O Diário Secreto de Anna Mei

Codinomes e Paqueras Conhecidos


Domingo/9 De Março

Essa semana foi bem tranquila, aulas tranquilas – tirando os trabalhos e as provas sem consulta que estão por vir – e eu já decidi que não vou me deixar abalar por mais nada, nem por Dennis e suas brincadeirinhas idiotas, nem por Ellie e eu irmãozinho sinistro, nem por Gabriel e pelo segredo que ele me contou, bom, talvez eu deva me abalar com o assunto de Gabriel, é bem intenso e qualquer um se abalaria se estivesse no meu lugar, mas como jurei segredo, não vou demonstrar a ninguém que sei o tal... segredo.

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A campainha toca, ah, quem no mundo frequenta a casa dos outro no domingo?

– E aí, Anna...? – bato a porta na cara dele. Não, não é possível!

– Quem é, Mei? – minha mãe pergunta.

– Ah, só aquele povo que toca a campainha das casas e saem correndo – digo, subindo as escadas.

Ah, ótimo, um lugar calmo, eu poderia chamar meu quarto de minha toca, mas seria muito a cara do Dennis, então, não. Ah, será que ainda têm jujubas na geladeira? Júnior e Lukas resolveram meu problema com doces – sobre aquele assunto das dancinhas dos dois – comprando três pacotes grandes, um de jujubas, um de marshmallows e um de minhocas doces.

Desço as escadas, mas escuto barulho de conversa, minha mãe e... Dennis? Estão conversando sobre o quê? Rindo? Ah, não! Espera, eles estão tomando chá num dos conjuntos de porcelana dela? Ela nunca me deixou tomar nada naquilo! Preciso acabar com essa festinha particular.

– Oi, mãe – falo, entrando de surpresa – Foi mal, mas esse cara tem que resolver umas coisas ali, já volto – puxo o braço de Dennis para fora da minha casa. – O que diabos vem fazer na minha casa num domingo?

– Queria te ver... – ele diz, simplesmente.

– Quê? – grito, mas baixo o tom de voz. – Não tem motivos pra querer me ver... E podia fazer isso na escola amanhã! – falo, morrendo de vergonha, por que estamos parecendo um casal de namorados?

– Ia demorar muito – ele passa a mão nos cabelos.

– Ah, volte para casa e seja... – suspiro. – Seja mais paciente... – digo isso enquanto ouço um grito e sinto alguém me abraçando com força.

– Anna! Você está tão fofa! – Hanna diz, é, alguém com cabelo azul desbotado e ressecado com cinco centímetros de raiz toda descabelada é muito fofo. Estou ficando sem ar quando sinto alguém me puxando pelo braço.

– Não chegue muito perto dela, por favor – Dennis fala e Hanna bufa.

– Deixe de ser Zé Mané – Hanna me puxa e me abraça de novo, depois mostra a língua pra ele.

– O que há de produtivo numa coisa dessas? – ele murmura. Hanna apenas mostra a língua novamente, como se fosse super normal para adolescente trocarem caretinhas.

– Vamos ao shopping! – ela diz quando se recupera, ajeitando os cachos loiros que estão presos em suas marias-chiquinhas, ficando quase menos volumosos.

Então só troco de roupa e vamos, a pé mesmo, não é tão longe e não é tão divertido ir de ônibus. Chegando lá, Hanna corre para perto da Mandy, que está trabalhando na loja de doces, Ellie também está lá, e como ela e Gabriel estão muito unidos, ele também está lá.

Segunda-Feira/10 De Março

Ah, meu estômago dói, Mandy nos deu vários doces de cortesia ontem e eu acho que exagerei um pouco, ainda bem que hoje não tem aula, tem uma espécie de reunião com os professores...

Celular tocando? Ah, cadê? Ah, tá aqui!

“Alô?” falo.

“Anna, Anna! Você não vai” ela tosse “Acreditar!”

“Hanna?” essa garota é louca.

