O Despertar dos Sentimentos

Até o Fim dos Tempos


Finalmente, finalmente, finalmente! Praticamente pulo da cama, tão fazia sem ela ao meu lado, e por mais que eu esteja cansado por não ter dormido direito a noite, sei que serei incapaz de ficar parado muito tempo; suspiro alto, contando os minutos para essa tortura acabar e Hanabi finalmente me devolver a minha Hinata, e dessa vez como a Sra. Uzumaki. Vou até o banheiro do quarto do hotel onde estamos, tomo um banho bem gelado para acordar de vez, escuto quando as camareiras trazem o café da manhã e me apresso em terminar de me lavar, hoje não posso me atrasar em nada; quando volto para o quarto, a mesa do café está posta como presumi, não perco tempo e começo a me alimentar, faço uma refeição bem reforçada para conseguir aguentar o longo dia, e quando estou terminando ouço batidas na porta e sem que eu autorize a entrada, eles invadem o quarto.

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− Droga, achei que ele ainda estaria dormindo! – Kiba entra reclamando.

− Não devia ter batido na porta se queria surpreender, idiota! – Shikamaru xinga e revira os olhos.

− Ei seus patetas, sem bagunça hoje. – Neji ralha com eles ranzinza como sempre.

− O que vocês estão fazendo aqui, ainda mais a essa hora? – pergunto com medo do que eles podem estar aprontando.

− Como assim o que, seu palerma? A gente veio te buscar, Hinata está desde cedo com as garotas trabalhando nela. – Sasuke aparece atrás deles.

− Vocês viram ela?! – fico irritado com a possibilidade de algum deles ter a visto antes de mim.

− Claro que não, né Naruto! A Hanabi nem permitiria isso, é só que a gente viu a movimentação por lá. – Shino responde, me chamando a razão.

− Na verdade, elas pediram pra gente vir te buscar, parece que a costureira quer ver como a vestimenta vai ficar agora, para dar tempo de fazer qualquer ajuste necessário. – Sai explica como se não fosse nada demais.

− Lee e Chouji ficaram lá recebendo o pessoal da decoração, parece que Gai-sensei está com a corda toda hoje, não sei quantas flexões ele já fez só pela manhã. – Neji conta e não consegue esconder sua incredulidade.

Eu também não conseguiria, ainda mais quando o assunto é Gai-sensei, que mesmo depois de não poder mais andar, continua tão energético quanto antes, e fazendo as mesmas maluquices, diga-se de passagem; é como se a vida nunca tivesse lhe imposto qualquer dificuldade ou empecilho no caminho, a força de vontade dele é simplesmente impressionante. Sabendo que é bem melhor me deixar levar por eles, e que também pouparia tempo, sigo esse bando de marmanjos para o local onde ocorrerá a recepção e a cerimônia, o lugar onde será o nosso lar a partir de hoje; claro que a pestinha da Hanabi não deixou nenhuma possibilidade de que eu conseguisse falar com Hinata, nem mesmo que fosse através de uma porta, ela não permitiu. Só isso e o fato de que as preparações são bem demoradas, já eram motivos suficientes para me fazer ficar mais nervoso do que em qualquer outro dia; meu coração parecia querer saltar do peito e as mãos não paravam de suar e tremer.

A medida que as horas foram passando, eu fui ficando cada vez mais inquieto, dando votas e mais voltas no mesmo lugar e é claro que meu comportamento afoito gerou várias piadas e comentários maldosos daqueles caras; e mesmo com todos me importunando, a única coisa que me importa é que daqui algumas horas vou estar novamente junto de Hinata, e dessa vez para nunca mais sair do seu lado. A costureira me fez vestir a roupa de cerimonia e tirou todas as medidas novamente, antes de dizer que estava tudo certo, ela ainda tentou me convencer a cortar meus cabelos, o que me neguei veementemente; pode ser um capricho da minha parte, mas decidi que os manteria assim, tanto para me parecer um pouco mais com meu pai, quanto pelo fato de Hinata ter me pedido para manter assim. Quando os detalhes das costuras estão acertados e nenhum ponto ficou sem conferir, a pequena senhorinha finalmente me deixou em paz e disse que iria ver Hinata; não pude evitar e acabei ficando com inveja da pobre mulher. Quando percebi, a manhã já tinha passado e já estávamos quase na primeira hora da tarde e nada de me deixarem sair desse quarto, e com a minha inquietação no auge, já nem consigo parar em pé; os caras passaram o tempo todo entrando e saindo daqui para me dar notícias do que está acontecendo lá fora.

