Do Contra subiu as escadas furioso. Chegando lá em cima, socou a porta do quarto do irmão.

– NIMBUS, ABRE ESSA PORTA AGORA! – DC gritou.

– Tá aberta! – Nimbus gritou lá de dentro.

– Você vai me explicar AGORA aquela brincadeirinha sem noção lá em baixo!! – DC disse.

– Relaxa mano, eu só tava zoando contigo! Aliás, nem era tão zoeira assim né! Ela estava em cima de você, e vocês estavam se olhando e... – Nimbus disse, rindo.

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– Argh, já falei, a gente caiu do sofá, só isso! – DC disse, impaciente.

– Aham, sei! Olha só, olha só, tá vermelhinho! – Nimbus disse, rolando de rir.

– N-nada a ver tá? Eu só não gostei de como você ficou zoando, como eu vou falar com a menina agora? – Perguntou DC.

– Falando ué. Afe, você nem tá parecendo o Do Contra que eu conheço! O DC que eu conheço não liga pro que as pessoas pensam dele, O DC que eu conheço não estaria nem aí pra brincadeirinhas alheias. – Nimbus disse, sério.

– E-e quem disse que eu me importo? P-pode fazer suas brincadeiras aí! – DC disse, cruzando os braços.

– Ah é? Então eu posso mandar esse "furo de notícia" pro BLOG DA DENISE? – Nimbus disse.

– NIMBUUUUUS!!! – DC berrou.

– Hahahahahha, eu tô brincando mano. Você sabe que eu nunca faria isso! – Nimbus disse, rindo.

Do Contra estava furioso. Mas aí percebeu que tinha um trunfo nas mãos! E decidiu usar contra o irmão.

– Hmmm... é, você tem razão! Eu sou o Do Contra e não deveria me preocupar com o que pensam os outros, não é mesmo? – Do Contra disse.

– É claro! Esse sim é meu irmão! – Nimbus disse.

– Eu deveria ser mais como você, por exemplo! Levar essa zoeiras aí na boa, sem ressentimentos! – DC disse.

– Ahá, é disso que eu gosto! – Nimbus disse, batendo palmas.

– Valeu cara, você é um irmão e tanto! Aliás, como está a Ramona? – DC perguntou, maldoso.

– De nad... Q-QUEM? – Nimbus perguntou, mega nervoso.

– A Ramona, ué! Ah, vai me dizer que não rola nada aí? – DC disse com um sorriso triunfante. Ele chegou aonde queria chegar.

– R-Ramona? Que Ramona? Ah sim, a-a filha da filha da Bruxa Viviane? – Nimbus disse, se fazendo de desentendido.

– Não, a filha do Lord Voldemort! Claro que é a filha da Viviane! A menina é maneira, agora a mãe... toma cuidado com ela e com aquele gato falante se quiser namorar a menina... – DC disse, fingindo estar sério.

– DO CONTRA!!! – Nimbus disse, vermelhíssimo.

– AHÁ!!! Cadê aquele papo de "aceitar as brincadeiras e blá blá blá", em???

– TÁ BOM, TÁ BOM, JÁ ENTENDI!!! Não vou falar mais no incidente de hoje, ok? – Nimbus disse, vencido.

– Tuuuudo bem! Não vou falar mais da bruxinha! Ah, só pra finalizar: sobre aquele dia que você foi a rua dizendo que ia comprar uma cartola nova, eu não sabia que na casa da Ramona vendia cartolas! – DC disse, fazendo Nimbus quase desmaiar.

– Como você sabe disso??? – Perguntou Nimbus. Agora era ELE quem estava furioso.

– Foi mal, mas "1234" não é a melhor senha pra colocar no seu celular! – DC disse.

– DO CONTRAAAAA!!! – Nimbus berrou.

– Fui!!! – Do Contra disse e saiu correndo do quarto.

Do Contra se trancou rapidinho no seu quarto, morrendo de rir. Ele tinha quase CERTEZA que o irmão gostava pelo menos um pouquinho de Ramona, desde o dia em que a Bruxa Viviane atacou a festa da Marina. Agora, além de ter certeza disso, ele tinha dado o troco em Nimbus!

Falando naquilo... ele ainda estava assustado com o fato daquele dia ter sido tão bom! Fazia um tempo que ele não ria tanto. Aliás, fazia um BOM TEMPO que ele não encontrava um fã de "O Palhaço e a Panqueca". Ok, ele NUNCA tinha encontrado um fã de "O Palhaço e a Panqueca". Mas e daí, aquilo fazia tudo ficar melhor!

E a Samara era... demais! Ela curtia os mesmos gibis que ele, as mesmas músicas... nunca ninguém tinha ficado quase três horas fazendo as coisas que o Do Contra fazia sem reclamar pra caramba, e ainda por cima gostando! Era incrível...

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– Filho, cheguei! Seu pai está chegando daqui a pouco, ele quer pizza! Sugestões de sabor? – Dona Keiko disse, colocando a cabeça dentro do quarto.