“Eu tô doente!” ela tosse mais “É uma gripe horrível!”

“Me ligou só pra dizer isso?”

“Não! Eu não fui pra escola hoje e...eu queria te falar uma coisa, mas esqueci o que é...”

“Não tem aula hoje... Dennis não está aí?” será possível que ele não disse que não teria aula? Foi ele quem me falou!

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“Não, ele está na tia dele e...” ela para “Hum, por que falou de Dennis tão de repente? Aliás, o que eu ia falar era sobre ele... Mas, por que você foi logo perguntando por ele, hein...”

“Nada, é que foi ele quem me disse e” ela me interrompe com outro acesso de tosses.

“Tenho que desligar, se eu lembrar eu ligo de novo tchau!”

Agora eu sei... Hanna (Sem Sobrenome) é uma garota completamente pirada... Até mais que eu, o que eu achava impossivelmente impossível.

Terça-Feira/11 De Março

Ah, hoje tem escola, como meus cabelos nem estão mais tão azuis (ficou um verde meio desbotado) eu só prendo ele num rabo de cavalo e vou pra escola.

Logo na primeira aula eu sinto os sintomas de que estou ficando velha, minhas olheiras estão enormes e minhas costas estão me matando, não devia ter jogado até às quatro da manhã.

Só quero afundar minha cabeça da cadeira e dormir a aula de história inteira.

Sábado/15 De Março

Vou confessar que essa semana foi podre, além das provas eu estou muito... digamos... Bom, só não recebo tanta atenção quanto antes, Mandy está ocupada com o trabalho na loja de doces, Gabriel está de conversinha com Ellie, e Dennis...? Bom, Dennis não está mais me chateando, isso me deixa um pouco solitária...

Mas agora parece que se lembraram de mim... Ouço a campainha tocar e olho pela minha janela vejo Hanna e Ellie, estão juntas e sem brigar... Isso é raro. Ah, Mandy está lá também, isso explica.

– Mei – minha mãe grita – Ellanna, Ally e Hanny está aqui! – ela não é boa com nomes, é verdade.

Ponho uma roupa descente e vou pra sala.

– Anna, vamos pro shopping! – foi só isso, e meio segundo depois senti uma mão agarrando meu braço e me puxando para fora de casa.

– Ai! Vocês querem decepar meu braço? – me solto e esfrego o ombro.

– Bom, tanto faz, vamos pro shopping, ver o paquera da Ellie – Mandy sussurra bem alto.

– Ah, para! Eu só vi ele uma vez! – Ellie fala realmente zangada.

– Vamos logo! – Hanna me puxa. – Ah, como você disse que ele se chamava?

– Lucas, – Ellie cruza os braços. – E ele trabalha numa loja de CDs.

– Lucas? – meu irmão se chama Lukas, e, pelo que ele disse pra minha mãe, ele arrumou um emprego de meio período numa loja de CD’s. Mas... qual é, existem vários Lucas que trabalham em lojas de CD’s, não é?

– Então... Ellucas seria um bom nome? – Hanna pergunta para Mandy que torce o nariz.

– Prefiro Luckellie – Mandy fala e Hanna pula e acena com a cabeça.

– Luckellie? É o nome de alguém? – falo.

– E quando à Anna? Annennis? – Hanna fala.

– Mennis! – Mandy fala e elas pulam.

– E o que seria “Mennis”? – falo, não tô gostando dessa conversa.

– Mei mais Dennis – Mandy sorri.

– Quê? – grito.

– Por que estão gritando? Dá pra ouvir esse escândalo da esquina – uma voz muito conhecida que eu não escutava direito há uma semana fala.

Dennis...

– Oi Dennis! – Hanna fala – Sabe do novo paquera da Ellie?

– Alguém finamente quis a Ellie? – ele fala brincando e ela o fuzila com o olhar e ele muda de assunto. – Que negócio é esse de “Mennis”? – ele fala, levando uma colherinha de um pote até a boca, o que ele está comendo?

