O Canto Da Sereia

Capítulo 2 - Sereias


Ele continuou a encarar a sereia, ele queria uma explicação. Ela suspirou e desviou o olhar, era uma longa história e ela não estava convicta de que aquele garoto de olhos cinzentos era confiável.

_ Eu cheguei três dias atrás. – ela disse em um volume baixo. _ Estava andando por ai, primeiro me perdi nessa floresta. – disse a menina sorrindo.

_ Você não parece triste por ter se perdido em uma floresta tão perigosa. – Draco disse em tom irônico.

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A morena riu da cara de desagrado de Draco.

_ Bem, fui ajudada por centauros, eles me mostraram o caminho dessa escola. Mas novamente a sorte não estava a meu favor, houve uma grande tempestade e quando percebi, eu estava as margens desse lago.

_ Mas você disse que chegou faz três dias

Ela se remexeu na grama, os cortes estavam incomodando.

_ Sim, fui explorar o fundo do lago e acabei encontrando os sereianos, eles me explicaram a história daqui e me falaram sobre a guerra, falaram que era mais seguro permanecer lá embaixo, mas estava curiosa ontem à noite e vim até a superfície.

Draco olhou incrédulo para ela.

_ Sabia que estava no meio de uma guerra e mesmo assim decide se arriscar? – Não entendia as pessoas que não se preocupavam muito com sua própria segurança.

_ Oras, eu não pretendia ser atacada e quase morrer. Estava só olhando em volta, quando apareceu um homem com o rosto coberto, ele não olhou muito na minha direção, apenas me atacou e continuou seu caminho. – E no escuro daquela noite, ela sentiu medo, tudo que conseguiu foi nadar até a margem antes de desmaiar.

O loiro apenas balançou a cabeça, era melhor levá-la para dentro logo. Até que pensou em seu novo problema.

_ Como vou fazer para te levar para dentro? – Claro, com sua varinha um simples feitiço de levitação seria ideal, mas sem a magia, ele teria que carregá-la ou algo assim.

Ela apenas tirou a cauda da água e se concentrou.

Draco tinha que admitir a cauda dela era de uma cor espetacular, um azul marinho tão intenso que o fazia sentir o mar apenas ao olhá-la.

Ele já estava ficando impaciente, quando sentiu uma movimentação no ar, e de repente um brilho fraco junto com uma névoa espessa cobriu a cauda de sereia da garota.

Assistiu impressionado o membro esguio se transformando em pernas delicadas, até que percebeu que assim que a névoa se dissipasse , ela estaria nua da cintura para baixo.

Levantando-se rapidamente Draco tirou seu sobretudo preto e uma camisa branca de botões, ficando apenas com uma simples camiseta preta. Colocou a camisa nos ombros da garota, tomando cuidado ao passar o braço cortado pela manga. E por cima colocou o sobretudo. Só agora via que ela estava com frio, pois ao terminar de arrumar sua roupa nela, ouviu um breve suspiro de satisfação.

_ Obrigada. – ela disse baixinho.

Draco agradeceu mentalmente por a menina ser pequena e assim sua camisa ficou enorme no corpo dela, cobrindo tudo que era necessário.

Ele aproximou-se para poder pega-la no colo e notou um corte tão profundo quanto o do braço, na perna direita da garota.

Tentou ser o mais gentil possível ao acomodá-la em seus braços, mas isso não evitou a exclamação de dor.

_ Desculpe, mas eu nem sei seu nome. – ela falou enquanto passava os braços ao redor do pescoço do loiro.

_ Draco Malfoy. – disse em um tom presunçoso. _ E o seu, como é?

_ Arya...

Draco encarou a garota por um momento, enquanto andava com cuidado até a entrada do castelo. Ela parecia esconder alguma coisa.

O silêncio desconfortável foi quebrado pelo garoto.

_ Então, você pode ficar muito tempo fora da água? Não conheço muito sobre sua raça, quero dizer, não é um tipo comum de sereia. – disse enrolando-se em suas palavras.

_ Ah, realmente não existem muitas como eu por ai. Podemos passar a vida toda fora da água se quisermos, mas o mar nos atrai de uma maneira indescritível.

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_ A vida toda é? – perguntou surpreso.

_ Sim, porque não somos uma mistura de peixe e mulher. – ela riu._ Somos humanas com uma extensão mágica, assim como bruxos.

O resto do caminho foi feito em silencio, cada um perdido em seus próprios pensamentos.

Draco levou a menina até a enfermaria que estava praticamente vazia nesse horário. Todos os casos mais graves de ferimentos ocorridos na guerra foram encaminhados a St Mungo’s, restando na enfermaria de Hogwarts apenas pessoas que sofreram ferimentos leves e que eram atendidas por Madame Pomfrey.

Draco correu os olhos pelo lugar parcialmente vazio. Não conseguia ver Madame Pomfrey em lugar algum. Deu mais alguns passos a frente quando foi barrado por Neville Longbottom.

_ O que você fez a essa menina, Malfoy? – o moreno perguntou preocupado.

_ Você acha que eu ia perder meu tempo tentando matar uma coisinha desse tamanho? – Draco disse com ironia.

_ Ei, pare de falar do meu tamanho. – se pronunciou Arya enquanto virava a cabeça para encarar o garoto a sua frente. _ Não foi ele, ok? Eu estava desmaiada lá fora e Draco me salvou.

Neville pareceu boquiaberto com a fala da garota. O loiro riu do garoto sem graça e disse em um tom sarcástico:

_ Ei Longbottom, em vez de ficar ai com essa cara de idiota, por que não faz alguma coisa útil e ache a Madame Pomfrey?

O moreno ia responder quando olhou novamente o estado da garota nos braços de Malfoy. Saiu resmungando, iria achar a enfermeira o mais rápido o possível.

Enquanto isso Draco achou melhor deixar a menina descansar em algum lugar, foi em direção a um leito vazio e a deitou com cuidado na cama.

Ele preparava-se para ir embora quando a voz dela chamou sua atenção.

_ Você poderia ficar comigo mais um pouco, por favor? – perguntou envergonhada._ Só até a enfermeira chegar.

Draco encarou a garota e suspirou.