O Cometa

5. Imprinting - P.O.V Jacob Black



://P.O.V JACOB BLACK

Impressão.

Lar, doce lar! Eu finalmente cheguei em casa depois de uma noite cansativa de ronda. Já eram quatro e meia da manhã, e o combinado é que eu ficaria só até as duas. Mas, houve complicações. É mesmo uma merda ter essa responsabilidade de ‘Alfa’. Encontramos dois sanguessugas nômades na divisa com Forks, é incrível a ousadia dessa racinha! Mesmo sentindo o nosso cheiro eles não se intimidaram. Bom, é claro que nós acabamos com eles, afinal, eu e o Sam somos os lobos mais fortes da matilha e ainda tinha o Embry para ajudar. Mas, qual é a graça desse jeito? Não dá nem pra se divertir.

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Tomei um banho rápido e desabei na cama.

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‘TUM’ ‘TUM’ ‘TUM’...

Alguém estava batendo, ou melhor, espancando a porta do meu quarto. Abri os olhos lentamente, eu estava com muito sono.

-JACOB BLACK! Se você não levantar o seu traseiro preguiçoso da cama agora eu vou falar pro Paul derrubar a porta! É sério!

Cara, a Rachel tava pedindo pra morrer.

‘TUM’ ‘TUM’ ‘TUM’...

-Será que dava pra você mandar o seu namorado parar de bater na droga da porta? - gritei irritado. - Se quebrar é você que vai consertar!

-Se você abrir a porta não vai ser necessário quebrar. - ela rebateu.

Suspirei, vencido. Levantei da cama e fui abrir a porcaria da porta.

Rachel estava andando de um lado para o outro, surtando, e Paul estava com a sua habitual cara de bunda.

-O que é?- perguntei, louco para dar uma porrada no meio da cara do Paul.

-Você tem que emprestar a chave do Rabbit pro Paul me levar na casa da Alice Cullen, eu marquei de almoçar com ela e agora já estou atrasada porque você não é capaz de...

-O quê?! - eu a interrompi - Emprestar o meu Rabbit para o seu namorado? Hahahaha... Sonha!

-Você que não se atreva a me deixar na mão, Jacob! Se você fizer isso eu nunca mais olho na sua cara. - ela disse nervosa.

Dei de ombros.

-Com tanto que você cale a boca e me deixe dormir está tudo bem. E, levando em consideração o fato de que o Paul sempre está onde você está, nunca mais olhar para você vai ser um bônus, muito mais do que eu poderia pedir!

-Jacob, desculpe-se com sua irmã e dê logo a porcaria da chave do carro para ela. - droga, eu não sabia que Billy estava em casa, agora ele vai ficar enchendo o saco.

Peguei a chave pendurada na parede, próxima ao interruptor e entreguei à Rachel. Minha barriga roncou. Resolvi ir à cozinha ver se tinha alguma coisa para comer, tomando o cuidado de esbarrar em Paul com toda a minha força quando passei por ele.

-Credo garoto, é melhor você ligar para a Stacey, ou para a Melyssa, ou para a Kris, ou para a Jane, ou para a Brenda, ou para a Nicolle, ou para a... Ah você entendeu. Enfim, é melhor você ligar para alguém, porque esse mau humor todo só pode ser falta. - o idiota disse rindo.

Dei meia volta pronto para deixá-lo, na melhor das hipóteses, inconsciente. Mas, Billy estava ao lado dele rindo, dá para acreditar? Achei melhor não fazer nada, senão o velho iria me fazer levar a Rachel pessoalmente na droga do almoço de negócios dela.

Comi uns sanduíches que Rachel tinha preparado mais cedo, escovei os dentes e voltei para a cama.

Não sei qual era a droga do motivo, mas eu não estava conseguindo dormir e isso me deixou tremendamente irritado. Lembrei do que Paul me falou e, realmente, eu estava precisando de uns amassos, só não sabia para quem ligar. Mentira! É claro que eu sabia. No momento, tudo o que eu precisava era de uma garota fácil, não tinha tempo para perder com xaveco. E quem era essa garota fácil? Stacey, obviamente.