– Ah, nada, nada não – digo. – Isso é pudim?

– É, é sim! Quer dizer... – ele põe a colher cheia do doce na boca – era.

Ele me mostra o potinho vazio.

Ah! Eu quero pudim!

– Dennis, você sabe o que doces te fazem... – Hanna murmura.

– Hãn, você quer um?

– Não – Hanna põe o polegar e o indicador na ponte do nariz, – é melhor parar de comer essas coisas.

– Bom, enfim... – Mandy puxa Hanna – Dennis, você devia comprar um pra Mei, ela ama pudim, tipo, é a comida preferida dela.

– Ah, sério? – ele olha pra mim. Espera, como ela sabe disso? Ah, Loiza fez uma boa lição de casa.

– Não, deixe, eu não quero sair hoje – falo, indo para dentro.

– Vai recusar um pudim, Anna? – Ellie fala, e eu me viro.

– Um pudim, e somente um... Pudim... – não posso evitar, meus olhos brilham. – Vocês vão também? – Olho para o lado, mas elas não estão mais lá. – Hãn? Cadê...

– Elas saíram correndo por algum motivo... – Dennis murmura. – Bem, é melhor, eu gasto menos.

– Não sei como alguém rico como você pode ser tão mão de vaca... – falo.

– Não é porque tenho dinheiro que tenho que esbanjá-lo na cara das pessoas... – Bom, isso é verdade, eu nunca vi Dennis se gabando por ter dinheiro.

– Pensando bem, é uma atitude bem sensata... – digo, até que ele puxa o iPhone do bolso, tecla alguns números e quase instantaneamente uma mini-limusine preta aparece na nossa frente.

Nada de esbanjar dinheiro na cara dos outros, né, Sakai?

Ricos idiotas.

– Pra quê tudo isso? Eu disse que queria um pudim só! – falo, depois de um tempo naquele carro enorme.

– A confeitaria que vende esses pudins é longe, eu não vou a pé! – ele cruza os braços... e pela primeira vez percebo que... Dennis é uma pessoa mimada.

– Chegamos, senhor – o motorista abre a porta e saímos do carro enorme. A confeitaria é muito simples até, tem uns tons pastéis que eu já vi em algum lugar.

– Bem vindos! – uma moça ruiva fala, ela é muito familiar – Dennis, querido... Não acabou de sair daqui?

– Sim, mas eu realmente preciso de mais duas fatias de pudim... – ele sorri infantilmente e a mulher quase se derrete. Quase, porque depois ela sai saltitando enquanto nos sentamos numa mesinha.

– Aquela é a mãe da Mandy? – digo, se parecem muito, apesar da mulher parecer jovem demais.

– Não, é irmã dela, a mais velha das garotas, pelo que eu sei o nome dela é Alicia.

Alicia... Alex...Amandha... TODOS COMEÇAM COM “A”???

– Então... sua paixonite pela Mandy se esvaiu como a minha pelo Gabriel... – murmuro.

– Basicamente eu ainda gosto muito da Mandy...! – ele sorri.

– Aqui estão os pudins – Alicia surge do nada, batendo os pratos de pudim com tanta força na mesa que é um milagre eles estarem inteiros ainda.

– Pelo visto, alguém aqui está com ciúmes – sussurro. – Agora falta saber se é ciúmes de você ou da irmã dela.

Ele ri.

Olho para o pudim, é lindo, tem chantilly e uma cerejinha em cima. Fico emburrada.

– O que foi? Não gostou do pudim? – olho para Dennis e ele está com a boca toda suja. Realmente, eu nunca havia visto esse lado dele, mas até já sabia que existia, o lado mimado e infantil.

– Sei lá... parece chique demais pra mim... – mesmo assim pego a colherinha e como um pouco.

É DIVINO! Adorei essa coisinha deliciosa, é incrível, tem uma cerejinha e eu quase me engasguei porque estava escondida no meio do chantilly (daqui a quatro horas ela sai) é simplesmente incrível.