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Ei garoto?— escuto aquela voz rosnenta ressoando nos meus ouvidos – Os outros já chegaram, estamos todos do lado de fora esperando.

− Já vou até vocês Kurama. – respondo e me coloco em pé, sem me importar com os protestos dos outros.

Saio do quarto onde estava me aprontando, já estou com a roupa da cerimonia, não vejo por que ficar trancado enquanto meus amigos estão chegando para comemorar esse dia comigo. Em poucos minutos chego até o pátio dos fundos, onde vamos fazer a cerimônia ocorrerá, encontro todas as Bijuus aguardando, assim como os sapos do monte Myōboku, e os leões de invocação dos Hyuuga’s; fico satisfeito ao ver que estão todos aqui, principalmente pelos laços de amizade que tenho com todos eles.

– Que bom que estão todos aqui, Shukaku, Matatabi, Isobu, Son Goku, Kokuou, Saiken, Choumei, Gyuki e Kurama. – os cumprimento mais do que feliz de vê-los tomando conta de boa parte do nosso quintal – Vocês também, Gamabunta, Gamaken, Gamahiro, Gamatatsu e Gamakichi, e agradeço a vocês em nome de Hinata, Kira e Yato!

As grandes bestas curvam levemente as cabeças, e me parecem bem tranquilos e descansados, apesar de estarem no meio de humanos que passam correndo de um lado a outro; me surpreendi principalmente com Kurama ter ficado tão calmo, já que de todos, ele é o que menos confia na humanidade.

— Idiota, estão te chamando lá dentro. – escuto Sasuke me chamando e reviro os olhos, ele não tem um nome melhor pra me chamar não?

— Eu preciso ir, mas espero que se sintam em casa. – digo um pouco sem jeito, não tinha palavra melhor, mas pelo menos é a verdade.

Sigo Sasuke até a entrada dos fundos, mas antes de chegar a porta, tenho um vislumbre do portão da frente, onde várias pessoas se enfileiram para entrar, Konohamaru e Moegi os estão recebendo cheios de energia; Sasuke me leva até a porta da biblioteca e sem dizer nada, me dá alguns tapas nas costas e sai. Acho sua atitude estranha, mas ignoro isso e resolvo entrar logo e ver no que mais precisam de mim, é nessa hora que perco a capacidade de andar, a minha frente olhando pela janela corrediça do cômodo, está minha Hinata; o Shiromuku branco com pequenos detalhes bordados em toda sua extensão, os cabelos negros presos no alto da cabeça e um lírio branco adornando seus fios. Quando ela se vira para mim, todo meu ar é roubado, tenho que admitir que Hanabi fez um trabalho espetacular, a futokoro-gatana por dentro do quimono e perto do coração, nas mãos delicadas a hakoseko e o sensu dourado, e nos pés pequenos o zouri branco, não falta nada, nem um item de uma cerimônia tradicional foi deixado de lado, apesar de que Hinata e eu decidimos que ela não usaria o watabochi e nem o tsunokakushi, já que ela é minha esposa e não algum subordinado para me dever obediência; mas o que me abalou de verdade foi ver seu rosto, Hinata está tão linda, os lábios costumeiramente rosados estão belíssimos nesse vermelho, o rosto corado e os seus lindos olhos perolados, destacados pela maquiagem, ela está deslumbrante, de tirar o fôlego. Talvez eu não estivesse preparado para esta cena, não estava pronto para vê-la mais linda do que já vi milhares de vezes na minha imaginação, por isso até dou alguns passos para trás, um pouco abalado pelo que me aguardava nesse cômodo e sem aviso prévio; consigo distinguir pela visão periférica Neji, Hiashi e Hanabi e posso jurar que estão rindo de mim, mas não tem nada que possa fazer quanto a isso, não quando estou diante da visão do paraíso.

— Está tudo bem, Naruto? – escuto aquela voz melodiosa me chamando de volta à Terra.

— Está. – digo num sussurro e tento me recompor – Está sim! Você está absurdamente linda, Hinata!

— Não exagera querido. – ela rebate ficando toda vermelha, igualzinho como quando éramos crianças.

— Não estou, reconheço que posso ser a pessoa mais exagerada do mundo, mas não hoje. – afirmo me aproximando dela, tomo sua mão livre e beijo – Você é a mulher mais bela desse mundo, Hinata!

— Acho que alguém me deve muitos agradecimentos. – Hanabi finalmente nos presenteia com o ar da sua graça.

— Sim pirralha, dessa vez você está de parabéns, obrigado. – concordo feliz, ela realmente conseguiu algo que parecia impossível, deixar Hinata mais linda do que já é.