Desde que eu a mandei pastar, há um mês mais ou menos, ela vem intensificando suas investidas. Aparece aqui em casa com umas roupas que, sinceramente, eu acho até meio ridículo. Não que eu não goste, afinal, eu sou homem. Mas, chega a ser patético. Só falta ela pendurar uma plaquinha no pescoço dizendo: “Ei, olhem para mim, eu sou uma vadia louca para dar!”. Como eu já disse anteriormente: Patético, e é exatamente disso que eu estou precisando. (n/a: 66’)

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Fui até o telefone e liguei para ela, que ficou super feliz. Combinamos de nos encontrar na praia umas cinco e meia da tarde. Era bom, porque dessa forma eu já cumpriria meu outro compromisso. Tinha combinado de me encontrar com a matilha para uma reuniãozinha de emergência. Precisávamos restabelecer as rotas de ronda e mudar os parceiros, para que a cada três lobos mais novos tivesse, pelo menos, um mais experiente. Não sei por que, mas ultimamente estávamos recebendo ‘visitas’ muito frequentes de sanguessugas, e isso estava preocupando a mim e ao Sam.

Leah também estava alerta, seu ‘sexto sentido feminino’ - babaca, eu sei, mas é verdade - dizia que tinha uma coisa muito errada acontecendo.

Ela estava muito melhor de uns tempos para cá. Ainda não havia sofrido sua impressão, mas já havia se conscientizado - demos graças a Deus por isso - de que culpar os outrospor sua infelicidade não mudaria nada. Mesmo que ela vivesse incomodando todos à sua volta, isso não reverteria o fato de que ela era a única mulher-loba da história, e de que Sam havia sofrido um imprinting com sua prima.

Joguei-me novamente na cama e, dessa vez, peguei no sono.

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Acordei às cinco horas da tarde. Levantei-me da cama preguiçosamente, comi tudo o que tinha pronto na geladeira, escovei os dentes, tomei um banho e fui para a praia.

Cheguei lá já eram umas seis e pouquinho, e é claro que ela já estava lá, mas nem reclamou do meu atraso. Stacey estava mais vulgar do que de costume, é, dessa vez ela caprichou no decote.

Ela veio até mim, me agarrou e me beijou de uma forma que, eu tenho certeza, alguém que estivesse assistindo à cena de longe acharia que nós já estávamos nas preliminares. É, aquela garota não tinha o mínimo de vergonha na cara! Eu não me importava com isso, afinal, ela não era nada minha. Era só um estepe.

-Calma aí, Stacey. - eu falei rindo. - Guarda essa energia para hoje à noite, agora eu tenho que falar com os garotos.

-Só um pouquinho... - ela falou gemendo e se esfregando mais ainda em mim, se é que isso era possível no momento.

-Nossa, isso tudo é vontade de dar para mim? - perguntei.

Tenho certeza de que se eu tivesse dito isso para qualquer outra garota, ela teria dado uma tapa na minha cara e me mandado para aquele lugar. Mas ela não, ela era vagabunda demais para se importar, então, apenas sorriu e colocou a mão em meu membro, por cima da bermuda.

-É sim, Jake... Eu estava com saudades! - disse e começou a me apertar.

-Não me provoca garota. -falei apalpando seu traseiro, ela gemeu.

Ouvi passos, tinha alguém se aproximando. Pelo cheiro era...

-Seu primo está vindo. - avisei a ela, que abriu um sorriso e virou-se para esperar o garoto.

Jaden era o mais novo integrante da matilha do Sam. Ele era ‘primo’ da Stacey. Primo coisa nenhuma! Eles tinham, sei lá, um parentesco em terceiro grau. E, além do mais, todo mundo sabia que ela dava para ele.

Ela se jogou nos braços dele e eu decidi sair para que eles pudessem matar a saudade.

