O Beijo da Morte - Tomione

Capítulo Cinco - BEM-VINDOS À HOGWARTS


— Como disse que era seu nome mesmo? — Perguntou o diretor Armando Dippet enquanto Hermione se remexia nervosa em seu assento.

— Hermione Thatcher, senhor — Informou lançando uma olhadela aos quadros ao redor e ao professor que se postara ao lado de Dippet.

— Creio, senhorita, que não dispõe de nenhuma vaga na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.

Aí estava, Hermione sabia que seu nome não constaria na lista de estudantes de Hogwarts, pelo menos não naquele ano. Essa tinha sido uma das coisas que mais atormentara sua mente enquanto se preparava para ingressar no castelo atrás de Riddle, passara muito tempo remoendo isso para ter uma resposta perfeita.

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— Eu sei, infelizmente isso seria culpa de meus pais. Nos mudamos há muito tempo para as Américas, meus pais sequer tinham pretensão de me ter quando isso aconteceu e como nasci lá, minha vaga ficou garantida em outro continente. Voltamos após a morte trágica de minha irmã envolvendo um acidente com os trouxas. Meus pais deveriam ter conversado com o diretor antes que o ano letivo começasse, mas, após a morte de Maeve… Eles se encontram tão perdidos.

O professor a encarou e aquela sensação de familiaridade bateu em Hermione.

— Engraçado senhorita — Ele disse — Mas a srta. não tem sotaque.

— Bem, meus pais são britânicos, assim como minha irmã o era, me acostumei com o vocabulário, sei lidar com os dois — E por sorte ela sabia mesmo.

— Acalme-se Alvo — Intrometeu-se o diretor — A menina deve estar pensando que não queremos aceitá-la em Hogwarts.

Alvo…

Era por isso que Hermione sentira familiaridade com o homem, ele era Alvo Dumbledore, alguns anos mais novo, mas ainda sim ele.

— Desculpe-me diretor — Murmurou Dumbledore.

— Bem, senhorita Thatcher, sua história me parece bem convincente, mas tem que concordar comigo que uma aluna aparecer aqui sem mais nem menos possa se tornar um pouco suspeito.

— Claro.

— Então espero que não se chateie ao informá-la que preciso enviar uma coruja para seus pais, o senhor e a senhora Thatcher, a fim de confirmar sua identidade. Caso a resposta seja positiva, nós iniciaremos sua seleção.

— Eu entendo, senhor.

Hermione não soube quanto tempo ficou esperando a resposta dos Thatcher enquanto se mantinha sentado confortável na sala do diretor.

Quando finalmente a coruja das Torres retornou Hermione se empertigou na cadeira.

Dumbledore manteve um olho nela o tempo todo desde que entrara na sala.

— Bem — o Diretor Dippet começou enquanto lia a carta que retirara da coruja — Acredito que podemos dar início a sua seleção. Dumbledore! — Dumbledore começou a se movimentar após o pedido do diretor e um banquinho de três pernas surgiu juntamente com Chapéu Seletor consideravelmente mais novo — Infelizmente, perdemos a seleção dos alunos do primeiro ano, mas realizaremos a da senhorita aqui mesmo se puder se sentar.

Hermione fez o que lhe foi pedido.

Ela gostaria de dizer que não havia necessidade de tudo aquilo pois ela era uma Grifinória, mas sabia que não poderia falar tal coisa. Em cada escola, existia uma forma diferente de separar os alunos, e ela não poderia simplesmente entregar que sabia mais sobre Hogwarts do que alguém que só ouvira falar.

O Chapéu Seletor foi colocado sobre sua cabeça, o peso lhe relembrando de anos antes, quando só tinha onze anos, e viu o chapéu pela primeira vez.

— Huum, vejamos o que temos aqui… Você possui muitos segredos senhorita Thatcher ou deveria dizer Granger? Eu vejo seus planos, minha querida. Mas onde devo colocá-la? Existe bravura, eu vejo, entretanto existe algo mais, algo que diz que fará qualquer coisa para conquistar o que deseja. Astúcia, conhecimento…Já sei. SONSERINA!

O chapéu foi tirado rapidamente da cabeça de Hermione, mas ela não conseguiu fazer absolutamente nada a não ser continuar sentada no banquinho em choque. O Chapéu Seletor acabara de colocá-la na Sonserina, a casa mais odiada de todas. A casa que ele nunca imaginou que poderia ir, a casa que pertencia a Salazar Slytherin e a Tom Riddle.