– Eu quero pizza doce, pergunta pra pizzaria se eles fazem de açaí com nutella? – DC disse, surtando como sempre.

– Ai meu filho... Se eu ligar pra lá de novo perguntando se eles fazem essas coisas malucas que você sempre quer, é capaz de desligarem na minha cara. – A mãe disse.

– Fazer o que né... vou querer uma brotinho de chocolate então. – DC disse, bufando.

Uma hora depois, a mãe gritou para que os filhos descessem para comer. Do Contra foi logo sentando na mesa, mas Nimbus simplesmente pegou dois pedaços de pizza, colocou no prato e subiu pro quarto, sem falar nada.

– Nossa, o que aconteceu com ele? – Dona Keiko perguntou, um pouco assustada.

– Não precisa ser Do Contra pra saber que ele tá puto. – DC disse, colocando um enorme pedaço de pizza de chocolate na boa.

– DO CONTRA!!! Que vocabulário é esse? – A mãe esbravejou, horrorizada.

– Desculpa, desculpa... ele tá bolado ué, deixa ele quieto. Ninguém pode ser feliz sempre, né? – DC disse.

– Estranho, ele nunca come no quarto... Ih, seu pai chegou! – Dona Keiko disse, abrindo um sorriso.

– Boa noite família! – Seu Nimbão disse, dando um beijinho na mulher – Como estamos hoje?

– Eu estou bem!!! Muito bem pra falar a verdade! E o senhor como está? – Do Contra disse, sorrindo.

– Nossa que animação! Espera aí, não vai me dizer que lançou "O Palhaço e a Panqueca 2"??? – O pai perguntou, fingindo desespero.

– Há há há, muito engraçado! Infelizmente, não. É que hoje eu tô feliz, mesmo! – DC disse, rindo.

– Que bom, filhão! Ué, mais onde está o Nimbus? – Seu Nimbão perguntou.

– Ih, tá todo grilado, deixa ele lá em paz! – DC disse.

– Nimbus chateado? Que incomum! Depois eu falo com ele. Hmmmm,eu vou é atacar agora! – O pai disse, olhando para as pizzas.

– Do Contra, você não tem nada a ver com isso, tem? – Dona Keiko perguntou, desconfiada.

– Caramba, é tudo eu nessa casa! A vizinha que vem reclamar da bateria é culpa do Do Contra, o monitor do computador do escritório do pai aparece de cabeça pra baixo e é culpa do Do Contra, O vaso milenar japonês da vovó aparece pintado de preto e a culpa é de quem? Do Contra de novo!!! – DC disse, fazendo o maior teatro.

– Na verdade, essas coisas foram mesmo culpa sua! – Dona Keiko disse, segurando o riso.

– Isso não vem ao caso agora! A questão é que eu não tenho nada a ver com essa aí do Nimbus. – DC disse.

– Ai meu filho... um dia eu consigo te entender! Aliás, Felisberto mandou um abraço pra você, disse que vai passar uns tempos na Vila Abobrinha! – O pai disse.

– Uia, o tio Berto tá morando no interiorzão agora, é? Será que ele conhece o Chico Bento? Amanhã vou mandar um resumo sobre a "Teoria Contrária Dos Universos Conspiratórios" que eu fiz, ele vai se amarrar!

– Porque raios o Felisberto foi se meter na Vila Abobrinha? Senhor, agora a gente sabe a quem esse menino puxou! – Dona Keiko disse, sorrindo.

Depois da janta, Do Contra subiu para descansar. Ele até pensou em passar no quarto do irmão e pedir desculpas por invadir a privacidade dele, mas pensou que seria melhor fazer isso no dia seguinte.

Tomou banho, escovou os dentes e se deitou. Ia ligar o PC, mas acabou desistindo porque estava muito cansado. Simplesmente desabou na cama. E a primeira coisa, aliás, a primeira pessoa que veio na sua cabeça quando ele se deitou foi Samara.

"Nada a ver o que o Nimbus disse, né Do Contra?" O menino pensava com ele mesmo. "Afe, como eu posso estar interessado na roxinha?? Tá, ela bonitinha... Bonitinha? Não ela é bonita mesmo... muito bonita... Arrgh, para com isso, DC! Seu coração já tem dona, sempre teve! Tudo bem que eu gosto da mesma menina desde sempre, mas ela é especial. Nenhuma garota que você já ficou foi tão especial quanto a Mônica! Afe, vai dormir, vai." Do Contra finalizou seus pensamentos e caiu num sono profundo.

No dia seguinte, como a mãe estava atrasadíssima (aliás, como sempre), foi seu Nimbão quem levou os meninos para a escola. Nimbus ainda estava estranho com DC, mas Do Contra preferiu não falar nada também.