Ouvi de longe a conversa dos garotos, eles deviam estar a uns quinhentos metros de mim. Leah estava com eles, Rachel e Kim também. Tinha mais alguém junto, alguém que eu não conhecia.

Caminhei lentamente até eles, prestando atenção no barulho das ondas. Era um ritmo tão constante e calmo.

Ouvi uma voz doce. “Tchau dinda. Beijo.

Procurei a dona da voz. Ela caminhava em direção ao pessoal de cabeça baixa e... Caaaaaaara, ela era muito gostosa! Com a pele bem branca e cabelos cor de fogo, ela era uma deusa. Eu não conseguia ver seu rosto, mas tinha certeza de que era perfeito. Bom, pelo menos se o rosto não fosse lá aquelas coisas, o corpo com certeza compensava. Ela tinha um par de pernas que é melhor nem comentar. Não eram tão finas quanto as da Stacey, mas também não eram muito grossas, eram no ponto! Tinha uma cintura fina e uma barriga lisinha, que era possível perceber, pois sua blusa era meio coladinha. E... Bom, aquele par de seios era a visão. Eram grandes e extremamente convidativos. Essa eu tenho que pegar. - pensei.

Mas, na hora em que ela levantou o rosto e me encarou, eu me chutei mentalmente pelos pensamentos pervertidos. Como eu pude ter pensado assim dela?

Seu cheiro absurdamente delicioso me atingiu com força, e no momento em que meus olhos encontraram aqueles lindos olhos cor de chocolate, um calor me inundou. Não era o típico calor da transformação, era mais forte. E era um novo tipo de calor - não queimava.

Era resplandecente.

Tudo em mim se desfez enquanto eu olhava o lindo rosto da garota mais perfeita do mundo. Todas as linhas que me prendiam à minha vida foram rompidas em golpes rápidos, como se alguém cortasse as cordas de um feixe de balões de gás. Tudo que me tornava quem eu era - meu amor pela minha mãe morta, meu amor por meu pai, minha lealdade à minha matilha, o amor por Rachel e Rebecca, o amor pelos meus outros irmãos, o ódio pelos meus inimigos, minha casa, meu nome, meu eu - desconectou-se de mim naquele segundo e flutuou para o espaço.

Mas eu não fiquei à deriva. Um novo fio me prendia onde eu estava.

Não um fio, mas um milhão deles. Fios não, cabos de aço. Um milhão de cabos de aço me prendendo a uma única coisa - ao próprio centro do Universo.

Podia perceber isso agora - como o Universo girava em torno daquele único ponto. Eu nunca tinha enxergado a simetria do Universo, mas agora ela era clara.

A gravidade da Terra não me prendia mais onde eu estava.

Agora era a garota de afetuosos olhos cor de chocolate que me mantinha ali.

Meu anjo, minha razão.

Ela era absolutamente perfeita, e eu tinha certeza: Nem que eu passasse a minha vida inteira procurando, eu jamais conseguiria encontrar sequer um defeito nela. Eu a amava. Céus, como eu a amava! Era impossível para mim, naquele momento, desgrudar meus olhos dela.

Ela tinha um rosto tão delicado que a fazia parecer uma menina, mas seu corpo deixava claro: Ela era uma mulher. Uma mulher tão linda que me dava arrepios. Sim, eu estava com medo. Medo de não conseguir me aproximar, de não conseguir ser para ela tudo que eu queria ser, porque eu tinha a certeza de que não era bom o suficiente para ela.

Naquele momento eu tive vontade de chorar, mas chorar muito. Eu me senti absurdamente sujo. Deus do céu, há minutos atrás - ou horas, não sei, pois perdi a noção do tempo, mas enfim, há algum tempo eu estava lá me esfregando com uma vagabunda qualquer e agora eu estava aqui, em frente a ela, amando-a e desejando-a.

Como alguém como eu podia sequer sonhar em ter para si alguém como ela?