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– Eu vou considerar seus olhos brilhando e essa expressão macabra no seu rosto como um... “Está gostoso” – Dennis fala, já com a boca limpa, esperando eu terminar de comer.

– E agora, aonde vamos? Tem outra confeitaria chique que quer que eu conheça? – falo, com os olhos radiantes, eu preciso de mais doces!

– Não, talvez seja melhor ir pro shopping e espionar as meninas... Tem algo que você precisa ver.

Quê?

Chegamos ao shopping e ficamos rodando a sessão de músicas e entretenimentos e tal, por incrível que pareça, Dennis não tem muito senso de direção e quase acabamos perdidos.

Depois de andarmos um pouco paramos numa loja de CDs e vemos Ellie batendo um papo com um cara de cabelos louro escuro, e olhos azuis.

– Lukas? – é o meu irmão! Lukas, ele é o tal paquera da Ellie?

– Oi Mei! – ele sorri, Ellie se vira e me fuzila com os olhos.

– Está trabalhando aqui? – a ignoro e continuo a conversa, com Dennis me seguindo.

– É, sua imprestável! – ele fala isso sorrindo.

– Venha cá! – puxo ele pela orelha. – Sabe com quem está falando?

– Com você, ué... – três pontos... Lukas não é uma pessoa muito inteligente. Por mais que tente.

– Bom, deixa pra lá, vá trabalhar, fico feliz em saber que meu irmão não seja um vagabundo qualquer...

– Vou me esforçar, general! – ele põe a mão na cabeça, em continência.

Ellie ri, ela está encantada com ele, bom... Não posso dizer se realmente fazem um belo casal, mas... Eu não quero falar sobre isso... Ellie entrando na minha família é um pouco assustador.

– Então tá... tchau – saio da loja antes que Ellie me expulse. – Ah, acho que vou pra casa, foi cansativo hoje...

Começo a caminhar e Dennis vem comigo, quando foi que eu adotei um cãozinho, mesmo?

Vamos andando até a minha casa, lado a lado, será que “Luckellie” vai dar certo? E se Ellie casar na minha família? Ela será minha cunhada... Isso é muito assustador! Ah, não... Uma pedra entra no meu caminho e eu tropeço, batendo de frente com algo...

– Ai! – ponho a mão na cabeça. Percebo que esbarrei com Dennis, o projeto de poste. – Não importa o que você coma, nunca vai ficar flácido... – cutuco a barriga dele, e ele começa a rir. – Hãn? Não sabia que tinha cócegas... – isso vai ser bom. Começo a fazer cocegas até ele ficar azul (será que ele virou aqueles carinhas de Avatar?).

– Tá bem! Parou! – ele respira fundo, voltando à cor normal.

– Tá... Até amanhã, Dennis – sorrio, não sei se já chamei o nome dele sem nenhum apelido, mas me senti bem em falar assim.

– Até amanhã – ele sai, mas... agora que eu percebi, amanhã é domingo... Será que... Bom, eu falei até amanhã no automático... Será que mesmo depois de uma semana sem vir aqui ele vai vir aqui no domingo?

Bom, estou feliz por ter ele como amigo. Dennis é um bom garoto.

– Que chato, pensei que ia rolar o maior beijão – Ellie sai de trás do poste.

–Espiamos desde que saíram do shopping – Mandy fala, saindo de trás da lada de lixo, arrastando Hanna, e tapando a boca dela.

– E só o que conseguimos foi você tropeçando... – Ellie ri.

– Não se esqueçam das cosquinhas! – Hanna consegue se soltar.

– Por que vocês...?

– Bom, eu tive que segurar a Hanna – Mandy diz – Ela estava em dúvidas se colaboraria ou não... – Hanna Bufa.

– Mas o quê...? – digo, mas elas só me dão as costas e vão embora, só espero que amanhã elas não venham me perturbar com esse negócio de “Mennis”.