Como o chapéu poderia ter feito isso? Ela sabia que ele não estava errado. O Chapéu Seletor jamais erra, entretanto ainda era difícil acreditar que ela não estava indo para sua amada Grifinória, o lugar que foi sua casa nos últimos anos.

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— Acredito, senhorita, que agora que sua seleção foi realizada a senhorita gostaria de se apresentar em seus aposentos — O diretor Dippet disse, completamente alheio a situação de Hermione — Está tarde e a senhorita deve estar cansada. Pedirei que o professor Dumbledore lhe acompanhe até o Salão Comunal de sua casa. Horácio ficará contente com mais uma aquisição para sua casa.

Hermione finalmente saiu de seu estado catatônico. Dumbledore a encarava fixamente com mais desconfiança ainda em seus olhos, se isso fosse possível.

— Siga-me, por favor, senhorita Thatcher.

Hermione o fez, e saiu da sala do diretor sem dizer uma única palavra.

Sua mente estava dando voltas enquanto tentava entender o motivo que levou o Chapéu Seletor a colocá-la na Sonserina. Como ele pudera fazer isso?

O caminho que Hermione seguiu ao lado do professor Dumbledore não era estranho, na verdade, o castelo de Hogwarts ainda mantinha a aparência que nos tempos que Hermione caminhou por aqueles corredores ao lado de seus melhores amigos. O que certamente lhe parecia muito bom, pois, quando se tem um plano a ser executado, é sempre bom conhecer muito bem o lugar onde o fará.

Pararam em frente a uma porta que Hermione sabia não ser o Salão Comunal da Sonserina e a garota se virou para olhar interrogativamente para Dumbledore.

— Infelizmente só posso trazê-la até aqui senhorita — Exclamou o professor olhando-a por trás de seu óculos meia-lua — Mas o diretor de sua casa Horácio Slughorn ficará contente em acompanhá-la até o salão comunal.

Hermione assentiu e três batidas de porta depois o professor Slughorn, também muito mais novo, apareceu.

— Ora Dumbledore, o que faz aqui a essa hora? — Perguntou se inclinando na porta até reparar na figura de Hermione — E quem seria essa jovenzinha?

— Horácio, essa é a senhorita Hermione Thatcher. Ela vem das américas e acaba de passar por sua seleção na sala do Diretor Dippet, acredito que agora ela pertença à sua casa.

— Mas que maravilha! — Disse Slughorn sorridente — A Sonserina adora receber novos estudantes e a senhorita me parece ser tão inteligente.

— Melhor aluno em minha escola — Informou Hermione sabendo exatamente como o professor era.

— Está vendo Alvo? Uma ótima aquisição, certamente.

— Acredito que sim, mas se me dão licença, preciso ir.

— Claro, claro — Falou o outro professor enquanto ainda mantinha os olhos fixos em Hermione — Vou levá-la até o nosso Salão Comunal, tenho certeza que a senhorita irá adorar.

Hermione discordava absolutamente dessa afirmação do professor, mas o seguiu mesmo assim para a abertura conhecida do salão comunal da Sonserina e, depois de ter sido informada sobre a senha, foi deixada sozinha para que pudesse seguir até seu dormitório.

A garota ficou bons minutos encarando a entrada e se perguntando se valia mesmo a pena entrar na casa das cobras para que pudesse concluir seu plano, mas infelizmente a resposta era clara: Aquela era sua única chance.

Embora fosse tarde ainda haviam alguns alunos remanescentes no salão quando Hermione resolveu entrar no salão e um deles era Tom Riddle. Sentado em um canto sozinho com o nariz enfiado em algum livro.

De repente a mente de Hermione estalou.

O Chapéu Seletor tinha dito que sabia sobre seus planos e pronunciou seu verdadeiro nome. Seria esse o motivo, então? Que o fizera mandá-la para a Sonserina? Ele vira toda a devastação em sua mente e resolveu que colocá-la naquela casa a deixaria ainda mais perto de Riddle e que assim seu plano poderia ser muito mais bem sucedido?

Se fosse esse o motivo ou não Hermione estava agradecendo.

Porque agora ela estava na casa de seu inimigo.