Mas, depois do medo e da tristeza, eu senti uma alegria enorme. Ela estava aqui. Minha impressão estava aqui! Ela poderia estar em qualquer lugar do mundo, mas estava aqui, perto de mim. E enquanto ela permanecesse por perto, eu tinha certeza, não havia nada nem ninguém que pudesse feri-la. Pois protegê-la era a minha maior prioridade - maior até do que respirar, e tê-la para mim era o meu maior anseio.

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Nós nos encarávamos profundamente. Ela desviou seu olhar do meu por um instante, olhando para as pessoas que eu supunha estarem ali. Exatamente, eu apenas supunha que havia mais gente ali, levando em consideração o fato de que eu os havia visto antes do acontecimento. Não tinha como ter certeza, quando tudo o que eu conseguia ver agora era ela e tudo o que eu conseguia ouvir era sua respiração e o maravilhoso som do seu coração batendo.

-JACOB BLACK! - minha querida irmã gritou em meu ouvido, me dando um susto. Eu desviei o olhar do meu pequeno anjo por um instante e olhei para Rachel com raiva. Ah... Qual é? Eu não posso nem ter um imprinting em paz? Rachel me olhava sorrindo largamente, ela estava feliz. Eu também estava. Voltei a olhar para a minha princesa. - Jake... - Rachel falou, mais suavemente agora. - Essa aqui é Renesmee Cullen, minha mais nova amiga.

Renesmee? Interessante... Era um nome bastante diferente, mas era lindo. Lindo como tudo nela. Sorri e estendi a mão para cumprimentá-la. Ela ficou olhando para a minha mão e eu comecei e entrar em pânico, achando que ela não iria nem corresponder um cumprimento tão banal. Mas, para a minha felicidade, ela corou lindamente e estendeu sua mão para mim. No momento em que nossas mãos se tocaram, senti como se uma corrente elétrica passasse através de nossos corpos. E eu? Eu quase entrei em curto circuito. Sua mão era pequena e delicada e sua pele era extremamente macia.

-É um prazer conhecê-la, Renesmee. - falei, me contendo para não abraçá-la e fugir com ela dali.

-Nessie. - ela sussurrou. Não entendi.

-Ham? - perguntei com cara de idiota.

Ela pigarreou e falou novamente:

-Nessie. - sua voz era tão doce, soava como música para meus ouvidos. (n/a: Nem um pouco clichê... --‘)- Me chame apenas de Nessie, e o prazer é meu em conhecê-lo.

-Nessie? Não tem muito a ver com Renesmee. - eu falei sem entender.

Ela sorriu.

-É, eu sei, longa história. É que quando eu era pequena os meus tios diziam que eu era uma monstrinha de tão serelepe, então ficou ‘Nessie’ por causa do monstro do lago, sabe? Minha mãe detestou a ideia, mas depois acabou se apegando ao apelido também. - Ela explicou e eu quase babei em cima dela. Ela era tão maravilhosa!

-Com certeza você era a monstrinha mais linda do mundo. - falei sem me conter.

Ela não respondeu, apenas corou.

Mas, como tudo que é bom dura pouco... Eu senti aquele cheiro do perfume barato da Stacey e fiz uma careta involuntária. Abaixei a cabeça, com muita vergonha. Agora ela veria que eu não valia nada.

-Mas que inferno! - murmurei, nem sei se ela ouviu.

Stacey veio até mim, enlaçou meu pescoço com os dois braços e falou em meu ouvido: “Vamos para a sua casa agora? Eu já estou pegando fogo!”. Eu não sabia o que responder, então olhei para ela e dei um sorriso amarelo. Eu não estava mais com vontade de transar com ela. Aliás, eu não conseguia mais nem me imaginar transando com ela ou com qualquer outra mulher. Eu não conseguia ver graça nem beleza em outras mulheres, não mais. Não agora, que eu tinha conhecido a pura essência da perfeição. Voltei a olhá-la com admiração.

-Jake. - ela falou no meu ouvido. - Quem é essa aí? - perguntou com um tom de nojo. Demorei alguns segundos para perceber que ela estava falando da minha Nessie

“Como se ela não soubesse”. Kim murmurou.

