- Precisamos de um bom plano! – começou Alice, sentada à mesa com a Rainha Branca e o Chapeleiro.

O salão estava vazio, exceto por eles. O silêncio havia tomado conta do local até Alice falar.

- Não fazemos ideia do perigo que estamos correndo com essa garota no castelo da minha irmã.

- Na verdade eu sei – disse Alice. – E posso lhe garantir que o perigo é grande.

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- Precisam de ajuda? – soou uma voz um pouco fina vinda da porta de entrada do salão. Era o Coelho Branco.

A Rainha Branca mostrou uma sorriso simpático e indicou uma cadeira para ele se sentar.

- Quanto mais cabeças pensando, melhor.

O Chapeleiro havia se levantado e começado a andar de um lado para o outro.

- Nós podemos... – ele começou, levantando um dedo, indicando uma ideia. – Não, não – desistiu de falar e voltou a caminhar de um lado para o outro. Alice deu um suspiro triste. – Poderíamos... não, isso também não.

Foi como se aquele comentário do Chapeleiro tivesse desmotivado todos ali presentes. Ninguém parecia ter uma ideia, boa ou ruim, para expressar.

Alice, então, notado o desânimo de todos, disse:

- Bom, o fato é que nunca precisamos de um plano. Nem no Glorian Day. Pode até ser que tenhamos pensado em um, mas não chegamos a colocá-lo em prática.

- Está querendo dizer que vamos ter que atacar sem plano?

- Bom, quase isso. Precisamos apenas nos concentrar no nosso objetivo final.

- Que é...

- Tirar Sarah daqui! – completou.

- Tem certeza de que é só isso que você quer? – perguntou a Rainha Branca, olhando-a nos olhos.

Alice, primeiramente, permaneceu em silêncio, confusa com seus pensamentos. Seria apenas isso o que queria? Estaria escondendo algo mais de todos eles? Era certo que odiava Sarah, mas não conseguia imaginar-se matando-a. mesmo sabendo que matara um jaguadarte antes, não se atrevia a matar uma pessoa, por mais perigosa que parecesse.

Alice respirou fundo e fechou os olhos.

- Alice, querida – disse a Rainha Branca, levantando-se e indo em direção a Alice, passando a mão nos seus cabelos. – Vingança não nos leva a lugar nenhum. Não vai querer sujar suas mãos com o sangue daquela garota.

- Acho que vou fazer chapéus – disse o Chapeleiro, de repente, fazendo Alice e a Rainha Branca soluçarem de susto.

Alice abafou uma risada.

- Não precisa mais fazer isso, Chapeleiro. Não trabalha mais para a minha irmã.

- Eu sei, mas... sinto que preciso fazer um chapéu. Talvez eu consiga ter uma ideia.

Então, abrindo um sorriso de orelha a orelha, o Chapeleiro abandonou o salão e foi até sua sala. Naquele tempo a Rainha Branca já havia mandado organizar uma sala especialmente para ele fazer seus chapéus, mesmo não aprovando a ideia de que ele acabasse voltando a trabalhar como um escravo. Mas aquela era a natureza dele. Ele se sentia bem fazendo aquilo.

Minutos depois, Alice foi atrás dele. Queria saber o que estava fazendo.

- Chapeleiro? – chamou, fazendo-o dar um salto e furar um dedo. – Oh, me desculpe. Você se machucou?

- Não, não. Foi só um furo de nada.

Sorriram desajeitadamente. O silêncio dominou o local. Alice não conseguia olhá-lo nos olhos sem corar, então desviou o olhar e fixou-se numa tira de tecido jogada no chão.

- Você está com medo? – perguntou o Chapeleiro.

- É estranho, mas não estou – então conseguiu olhá-lo nos olhos e dizer: - Eu estou com você.

Pela primeira vez ela viu um sorriso que não fosse louco do Chapeleiro. Não sabia o que aquilo significava, assim como também não sabia porque estava se sentindo tão estranha.

O Chapeleiro segurou sua mão e se aproximou um pouco mais. Alice fechou os olhos, já sabendo o que estaria por vir, mas o barulho da porta sendo aberta a fez recuar.

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- Alice! – exclamou o Coelho Branco. – Precisa ver isso!

Sem entender o que estava acontecendo, Alice e o Chapeleiro saíram correndo da sala, ainda de mãos dadas, seguindo o Coelho Branco até a varanda do castelo. Foi quando chegaram lá que notaram o que estava acontecendo.

- O que é isso? – perguntou Alice, olhando em direção ao castelo da Rainha Vermelha, que parecia agitado.

- Cavaleiros vermelhos – respondeu o Chapeleiro.

- Iracebeth – disse a Rainha Branca.