Quando o sinal bateu, todos entraram em suas salas. DC entrou e, para sua surpresa, Samara já estava lá, lendo um gibi do Capitão Pitoco: "A morte do Capitão Pitoco, edição Supergold Extra Plus e mais um pouco". Pois é, aquela ali era nerd mesmo.

Do Contra decidiu ir falar com a menina, aproveitou que a sala estava vazia, mas...

– DC do meu coraçãooooo!!! – Denise se jogou na sua frente.

– Ah, oi Denise. – DC disse, sem paciência.

– Nossa, que "oi" mais seco, em? – Denise disse.

– Queria que fosse molhado? Acho que não, a água aqui em SP tá escassa, né? – DC disse.

– Afe, meu filho, vai tomar um banho de sal grosso, vai! Denise é mega animada, meiga e coleguete do bem e você me vem com essa vibe carregadíssima? Hoje eu não tô podendo! – Denise disse, sempre surtada.

– O que você quer Denise? – DC disse, espiando Mara pelo ombro de Denise. Cascão estava babando em cima do gibi e a menina estava rindo.

– Ora, eu vim te entregar o trabalho de biologia! Fiz com muito carinho, Denise não brinca em serviço! Agora, você me dá o número do...

– Olha Denise, não vou te iludir. O Nimbus tá bolado comigo, se eu sair distribuindo o número dele pra qualquer um, ele vai ficar mais bolado ainda! E além do mais, eu acho que ele já está comprometido! – Nimbus disse, fazendo Denise surtar.

– Qualquer um??? Tá achando que eu sou o quê? Seu irmão seria muito sortudo se conseguisse uma mensagem minha, sou extremamente disputada!! E como assim está comprometido? Quem disse que é esse o meu propósito?? – Denise disse, irritada.

– Ué mas... você... não tinha dito que sofria... porque ele não era da nossa sala? – DC disse, confuso.

– Ora, mais que audácia! Seu irmão é bem gatinho, mas eu já tenho minhas apostas! – Denise disse, virando a cara para o outro lado. Um segundo depois, ela voltou a falar, nervosa. – M-mas quem é essa "eleita"? É do bairro? Eu conheço? É loira?

Argh, tchau Denise! – DC disse, pegando o trabalho de biologia e sentando lá no fundão, onde ele normalmente gostava de sentar. As cadeiras em volta de Samara já tinham sido ocupadas.

No terceiro tempo, o tempo antes do recreio, ele ouviu uma vozinha sussurrar do lado dele.

– Psiu! DC! – Era a Mônica!

– O-oi Mônica! – DC disse, nervoso. Eles ainda não tinha se resolvido. Ela também estava meio nervosa.

– Não é do meu costume passar bilhetinho, mas vou abrir uma exceção! Acho que esse aí é da Denise. – A menina colocou um pedaço de papel em cima da mesa de DC.

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DC estava meio confuso, mas abriu o bilhete:

Trato é trato! Eu fiz o seu trabalho e quero o pagamento! Tudo bem que vc ñ pode dar o número do Nimbus, mas quero que vc fale bem de mim p/ ele. Ou então, o prof Rubens vai saber quem fez o seu trabalhinho. Ñ adianta tentar não falar nada p/ ele, D. SMP SABE!!! OBS: Vou descobrir quem é essa fulana. Bjs, D.

DC quase caiu pra trás lendo aquilo! "Caramba, a Denise já foi menos cruel!" o garoto pensou. E agora, ele tinha dado a entender que o irmão estava namorando, quando nem estava! Pobre Ramona! Ser caçada pela Denise era sacanagem!

Na hora do intervalo, o garoto desceu as escadas meio atordoado, quando escutou uma voz animada atrás dele:

– Oie! – Samara disse.

– Ah, oi! E aí? – DC respondeu.

– Nossa, você tá meio... pálido! Tá tudo namoral aí, ou tem alguma coisa incomodando? – Samara disse, tocando o rosto de Do Contra, que se arrepiou todo!

– N-não é nada não! É que a matéria de matemática tá meio difícil e eu tô um pouco... preocupado. Notícias da sua avó? – Do Contra disse.

– Não, mas tenho certeza que já deve ter recuperado a memória! Ei, a gente tem que marcar a segunda reunião para o trabalho do Licurgo! Vou falar com a Mônica.

– Ih, é mesmo, já tinha até esquecido! – Do Contra exclamou.

– Pois é... ih, deixa eu ir ali rapidinho, o Toni tá me chamando.

– O T-toni??? – Do Contra perguntou, mais alto do que devia.

– Estranho, né? Não tenho muita intimidade com ele, mas gosto de conhecer gente nova! Até daqui a pouco! – A menina disse, se afastando.

Do Contra tinha certeza que Toni não tinha boas intenções com Samara, já que o próprio tinha dito isso no primeiro dia de aula da menina. Mas decidiu esquecer isso e ir comprar um sanduíche na cantina. Mas não conseguia esquecer. Porque ele estava se sentindo "incomodado" com aquilo? Ah, de novo não...