-Essa é Renesmee Cullen, amiga da Rachel. - falei bravo. Quem ela pensava que era para desprezar o meu anjo? - Nessie, essa é a Stacey. - agora eu falei calmo, a Ness não merecia meu tom rude.

-É um prazer conhecê-la, Stacey. - Nessie disse estendendo a mão para cumprimentar Stacey, e não foi correspondida.

-Renesmee? - Stacey perguntou em tom de desdém. - Nossa, seu nome é bem... Exótico. - falou debochadamente.

Que garota nojenta! Ela estava pedindo, ou melhor, implorando para ser escorraçada daquela praia.

-Eu gosto desse nome! - Rachel se intrometeu para quebrar a tensão. - Acho muito legal!

-Eu também gosto - falei sorrindo para Nessie. - Aliás, ‘gosto’ não, eu adoro. É o nome mais lindo que eu já vi. - completei piscando para ela. Eu queria humilhar a Stacey.

Lindo? Sério mesmo? - a vaca perguntou rindo. - Porque eu acho super esquisito.

Eu abri a boca para defender Renesmee novamente, e, dessa vez, mandar Stacey embora. Mas, a Nessie foi mais rápida e se demonstrou extremamente superior à infantilidade da outra.

-Na verdade, Stacey - falei com calma e naturalidade. - Eu amo o meu nome, ele é uma homenagem às minhas avós: duas grandes mulheres. Sabe, eu prezo muito a minha família, porque eles me deram uma educação excelente. Me ensinaram, por exemplo, que quando eu não gosto de uma pessoa, mas não tenho argumentos para justificar essa inimizade, eu devo apenas me manter calada, pois usar o nome de alguém que eu nem conheço direito para tentar humilhá-lo é, no mínimo, infantil. Infantil e muito, mas muito grosseiro mesmo. - finalizou sorrindo. Eu sorri também, estava muito orgulhoso da minha pequena. Stacey me olhou com muita raiva e eu sorri abertamente para ela.

-Ai, essa doeu. - Seth disse rindo.

-É verdade. - concordei. - Poderia ter ido dormir sem essa não é Stacey? - aproveitei para alfinetá-la.

- O quê?! Ah, eu vou te mostrar uma coisa seu projeto de Barbie. - ela disse encarando Nessie com um ódio mortal.

Percebi as intenções dela, ela queria bater em Nessie. Cara, essa garota perdeu a noção do perigo. Coloquei-me na frente de Ness e disse para a escória:

-Acho que já deu por hoje Stacey! Agora peça desculpas à Nessie.

-Você tá brincando comigo, né? - ela perguntou incrédula.

-Não, eu não estou. - respondi seriamente.

-Era só o que me faltava. - ela disse. Virou as costas e saiu pisando duro.

Virei-me para Nessie e tentei me desculpar.

-Desculpa por isso, Ness. É sério, acho que ela está de TPM. - falei

-Tudo bem, Jacob. -ela disse fazendo beicinho. - Não é sua culpa o fato de que a sua namorada não gostou de mim.

-Ela não é minha namorada. - eu disse.

-Tudo bem, então, me deixa reformular a minha frase: Não é sua culpa o fato de que a sua “peguete” gostou de mim. - ela falou com indiferença.

-Nessie, eu... - comecei a falar.

-Jacob - ela me interrompeu - Está tudo bem, é sério. - falou olhando em meus olhos e eu entrei em transe novamente. Eu tinha a impressão de que jamais conseguiria me libertar do encanto dela. E quem disse que eu queria me libertar? Eu queria mesmo era ser eternamente dela.

-Então, vamos meninas? - Leah perguntou.

-NÃO! -protestei, elas não podiam ir já, eu acho que sentiria dor fisicamente se ela fosse embora agora. Ela me olhou intrigada. - Ah, é que a Nessie ainda nem viu a praia direito. Quer que eu te mostre Ness? Nós podemos dar uma volta. - eu pedi, esperançoso.

