavelmente.

— Katrina Dickens... Será que eu posso saber também o nome da pessoa qual irei ajudar? – eu ri.

— Keisha Allen. – então estendeu a mão, com um pouco de dificuldade pelos livros que carregava. Amigavelmente, tirei alguns livros de seu braço, e apertei sua mão.

— Então, vamos para a biblioteca? – sorri.

Ethan

— Eu não acredito que falou isso pra ela, Ammy! Na verdade, eu não acredito que você FALOU com ela! – eu discutia furioso com Ammy, que escutava tudo em silêncio e da cabeça baixa; como uma verdadeira criancinha que acabara de aprontar algo e recebia uma bronca do pai.

— Eu só não queria que ela fizesse, o mesmo que a outra vadia fez! – ela cuspiu às palavras sobre meu rosto, finalmente levantando a cabeça.

Fiquei sem argumentos. Na verdade, eu ainda estava processando seus dizeres. Ela havia tocado na ferida...

Naquela ferida...

— Aí meu Deus, Ethan... – foquei meus olhos decepcionados à ela, que me encarava espantada – M-me desculpe, p-por favor. Eu sei que só falo besteira e...

— Eu só comentei com você sobre ela, Ammy, — enfatizo seu nome com a voz vacilante e os lábios tremendo – Porque você é a minha melhor amiga! Porque eu senti algo pela Katrina, algo que eu nunca sentir antes... Mais se eu soubesse que você faria algo, como você fez, eu nunca teria contado!

— Por favor, Ethan, me perdoa! – Ammy se levantou do sofá, e caminhou na minha direção; pegou meu rosto com às duas mãos, forçando-me à mirar seus olhos azuis arredondados.

— Eu preciso de um tempo sozinho, Ammy! – levei minhas duas mãos em direção aos seus pulsos e tirei suas mãos do meu rosto. Ammy fitou-me decepcionada e assentiu com à cabeça, pegando sua bolsa no sofá.

— Err... – ela tentou se aproximar pra beijar minha bochecha. Neguei com a cabeça, recuando. – Entendi. – então ela maneou a cabeça de um lado pro outro, parecendo atordoada. E saiu, batendo a porta com força.

Larguei-me no sofá, com as mãos na cabeça, atordoado e aflito. Ammy fez-me lembrar dos piores meses que passei. De cada lágrima derramada. De cada promessa perdida. De cada coisa dita em vão. Felizmente, meu coração não pertencia mais à ela. Eu havia me curado daquela paixão doentia. Livrei-me daquele mundo podre e nojento.

Eu me livrei do seu amor.

Katrina

Meus dedos passaram por toda estrutura do livro. Suspirei e larguei-o na mesa de madeira. Fez um breve ranger por conta do peso, mais logo dissipou-se. Sustentei o olhar vago pelas milhares de prateleiras que carregava centenas de livros, com meu queixo sendo apoiado pela minha mão.

— Ei! – a voz de Keisha tirou-me dos meus pensamentos momentâneos. A fitei com um sorriso forçado e vi a mesma se aproximar da mesa, com vários livros em suas mãos.

— Quer ajuda?

— Não precisa! – então despejou tudo em cima da mesa. Segurei um livro antes que o mesmo tivesse um destino com o chão. – Fizemos quase a metade do trabalho em três horas, é um bom sinal. Mais eu tenho que ir trabalhar no Mest Grill, então vou terminar quando eu voltar do trabalho... – ela falava sem parar, recolhendo os livros e colocando alguns dentro de sua mochila.

— Tá bem, então... – eu sorri com o seu jeito. Alegre e espontânea – Foi um prazer te conhecer! É a segunda pessoa que foi legal comigo desde quando eu cheguei.

— Ah, que isso! – ela discordou, com um sorrisinho – Você que foi legal comigo. Qualquer outra pessoa não teria feito nem um terço do que você fez por mim, Katrina. Obrigada! – ela segurou minha mão e um sorriso agradecido surgiu em seus lábios. Sorri também e coloquei minha outra mão por cima da sua.

— Obrigada você, — enfatizei e meu sorriso alargou-se. Então Keisha soltou minha mão. — Até mais. – quase grito, mais lembro-me que eu estava numa biblioteca.

Pego minha bolsa em cima da mesa e coloco a corrente por cima do ombro. Saio da biblioteca e começo a caminhar pela rua, olhando ao redor, e soltei um suspiro frustrada. Durante o percurso até a minha casa, tive que perguntar pra algumas pessoas, onde ficava à minha rua, já que eu não sabia exatamente onde era. Novamente às pessoas foram bem amigáveis e me explicaram tudo com paciência e atenção.

Sair de casa para espairecer e suspirar ar puro. Durante meses fiquei trancada dentro de um quarto, não recebendo a luz do sol e aspirando o ar que cheirava a mofo... Por muito tempo, eu fiquei remoendo a perda dos meus pais de um jeito tão triste até pra mim. Chorava noite e dia. Ainda choro, com menos frequência. Porque eu estou indo pra fase que todos esperam:

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Aceitação!

Entrei em casa e larguei a bolsa em cima do sofá. Me dirigir até a cozinha, pegando uma garrafa d’água e despejando uma boa quantidade no copo. Tomei o líquido quase desesperadamente, atrás de tirar todo aquele seco que afugentava toda minha garganta.

Infelizmente, aquela sensação horrível não passou.

Voltei pra sala e liguei a TV, colocando em um canal qualquer. Meus olhos estavam focados na televisão, mais meu pensamento estava muito distante.

Até que o mesmo se prendeu em Ethan.

Ele fazia-me tão bem. Seu olhar gentil, sua mão quente e acolhedora. Ele era um Príncipe perfeito!

Ouvir o toque da campainha ressonar pela casa. Ergui os ombros e levantei-me, mesmo à contra gosto.

Abri a porta, e quase cair pra trás quando vi quem era:

Ethan? – minha voz saiu num tom de surpresa visível. Ele deu um sorrisinho e socou às mãos dentro dos bolsos da calça – Oque está fazendo aqui?

— Me desculpa pela Ammy, Katrina. Ela me contou tudo e eu fiquei muito constrangido. Apesar de tudo, Ammy é minha melhor amiga e só queria me proteger.

— É, ela me disse. – ri um pouco cínica, lembrando-me de seus adjetivos referindo-se a mim. Puta e vadia. Teria um motivo há mais pela Ammy ter me chamado daquilo? E proteger? Proteger Ethan do que?

Eu acho que a pergunta mais sensata à se fazer é: oque eu faço agora?

— Eu queria me desculpar, levando você pra conhecer a cidade... Topa? – Ethan olhou-me pelo canto do olho. Desviei o olhar e foquei-o na parede ao lado.

— Sinto muito, Ethan... – eu fechei os olhos e suspirei. Oque você está fazendo, Katrina? Não, não, não diga isso — Estou muito ocupada. Você sabe, mudança recente, ainda tem bastante coisa pra desempacotar. Sinto muito, espero que entenda!

Por um momento, vi um brilho de decepção passar por seus olhos. Mais conclui que era só impressão quando ele deu um sorriso compreensivo e deu às costas.

— Tchau Ethan... – minha voz saiu trêmula. Ele virou o rosto, sorriu e foi embora. Fechei a porta com força, e deixei-me escorregar por ela.

— Como você é burra Katrina! – baguncei meu cabelo, nervosa – Mais quer saber? Acho que foi melhor assim. – suspirei convicta por fora, mais por dentro criava uma pequena ponta de arrependimento.