— Acredito que a essa altura, todos os convidados já chegaram. – Hiashi se manifesta.

— Então vamos indo para os nossos lugares, pai? – Neji sugestiona.

Assim que os três se retiram e as portas se fecham, sinto Hinata apertando minha mão com força, a sua outra mão remexe nervosa na cordinha da hakoseko e seu mais novo tique nervoso se faz presente, ela passa a morder a bochecha por dentro da boca; fico surpreso ao ver o quanto ela está nervosa, não imaginava que seria assim, mas depois de ver que Hinata está assim, percebo que eu também estou nervoso, o coração parece querer sair pela boca.

— Ei? – a chamo baixinho – A partir de hoje nós finalmente vamos começar essa etapa importante da vida, isso não é maravilhoso?

— É sim. – ela concorda mais baixo ainda, como se fosse um segredo – Mas estou com medo.

— Medo de quê, meu amor? – pergunto confuso.

— Medo de não estar à altura. – Hinata confessa e fico mais perdido, acho que ela percebe, porque suspira alto e fixa seus olhos angustiados em mim – Tenho medo de não ser boa o bastante pra você, Naruto! Com tantas candidatas em todas as nações, alguém como eu, que levou anos da vida para ter um pouquinho de confiança e...

Simplesmente não permito que ela continue, nem suporto ouvir essas palavras, e mesmo que sinta um pouco de frustração, sei que boa parte da insegurança dela agora, é minha culpa.

— Se tem alguém que não é digno aqui, sou eu Hinata! – afirmo sério – Eu que passei anos da minha vida correndo atrás de algo que não existia, eu que fui sego demais pra não ver a garota maravilhosa que estava sempre ao meu lado! Hina, sou eu que não mereço todo o amor que você me dedicou, fui lento e idiota demais pra perceber e ainda assim quando percebi, quase te perdi tantas vezes, que meu coração para de bater só pela lembrança! Por isso, se tem alguém que deve se desculpar sou eu, e vou ser mais egoísta ainda e te pedir que nunca me deixe, nunca solte a minha mão Hinata, por que sem você, eu não serei nada!

Sem me importar se Hanabi vai querer me estrangular por estragar seu trabalho, abraço Hinata o mais forte que posso, inalo seu perfume doce que tanto senti falta, sinto meu mundo retornar ao seu centro de gravidade; não sei quanto tempo ficamos assim, mas é o suficiente para me fazer acalmar, apenas nos afastamos quando escutamos os tambores tocando, está na hora!

— Vamos? – pergunto a ela, segurando firme sua mão.

— Sim! – Hinata concorda e empertiga os ombros.

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Quando as portas da biblioteca se abrem novamente, nós saímos juntos pelo corredor, passos calmos e confiantes, seguindo rumo a nossa nova vida; só agora que fui reparar que naquele corredor, as paredes estavam enfeitadas com fitas brancas e pequenos ramos de lírios estavam fixados junto. Devia estar tão nervoso antes, que não fui capaz de reparar em nada, mas agora que consigo prestar atenção nos detalhes, fico deslumbrado com a beleza do trabalho bem feito, faço um nota mental para agradecer a Ino depois; quando saímos pela porta dos fundos, conseguimos ver todos em seus lugares, Iruka, Konohamaru e Kakashi-sensei como meus familiares, e representando meus pais e o Ero-Sennin, Hiashi, Hanabi e Neji em seus lugares como familiares de Hinata, além dos outros Kages em seus lugares de honra, mais próximos do altar junto com nossos amigos, as Bijuus, os sapos e os leões. Enquanto caminhamos, recebemos as bençãos das pessoas que vieram acompanhar a cerimônia, e quando passamos perto do velho Teuchi e da Ayame, o escutamos falar aos prantos para a filha que eu tinha crescido tanto por causa do ramén deles; não evitei rir alto e Hinata me acompanhou, e por mais que seja engraçado vê-lo desse jeito, não posso negar que seja verdade, quando muitas vezes eu mal podia andar de tanta fome, era Teuchi quem me estendia a mão e me alimentava, enquanto o restante das pessoas me viravam as costas. Assim que chegamos ao altar, o sacerdote faz sinal para todos se sentarem e apesar de nunca ter gostado dessas cerimonias religiosas, essa é a primeira que eu realmente quero ouvir até o fim e prestar atenção.

— Se quiserem, podem falar algo antes de encerramos. – o velho homem fala.