-Ah, sabe o que é Jacob? É que eu... - ela parecia estar pensando em uma reposta - Bom, eu quero ir tomar um banho e ver um filme com as meninas. - ela disse e eu quase desabei de tristeza, ela estava me dando um fora. - Mas, um outro dia quem sabe...

Eu dei um sorriso amarelo.

-Promete? -perguntei.

-Prometo. - ela respondeu prontamente.

Ela estava falando a verdade. Nós iríamos mesmo caminhar na praia, só eu e ela. Sorri largamente e, não resistindo mais, abracei-a.

Nossa, o cheiro dela era... Não existem palavras boas o suficiente para descrever, era divino, inebriante!

-Eu vou cobrar hein! -sussurrei em seu ouvido e cheirei seu cabelo. E não me lembro direito o que aconteceu a partir daí, pois seu aroma me deixou completamenteembriagado.

Ela se afastou e me olhou nos olhos.

-Então... Até outro dia. -eu disse, completamente zonzo.

-Até outro dia, Jake. - falou sorrindo e eu quase tive um AVC. Ela me chamou de Jake! Deu seu sorriso maravilhoso para mim e me chamou de Jake!

Elas foram embora e eu deixei a reunião sob a responsabilidade de Sam. Definitivamente, eu não estava com cabeça para delimitar territórios de ronda agora. Eu não conseguia pensar em nada que não estivesse relacionada a ela. Minha vida agora era ela.

Fui para casa tentando me convencer de que aparecer agora na casa de Leah só para ver como Nessie estava não faria muito sentido para ela, já que havíamos nos visto há alguns minutos.

Cheguei em casa e Billy me olhou de cara feia.

-Que foi? - perguntei.

-O que foi? - ele devolveu a pergunta sarcasticamente. - Você poderia dar um descanso pelo menos nos domingos à noite, Jacob. Pelo amor de Deus, amanhã é segunda-feira. Eu sei que você está de férias e não precisa trabalhar, mas você sabe que eu gosto de acordar cedo, porém, não é muito fácil levantar às cinco da manhã quando se é obrigado a ficar ouvindo gemidos a noite inteira. - ele disse essa última parte com uma careta.

-Do que você está falando, pai? Por favor, me explica porque eu não estou entendendo nada

-Eu estou falando daquela garota que está lá no seu quarto te esperando!

Ah, não! Eu havia até esquecido que tinha marcado um ‘encontro’ com a Stacey. Merda!

-Não se preocupe - falei - Vou mandá-la embora.

Ele me olhou assustado, como se eu tivesse dito que ia correr pelado por toda La Push.

-Você vai mandá-la embora? - perguntou, eu assenti confirmando. - Quem é você e o que fez com meu filho? - falou brincando, mas estava cauteloso. Gargalhei.

-Ah, pai. Menos por favor. É só que, bem... Vou mandá-la embora porque eu não vejo graça nenhuma em passar a noite com ela em meu quarto. - expliquei.

-Tudo bem, Jacob, você está começando a me assustar. O que aconteceu? - ele perguntou, mas eu não queria responder. Queria só pensar sobre isso essa noite, sem ter que explicar à ninguém.

-Nada, é só que eu não vejo mais graça nela. Na verdade eu nem entendo como algum dia eu possa ter visto alguma coisa de interessante em qualquer outra garota que eu conheço. Elas não são meigas; não têm os cabelos vermelhos, cacheados e cheirosos; não têm lindos olhos de chocolate ao leite; não têm uma pele macia e lisinha; não têm um rosto angelical de bone... - parei quando percebi que estava falando demais. Na verdade, pela expressão do velho, percebi que já tinha falado demais.

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É, esquece aquela história de não dar explicações a ninguém. Ele me olhava com os olhos arregalados, abriu e fechou a boca várias vezes antes de se pronunciar.

-Aconteceu. - foi a única coisa que ele disse quando finalmente abriu a boca, e não foi uma pergunta, foi uma afirmação.

-É, aconteceu. - confirmei sua suspeita.

-Oh, meu filho, estou muito feliz por você! - ele disse sorrindo.

-Não fique. - eu disse sério. Ele me olhou com um ponto de interrogação na testa. - Ela é tão maravilhosa, gentil, educada... E olha para mim, sou um cara sem vergonha, sem moral, que neste exato momento tem uma vagabunda em seu quarto. -expliquei.

Ele me olhou com piedade, o que me fez sentir pior ainda. Mas depois sua expressão mudou.

-Jacob, filho, você não pode agir como se isso fosse o fim do mundo. A impressão é a coisa mais maravilhosa e certa que pode acontecer na vida de um homem-lobo, você não pode ficar aí se lamentando pelos cantos.

-E o que você sugere que eu faça? - perguntei.

-Mude. Conquiste-a, lute pelo amor dela. Você a ama?

-Mais do que tudo. - respondi. Que pergunta estúpida!

-Então mostre isso a ela. Demonstre que você é a pessoa certa para ela, que ela não poderia ser tão feliz com outro alguém quanto seria com você. - ele disse seriamente.

Eu não sabia o que responder, então o abracei. Ele retribuiu o abraço.

-Agora vai lá e diz para a garota que está em seu quarto que ela nunca mais vai visitar a sua cama, pois esse lugar agora pertence à...

-Renesmee - eu disse. - Ou, como ela prefere, apenas Nessie.

-Certo, então diga à ela que sua cama pertence à Nessie, assim como o seu coração.

Eu sorri.

-Obrigado.

-De nada. Boa noite, filho.

-Boa noite.

Fui para o quarto e quando abri a porta já tive que desviar de um sapato que voava em direção ao meu rosto. Ela veio até mim e começou a me estapear.

-Por que você defendeu aquela Barbie metida? Por que você me mandou embora? Hã? Você acha que agora vai transar comigo, depois de tudo o que me fez? Seu cachorro nojento!

-Eu a defendi porque ela é a coisa mais importante do mundo para mim. - falei simplesmente.

Stacey me soltou e fez uma cara de ‘não creio!’

-Você teve impressão com ela, Jacob? É isso? Eu não acredito! Você é uma mula mesmo! Ela é uma metidinha, riquinha... - ela parou quando viu a expressão de ódio com que eu a encarava.

-Olha como você fala dela. - avisei - Ela é a criatura mais doce e maravilhosa do mundo.

-Você só diz isso porque está enfeitiçado, sob o poder do imprinting. Mas isso não muda o fato de que vocês são de mundos completamente diferentes, Jacob! Ela é uma patricinha de Nova York, criada em berço de ouro e você é um transmorfo de La Push. Percebe e compatibilidade? - ela perguntou sarcasticamente. - Imagina só como ela vai reagir quando você lhe contar essa história de lobos. Ela vai vomitar, depois desmaiar e depois pirar. Vai voltar para Nova York, fazer uns dois anos de terapia e nunca mais colocar seus delicados pezinhos aqui novamente. - ela falou duramente. Eu a encarei com ódio.

-Sai.Do.Meu.Quarto. - falei pausadamente, respirando fundo e me contendo para não me transformar dentro de casa e tão próximo dela. Isso iria matá-la, não que eu não estivesse desejando fazer isso com as minhas próprias mãos, mas é claro que só no sentido figurado.

Ela percebeu o perigo, catou os sapatos que estavam pelo chão e saiu do quarto rapidamente. Antes de passar pela porta, me olhou com raiva e disse:

-Isso não vai ficar assim!

Deitei-me na cama e voltei meus pensamentos à ela. Pensei em tudo o que meu pai e Stacey me disseram. Ela falou que eu não tinha chances, mas meu pai me mandou lutar por aquilo que eu queria.

Lembrei-me mais uma vez daquele delicado rosto de anjo, e então decidi: Eu iria mudar por ela, iria conquistá-la e iria fazê-la a mulher mais feliz do mundo.