— Quando eu era pequena, costumava dizer que queria ser forte como o papai e gentil como a mamãe, para me tornar uma Kunoichi digna do clã e de Konoha. – me surpreendo quando Hinata toma a frente – Mas quem realmente me ensinou o significado de nunca desistir não foi um grande líder do clã Hyuuga ou um grande nome da Vila, foi alguém que era invisível para todos, alguém com um grande coração e uma vontade gigante de ser reconhecido e respeitado, e contra todas as expectativas e probabilidades, se tornou uma pessoa insubstituível não só para Konoha, como para todas as demais nações; obrigada Naruto, por me ensinar a nunca desistir, correr atrás dos meus sonhos e nunca me desviar do meu caminho, é por isso que estou aqui hoje, com o maior orgulho do mundo, para me tornar a tua esposa!

— Poxa Hina, assim você me deixa sem jeito. – falo sem jeito, com uma mão coçando a cabeça, escuto uma onda de risadas e sei que devo estar muito vermelho – Pra quem é de fora, vou contar uma história bem rápida, mas muito importante; um dia muito tempo atrás, a neve cobria toda Konoha, tudo era branco e frio, e no meio daquela neve toda, um garotinho um pouco idiota, diga-se de passagem, encontrou uma garotinha tão pequenininha, igual um floquinho de neve, e ela estava chorando. O garotinho não queria que ela chorasse e tentou fazer com que parece, e por um momento pareceu funcionar, anos mais tarde eles se tornaram colegas de classe, foram para times diferentes e se encontravam raras vezes por um tempo, mas sempre que acontecia, era a melhor coisa do mundo, o garoto já perdido na idiotice pensava; um dia a garotinha foi ferida bem na sua frente, num dos exames da Vila, e ver aquilo doeu tanto naquele garoto, que ele jurou se vingar por ela, não importando contra quem fosse. Mais alguns anos se passaram e aquele garoto cresceu, mas continuou sem entender o que sentia por ela, somente num dia fatídico, quando a menina quase morreu bem na sua frente, por tentar protegê-lo, que ele foi entender o que sentia e a dor de ver aquela cena foi tanta, que o garoto perdeu o controle até mesmo do “monstro” dentro de si; por algum milagre divino a garotinha ficou bem e aceitou aquele garoto idiota do jeito que ele era, os dois que cresceram juntos, enfrentaram muitos desafios, a distância, a guerra, a dor e tristeza da perda. E hoje, aquela garotinha doce, gentil e delicada como um floco de neve, está em pé diante daquele garoto idiota, como uma grande líder do seu clã, uma das Kunoichis mais fortes que já conheci e acima de tudo, me dando a honra de tê-la como esposa!

Não sei direito o que aconteceu depois, lembro de ver o rosto de Hinata banhado em lágrimas, de ouvir o sacerdote dizer alguma coisa para encerrar a cerimônia, e logo estávamos assinado nossos nomes no livre do família, depois disso houve uma grande fila para nos dar os parabéns, os primeiros foram nossos familiares, depois os Kages e a vovó Tsunade, nossos amigos, e quando o restante das pessoas estavam se preparando para entrar na fila, Kurama resolveu assustar todo mundo e pegou a mim e a Hinata em uma de suas enormes patas; ele nos deixou no nível dos olhos de todas as feras presentes, fez muitas piadas e apesar do seu jeito ranzinza e mal humorado, nos desejou felicidades tão emotivo que parecia a própria noiva. Após receber as felicitações de todos os mais de duzentos convidados, a festa propriamente dita começou, e nesse ponto Hinata foi sequestrada novamente por aquela anã que ela chama de irmã, mas quando voltou, fui surpreendido mais uma vez; agora seus longos cabelos estavam soltos, caídos por sobre um dos ombros e balançavam graciosamente conforme ela caminhava até mim, ela veste outro quimono branco, dessa vez de seda e sob os ombros, um Irouchikake em tom rosado cheio de pequenos redemoinhos bordados, e quando Hinata para ao meu lado, é possível ver em suas costas o grande símbolo vermelho do clã Uzumaki.

— Acho que agora é oficial, Sra. Uzumaki. – brinco pegando sua mão livre, como se ela fosse desaparecer se eu não a segurar.

— Já não tem para onde fugir Sr. Uzumaki, o que vai fazer a respeito? – Hinata entra na onda e rebate a brincadeira.

— Vou cumprir a minha pena com um grande sorriso no rosto, até o fim dos tempos! – respondo e como morri de vontade de fazer o dia todo, a ergo em meus braços e giro com ela gargalhando de alegria, em êxtase.